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Orquiectomia: castração em animais

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ORQUIECTOMIA – TECNICA CIRURGICA
Castração do macho.
Indicação – eletivas e terapêuticas. Em qualquer espécie animal podemos indicar com a finalidade de inibir a fertilidade dos machos. Facilita o manejo; animal fica mais calmo, tende a parar de demarcar território (pequenos); em animais de produção se castra devido a qualidade da carne, como bode e suínos, reduz o cheiro, além de que carne bovina fica com mais marmoreio.
As indicações terapêuticas são mais voltadas a espécie canina:
- Neoplasias e feridas escrotais são mais frequentes em cachorros (se castra e remove o escroto junto);
- Torção testicular nem é tao comum mas é indicação terapêutica;
- Brucelose (cães);
- Hiperplasia prostática benigna (aprox. 70% dos cães adultos tem), que pode culminar em dificuldade para defecar, fezes mais finas. Prostata do cão cresce para fora, comprimindo o reto, causando muito mais disquesia do que obstrução urinária. Não é uma coisa que acontece em gatos. A força exercida para defecar, principalmente em cães mais velhos, pode gerar a hérnia perineal (cirurgia muito complicada e difícil de fazer). Quando ter hérnia perineal se castra pois geralmente o animal já tem hiperplasia prostática benigna. É muito difícil cadela, gato e gata ter hérnia perineal, é mais doença do cachorro mesmo por conta dessa hiperplasia prostática. Essa hiperplasia tem outros tratamentos mas a forma mais barata de tratar é castrando.
- Uretrostomia escrotal (cães e gatos), se no momento em que se vai fazer uretrostomia o animal não for castrado, você faz mesmo assim junto com ablação de 70% do escroto.
- Testiculo fora do escroto, não é comum em gato. Quando o testículo se localiza no abdome é chamado de criptorquidismo, e quanto está no canal chama testículo ectópico. Quando o testículo fica fora da bolsa e não tem a chance de ficar menos meio grau que a temperatura corporal do animal favorece a formação de tumores sertolioma, não é agudo, se diagnostica ao longo da vida, primeiro se faz triagem do animal para ver se não tem aplasia de medula, problemas de produção de eritrócitos. Cães de raças de grande porte onde as epífises osseas se fecham tardiamente, após 1 ano, como rotwailler e labrador, se castrar precocemente pode levar à doenças articulares. Nesse caso, se o sertolioma for se formar por conta desse animal ser criptorquida, não é algo que avança de forma aguda como em um ou dois meses, demora um pouco. O criptorquida pode ser agendado para cirurgia eletiva. Resumindo, então tanto no caso de testículo ectópico e criptorquida tem que ser feita cirurgia sim mas se o paciente ainda esta em crescimento esperar passar de 1 ano nos casos dos de grande porte. Se não, pode gerar hiperestrogenismo, que causa alopecia bilateral simétrica, ginecomastia e prepúcio pendular. Então lembrar que esses sinais clinicos em um animal criptorquida ou com testículo ectópico, indicado dosar estrógeno, fazer US.
Contraindicações:
- Não previne incidências de neoplasias;
- Não auxilia como tratamento adjunto em cães com neoplasia prostática;
- Cães obesos com doença articular tomar cuidado pois o animal vai ganhar ainda mais peso;
- Gatos com DTUI não é indicado porque se ele vem tendo obstruções já, com a castração a uretra afina mais ainda a uretra. Aumenta a incidência de DTUI.
Canal espermático – túnicas vaginais que revestem tudo. Então o canal é uma túnica de tecido conjuntivo, e é ela que embrulha testículo, epidídimo e ducto deferente.
Ligamento escrotal tem que ser rompido para facilitar a cirurgia. Sangra, mas na maior parte das vezes é irrelevante.
Considerações cirúrgicas:
· A técnica de orquiectomia tende ser a mesma para todas as espécies;
· Cavalos (garanhões), touros, cachaços e gatos a incisão é abordada via rafe escrotal (divisão entre um lado da bolsa e outra), incisão cutânea permanece aberta;
· Em cães a incisão/abordagem é pré escrotal e a incisão de pele é suturada;
· Em equinos e suínos o fechamento da fáscia espermática é imperativo (ou seja, sempre tem que fazer, levando em consideração ocorrência de evisceração pós operatória, uma vez que pele e escroto ficam abertos);
· Se o escroto estiver lesionado fazer ablação escrotal + orquiectomia + espaço morto + pele. Isso é em cães, em outras espécies não precisa.
Outras considerações:
· Na espécie canina a abordagem é pre-escrotal, nas outras espécies a abordagem do testículo é pela rafe do escroto. A técnica cirúrgica fechada ou aberta é outra questão.
· Na técnica fechada incisa-se as túnicas vaginais (só a parietal) e expõem-se os testículos e o cordão espermático envoltos pela túnica vaginal. Ou seja, você incisa as túnicas mas fica com o testículo guardado dentro do cordão espermático. Não se delimita plexo pampiniforme e ducto deferente. Não se consegue expor muito o cordão espermático nessa técnica.
· Na técnica aberta incisa-se todas as túnicas vaginais (visceral e parietal) e expõem-se os testículos com epidídimo + ducto deferente e plexo pampiniforme para fora do cordão espermático. 
· Em ambas as técnicas tem que romper o ligamento testicular. Mas a técnica aberta é mais fácil, fidedigna e o campo de visão é maior.
Técnica fechada pré escrotal cão
A técnica fechada e aberta é praticamente a mesma descrição para todas as espécies com poucas ressalvas, o que muda é o acesso.
Tricotomia ampla, pega pênis, escroto, região medial da coxa. Fazer antissepsia previa e definitiva.
A incisão não é muito fácil de fazer. O principiante tem dificuldade de segurar a bolsa e fazer compressão para fazer com que o testículo avance em sentido cranial, para que fique fora da bolsa. 
Dentro do cordão espermático estão o ducto deferente e plexo pampiniforme.
Faz-se incisão da túnica vaginal parietal. A túnica albugínea fica grudada nos testículos. Rompe-se o ligamento testicular que fica caudal. Fazer ligadura e cerrar o nó, pode ser dois nós. Colocar pinça e remover.
Como o técnica é fechada, a túnica espermática fica fechada.
Lembrando que o escroto sai do anel inguinal.
Técnica aberta pré escrotal cão
Quando se faz incisão da túnica vaginal visceral, se consegue acessar o testículo. Retirar túnica vaginal visceral e parietal e ai ele se prolapsa/eviscera. Transfixar no cordão espermático, fazer ligadura dupla, laçar e fazer nó de cirurgião.
Ligadura por transfixação: 1º plexo pampiniforme, 2º laçadura plexo pampiniforme e ducto deferente.
Em grandes animais pode-se usar a técnica de esmagar o vaso para quando armar a ligadura ela descer num vaso pré esmagado.
Em cães até 10 a 11 kg usa fio 2-0, em gato se usa fio 3-0. Cães com mais de 20 kg usa fio 0.
Pode fazer com eletrocirurgia, com uso de pinça bipolar, mas não há redução no tempo de cirurgia.
Não existe na pratica hérnia escrotal pós operatória no cão e gato. Por isso o fechamento da fáscia espermática é opcional.
Na abordagem pré-escrotal em cães, independente da técnica aberta ou fechada, sempre se reduz espaço morto e pele.
A incisão pela rafe no cão sangraria muito no pós operatório, não é boa opção, além de ter mais dor e risco de infecção na região.
Em resumo, a orquiectomia em cães é sempre pré escrotal. Em ambas as técnicas (aberta ou fechada) não é necessário antibiótico profilático. Indica-se a cirurgia a partir dos 5 meses, exceto cães de grande porte, em que as epífises osseas fecham tardiamente.
Orquiectomia em gatos
Indica-se a cirurgia a partir dos 5 meses.
Membros pélvicos presos cranialmente.
Incisão de pele de 1cm na rafe escrotal (em todas as espécies quando se faz incisão pela rafe não se sutura/fecha bolsa escrotal, pois dá um edema violento e muita complicação pós operatória).
A taxa de complicação de tratar como ferida aberta é muito baixa.
Não é necessário antibiótico profilático.
Pós operatório:
· Colar protetor;
· Sem complicações anestésicas e cirúrgicas, a alta é no dia;
· AINE por 3 dias;
· Limpeza da ferida (cães soro fisiológico apenas mas se quiser clorexidine é opcional, gatos soro + clorexidine já que fica como ferida aberta). Evitar que o gato não tenha acesso a rua por 1 semana. Podeusar pomada antibiótica tópica ou optar por lavar com os produtos ditos.
Orquiectomia em equinos
Técnica idêntica.
Ideal que se faça entre 1,5 a 2 anos.
Lembrar da profilaxia tétano.
Incisão na rafe escrotal:
· Técnica aberta: 
É a técnica mais confiável em relação a hemostasia, é a técnica mais fácil de se fazer hemostasia, pois dá para ver todo o plexo pampiniforme. 
Necessário esmagar plexo pampiniforme com pinça hemostática antes da ligadura.
Isolamento e transfixação do plexo pampiniforme do ducto deferente.
Fios grandes nº 2 a 5 (nylon ou PDS).
· Técnica semifechada:
Mais difícil.
Se começa pela rafe, faz incisão da túnica vaginal parietal. Faz incisão da túnica parietal visceral. Expõe o testículo, rompe ligamento escrotal, puxar e vai sair cordão como um todo. Proceder com a técnica fechada como feito em cães. 
Menos complicações pós-operatória.
É comum no transoperatório o testículo contralateral ser puxado em direção ao anel inguinal.
Fecha-se a túnica vaginal sempre. Não se sutura escroto.
Sempre que fazer técnica aberta sempre tem que fechar túnica vaginal.
Pós operatório – antibióticos + AINES, curativos tópicos diários duas vezes ao dia. Deixar paciente em piquete, reduz edema de pós operatório.
Complicações – retração do testículo (trans-operatório); hemorragia (ruptura do ligamento escrotal quando o cirurgião negligencia a ligadura); edema excessivo (que geralmente reduz com 2 dias de anti-inflamatório); evisceração (quando não se faz fechamento da túnica espermática e não opta pela técnica semi-fechada); funiculite (infecção do funículo); permanecer libido.
A maior complicação em cirurgia de cavalos e bois, são porque foram realizadas por vets sem experiência em cirurgia.
Segundo um estudo, o risco de desenvolver complicações é 5x maior em técnica aberta. MAS a técnica aberta é segura, desde que se faça boa sutura. Na técnica fechada reforçar ligadura na túnica que sobrou.
Anestesias mais prolongadas aumentam as chances de complicação.
Criptorquidismo em equino
Cirurgia de centro cirúrgico pois há necessidade de abrir abdomem.
Pode-se levar em consideração esses parâmetros para ter certeza absoluta e não submeter o animal a uma celiotomia desnecessária:
- Exame clínico: diagnostica testículo em funículo profundo 60%;
- Ultrassom: Detecção de 100% retenção nas proximidades do anel inguinal, detecção de 72% retenção abdominal;
- Dosagem de testosterona: garanhões (2.3 ng/ml), criptorquidas (0.68 ng/ml) e castrados (o.15 ng/ml);
- Dosagem de estrógeno: garanhões (395 pg/ml), criptorquidas (228 pg/ml) e castrados (26 pg/ml).
Orquiectomia em ruminantes
Mesma técnica, incisão rafe escrotal.
Bezerros – 1 a 4 semanas.
Com ou sem anestesia local.
Decúbito ou posição quadrupedal.
Contenção e antissepsia.
Utilizar fios calibrosos (2-3).
Não precisa fechar a túnica vaginal.
Técnica cirúrgica – incisão de pele e fáscia com bisturi na porção ventral do escroto (incisão individual paralela ou perpendicular à rafe (sangra mais). Técnica aberta é preferível. Emasculação e transfixação do cordão espermático. Excisão testicular, PVPI ou clorexidine 0,2%. Não se sutura escroto.
Pós operatório – curativo tópico + repelente. Antibiótico se necessário.
Complicações – edema e funiculite.
NÃO SE USA REPELENTE DENTRO DA FERIDA, E SIM NA LATERAL. Orientar peões.
Orquiectomia em suínos
Até 3 semanas de idade.
Mesma técnica pela rafe.
Fechar túnica espermática ao final.
Não se sutura escroto (em nenhuma das espécies).
Curativo tópico – PVPI ou clorexidine diluído + repelente.
Manter animais em ambiente limpo e seco.
Adultos – similar a equinos.
 
FIM!

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