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Gestão da Qualidade Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Ricardo Célio Vieira de Souza Lima 1ª Edição Copyright © 2020, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade Para início de conversa… ................................................................................ 4 Objetivos ......................................................................................................... 4 1. Custos da Qualidade .................................................................................. 5 2. O Princípio do Controle de Processos ................................................... 7 2.1. Controle do Processo ........................................................................... 8 3. Diagnóstico Organizacional dos Processos e Ferramenta MASP ..................................................................................... 10 3.1. Método de Análise e Solução de Problemas .............................. 11 Referências ......................................................................................................... 12 Gestão da Qualidade 3 Para início de conversa… Atualmente, o maior desafio das organizações é melhorar a qualidade buscando custos mais reduzidos por meio da realização de investimentos e melhorias contínuas nos processos, além da redução dos custos, que deve se estender a toda empresa, uma vez que ela deseja se manter nesse mercado globalizado e marcado pela incerteza. Neste capítulo, você estudará os tipos de custos que estão envolvidos no processo de qualidade e conhecerá o Método de Análise e Solução de Problemas (MASP), que é uma forma sistemática de ações corretivas e preventivas para eliminar problemas. Ele é baseado em uma sequência de oito etapas, utilizadas, segundo Carpinetti (2012), para identificar, analisar e solucionar problemas, de modo a evitar reincidências pelo uso da metodologia PDCA e das ferramentas de qualidade. Objetivos ▪ Ampliar a visão da qualidade, produtividade e processos por meio de duas importantes ferramentas utilizadas na identificação e solução de problemas: o ciclo PDCA e o MASP. ▪ Conhecer os conceitos de custos da qualidade, prevenção, avaliação, falhas internas e falhas externas que impactam o resultado final da organização em termos de qualidade. ▪ Reconhecer a importância de aplicar técnicas de melhoria do processo que garantam o aprimoramento da qualidade. Gestão da Qualidade 4 1. Custos da Qualidade Os custos são tudo aquilo que se investe para conseguir (produzir ou distribuir) um produto/serviço. Os custos da qualidade são como o dinheiro despendido para se obter a qualidade requerida, enquanto que os custos da não qualidade são os associados à produção de material não conforme. O conceito de Custo da Qualidade pode ser traduzido como o gasto incorrido por causa da existência, ou da possibilidade de existência, de uma baixa qualidade assim como os custos de se obter qualidade (CARPINETTI, 2012). Por isso, pode ser visto como o custo de se fazer as coisas de modo errado. Juran, em 1951, definiu, em seu livro Quality Control Handbook, o termo “custos da qualidade”, que assumiu diferentes significados: Custos para se atingir a qualidade ou Custos para o funcionamento do Departamento de Qualidade. As definições de custos da qualidade variam conforme a definição de qualidade e as estratégias adotadas pela empresa, levando a diferentes aplicações e interpretações. Em 1956, Armand Feigenbaum propôs a classificação dos custos da qualidade em quatro categorias: Prevenção; Avaliação; Falhas Internas e Falhas Externas. Custos da Prevenção Custos da Avaliação Custos do Controle 01 03 02 Custos das Falhas Internas Custos das Falhas Externas Custos das Falhas 01 03 02 Figura 1: Classificação dos custos da qualidade. Fonte: Adaptada de Feigenbaum (1994). Gestão da Qualidade 5 Segundo Carpinetti (p.24-25, 2012), os Custos de Prevenção são aqueles decorrentes das atividades necessárias para reduzir os gastos ao mínimo, em virtude das falhas e dos custos de avaliação. Veja, a seguir, na Figura 2: Figura 2: Custos de Prevenção. Fonte: Elaborada pelo autor. Planejamento de qualidade Treinamento de colaboradores Auditorias da qualidade Revisão de novos produtos em desenvolvimento Manutenção preventiva Inspeção de recebimento Qualificação e desenvolvimento de fornecedores Os Custos de Avaliação são aqueles decorrentes das atividades de verificação do grau de conformidade com os requisitos de qualidade. São eles: ▪ Inspeção em processo. ▪ Inspeção final de teste. ▪ Auditorias da qualidade. ▪ Custo de controle estatístico de processo. ▪ Manutenção da rastreabilidade. Os Custos de Falha englobam os resultantes das falhas internas, que são associados aos defeitos (erros, não conformidades etc.) e detectados antes do despacho do produto. ▪ Parada de produção por causa de peças defeituosas. ▪ Refugos e retrabalho. ▪ Reinspeção de lotes. ▪ Reteste. ▪ Custos de assistência técnica no período de garantia. ▪ Custos de investigação para descobrir o(s) defeito(s). ▪ Processos judiciais acionados pelo cliente. ▪ Custos de rompimento de contrato por não atendimento às especificações de qualidade. Gestão da Qualidade 6 Figura 3: Modelo econômico do Custo Total de Qualidade. Fonte: Adaptada de Carpinetti (2012). A curva do custo total da qualidade é dividida em três regiões: melhoria, operação (de indiferença) e perfeccionismo (dos altos custos de avaliação). Região de melhoria: Os custos das falhas são iguais a 70% dos custos totais da qualidade, e os custos de prevenção estão abaixo de 10% dos custos totais da qualidade. Existem oportunidades para a redução dos custos totais pela melhoria da qualidade de conformidade, e as ações de prevenção e avaliação são realizadas para reduzir as falhas. Falha = > 70% Prevenção = < 10% Região de Melhoria Falha = < 40% Prevenção = > 50% Falha = 50% Prevenção = 10% Região de Operação Região de Perfeccionismo Região de operação: Os custos das falhas são iguais a 50% dos custos totais da qualidade, e os de prevenção são iguais a 10% dos custos totais da qualidade. Região de operação: O ideal é atingido em termos de projetos compensadores de melhoria da qualidade. É possível realizar mais melhorias, porém, os projetos estão competindo com os outros projetos compensadores, mas que ainda não atingiram os níveis considerados ideais. Região de perfeccionismo: Os custos de avaliação excedem os custos das falhas e ainda existe alguma oportunidade para a redução dos custos. Examinando os padrões de qualidade (especificações), é possível ver se eles são realistas em relação à adequação ao uso. 2. O Princípio do Controle de Processos A produtividade pode ser representada como a relação do que se produz com o que é consumido para essa produção, ou seja, uma relação entre saída e entrada. Produtividade = Saída I Entrada Colocada dessa forma, a saída pode ser medida de várias formas, tais Gestão da Qualidade 7 como: produção, faturamento, qualidade etc.; enquanto que a entrada pode ser qualquer fator de produção, como: insumos, matéria-prima, mão de obra, custos etc. Essa relação de produtividade poderia ser colocadado seguinte modo: Produtividade = Faturamento / Custos Do exposto anterior, podemos concluir que: aumentar a produtividade é produzir cada vez mais e/ou melhor (aumentar a saída), com cada vez menos (reduzir a entrada). Figura 4: Elementos básicos da organização. Fonte: Elaborada pelo autor. Co lab ora dor es Equipamentos e Instalações Procedimento s Organização Dessa forma, é perceptível que, para melhorar o conhecimento e a educação dos colaboradores, são necessários treinamento e aporte de conhecimento. Em relação aos equipamentos e instalações, é preciso ter aporte de capital. Já para desenvolver melhores procedimentos, deve-se aprimorar o conhecimento e a educação dos colaboradores ou o aporte de conhecimento. Portanto, para uma melhor produtividade, é necessário aporte de conhecimento ou de capital. 2.1. Controle do Processo O controle do processo envolve o desempenho e a introdução de melhorias ao longo do tempo, por meio do estabelecimento de metas e tomada de providências para alcançá-las. Em uma empresa, todas as atividades, sejam de qualidade ou não, podem ser chamadas de processo. A primeira etapa para a implementação de um sistema de gestão é o estabelecimento de todos os processos existentes, analisar quais são os clientes e fornecedores de cada processo e como eles estão interligados. Depois, são estabelecidos os itens de controle de cada processo, que serão os indicadores para o monitoramento dos mesmos. Os efeitos principais de um processo são denominados itens de controle, e as causas principais são chamadas de itens de verificação. Na escala hierárquica, o item de verificação do chefe é o controle do subordinado. Gestão da Qualidade 8 Ao falar em qualidade do produto final, o item de controle é chamado de característica de qualidade. Somente o responsável pelo processo está capacitado a atuar nas causas para obter o efeito desejado, por meio do ciclo do PDCA, e assim promover uma melhoria contínua. O ciclo do PDCA envolve as seguintes etapas, como pode ser visto na Figura 5: Figura 5: O ciclo PDCA. Fonte: Adaptada de Carpinetti (2012). Executar: Educar e treinar. Executar as tarefas documentas. Planejar: Definir as metas e objetivos e, em seguida, desenvolver métodos capazes de alcançá-los. 1 2 3 4 Verificar: Analisar os efeitos do trabalho executado. Corretivamente e/ ou preventivamente, atuar no processo em função dos resultados. Melhoria Contínua O PDCA é “rodado” para manter o controle da qualidade e introduzir melhorias no processo, o que implica em alterar os padrões operacionais. A melhoria é o processo que garante o aprimoramento da qualidade. Por meio desse processo, são buscadas todas as maneiras possíveis para o aprimoramento das atividades e dos produtos. A finalidade é beneficiar o público consumidor. A melhoria se tornou importante na medida em que o mercado se torna cada vez mais exigente e informado. Essa nova conjuntura atribui à qualidade uma visão estratégica na organização. Na busca pela melhoria, a empresa pode empregar diversas ferramentas, como: procedimentos gráficos, numéricos ou analíticos, formulações práticas, esquemas de funcionamento, mecanismos de operação, enfim, métodos estruturados para viabilizar a implantação de melhorias no processo (PALADINI, 2012). Os japoneses denominam a melhoria contínua com o termo Kaizen, que significa “mudar para melhor” (CARPINETTI, 2012). As quatro etapas do PDCA são: Gestão da Qualidade 9 Planejamento (Plan): Em um ciclo completo, inclui a identificação do problema, a investigação das causas- raízes e a proposição e planejamento de soluções. Execução (Do): Preparação (incluindo o treinamento) e execução das tarefas de acordo com o planejado. Verificação (Check): Coleta de dados e comparação do resultado alcançado com a meta planejada. Ação (Action): Atuação sobre os desvios observados para corrigi-los. Se necessário, replanejamento das ações de melhoria e reinício do PDCA. P D C A Atualmente, em consequência do processo de globalização, as empresas passaram a oferecer seus produtos e serviços em qualquer parte do mundo, atingindo um maior número de consumidores cada vez mais exigentes e que buscam produtos com qualidade aliados ao baixo preço. A qualidade deixou de ser uma fonte de vantagem estratégica para ser uma vantagem competitiva (KAPLAN; NORTON, 1998). Essa é a estratégia que a empresa precisa adotar: Controlar custos e oferecer produtos com qualidade para se manter competitiva. 3. Diagnóstico Organizacional dos Processos e Ferramenta MASP Problema é o resultado indesejável de um trabalho. A solução de um problema é possível por meio das análises das relações entre suas características e causas, executando as ações corretivas apropriadas. Sintomas da existência de problemas: 1. Perda de competitividade. 2. Baixa produtividade. 3. Desmotivação dos colaboradores. Gestão da Qualidade 10 4. Alto índice de absenteísmo. 5. Número elevado de acidentes, desperdícios em geral. 6. Baixa qualidade dos produtos e serviços. Problemas: Visão MASP 1. Geram perdas e afetam a sobrevivência da empresa. 2. Não existem culpados para os problemas da empresa, existem causas. 3. A maior parte dos problemas é gerada pelo próprio sistema/processo. 3.1. Método de Análise e Solução de Problemas O MASP é um processo dinâmico na busca de soluções para determinadas situações. Não é um processo rígido, mas sim um processo flexível que procura encontrar respostas. Figura 7: Método MASP. Fonte: Elaborada pelo autor. Priorização do problema. Análise das situações que necessitam de atenção. Divisão do problema em partes que possam ser analisadas. 1 2 3 Cada etapa descreve os objetivos, as atividades a serem desenvolvidas, as pessoas envolvidas e as ferramentas mais usadas. FASE FLUXO ETAPA OBJETIVO P 1 Identificação do problema Definir claramente o problema e reconhecer a sua importância. 2 Observação Investigar as características específicas do problema com uma visão ampla sobre OS vários pontos de vista. 3 Análise das Causas Descobrir as causas fundamentais. 4 Plano de Ação Conceber um plano para bloquear as causas fundamentais. D 5 Execução Bloquear as causas fundamentais. C 0 Verificação Verificar se o bloqueio foi feito. ? (O bloqueio foi efetivo?) A 8 Padronização Prevenir contra o reaparecimento do problema. Conclusão Recapitular todo o processo de solução do problema para um trabalho futuro. Quadro 1: Etapas do método de análise e solução de problemas – MASP. Fonte: Adaptado de Carpinetti (2012). Gestão da Qualidade 11 Quando relacionamos o MASP com o ciclo PDCA, damos especial ênfase à importância da etapa P do PDCA, que envolve as quatro primeiras etapas do MASP. A relevância se dá pelo fato de que é essa etapa permite que haja uma maior conscientização com respeito às características dos problemas existentes, tornando a empresa preparada para enfrentá- los. É importante ressaltar, também, a importância do ciclo PDCA para desenvolver o MASP, pois essa ferramenta pode vir a ser repetida para aperfeiçoar os resultados, e resolver assuntos em outras áreas problemáticas da empresa, caso seja necessário. Na opinião de Feigenbaum (1994), a empresa que aumenta os investimentos nos custos de prevenção e avaliação, diminuem os custos com falhas. Neste conteúdo, estudamos a respeito dos custos da qualidade em uma organização, sua classificação e dificuldades em medi-los ao longo do processo existente dentro da organização, examinando os padrões de qualidade (especificações) para ver se eles são realistas em relação à adequação ao uso. Vimos como são classificados os custos de controle e os custos da falha importante para tomada de decisão, para o controle de custos de qualidade e para melhoria dos processos. Estudamos os efeitos principais de um processo, que sãodenominados itens de controle, bem como as causas principais, os itens de verificação. Vimos o modelo de resolução de problema e melhoria MASP, que permite a identificação, observação, medição, análise e melhoria dos processos, fazendo com que o nível da qualidade de produtos e de serviço aumente, possibilitando diminuição dos custos, flexibilidade e melhoria contínua da operação e permitindo ganhos de produtividade. Referências CARPINETTI, L. C. R. Gestão da Qualidade: conceitos e técnicas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2012. FEIGENBAUM, A. V. Controle da qualidade total. São Paulo: Makron Books, 1994. KAPLAN, R. S.; COOPER, R. Custo e desempenho: administre seus custos para ser mais competitivo. São Paulo: Futura, 1998. PALADINI, E P. Gestão da Qualidade: teoria e prática. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2012. Gestão da Qualidade 12
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