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• Progressividade: crescimento tecidual excessivo e incoordenado de intensidade progressiva • Independência: ausência da resposta aos mecanismos de controle – autonomia • Irreversibilidade: ausência de dependência da continuidade do estímulo Neoplasia: massa anormal de tecido cujo crescimento excede e não está coordenado ao crescimento dos tecidos normais e que persiste mesmo cessada a causa que o provocou. A essência da transformação neoplásia é um transtorno do crescimento e da diferenciação celular, consequente a uma alteração intrínseca e hereditária da célula afetada • Benigna (pode causar repercurssões maiores dependendo da sua localização) – é circunscrita, não invade e cresce devagar no local em que houve a mutação • Maligna (único que consegue fazer metástase) – cresce de uma forma mais rápida, invadindo e destruindo os tecidos. Cresce para a superfície podendo provocar ulcerações, cresce para todos os lados, pode chegar a vasos sanguíneos podendo se dispersar para outros locais (metástase) Todas as neoplasias (benigno ou maligno) apresentam dois componentes básicos: • Parênquima: células neoplásicas em proliferação, determinam o comportamento e as consequências • Estroma: tecido de sustentação formado por tecido conjuntivo e vasos sanguíneos, o qual define o crescimento e a evolução do tumor – serve de sustentação e nutrição do tumor Tumor: uma área do organismo está com seu volume aumentado Neoplasia: crescimento celular anormal Câncer: neoplasias malignas apenas! 1 2 1 – carcinoma basocelular: apresenta infiltração, células morfologicamente alteradas, mas que clinicamente não tem repercussão no organismo. Tem células alteradas e infiltração local 2 – carcinoma espinocelular: apresenta células que se assemelham a camada epidermoide, as células neoplásicas infiltram e destroem, cresceu para a superficie causando uma ulceração. Essa neoplasia frequentemente da metástase para pulmão Taxa de divisão célular: baixa Crescimento lento Necrose e hemorragia: rara Comumente capsulado Não invadem tecidos vizinhos Limites nítidos Crescimento expansivo Remoção completa: possível Taxa de divisão célular: alta Crescimento rápido Necrose e hemorragia: comum Geralmente não capsulado Invadem tecidos vizinhos Limites imprecisos Crescimento infiltrativo Remoção completa: dificil Recidiva comum • Consistência: depende do(a) Tecido envolvido Relação estroma/parênquima Vascularização Degenerações e necrose • Cor • Limites • Diferenciação: Grau de semelhança das células neoplásicas em relação às células normais Neoplasias benignas sempre bem diferenciadas! Neoplasias malignas podem ser indiferenciadas! – chamada de anaplasia Anaplasia: ausência de diferenciação das células neoplásicas que resulta na perda completa das características morfológicas específicas da célula Características do tecido anaplásico: • Pleomorfismo celular e nuclear • Núcleo grande hipercorado • Membrana celular e nuclear irregulares • Cromatina: distribuição irregular • Reprodução atípica – mitoses patológicas • Células gigantes A importância de saber se é bem diferenciado ou não ocorre para que possa se fazer a graduação da neoplasia. É um critério histológico Grau 1: bem diferenciado Grau 2: moderadamente diferenciado Grau 3: pouco diferenciado Grau 4: indiferenciado ou anaplásico A graduação não leva em conta a duração da neoplasia e o número de metástase Crescimento: lento e expansivo Mitoses: raras e normais Diferenciação: bem diferenciado Atipias: raras Necrose: ausente Cápsula: presente Limites da lesão: precisos Recidiva: ausente Metástases: ausente Crescimento: rápido e infiltrativo Mitoses: frequentes e anormais Diferenciação: variado Atipias: frequentes Necrose: presente Cápsula: ausente Limites da lesão: imprecisos Recidiva: presente Metástases: presente Bases da nomenclatura: • Tecido ou célula de origem: epitelial, mesenquimal e situações especiais • Características morfológicas: benigno, maligno • Epitelial • Glandular • Tecidos mesenquimais (células sanguíneas, musculatura, fibroblastos) • Origem mesenquimal: tecido de origem + OMA (ex: lipoma) • Origem epitelial: características do tecido + OMA (ex: adenoma) NEOPLASIAS MESENQUIMAIS NEOPLASIAS EPITELIAIS • Origem mesenquimal: tecido de origem + SARCOMA (ex: liposarcoma) • Origem epitelial: características do tecido + CARCINOMA (ex: adenocarcinoma) NEOPLASIAS MESENQUIMAIS NEOPLASIAS EPITELIAIS Linfoma – linfócitos Melanoma – melanócitos Seminoma – células germinativas dos túbulos seminíferos Blastoma – origem nas células primitivas (neuroblastoma, retinoblastoma, hepatoblastoma) Glioma – células da glia (astrocitoma, oligodendroglioma, etc) • Originado em células totipotentes, geralmente gonadais, com diferenciação para tecidos de mais de uma cada germinativa. Em pessoas jovens podem aparecer em regiões sacrais ou mediastinas • Pode ser benigno (maduro) ou maligno (imaturo – em áreas sólidas) • Diferenciação divergente de uma única linhagem celular em outros tecidos Exemplos: adenoma pleomórfico (neoplasia benigna da glândula salivar), tumor mulleriano misto (neoplasia maligna do estroma endometrial) Evolução do carcinoma próprio do tecido uterino O câncer pode ser hereditário ou não e nem todo tumor é câncer • Tumor é uma lesão que pode ser sobrelevada, nodular e que não necessariamente é uma neoplasia • Câncer é uma neoplasia maligna • Neoplasia: crescimento celular não coordenado ao crescimento dos tecidos normais e que persiste mesmo cessada a causa que o provocou • Doença celular e temporal (Virchow – século XIX) • Temporalidade significa que a causa da neoplasia necessariamente precede o seu efeito • Quando ocorre maturidade de um órgão, o número de células se mantém constante • A neoplasia tem uma fase chamada de pré-clínica que pode ocorrer em um período de latência da doença, caracterizado por eventos moleculares e morfológicos. Já a fase clínica é considerada uma fase tardia, é quando começam os sinais e os sintomas. O tempo de evolução pode ser até de 8 a 20 anos • Diferenciação: a essência da transformação neoplásica é um transtorno do crescimento e da diferenciação celular, consequente a uma alteração intrínseca e hereditária da célula afetada (mutação) • As agreções ambientais podem levar a formação dos tumores • As neoplasias sofrem sucessivas mutações não-letais em genes específicos ao longo de várias gerações • Não há causa única, vários são os mecanismos de ação dos cancerígenos resultado de agressões ambientais em indivíduos geneticamente suscetíveis • O alvo de todos os cancerígenos é o DNA • Diferenciação é a capacidade da célula ser igual a sua célula de origem • A célula diferenciada é uma célula que sofreu mutação e por isso é diferente da sua célula-mãe • A mutação faz com que a célula diferenciada se apresente com morfologia e função diferente da célula-mãe Alterações genéticas: • Mutações pontuais (translocações/deleção)com alterações do produto (proteínas) • Grandes alterações cariotípicas (perda ou ganho de muitos cromossomos inteiros ou braços) Sequências de eventos: → Autossuficiência em sinais de crescimento → Insensibilidade a sinais inibidores de crescimento → Metabolismo celular alterado → Evasão de apoptose → Infinito potencial de replicabilidade → Angiogênese sustentada → Capacidade de evasão da resposta imune → Migração celular/metástase A proliferação celular resulta da ação coordenada de numerosos agentes → Podem ser estimuladores ou inibidores da divisão celular Ligação de fator de crescimento ao seu receptor → ativação do receptor → ativação de proteínas trandutoras → transmissão de sinais ao núcleo → indução/ativação de FR nucleares → transcrição do DNA ciclo celular • Ativação da oncogênese – derivam dos protooncogenes que são genes normais promotores do crescimento e diferenciação. São as versões mutantes de protooncogenes que funcionam de maneira autônoma sem sinais promotores de crescimento, causando a formação de neoplasias malignas, através das oncoproteínas (que promovem a proliferação descontrolada das células) • As células neoplásicas e estromais tem a capacidade de sintetizar fatores de crescimento que se ligam a receptores de fatores de crescimento. Passam a fazer a transudção de proteínas devido à fatores de transcrição nuclear, permitindo que as células quiescentes entrem no ciclo celular → HER2 – fatores de crescimento que estimulam a proliferação celular, fazendo com que células quiescentes entrem no ciclo celular → RAS – proteínas tirosina quinase que sintetizam ciclinas, relacionadas ao ciclo celular → MYC – fatores de transcrição que interferem nos fatores de transcrição, induzindo a fase G1 e S • Genes que controlam “freios” da divisão celular, ou seja, proteínas que inibem a proliferação das células • Dessa forma, a interrupção do ciclo celular pode ser considerada a resposta primordial ao dano do DNA Genes supressores de tumor: • Genes que produzem proteínas como estimulo negativo para proliferação celular • Inibem o crescimento celular • A mutação leva a divisão celular sem controle • Existem dois grupos: os governantes e os guardiões → Governantes: como o RB, que controla a transcrição de G1 para S. A perda do controle do ciclo é fundamental para a transformação maligna → Guardiões: como o P53, que identifica o dano genômico promovendo cessação da proliferação (para reparo do DNA) ou indução a apoptose. É um gene que possui vida-média curta, presente no cromossomo 17 no braço p13,1 • BRCA-1/BRCA-2: relaciona-se com o câncer de mama e ovário, envolvido na regulação da transcrição, predispõe a erro na replicação do DNA (é hereditário) • A regulação do metabolismo celular é fundamental para que um organismo possa responder de modo rápido e eficiente a variações das condições ambientais, alimentares, condições adversas como traumas e doenças • Efeito Warburg ou glicólise aeróbica: é o fenômeno em que células tumorais convertem a glicose a ácido lático mesmo na presença de oxigênio, diferentemente das células normais do organismo que realizam o ciclo de Krebs e a fosforilação oxidativa. O ATP gerado pela glicólise e pela fosforilação oxidativa alimentam compartimentos intracelular diferentes, a glicólise aeróbica é o motor de mitose, porque fornece energia para o núcleo (PET-scan é baseado exatamente nesse princípio, injeta-se uma glicose radioativa) • A morte celular programada pode ser iniciada por vias extrínsecas ou intrínsecas que resultam em ativação de uma cascata proteolítica de caspases que destroem as células • Via intrínseca: lesão do DNA por radiação, toxinas ou radicais livres • Via extrínseca: receptores de fatores de necrose tumoral capazes de ativar a cascata das caspases → 1º gene identificado: Bcl-2, localizado no cromossomo 18 no braço q21, regula a ativação de enzimas proteolíticas (caspases), estimulando ou inibindo a morte celular por apoptose • Se uma célula é colocada em um meio de cultura com material energético para ela, ela vai continuar se replicando infinitamente • Célula HeLa – é um tipo de célula imortal derivada a partir de células obtidas de um câncer cervical de Henrietta Lacks. Esta foi a primeira linhagem de células humanas bem sucedidas in vitro. Essas células que proliferam rapidamente de modo anormal tem uma versão ativa de telomerase durante a divisão celular, o que impede o encurtamento de telômeros que implica o envelhecimento e morte celular • Tecidos normais ou não necessitam de nutrientes e oxigênio, além da remoção de produtos residuais • A vascularização é essencial para sua sobrevivência, sendo controlada por fatores angiogênicos e antiangiogênicos → Fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) → Fator de crescimento fibroblástico básico (bFGF) → Ciclo oxigenase 2 (cox-2) Seus anticorpos são utilizados para combate a certas neoplasias • Células neoplásicas eliminadas pelo sistema imune através da vigilância imunológica • Existem algumas células neoplásicas são invisíveis ao sistema imunológico – não permitem a ativação da célula T específica do tumor • A imunoterapia é administrada justamente para permitir que a célula T específica do tumor seja ativada Base molecular do câncer: oncogênese → supressores de tumor → reguladores da apoptose → reparadores do DNA • Aparecem na instabilidade genética por falha no sistema que mantem a fidelidade genômica • Família MMR – reparo de erro de pareamento associado ao câncer intestinal • Família UVDR – reparo de dano de radiação associado ao câncer de pele • Leucócitos e células estromais secretam fatores de crescimento como EGF • Células inflamatórias liberam VEGF • Existem estudos que mostram que inibidores da COX-2 tem demonstrado diminuir a incidência de adenoma • Alterações reversíveis, hereditárias na expressão genética que ocorrem sem mutação – ex: metilação do DNA e modificação das histonas • Conhecidos: genes supressores de tumor e de reparo do DNA podem ser silenciados – p16INK4a (supressor), bloqueia a ação da kinaseciclina dependente (HPV) • Cerca de 65% das neoplasias se dão por causas ambientais • Cerca de 26-42% das neoplasias se dão por fatores genéticos → Fatores de risco: alimentação, tabaco, comportamento sexual e reprodutivo, infecção, exposições ocupacionais, álcool, radiações, etc Processo em múltiplas etapas, tanto a nível fenotípico, quanto genético, resultante de acúmulo de múltiplas mutações • Etapas: iniciação, promoção, progressão e manifestação clínica • É a fase de exposição – ação do agente carcinogênico com o DNA, resultando na mutação • Pode ser em dose única ou fracionada • Tem efeito cumulativo • Agentes: compostos químicos, radiações, vírus → Ex: sol • Se caracteriza pela lesão do DNA = mutação • Inicialmente tem o genoma alterado, porém o fenótipo ainda não mudou • Essa fase é irreversível, rápida e possui memória • Expressão alterada do genoma, ou seja, já tem alteração fenotípica da célula decorrente da mutação • Agentes promotores estimulam a proliferação celular • Causado por fatores exógenos, endógenos, drogas ou idade • Começa a ter a expansão clonal das células iniciadas, já com expressão fenotípica sem alteração diretamente do DNA • É reversível, demorada e dependente de dose limiar • Instabilidade do genoma alterado • Dependente da expressão gênica alterada e de fatores do hospedeiro (imunidade, meio) • A partir daqui nãohá como segurar o crescimento da neoplasias • Aparecimento sequencial de subpopulações de células com distintos atributos fenotípicos – caráter invasivo, velocidade de crescimento, capacidade metastática, responsividade hormonal, susceptibilidade terapêutica • Resulta da expansão clonal de célula progenitora que sofreu lesão genética • É a manifestação do tumor, dos sintomas do paciente • O tempo para a carcinogênese ser completada é indeterminável, podendo durar anos • Teoricamente, a carcinogênese pode ser interrompida se o organismo for capaz de reprimir a proliferação celular e de reparar o dano causado ao genoma • A suspensão da exposição a agentes carcinogênicos é condição sine qua non para a interrupção da carcinogênese → Grupo 1: fumaça de cigarro (pulmão, bexiga, laringe, boca, faringe, esôfago, pâncreas), aflatoxina (fígado), radiação solar (pele), radônio (pulmão) → Grupo 2A: radiação UV (pele), fumaça motor a diesel (pulmão, bexiga), creosoto (pele), óxido de etileno (leucemia), PVC (fígado, leucemia, linfoma, vias biliares) Carcinogênese química: • Pode ser por agentes naturais – aflatoxina B1 • Pode ser por agentes sintéticos – aminas aromáticas utilizadas na indústria • Pode ser por fatores endógenos – hormônios → São seus metabólitos que formam os agentes carcerígenos • Iniciadores – chamados de mutagênicos, não há relação com genes específicos, ocorre uma interação com bases ou sequencias de DNA (aflatoxina, hidrocarbonetos, corantes azo, inseticidas, aminas aromáticas, benzopirenos) • Promotores – induzem a proliferação celular, porém não são tumorigênicos (hormônios estrogênicos, drogas, fenois) Carcinogênese por radiação: • Mutagenicidade dependente do tipo e dose da radiação, da taxa de exposição e capacidade de reparo do DNA • A radiação pode ser não ionizante (UVA/UVB/UVC), relacionados com o câncer de pele não melanoma quando a exposição à radiação é cumulativa e com melanoma quando a exposição é intensa e intermitente → A radiação não ionizante (UVB), induzem a formação de dímeros de pirimidina no DNA, que distorce a hélice de DNA e evita o pareamento adequado. Relacionada com exposição solar excessiva que altera os mecanismo de reparo do DNA • A radiação ionizante é a radiação que possui energia suficiente para ionizar átomos e moléculas (raio-X, raio gama e partículas alfa e beta). Causam ruptura de cromossomo/translocações com consequente dano genético • Neoplasias mais frequentemente associadas à radiação: leucemias mieloides, carcinoma de tireoide, carcinomas de mama, pulmão e glândulas salivares Carcinogênese microbiana: • Vírus oncogênicos de RNA e DNA • Bactéria Helicobacter pylori HTLV-1 É um retrovírus Relacionados com leucemia, linfoma de células T em adultos Transmissão se dá por células T infectadas (sexo, sangue, amamentação) Cerca de 3-5% dos indivíduos entre 40-60 anos podem desenvolver essas doenças após a infecção Estrutura gênica: a sequência Tax é responsável pela replicação do vírus da célula T, pois estimula a transcrição do RNA HPV É um vírus de DNA Cepas de alto risco – 16 e 18 Carcinoma de células escamosas – colo uterino/vulva/vagina, anorretal/penis, laringe/tonsilas Mecanismo de ação: integração do genoma viral ao genoma do hospedeiro Essas atividade oncogênica sabe-se que está relacionada ao gene E6 (degradação do p53) e E7 (ligação com proteína RB, podendo inativar inibidores de CDK1 ou ativar ciclinas E e A) EBV É um vírus de DNA Infecta linfócitos B – linfomas de Burkitt Possui um gene que age como oncogene – estimula a membrana celular a transformar essa célula como se fosse um oncogenese, favorecendo a proliferação das células HBV/HCV Vírus da hepatite B e C Carcinoma hepatocelular (70-85%) Efeitos oncogênicos multifatoriais, causam morte do hepatócito • Bactérias Helicobacter pylori Relacionada a adenocarcinomas e linfomas gástricos (3%) Patogenia multifatorial Ocasiona a proliferação das células epiteliais no contexto da inflamação crônica e proliferação de células B • Alterações celulares que exibem associação com maior risco de aparecimento de neoplasia maligna → Lesão pelo HPV: vírus de DNA, possuem mais de 120 tipos de HPV, sendo os de risco baixo os tipos 6 e 11 e os de risco alto os tipos 16 e 18. O vírus causa uma mutação do DNA, levando a alteração fenotípica da célula Hpylori É uma sobrelevação de uma mucosa • Hiperplásicos – aumento de número de células, mas se tirar o estimulo a célula volta ao tamanho normal • Neoplásicos – lesão morfológica, a benigna é denominada adenoma e a maligna é denominada adenocarcinoma Os hiperplásticos ocorrem frequentemente em estômago e podem estar relacionados a medicações anti-bomba (omeprazol) Transformação de um adenoma em adenocarcinoma: • Adenoma com maior risco: tipo viloso, tamanho >4 cm, atipias graves, perda do gene APC, mutação no K-RAS e perda do p53 • Lesões pré-cancerosas da pele • Se deve a radiação UVA/UVB • Ceratose actínica – lesão pré-cancerosa de um carcinoma espinocelular Se iniciam com os estudos do Papanicolaou em 1883, explicando as alterações das paredes do útero de mulheres Esse exame é usado para diagnóstico e rastreamento de doenças malignas ou pré-malignas • Origem do material Líquidos orgânicos: urina, líquor, líquido ascítico, pleural, sinovial, etc Punções aspirativas por agulha fina: pulmão, mama, tireoide, linfonodos Secreções: escarro, abscesso, fístula Lavados cavitários: brônquicos e broncoalveolares, vesiculares Raspados: cervicovaginal, ocular Raspados: cervicovaginal, ocular • Métodos de coleta o Material colhido por esfoliação da superfície de mucosas, utilizando-se uma escova o O material distendido sobre a superfície de uma lâmina de vidro ou cortando-se a cabeça da escova e imergindo-a em solução salina ou em líquido conservante • Fixação das amostras o Preserva a morfologia celular e a composição química das células após a sua retirada do organismo o Spray – revestimento o Álcool 95% - universal • Processamento das amostras o Acondicionamento do material o Identificação da amostra o O preenchimento correto da ficha de solicitação: nome, idade, data da coleta, natureza da amostra e sua localização, tipo de exame requerido, dados clínicos • Coloração citológicas o A mais empregada é a coloração de Papanicolaou o Outras: hematoxilina e eosina, mucicarmin de Mayer, May-Gruenwald-Giemsa, cido periódico Schiff (PAS), Grocott, Shorr, etc Aspiração por agulha fina • Coleta de material citopatológico de nódulos ou cistos Nódulo de mama Imprint ou decalque • Usado em lesões cutâneas, biópsias, peças cirúrgicas • Pega-se a área lesionada do tecido como um carimbo em contato com a superfície de uma lâmina de vidro lisa • As células superficiais da lesão passam para a superfície da lâmina de vidro Cell block • É um procedimento que reúne as técnicas citopatológicas e histopatológicas • Utilizado quando se deseja obter uma alta concentração celular, complementando o diagnóstico • A vantagem dessa técnica é aproveitar todo o sedimento da amostra, permite armazenagem desse sedimento para futuras análises• Menos desconfortável para o paciente • Menor traumatismo • Preparação do paciente • Maior superfície de amostragem • Acessividade – mais fácil de se obter • Diagnóstico mais rápido • Os custos são menores • Classificação do tipo da neoplasia às vezes não é possível – em alguns casos a biópsia é mais precisa • Tamanho pequeno da amostra • Extensão e invasão às vezes não são bem precisas • Amostra inadequada • Fixação inadequada (não preserva as qualidades morfológicas e tintoriais da amostra) • Preparação laboratorial e coloração Esfregaço ressecado É dado por parâmetros morfológicos • Celularidade: depende do método abrasivo, da aspiração por agulha e do tipo de tecido • Arranjo: como se dispõe essas células, como pequeno grupos, ou monocamada, ou tridimensional Pequenos grupos Blocos • Tamanho e forma das células: anisocitose (pleomorfismo celular – indício de anaplasia) • Citoplasma: origem da celula, cor e textura, inclusões de vacúolos, pigmentos Lâmina normal Lâmina alterada Anaplasia: alteração de forma e volume das células • Núcleos: tamanho e forma, membrana, nucléolo, cor, cromatina, mitoses Lâmina normal Lâmina alterada Papanicolaou Reagan Richart Sistema Bethesda Classe I Normal Normal Normal Classe II Atipias inflamatórias Atipias indeterminadas Classe III Displasia leve NIC 1 Lesão intraepitelial de baixo grau Classe IV Displasia leve NIC 1 Lesão epitelial de alto grau Displasia moderada NIC 2 Displasia grave NIC 3 Classe V Carcinoma invasivo Carcinoma invasivo Carcinoma invasivo Fundo com muito sangue Grupo de células atípicas, células inflamatórias • Material extracelular (fundo): células inflamatórias, sangue, restos celulares, produtos celulares, microrganismo • Não ginecológicos – recebe uma narração/descrição do que foi observado e o diagnóstico final conclui se é positivo para células malignas e o tipo de neoplasia • Ginecológicos – sistema de Bethesda o Fala da adequação da amostra, da classificação geral e, assim, interpretação do resultado o Pode-se dizer também outros problemas, como presença de microrganismos (Leptotrix ou Trichomonas vaginalis) O crescimento progressivo e a velocidade de crescimeno das células neoplásicas são determinados pela excesso de produção em relação a perda. É inversamente proporcional a diferenciação Quanto maior a atividade angiogênica, mais rápida a progressão e maior potencial de metastatização Progressão • Células transformadas são genéticamente instáveis, produzindo clones resistentes com capacidade para crescer, invadir e metastatizar Metástase: Metástase • Implantes tumorais secundários • Marco biológico da neoplasia maligna • Causa de morbidade e mortalidade • Implante direto em cavidades o Disseminação por contiguidade – ex: a cavidade peritoneal que invade os ovários, ou a cavidade pleural que invade os pulmões, etc o Extensão em campos naturais (“abertos”) • Disseminação linfática o O padrão de comprometimento linfonodal segue as vias naturais de drenagem do órgão o Ex: tumor mamário que invade linfonodos axilares, ou pulmão que invade o hilo, etc o Linfonodo sentinela: primeiro linfonodo daquela cadeia que está sendo acometido – é detectável através de um detector portátil de radiação para localização do linfonodo sentinela usando a técnica de medicina nuclear com tecnécio marcado • Disseminação hematogênica o Disseminação em vasos sanguíneos, mais frequentemente ocorre pela veia o Maior acometimento do fígado e pulmão • A célula maligna tem menor adesão entre si, com isso, ocorre diminuição das estruturas juncionais, reduzindo as moléculas de adesão • Isso leva a essa celula a capacidade de disseminar • Ocorre em três fases – invasão da matriz extracelular, disseminação vascular e implante Invasão da matriz • Célula transformada leva a expansão clonal – crescimento – diversificação – angiogênese = formação do subclone metastático • Esse subclone sofre adesão e invasão da membrana basal, passando através da matriz extracelular, levando à invasão da matriz • Ocorre em quatro fases: descolamento das células, ligação à matriz, degradação e migração celular o Descolamento: afrouxamento das junções intracelulares o Ligação da matriz extracelular: receptores de laminina e fibronectina que se liga nessa célula cancerígena, favorecendo a invasividade o Degradação da MEC: ocorre degradação enzimática, as colagenases clivam o colágeno o Migração: estimula fatores de crescimento do estroma, favorecendo a angiogenese, a célula neoplásica consegue atingir a luz vascular Disseminação vascular • Depois da invasão as células se integram com células linfoides do hospedeiro, levando a formação de um êmbolo de célula tumoral, promovendo adesão à membrana • A célula neoplásica cai na circulação, destruindo ligações homotípicas e/ou heterotípicas formando agregados de célula tumoral/plaqueta, favorecendo a sobrevida e implantação da célula tumoral em agregados de célula tumoral/plaqueta, favorecendo a sobrevida e implantação da célula tumoral em outros locais • Após a interação com células linfoides do hospedeiro e a formação de êmbolo de célula tumoral, ocorre a adesão dessas células à membrana basal, levando ao fenômeno de extravasão • A extravasão leva a formação de depósito metastático – angiogênese – podendo levar essas células para outros locais para ocorrer seu crescimento celular Implante • O local de extravasamento está relacionado com a localização anatômica do tumor e da angiogênese • Esse local depende das moléculas de adesão (quimiocinas) a células de órgão alvo, servem como atrativos para a implantação das células neoplásicas • A presença de quimioatratores em órgão alvo serve como estímulo para os fatores de crescimento • Ex: carcinoma de próstata pode acometer osso e mama, carcinoma de pulmão pode acometer osso, suprarrenal e cérebro Gradação baseia-se no grau de diferenciação das células tumorais e no número de mitoses presentes no tumor, correlatos de agressividade da neoplasia • Pode ser diferenciada de I a IV (bem diferenciado para pouco diferenciado) – caracteriza uma anaplasia crescente (quanto menos diferenciada, maior o grau da neoplasia) Estadiamento mede-se o tamanho da lesão primária, se já tem disseminação de linfonodos regionais e presença de metástase • T – tumor (tamanho do tumor, podendo ir de T1 a T4) • L – linfonodo (podendo ir de N0 a N3) • M – metástases (M0 a M2) • Estágios de 0 a IV • Avaliar a extensão da lesão através do sistema TNM da neoplasia • O estadiamento é fundamental para a conduta terapêutica do paciente Órgão e tecido de origem do tumor Classificação histopatológica do tumor Extensão do tumor primário: tamanho ou volume, invasão de tecidos adjacentes, comprometimento de nervos/vasos ou sistema linfático Locais das metástases detectadas Dosagem de marcadores tumorais Estado funcional do paciente Obtenção de informações sobre o comportamento biológico do tumor Seleção da terapêutica Previsão das complicações Obtenção de informações sobre o prognóstico do caso Avaliação dos resultados do tratamento Investigação em oncologia: pesquisa clínica, publicação de resultados e troca de informações Investigação em oncologia: pesquisa clínica, publicação de resultados e troca de informações Estadiamento da neoplasia gástrica • T1 – infiltra ja a submucosa • T2 – infiltra a camada muscular • T3 – já acomete a camada serosa • T4 – já compromete estruturas adjacentes Estadiamento da neoplasia coloretal • T – tumor primário • TX – o tumor primário não pode ser avaliado • Tis – a doença está em estágio inicial. Este estágio é denominado carcinoma in situ • T1 – o tumor se desenvolveu através da muscular mucosa até a submucosa • T2 – o tumor cresceu através da submucosa e se estende até a muscular própria • T3 – o tumor cresceu através da muscular própria e nas camadas mais externas do cólon ou do reto • T4a – o tumor cresceu através da serosa, o revestimento externo dos intestinos • T4b – o tumor cresceu através da parede do cólon ou do reto ou invade os tecidos e órgãos próximos • NX – os linfonodos regionais não podem ser avaliados • N0 – os linfonodos estão livres • N1 – presença de células cancerígenas em 1 a 3 gânglios linfáticos • N1a – presença de células cancerígenas em 1 linfonodo • N1b – presença de células cancerígenas em 2 a 3 linfonodos • N1c – pequenos depósitos de células cancerosas em áreas de gordura dos gânglios linfáticos • N2 – presença de células cancerígenas em 4 ou mais linfonodos primários • N2a – presença de células cancerígenas de 4 a 6 gânglios linfáticos • N2b – presença de células cancerígenas em mais de 7 linfonodos • M0 – ausência de metástases à distância • M1a – a doença se disseminou para um órgão ou conjunto de linfonodos distantes • M1b – a doença se disseminou para mais de um órgão ou conjunto de linfonodos distantes ou se disseminou a partes distantes do peritônio Estágios do câncer Estágio 0 Tis, N0 e M0 Estágio I T1 ou T2, N0, M0 Estágio IIA T3, N0, M0 Estágio IIB T4a, N0, M0 Estágio IIC T4b, N0, M0 Estágio IIIA T1 ou T2, N1, M0; T1, N2a, M0 Estágio IIIB T3 ou T4a, N1, M0; T2 ou T3, N2a, M0; T1 ou T2, N2b, M0 Estágio IIIC T4a, N2a, M0; T3 ou T4a, N2b, M0; T4b, N1 ou N2, M0 Estágio IVA Qualquer T, qualquer N, M1a Estágio IVB Qualquer T, qualquer N, M1b Anatomia patológica: • Especialidade que possui gradação, residência médica, título de especialista, pós-graduação e áreas de atuação • Sempre foi papel do patologista a prevenção, diagnóstico e prognóstico • Não era papel do patologista, mas passou a ser: tratamento e evolução • Não é papel do patologista: exame físico Diagnóstico • Materiais que podem ser enviados: citológicos e histológicos • Como se obtêm esses materiais: coletas ambulatoriais (endoscopia, pequenas cirurgias, colposcopia, punções), coletas cirúrgicas (líquidos cavitários, órgãos, amostras) e material necroscópico Material citológico • Colpocitologia oncótica: líquidos cavitários, citologia esfoliativa e punções aspirativas (PAAF) • Papanicolaou: técnica de coloração, critérios e classificações • Diagnósticos: laudos Material histológico • Biópsias: convencionais ou extemporâneas (congelações) • Excisional, incisional (aberta, core), endoscópica e retirada de órgãos ou sistemas Aplicação • Congelação: diagnóstico, margens, linfonodo sentinela, material representativo, imprint, social • Para diagnóstico: critérios para escolha da técnica • Para prognóstico: fatores prognósticos e fatores preditivos • Para evolução: alvos terapêuticos e pesquisa de DRM • Mais utilizadas: imuno-histoquímica, FISH e histoquímica • Técnicas de patologia molecular: histoquímica, imuno-histoquímica, hibridização in situ, hibridização in situ com fluorescência, captura híbrida, PCR, Wester e Souther Blot, cariótipo, citometria digital e de fluxo, imunofluorescência e micro-array • Dados • Macroscopia • Microscopia, se necessário • Diagnóstico • Fatores prognóstico • Estadiamento patológico • Referência a exame complementar Mama • Espécies “A” a “H”: congelações e remanescentes • Produto de setorectomia de mama o Linfonodo sentinela de axila: alterações reacionais em três linfonodos livres de neoplasia (0/3) o Produto de setorectomia: carcinoma mamário invasivo de tipo não especial (carcinoma ductal invasivo) – resposta parcial, com as seguintes características • Grau histológico (Nottingham): II – formação tubular (3), pleomorfismo nuclear (2) e atividade mitótica (1) • Necrose tumoral: ausente • Invasão vascular linfática: não detectada • Invasão vascular sanguínea: não detectada • Invasão perineural: não detectada • Reação desmoplásica: moderada • Infiltrado inflamatório peritumoral: leve • Carcinoma ductal in situ: presente, de baixo grau, cibriforme, em 5% da lesão • Margens cirúrgicas livres de neoplasia • Parênquima mamário adjacente com fibrose intersticial, ectasias ductais e metaplasia apócrina • Estadiamento patológico: pT1c, pN0, pMx Melanoma • Características do melanoma maligno, primário da pele, nodular o Breslow: 0,1 o Clarck: nível III o Margens livres: 0,3 + próxima o Fase de crescimento: vertical o Infiltração angiolinfática: negativo o Infiltração perineural: positivo o Fenômenos regressivos: negativo o Infiltrado linfocitário: leve o Contagem de mitoses: 1 • O que é • Quando pedir • Principais usos: diagnóstico diferencial, pesquisa de sítio primário, marcadores prognósticos, marcadores preditivos, terapia alvo • Quem pede e como pede • Dados clínicos e epidemiológicos: importância e importância relativa ao tipo de biópsia • Exame macroscópico: importância e importância legal • Exame microscópico • Diagnóstico
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