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Semiologia – Pneumologia Inspeção Orientação pelas linhas torácicas. Nas linhas horizontais, nos orientamos pela junção manúbrio-esternal, que está na mesma altura que o 2º espaço intercostal – a partir daí iniciamos a contagem. Em geral, abaixo da escápula, temos o 6º espaço intercostal. Inspeção estática: ver a estrutura do tórax: retrações, cicatrizes, abaulamento. ⤷ Conformação normal: diâmetro antero- posterior é mais estreito que o látero- lateral. → Ântero-posterior mais alargado: tórax globoso = em tonel, típico de DPOCíticos. ⤷ Anormalidades da posição do esterno → Esterno para frente, com os arcos arredondados para encontrá-lo (tórax em quilha de navio/em peito de pombo) = pectus carinatus, típico de anomalias congênitas e raquitismo infantil (imagem abaixo – rosário raquítico). → Depressão do terço inferior do esterno para dentro do tórax (peito de sapateiro) = pectus escavatun, típico de anomalias cardíacas congênitas. ⤷ Tortuosidades da coluna – observadas em geral na parte posterior → Tórax em giba/cifótico: tórax curvado para frente, com alteração respiratória. → Escoliose: desvio lateral, um hemitórax maior que o outro. ⤷ Olhar os dedos = baqueteamento digital → DPI como fibrose pulmonar. → Neoplasia de pulmão. → Bronquiectasia = dilatação patológica de um brônquio por causa inflamatória. → Fibrose cística. Inspeção dinâmica ⤷ Expansibilidade do tórax: é simétrica ou ampla? Não precisa pedir para o paciente respirar profundamente. ⤷ Padrão ventilatório: predominantemente abdominal, torácico ou tóraco-abdominal ⤷ Dinâmica ventilatória → Eupneico → Taquipneico (>16 irpm): expansão superficial e rápida = ansiedade é um dos grandes causadores. → Bradipneia: pode ser fisiológico ou por alteração nervosa na mecânica respiratória. ⤷ Ritmo respiratório - padrão de amplitude e frequência. Alterações → Kussmaul: respiração muito ampla e muito profunda ▻ Tentativa de exalar o máximo possível de CO2, típico de acidose metabólica ▻ Ex: cetoacidose diabética → Cheyne-Stokes: ↑ progressivo da amplitude respiratória, seguida de ↓ gradual rápida e apneia prolongada. ▻ Comum em doenças do sistema nervoso central. → Biot: apneústica, completamente sem padrão – doenças graves de SNC. ⤷ Dispneia: pessoa costuma ter taquipneia, com aumento de amplitude e frequência. ⤷ Suspirosa: respiração normal com suspiros intercalados. → Típicos de pacientes psiquiátricos. Palpação Principais objetivos ⤷ Avaliação da expansibilidade. → Pedir para inspirar profundamente, colocamos as mãos no tórax e vemos como está a expansão das pregas entre os dedos. → Mãos no ápice, terço médio e base do pulmão. → Simetria. → Melhor testada posteriormente, a área que mais expande (expansibilidade em ala de balde). → Expansibilidade reduzida no lado acometido ▻ derrame pleural ▻ pneumotórax ▻ consolidação (excesso de líquido no tecido pulmonar) ▻ atelectasia (obstrução do brônquio + colabamento do parênquima). #Sinal de Lemos Torres: presença de abaulamento expiratório intercostal localizado nas bases pulmonares na face lateral do hemitórax = sugestivo de derrame pleural. ⤷ Sensibilidade de alguma região de dor referida na história → Em círculos ao redor do local (de fora para dentro). → Se for muscular, geralmente ele sente a dor quando palpamos. ⤷ Palpação do frêmito tóraco-vocal → Ressonância da voz percebida pela palma de nossa mão ao falar a palavra 33. → Usar as junções dos dedos com a palma da mão ou a lateral da mão → Pelo menos 4 pontos de cada lado, fugindo da escápula – região interescápulovertebral, → Comparando um lado com o outro em coluna grega. Frêmito toracovocal alterado ⤷ Diminuído: quando algo está entre o pulmão e a caixa torácica. → Derrame pleural (comparar um lado com o outro). → Pneumonia: exsudato grande dentro dos alvéolos → Pneumotórax. ⤷ Aumentado: consolidação, como na pneumonia. ⤷ Frêmito pleural: sensação tátil do atrito pleural (inflamação da pleura) – sem o paciente falar 33. Percussão Percutir com o dedo médio na região distal dos dedos fazendo uma leve pressão ⤷ Percutir com o dedo médio da outra mão, fazendo 2 toques, mexendo apena a articulação do punho. ⤷ Melhor forma é a horizontalizada. ⤷ No mínimo 7 pontos de cada lado: 5 na região paravertebral, 1 na região médio escapular e 1 na região axilar posterior. → Fazer na parte da frente também – lembrar de percutir a clavícula, direto com a ponta do dedo. ⤷ Som normal/fisiológico: claro-pulmonar. ⤷ Sempre em coluna grega. Alterações da percussão ⤷ Som maciço: duro, significa muito líquido dentro do tórax. → Derrame pleural → Consolidação. → Atelectasia ⤷ Som timpânico: significa muito ar. → Tórax enfisematoso. → Pneumotórax. #Sinal de Signorelli: presença de som maciço à percussão do 7º ao 11º espaço intervertebral = sugere derrame pleural. Ausculta Queremos auscultar a transmissão dos ruídos/murmúrios ventilatórios. ⤷ Analisar pelo menos 7 locais, os mesmos da percussão. ⤷ Podemos ouvir os murmúrios → Traqueal (barulhento) – maior na expiração. → Brônquico (na divisão dos brônquios), tem pausa. → Broncovesicular. → Vesicular (dos alvéolos) – maior na inspiração. ⤷ Analisar sua presença, simetria ou alteração do murmúrio. ⤷ Auscultar, anteriormente, também a região supraclavicular (ápice). ⤷ Normal: murmúrio vesicular fisiologicamente distribuído. Alterações dos murmúrios ⤷ MV ausente: alvéolos da região não estão enchidos ou ocupados por outra coisa que não seja ar. → Pneumonia. → Derrame, hemotórax. ⤷ Sopros: indicativo de cavitações. → Tuberculose, geralmente em ápices. Ausculta da transmissão vocal ⤷ Paciente falando 33, sendo que o som sai anasalado em situação normal. #Alterações ⤷ Pectoriloquia: o som do 33 sai perfeitamente (fônica), → Comum em processos de consolidação do parênquima pulmonar. → Existe também a pequitorilóquia afônica - som fica nítido mesmo quando fala cochichando. ⤷ Broncofonia: aumento da intensidade do som auscultado, porém ainda de forma não nítida, fica extremamente anasalado. → Também de consolidação. ⤷ Egofonia: som aumentado, anasalado e metálico – lembra balido de cabra. → Transição entre a ausculta da voz normal e abolido, pode aparecer egofonia. ⤷ Ruídos adventícios: sons diferentes percebidos juntos com o MV. → Estertores: ruídos finos e descontínuos mais comuns na expiração. ▻ Finos (crepitação), lembra um velcro – comuns em processos infeciosos, indica abertura de vias aéreas de menor calibre, ocorrendo na inspiração. - Pneumonia - Fibrose pulmonar e outras DPIs. - Edema pulmonar inicial ▻ Grossos (bolhosos) – abertura súbita de vias de maior calibre, geralmente com acúmulo de líquido. Geralmente em uma única fase da respiração. - Bronquite crônica - Bronquiectasia - Edema pulmonar grave. → Roncos: são ruídos contínuos (inspiração e expiração), geralmente mobilizáveis (somem quando paciente tosse) ▻ Mostra secreção dentro dos brônquios. ▻ DPOC. → Sibilo: chiado no peito por broncoconstrição. ▻ Asma. ▻ DPOC também pode ter pela hipersecreção. → Atrito pleural: roçar de sapato novo = pleurite ou neoplasia pleural. → Estridor: obstrução de laringe ou traqueia, pode ser ouvido mesmo sem estetoscópio. ▻ Pacientes com dispneia secundária à paralisia de cordas vocais. #Sopro ⤷ Sopro tubário: ouve onde tinha que ter MV, um som como se fosse brônquico, com expiração prolongada = consolidação de pneumonia. ⤷ Sopro cavitário: sopro em regiões de caverna em TB. ⤷ Sopro anfórico: raríssimo, em pneumotórax com hipertensão pulmonar.#Como anotar no prontuário Toráx normal com expansibilidade simétrica, frêmito-toracovocal presente e simétrico em toda projeção pulmonar. Percussão com som claro- pulmonar em toda a projeção do parênquima. Ausculta pulmonar com MV presente e simétrico. Ausculta da voz sem alteração. Ausência de ruídos adventícios. Palpação Percussão Atelectasia ↓FTV Maciço Derrame pleural ↓FTV Maciço Pneumotórax ↓FVT Timpânico Pneumonia ↑FVT Maciço #Diferenciar atelectasia e derrame pleural: derrame pleura tem sinal de Signorelli positivo.