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Anne Karen Reis CIRURGIA DIGESTIVA Abdome Agudo Perfurativo ETIOLOGIA E FISIOPATOGENIA O abdome agudo perfurativo é a 3ª síndrome abdominal aguda mais frequente, vindo após o inflamatório e o obstrutivo. Pode ocorrer por processos inflamatórios (úlceras pépticas, doenças inflamatórias intestinais), neoplásicos e infecciosos do aparelho digestivo (infecções por Salmonella tiphy, citomegalovírus, tuberculose intestinal, etc.). Pode ainda ser decorrente da ingestão de corpos estranhos e iatrogenias (procedimentos invasivos e terapêuticos). QUADRO CLÍNICO • Dor súbita, intensa e difusa; • Intervalo curto de início da dor; • Sinais de sepse; • Sinais precoces de peritonite; • Náuseas, vômitos e anorexia. DIAGNÓSTICO • Clínico → Anamnese e exame físico • Imagem → Radiografia e Tomografia Computadorizada • Endoscopia • Exames laboratoriais → leucocitose com desvio à esquerda ETIOLOGIA Esôfago • Iatrogenias • Síndrome de Boerhaave • Corpo estranho • Neoplasia Estômago e Duodeno • Úlcera crônica • Úlcera aguda • Neoplasia • Corpo estranho Intestino Delgado • Doença Inflamatória • Tuberculose • Crohn • Febre tifóide • Enterite inespecífica • Divertículo de Meckel • Isquemia e necrose • Corpo estranho Colo • Divertículo • Neoplasia • Doença inflamatória • Megacolo tóxico • Isquemia e necrose • Corpo estranho • Síndrome de Ogilvie ÚLCERA PÉPTICA É uma das principais causas de abdome agudo perfurativo, sendo responsável por 5-10% das cirurgias abdominais de urgência. Úlcera → lesão profunda que atinge mucosa e submucosa. Causada por um desequilíbrio entre o sistema protetor da mucosa e fatores agressivos. Localizações possíveis → Esôfago (por refluxo), estômago e duodeno (aumento da acidez). Pode ser causada por uso indiscriminado de medicamentos (como anti-inflamatórios não esteroides) e também por infecção bacteriana por H. pylori, o principal agente etiológico). Tabaco, álcool, dieta rica em alimentos apimentados, refrigerantes, café e até mesmo estresse são fatores de rico para seu surgimento. COMPLICAÇÕES • Perfuração • Sangramento • Estenose Anne Karen Reis CIRURGIA DIGESTIVA DIAGNÓSTICO • História clínica • Exames complementares - Endoscopia - Biópsia/histopatológico → para definir se é apenas úlcera péptica ou neoplásica TRATAMENTO • Farmacológico; O principal objetivo é a diminuição da secreção de acidez gástrica, através do uso de fármacos como ARH2 ou de IBPs. • Fármacos citoprotetores → Quelato de Bismuto, Sucralfato ou Misoprosto; • Erradicação da H. pylori; • Cirúrgico → quando temos complicações da DUP. NEOPLASIA GÁSTRICA EPIDEMIOLOGIA Grande número de casos na América Latina e incidência altíssima no Oriente (Japão). 70% das vezes ocorre em idade acima de 50 anos. Desvio nas últimas décadas de CA gástrico distal para proximal. (↑ incidência na cárdia: história de tabagismo, alcoolismo e obesidade). PATOLOGIA Tipo histológico → 95% são adenocarcinomas, 3% são linfomas e 2% são carcinoides. Localização → 35% no antro gástrico, 15-30% no corpo gástrico e 30-40% no cárdia (aumento da incidência nessa última localização). Classificação Histológica de Lauren Tipo intestinal → mais frequente no idoso, está associado com metaplasia e gastrite crônica. Tipo difuso → mais comum em jovens sem histórico de gastrites, tende a difundir-se por via linfática. Associada a células em anel de sinete. QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO Atentar para os sinais de malignidade! • Plenitude pós-prandial (saciedade precoce); • Perda de peso inexplicada (70-80%); • Anemia de causa inexplicada (40-50%); • Massa palpável (30-50%); • Náuseas e vômitos (20-40%); • Disfagia (20%); • Astenia; • Anorexia; • Sangue nas fezes; TRATAMENTO • Cirúrgico • A radioquimiterapia é utilizada como terapia adjuvante em alguns casos. CÂNCER COLORRETAL Compreende uma gama de tumores malignos que afetam o intestino grosso e o reto, em casos graves podem causar perfuração. Epidemiologia → 4ª causa de morte em homens e a 3ª em mulheres. SINAIS E SINTOMAS • Fadiga; • Cólicas abdominais; • Tenesmo; • Constipação alternada com diarreia; • Evacuação dolorosa; • Sangue nas fezes. - Hematoquezia = sangue vermelho vivo - Melena = fezes enegrecidas e mal cheirosas FATORES DE RISCO • Dieta rica em açúcares e gorduras e pobre em fibras; • Obesidade; • Tabagismo; • Consumo excessivo de álcool; • Sedentarismo; • História familiar (1º grau). Anne Karen Reis CIRURGIA DIGESTIVA DIAGNÓSTICO • Exames de imagem; • Colonoscopia com biópsia → mandar para o histopatológico. TRATAMENTO • Cirurgia • Radioterapia e quimioterapia PERFURAÇÃO POR CORPO ESTRANHO 70-90% são eliminados Obstáculos mais comuns → junção faringo- esofágica, constrição do brônquio, constrição da aorta, válvula ileocecal. Após a perfuração, o corpo estranho pode: • Permanecer no local da perfuração; • Ir para a cavidade peritoneal; • Continuar o seu curso pelo tubo digestivo. QUADRO CLÍNICO • Depende da víscera perfurada; • Depende do tamanho da perfuração; • Depende do tempo da perfuração. SINTOMAS • A dor é o sintoma mais comum; • Náuseas; • Vômitos. EXAME FÍSICO • O paciente prefere a imobilidade; • Sinais precoces de irritação peritoneal → abdome em tábua (defesa abdominal involuntária, intensa e difusa); • Sinal de Jobert → hipertimpanismo na loja hepática; • Apresenta sinais de sepse; • Pode apresentar crepitação ao toque retal. EXAMES DE IMAGEM • Radiografia simples → Pneumoperitônio • Endoscopia alta e baixa EXAMES COMPLEMENTARES • Leucocitose com desvio à esquerda. TRATAMENTO • Endoscópico/ Cirúrgico PERFURAÇÃO IATROGÊNICA A iatrogenia é definida como um estado de doença, efeitos adversos ou complicações causadas por resultantes do tratamento médico. Perfurações iatrogênicas podem ser por ulceração medicamentosa ou procedimentos invasivos. Perfuração iatrogênica do reto e do cólon sigmóide é um evento raro. Pode ser causada por colonoscopia, enema opaco e inserção de corpo estranho. Presente em 6% dos casos de abdome agudo perfurativo. DIAGNÓSTICO • Exames de imagem TRATAMENTO • Cirúrgico
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