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1 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 OBJETIVOS 1. Descrever as alterações da proliferação e da diferenciação celular 2. Caracterizar o ciclo celular e seus mecanismos de controle 3. Relacionar o modo de ação dos principais genes supressores de tumor e oncogenes ao processo da carcinogênese 4. Explicar os processos de angiogênese e de disseminação metastática 5. Descrever os conceitos de hiper/hipotrofia, hiper/hipoplasia, metaplasia, displasia e neoplasia REFERÊNCIAS • BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Bogliolo – Patologia. 9ª ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. • KUMAR, V.; ABBAS, A.K.; ASTER, J.C. Robbins- Patologia Básica. 9ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. CICLO CELULAR O ciclo celular compreende os processos que ocorrem desde a formação de uma célula até sua divisão em duas células-filhas, iguais entre si. O ciclo celular é essencial para a formação e manutenção da vida. Por meio dele, o corpo humano, inicia sua existência a partir de uma única célula (zigoto) a qual passa por duplicações celulares sucessivas ao longo do período embrionário e do desenvolvimento do organismo. Assim, pode-se afirmar que o processo de crescimento de um tecido, de um órgão ou de todo um organismo pluricelular se dá basicamente pela multiplicação do número de suas células. Além disso, esse processo de multiplicação celular é também responsável pela reposição de células mortas e pela regeneração de partes danificadas de tecidos ou órgãos. Do ponto de vista replicativo, as células podem ser lábeis, estáveis e perenes. Lábeis: são células de reposição fisiológica de grande poder mitótico, como as células hematopoiéticas Estáveis: sofrem proliferação quando estimuladas apenas, como as células parenquimatosas dos órgãos glandulares. Perenes: não se dividem após o nascimento, perdendo a capacidade replicativa, como os neurônios Após a fase M, as células ficam no estado G0, e nele permanecem por período variado. As células perenes não possuem esse compartimento G0, e ficam no compartimento não-replicativo. Esse ciclo celular, geralmente se completa em 24 horas nas células humanas. Apresenta duas fases gerais: (1) mitose, quando as células dividem o material nuclear (cariocinese) e fazem a citocinese (2) interfase, período entre duas divisões celulares. INTERFASE Nessa fase ocorre o crescimento celular e a replicação do DNA. Esta parte é subdividida em três fases: G1, S e G2. Fase S (síntese): é responsável pela duplicação do material genético. Fase G1: antecede a fase S, logo, antecede a duplicação do DNA. Nessa fase a célula é metabolicamente ativa e continua crescendo, mas não duplica seu DNA (processo realizado na fase S). Proliferação e Diferenciação Celular Problema 01: 2 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 Fase G2: intervalo entre a síntese de DNA e a divisão celular o crescimento celular continua e as proteínas são sintetizadas em preparação para a mitose. Fase G0: célula em estado de repouso e não realiza a divisão. MITOSE A mitose (divisão nuclear) corresponde à separação dos cromossomos e normalmente finalizando com a divisão celular (citocinese). Esse processo gasta, em média, apenas 1h. É dividido em 5 fases: 1. Prófase: cromossomos duplicados, formação do fuso mitótico, desaparecimento dos nucléolos. 2. Prometáfase: fragmentação da membrana nuclear. 3. Metáfase: cromossomos dispostos no plano equatorial devido aos microtúbulos, e estão no maior grau de condensação. 4. Anáfase: separação das cromátides-irmãs e migração para os pólos da célula devido ao encurtamento dos microtúbulos. 5. Telófase: reaparecimento do nucléolo e descondensação do cromossomo. Por fim há a Citocinese, que é a divisão do citoplasma. REGULAÇÃO DO CICLO CELULAR Consiste em uma rede complexa de proteínas reguladoras, que garante que os eventos do ciclo celular ocorram em uma sequência determinada e que cada processo tenha sido completado antes que o próximo inicie. Na maioria das células eucarióticas, o sistema de controle do ciclo celular controla a sua progressão em três principais pontos de verificação: Início (ou ponto de restrição): ocorre no final de G1 e permite que a célula confirme que o meio é favorável para proliferação celular antes de passar para a fase S. É regulada principalmente por fatores de crescimentos extracelulares que sinalizam a proliferação celular e pela disponibilidade suficiente de nutrientes. Uma vez que tenham passado do ponto de restrição, as células estão comprometidas a entrar na fase S e prosseguir o resto do ciclo celular. Por outro lado, se os fatores de crescimento apropriados não estão disponíveis em G1, o ciclo celular é interrompido. Estas células bloqueadas entram em um estágio quiescente chamado de G0, no qual permanecem por longos períodos sem proliferação – dias, semanas ou até mesmo por todo o tempo de vida do organismo. As células em G0 são metabolicamente ativas, embora parem de crescer e reduzam seus níveis de síntese de proteína. O Início também identifica se há danos do DNA que necessitem de reparo, evitando que esse DNA danificado seja replicado na fase S. Além disso, devemos notar que o ponto de verificação em G1 funciona como um importante mecanismo para a regulação da quantidade de células no corpo – se mais células são necessárias, sinais extracelulares estimulam o ponto G1 a prosseguir com o ciclo celular e quando não são necessárias mais células, a divisão é bloqueada. Ex: Fibroblastos da pele ficam bloqueados em G0 até que sejam estimulados a se dividirem para reparar danos resultantes de um ferimento (estimulados por fatores de crescimento derivados de plaquetas, liberados durante a coagulação). 3 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 Segundo ponto de verificação (transição de G2 para a fase M): Esse ponto assegura que as células não entrem em mitose até que um DNA danificado possa ser reparado e a replicação de DNA esteja completa. Terceiro ponto de transição reguladora: ocorre durante a mitose e assegura que os cromossomos replicados estejam ligados apropriadamente a uma maquinaria citoesquelética (fuso mitótico), antes que o fuso separe os cromossomos e os distribua para as duas células-filhas PROTEÍNAS – CINASE DEPENDENTES DE CICLINAS (CDKS) Apesar de estarem presentes nas células em proliferação durante todo o ciclo celular, essas proteínas são ativadas apenas em determinados momentos no ciclo, depois do qual elas são rapidamente desativadas de novo. O controle do ciclo celular é feito por duas classes de proteínas: cdk (cinases dependentes de ciclina) e ciclinas, que se ligam às cdk e controlam a taxa de fosforilação de proteínas responsáveis pela replicação do DNA, formação do fuso mitótico, etc As ciclinas podem ser G1 (D e E, que são produzidas na fase G1 e degradadas na fase S – síntese e duplicação do DNA), e M (A e B, que se ligam às cdk em G2 e são essenciais para iniciar a fase M de mitose). Existem quatro classes de ciclinas, cada uma definida pelo estágio do ciclo celular no qual se ligam às Cdks e em que atuam: • G1/S-ciclinas: Ativam as Cdks no final de G1, formando o complexo G1/S-Cdk, e com isso, ajudam a desencadear a progressão ao Início, monitorando a entrada no ciclo celular. Seus níveis diminuem na fase S. • S-ciclinas: Se ligam a Cdks logo após a progressão ao Início e ajudam a estimular a duplicação dos cromossomos, formando o complexo S-Cdk. Seus níveis permanecem elevados até a mitose, e elas contribuem ao controle de alguns eventos mitóticos iniciais. • M-ciclinas: Ativam as Cdks que estimulama entrada na mitose na transição G2/M, por meio do complexo M-Cdk. Os níveis de M-ciclinas diminuem na metade da mitose. • G1-ciclinas: na maioria das células, elas ajudam a regulam as atividades das G1/S-ciclinas. As ciclinas são degradadas pela ação de duas ligases de ubiquitina diferentes, o complexo promotor da anáfase, ou ciclossomo (APC/C) e a SCF. A SCF controla a transição entre as fases G1 e S pela degradação das ciclinas G1/S e proteínas que inibem as Cdks. Já o APC/C degrada as ciclinas de fase S e mitóticas, promovendo o término da mitose. Também controla o estabelecimento da separação dos cromossomos na transição entre a metáfase e anáfase (etapas da mitose) pela degradação da proteína que inibe a anáfase. O último nível de controle de importância essencial na regulação das Cdks é uma família de proteínas denominada inibidores de Cdk ou CKIs, que se ligam diretamente ao complexo ciclina- Cdk e inibem sua atividade. Todos os eucariotos têm CKIs envolvidos na regulação da fase S e na mitose, evitando a ativação prematura das Cdks envolvidas nessas etapas. Certas proteínas inibidoras de Cdk, por exemplo, ajudam a manter as cinases em um estado inativo durante a fase G1 do ciclo, atrasando, assim, a progressão para a fase S. A parada nesse ponto de verificação dá à célula mais tempo para crescer, ou permite que ela espere até que as condições extracelulares sejam favoráveis para a divisão. 4 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 FATORES DE CRESCIMENTO Outros fatores que interferem no crescimento (positiva e negativamente) podem ser produtos da própria célula, de células vizinhas ou distantes, e de componentes do microambiente extracelular. Dentre os Fatores de Crescimento (FC) polipeptídicos, pode haver FC de competência (promovem capacitação de células em G0 ou G1 a responder a um outro FC), e FC de progressão (induzem síntese de DNA e multiplicação celular) Fator de Crescimento Derivado de Plaquetas (PDGF): É produzido por plaquetas, macrófagos, endotélio, células musculares e tumorais, estimulando células musculares lisas, fibroblastos e células gliais (todas células mesenquimais). Tem função quimiotáxica para monócitos e fibroblastos, estimulando cicatrização de feridas. É um FC de competência. Fator de Crescimento Epidérmico (EGF): É um fator mitogênico para células epiteliais e mesenquimais. Se liga a um receptor específico de membrana que após a ligação se internaliza a fim de evitar estimulação continuada. Fator de Crescimento de Fibroblastos (FGF): O FGF ácido age somente no SN. O FGF básico é produzido por vários órgãos e macrófagos ativados, estimulando células endoteliais, fibroblastos e, por consequência, angiogênese. Fatores de Crescimento Transformantes (TGF): Podem ser alfa ou beta. O alfa é produzido por diferentes células embrionárias. O beta é sintetizado por células como plaquetas, LT, endotélio e macrófagos, podendo estimular ou inibir o crescimento celular (em células epiteliais, inibe). Estimula produção de colágeno e é quimiotáxico e mitogênico para fibroblastos, favorecendo fibrogênese e cicatrização, além de fibrose em inflamações crônicas. Fatores de Crescimento de Colônias (CSF): Regulam o crescimento e diferenciação de células hematopoiéticas. É homólogo à IL-3. Pode ser CSF-M (macrófagos), CSF-G (granulócitos) e CSF-GM (ambos). Interleucina 2 (IL-2): Por estimulação antigênica, LT auxiliares produzem IL-2, que por sua vez atua estimulando linfopoiese. Fatores de Crescimento Semelhantes à Insulina (IGF-I e IGF-II): São as somatomedinas C (fator de crescimento produzido em resposta ao GH) e A. DIFERENCIAÇÃO CELULAR HIPOTROFIA X HIPERTROFIA Hipertrofia: É um aumento do tamanho das células que resulta em aumento do tamanho do órgão. Aumento da demanda funcional ou aumento de estímulo = síntese proteica ou síntese de componentes estruturais Fisiológica Ex: útero gravídico = durante a gravidez, o aumento fisiológico maciço do útero ocorre como consequência da hipertrofia e hiperplasia do músculo liso estimulado pelo estrogênio Patológica Ex: aumento cardíaco que ocorre devido hipertensão ou doença de valva aórtica Hipotrofia É a diminuição do tamanho da célula, pela perda de substância celular Fisiológica Glândulas mamarias se atrofiam após o período de amamentação Patológica 5 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 Pessoa acidentada ➨ tetraplégica ➨ atrofia dos membros ➨ não exerce mais as necessidades metabólicas TIPOS DE HIPOTROFIA → Diminuição de carga (atrofia por desuso) → Perda de inervação (atrofia por desenervação) → Diminuição do suprimento sanguíneo = aterosclerose → Nutrição inadequada → Perda de estimulo endócrino → Pressão (pressão prolongada) = Ex: paciente acamado HIPOPLASIA X HIPERPLASIA Hipoplasia: É a diminuição do número de células de um tecido, de um órgão ou parte do corpo. Há uma preservação do padrão arquitetural básico. Fisiológica Involução do timo e das gônadas no climatério Patológica Medula óssea em infecções, levando a anemias aplásicas, ou na AIDS. As patológicas são reversíveis, salvo decorrentes de anomalias congênitas. Muitas vezes, anda junta com a hipotrofia. Hiperplasia: É o aumento do número de células devido à proliferação de células diferenciadas e substituição por células-tronco do tecido. Fisiológica (1) hiperplasia hormonal: proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e durante a gravidez (2) hiperplasia compensatória: crescimento do tecido residual após a remoção ou perda da porção de um órgão. Ex: capacidade de restauração do fígado após ser parcialmente removido Patológica (1) hiperplasia hormonal: Mulher na menopausa = estimulo hormonal anormal = afeta endométrio = proliferação anormal do tecido = DNA fica vulnerável a mutações = células começam a sofrer mutações (2) hiperplasia viral: papilomaviroses causam verrugas na pele e lesões mucosas compostas de massas de epitélio hiperplásico. METAPLASIA X DISPLASIA Metaplasia: É uma alteração reversível na qual um tipo celular adulto (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular adulto Colunar para escamosa: é a mais comum e embora o epitélio escamoso metaplásico possua vantagens de sobrevivência, importantes mecanismos de proteção são perdidos, como a secreção de muco e a remoção pelos cílios de materiais particulados. -Consequências danosas = se esse estimulo persistir pode provocar mutações malignas -Geralmente, é uma alteração não desejada -Reprogramação celular! Metaplasia Colunar: no refluxo gástrico crônico, o epitélio pavimentoso estratificado normal da porção inferior do esôfago pode sofrer transformação metaplásica para epitélio colunar do tipo gástrico ou intestinal = esôfago de barret 6 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 Displasia: É uma condição adquirida caracterizada por alterações do crescimento e diferenciação celular. Os exemplos mais conhecidos são as displasias epiteliais, em que pode haver atipias arquiteturais. Podem preceder tumores, como nas displasias de mucosas (colo uterino, gástrico e brônquico). Além de atipias importantes, as células displásicas podem apresentar alterações significativas no conteúdo de DNA, como uma polipoidia ou aneupleidia (visto em displasia de mucosa do colo uterino). O termo pode ser usado em processos patológicos cuja posição patogenética é variada e pouco conhecida, como em defeitos malformativos (displasia renal). NEOPLASIA: BENIGNA X MALIGNA Neoplasia: proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma, em geral com perda ou reduçãode diferenciação, em consequência de alterações em genes e proteínas que regulam a multiplicação e a diferenciação das células Neoplasia Benigna: As atipias celulares e arquiteturais são discretas. Há baixo índice mitótico, o que leva o tumor a ter crescimento lento. Apesar de não representarem grande problema ao paciente no geral, o seu volume pode obstruir órgãos ou estruturas ocas, comprimir órgãos, induzir a produção de substâncias em maior quantidade, etc Os tumores benignos formam uma massa geralmente esférica, não invadindo os tecidos vizinhos. O crescimento é expansivo e provoca compressão das estruturas adjacentes, que podem sofrer hipotrofia. Seu crescimento lento permite o desenvolvimento adequado de vasos sanguíneos, garantindo boa nutrição das células e minimizando hemorragias e degenerações/necroses. O tumor benigno não compromete a nutrição do hospedeiro e nem produz substâncias que podem levar à anemia ou caquexia. Alguns tumores histologicamente benignos podem ser fatais: -Adenomas secretores de substâncias importantes para a homeostase (como insulina) = condição hipoglicemiante. -Tumores benignos encefálicos que não têm acesso cirúrgico fácil = crescem e obstrui a passagem do líquor, comprimindo e deslocando estruturas vitais. Neoplasia Maligna: São neoplasias formadoras de câncer. Suas células têm alto índice mitótico, com crescimento tão rápido que não é acompanhado pela formação de vasos sanguíneos, causando degenerações, necroses, hemorragias e ulcerações. São células mais volumosas que as normais, sobretudo pelo aumento da relação núcleo/citoplasma. Além disso, sua cromatina é irregular e mais compacta, podendo haver células bi ou multinucleadas. As mitoses podem ser atípicas, como tri ou multipolares. Anomalias cromossômicas são comuns, podendo haver até tetraploidia. Há uma hipercelularidade, e o citoplasma pode variar, gerando pleomorfismo celular. As células apresentam atipias celulares, por perda da diferenciação celular (pode-se confundir inclusive células epiteliais com conjuntivas). Essas células também não são tão aderentes entre si como na da neoplasia benigna, facilitando o deslocamento da colônia cancerígena, justificando a penetração de vasos sanguíneos e linfáticos e a metástase. Os cirurgiões normalmente retiram tecidos normais como margem de segurança, mesmo assim o câncer tem tendência à recidiva local. PROLIFERAÇÃO CELULAR ONCOGENES E GENES SUPRESSORES DE TUMOR Oncogenes: São genes que, quando expressos em células do hospedeiro, causam aparecimento de câncer. Os Proto-oncogenes são formas normais ainda não mutadas que atuam positivamente na regulação da divisão celular, estando relacionada ao crescimento celular. Genes supressores de tumor: bloqueia a progressão do ciclo celular. Eles previnem a 7 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 formação de tumores cancerosos quando estão funcionando corretamente, e tumores podem se formar quando eles sofrem mutações de modo que não funcionem mais. • Gene p53: controla a transição de G1 para S. Caso o DNA de uma célula seja danificado, uma proteína sensora ativa a p53 que interrompe o ciclo, se for passível de conserto a p53 ativa enzimas de reparação do DNA, senão a p53 desencadeia a apoptose. Geralmente, em células cancerosas a p53 está ausente ou inativa, assim não consegue realizar seu trabalho e uma célula com DNA danificado pode proceder com a divisão celular. METÁSTASE E ANGIOGÊNESE Angiogênese: é o surgimento de novos vasos a partir de brotamentos de vasos adjacentes para manutenção da sobrevivência das células cancerígenas. Quanto maior a angiogênese, pior o prognóstico, uma vez que há mais nutrição e possibilidade de metástase Isso se deve ao fato de que os vasos sanguíneos gerados pelo tumor na angiogênese tumoral acabam se tornando vias pelas quais as células podem se espalhar pelo corpo (via hematogênica da metástase). As células cancerígenas trafegam pelo sangue associadas a plaquetas, resistindo à resposta imune. Por fim, fixam a outro local, produzindo um crescimento secundário (metástases). OBS.: existem fármacos que impedem o processo da angiogênese. A angiogênese é regulada negativamente (fatores antiangiogênicos) por trombospondina (estimulada por p53) e angiostatina. Assim, a perda de p53 nos tumores diminui trombospondina, levando à angiogênese Metástases: é a implantação de um foco tumoral à distância do tumor maligno original decorrente da disseminação do câncer para outros órgãos. O processo de metástase pode ser dividido em 5 etapas: 1. Invasão e infiltração de tecidos subjacentes por células tumorais pela permeação de pequenos vasos linfáticos e sanguíneos. 2. Liberação na circulação sanguínea e/ou linfática, de células neoplásicas, tanto isoladas como na forma de pequenos êmbolos. 3. Sobrevivência dessas células na circulação linfática e/ou sanguínea. 4. Retenção nos leitos capilares de órgãos distantes. 5. Extravasamento dos vasos linfáticos ou sanguíneos, seguido do crescimento das células tumorais disseminadas. VIAS DE DISSEMINAÇÃO Linfática: É a principal via. O linfonodo mais próximo do tumor primário é o primeiro sítio de metástases, com exceções de metástases supra claviculares de câncer gástrico. Os linfonodos atingidos encontram-se aumentados de volume, sendo identificáveis via palpação ou exame de imagem. Sangúinea: Se dá pela circulação na corrente venosa devido inexistência de túnica média. As metástases iniciais se formam no primeiro órgão que as células encontram à sua frente, ex: tumores de órgãos tributários do sistema porta. No entanto, alguns tumores são seletivos, ultrapassando órgãos proximais e colonizando células distais. O número de células que penetram em um vaso sanguíneo é muito maior que o número daquelas que originam metástases, uma vez que a grande maioria morre por ação do sistema imune inato. Algumas células metastáticas podem se agrupar na presença de plaquetas e fibrinas, dificultando a morte. Além disso, capacidade de deformação para atravessar microcirculação aumenta efetividade de metástases.
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