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Fisiologia do Sistema Renal É vital uma função renal adequada porque os rins contribuem para a manutenção do meio interno e são local da síntese e degradação de moléculas essenciais para o organismo. Funções homeostáticas: ➢ Regulação do volume plasmático e do equilíbrio hídrico (regulação da pressão arterial); ➢ Regulação da osmolaridade sanguínea e manutenção do equilíbrio eletrolítico (Na+, K+, Cl-, Ca²+, Mg²+, SO4²-, PO4²-); ➢ Regulação do equilíbrio ácido-básico (regula o pH sanguíneo); ➢ Excreção de metabólitos (ex: uréia, ácido úrico, creatinina). Funções bioquímicas: ➢ Produção de hormônios: eritropoietina (estimula a produção de eritrócitos pela medula óssea), renina (enzima que catalisa a produção de Angiotensina) e calcitriol (forma biologicamente ativa da vitamina D); ➢ Produção de substâncias bioativas (ex. prostaglandinas, endotelina, NO, bradicinina, fator de crescimento epidérmico); ➢ Síntese de glicose (gliconeogênese) em jejum prolongado. Filtração glomerular, reabsorção, secreção e excreção. ➢ Osmolaridade - é o número de partículas osmoticamente ativas de soluto contidas em um litro de solução Funcionamento normal das células depende de um líquido extracelular com concentração relativamente constante de eletrólitos e outros solutos. Excesso de água → redução na osmolaridade → urina com baixa osmolaridade(diluída). Falta de água → aumento na osmolaridade → urina com alta osmolaridade (concentrada). Osmolaridade dos líquidos corpóreos alta → hipófise posterior aumenta a secreção de ADH → gerando um aumento da permeabilidade dos túbulos distais e ductos coletores à água → aumentando a reabsorção de água e redução do volume urinário (e vice versa, no processo de urina diluída). ➢ Concentrações ➢ Hiper (+), isso(=) e hipotônico (-). O homem fisiológico filtra 180 litros de plasma por dia, 3 litros de plasma equivale a 45% do volume sanguíneo. Todo plasma corporal é filtrado 60 vezes por dia. O volume excretado de urina é de 1,5 litros por dia, 99% do filtrado é reabsorvido. Por que filtrar tantas vezes o plasma sanguíneo? Para manter nosso sangue limpo, pois caso não esteja limpo alteramos a osmolaridade, alterando o tamanho das células. Pacientes diabéticos apresentam glicosúria (glicose na urina). Quando vamos fazer a reabsorção renal de glicose, nos túbulos proximais tem proteínas facilitadoras para fazer difusão facilitada da glicose, para fazer reabsorção da glicose para o sangue. A glicemia média é maior que 180 ml, caso o paciente apresenta glicosúria. Vias de reabsorção ➢ Paracelular: água e solutos do líquido tubular retornam para a corrente sanguínea movendo-se entre as células tubulares; ➢ Transcelular: movimento de água e solutos através de uma célula tubular; Néfrons: Cada rim contém cerca de 800.000 a um milhão de néfrons. É Formada por um corpúsculo renal, que compreende o glomérulo e a cápsula de Bowman e, por túbulos renais, que compreendem o túbulo contorcido proximal, alça de Henle, túbulo contorcido distal e túbulo coletor. Filtração glomerular: É a primeira etapa para a produção de urina, a filtração glomerular ocorre entre o glomérulo renal e a cápsula de Bowman. O material que chega ao interior dos túbulos renais recebe o nome de filtrado (composição igual ao do plasma, com exceção das proteínas). Quando o sangue passa pela região glomerular do néfron, a rede capilar permite que grande quantidade de líquido passe do interior do capilar para a cápsula glomerular. Desse material, cerca de 99% voltam para a corrente sanguínea, em um processo chamado de reabsorção renal. No túbulo contornado proximal ocorre reabsorção de glicose, aminoácidos e vitaminas (transporte ativo); na parte descendente ocorre reabsorção de água (osmose); na parte ascendente da alça néfrica ocorre reabsorção de íons Na + (e de Cl – ). Já no túbulo contornado distal e no tubo coletor há mais reabsorção de água. Proteínas pequenas e alguns hormônios peptídicos são reabsorvidos nos túbulos proximais por endocitose. Outras substâncias são secretadas ou reabsorvidas nos túbulos por difusão passiva entre células, e pelas células por difusão facilitada seguindo gradientes químicos ou elétricos, ou transporte ativo contra tais gradientes.Em algumas regiões do túbulo, principalmente na proximal, as células são capazes de absorverem grandes moléculas, como proteínas, por meio de pinocitose. A reabsorção passiva de água por osmose está acoplada principalmente à reabsorção de sódio, uma vez que, conforme o sódio vai sendo reabsorvido sua concentração tende a aumentar, provocando a difusão da água para o meio mais concentrado. Na parte proximal ocorre grande fluxo osmótico já que essa região é muito permeável à água (permeabilidade pequena para íons), principalmente devido à presença das junções oclusivas. A reabsorção de solvente acontece por diferença de osmolaridade e a reabsorção de solutos por difusão simples. Formação de urina: O sangue arterial é conduzido sob alta pressão (em torno de 70 a 80 mmHg) nos capilares do glomérulo, fazendo com que parte do plasma passe para a cápsula de Bowman, processo denominado filtração. Como ocorre na maioria dos capilares, o líquido filtrado não contém proteínas e elementos celulares, nem hemácias, que são incapazes de atravessar o vaso. A concentração de outras substâncias, como sais e moléculas orgânicas, é muito semelhante à encontrada no plasma. Todo o material filtrado passa para os túbulos renais, onde algumas substâncias são reabsorvidas para o sangue e outras são secretadas do sangue para os túbulos renais. Portanto, a urina formada é a soma de três processos renais. O objetivo da formação de urina é filtrar todo o plasma, reabsorvendo algumas substâncias nas concentrações adequadas. Nas partes distais do túbulo renal, ocorre ainda a secreção de alguns sais e de pequenas moléculas. Anatomia dos rins: ➢ Néfrons corticais - Situam-se no córtex renal, são os responsáveis pelas funções de reabsorção e secreção e representam cerca de 90% do total de néfrons. ➢ Néfrons justamedulares - Localizados mais profundamente, no limite entre o córtex e a medula renal, têm a alça de Henle muito comprida, estão relacionados com os mecanismos de concentração e diluição da urina (regulação da osmolaridade) e representam 10% do total dos néfrons (Eles são a minoria). ➢ Glomérulo - Rede capilar enovelada, presente nos néfrons, interposta entre as arteríolas glomerulares aferente e eferente. ➢ Alça de Henle - Importante papel na reabsorção de água e sódio Mecanismo contracorrente: Alça descendente – Permeável à água, que é reabsorvida por osmose (aumento da osmolaridade). Alça ascendente – Pouco permeável a água Reabsorve solutos, como Na+, K+ e Cl- (redução da osmolaridade). ➢ Túbulo contorcido proximal - 70% de reabsorção de substâncias, 100% de reabsorção de glicose de aminoácidos (líquido tubular isosmótico ao plasma). ➢ Túbulo contorcido distal - Reabsorção de Na + e outros íons, secreção de mais K + e H + a bomba de Na +/K + ATPase que auxilia na reabsorção de Na + e secreção de K+. ➢ Ducto coletor - Concentração e diluição da urina. Túbulo distal e ducto coletor = reabsorção apenas de cloreto de sódio (ausência de ADH) → urina diluída. No sangue ou (equilíbrio hidroeletrolítico). O lixo celular é depositado nos néfrons e é eliminado através da urina. ➢ Lixo celular gasoso: vai até os pulmões e é expulso na respiração. ➢ Lixo celular não gasoso: é expelido junto com a urina. A excreção de substâncias não utilizadas pelo organismo ocorre por quatro vias principais, no caso da eliminação de gases, é usada a própria via respiratória. Há substâncias que são excretadas com as fezes e outras, com a urina e o suor. No caso das fezes, a formação do bolo fecal depende de fibras que não entram no organismo. As substâncias a serem excretadas vêm junto com ossais biliares e outros compostos secretados no estômago e não absorvidos no intestino. A limpeza das substâncias que estão dentro do organismo é feita pela urina, que é a grande porta de saída de substâncias tóxicas. Além de servirem de caminho para a saída dessas substâncias, também contribuem para o controle do equilíbrio hídrico e do equilíbrio ácido básico. A urina é formada a partir da filtração do sangue nos rins e transportada pelos ureteres para a bexiga urinária, onde é armazenada e, posteriormente, excretada através da uretra. Sistema urinário: Atua na manutenção da homeostase, alterando a composição, ph, volume e pressão sangue. Além de manter a osmolaridade do sangue, excreção de resíduos e substâncias estranhas e produção de hormônios. Excreção = filtração - reabsorção + secreção Regulação da composição iônica do sangue: Os rins ajudam a regular os níveis sanguíneos de vários íons (Na +, K +, Ca 2 +,Cl–, HPO4 2–). É importante manter a concentração desses íons no sangue. Regulação do ph sanguíneo: Excretam uma quantidade variável de íons hidrogênio (H +) para a urina e preservam os íons bicarbonato (HCO-3), que são um importante tampão do H + no sangue. Ambas as atividades ajudam a regular o pH do sangue, ou seja, ocorre a secreção de H + e reabsorção do bicarbonato filtrado. O sangue venoso por ter mais CO2 possui pH menor, é mais ácido que o sangue arterial. A urina pode apresentar um pH bem ácido ou um pH alcalino, porém geralmente é mais ácida, pois o corpo tende a eliminar H + e segurar o bicarbonato. Rins e o sistema circulatório atuam de forma integrada para assegurar que a pressão sanguínea e a perfusão tecidual estejam em níveis satisfatórios. Se o líquido extracelular fica muito ácido, os rins excretam mais H + e mantêm mais HCO3 -. No caso de uma alcalose, o líquido extracelular fica mais básico, os rins excretam menos H + e mantêm menos HCO-3. Essa função também está relacionada aos pulmões. Regulação volemia: Ajusta o volume do sangue por meio da conservação ou eliminação de água na urina. O aumento do volume de sangue eleva a pressão arterial, enquanto a diminuição do volume de sangue reduz a pressão arterial. Regulação da pressão arterial: Secreção da enzima renina, que ativa o sistema renina angiotensina-aldosterona. O aumento da renina provoca elevação da pressão arterial. Regulação da osmolaridade sanguínea: Ao regular separadamente a perda de água e a perda de solutos na urina, os rins mantêm uma osmolaridade do sangue relativamente constante de aproximadamente 300 miliosmóis por litro (mOsm/ℓ). Esse valor é referente à relação entre soluto/solvente. Para manter esse valor, a função renal se integra a outros comportamentos corporais, como a sede (hormônio antidiurético). É o equilíbrio entre perda e ingestão de água – tudo ligado à osmolaridade. A água é ingerida por meio da oxidação, dos alimentos e das bebidas e é excretada pela urina, pela transpiração e pela respiração. O “balanço da água” varia de modo que: ➢ Se você bebe mais água do que excreta → a balança desloca para baixo, há formação de urina. ➢ Se você perde mais água do que ingere → a balança desloca para cima, o sistema fica mais concentrado, aumenta a osmolaridade, os osmorreceptores são ativados e há estimulação do centro da sede. Enquanto não houver a reposição da água necessária, os rins diminuirão a formação urinária. Os rins contribuem com a perda ou a conservação de água e eletrólitos, de acordo com as necessidades do organismo. Produção de hormônios: São eles que liberam eritropoetina (fundamental na síntese de eritrócitos, logo, uma deficiência no rim que afete esse hormônio se correlaciona à anemia) e renina (que regula produção de hormônios envolvidos no balanço de sódio e pressão arterial). Há ainda enzimas renais que ajudam a converter vitamina D3 em um hormônio ativo, o calcitriol, a forma ativa da vitamina D, que ajuda a regular a homeostasia do cálcio. Reabsorção de água - ADH: O hormônio antidiurético atua nos rins promovendo a reabsorção de água.Esse hormônio é importante, pois evita a perda exagerada de água e garante a osmolaridade normal do sangue. Quando ocorre o estímulo para produção de ADH pelo hipotálamo e secreção pela neuro-hipófise, o ADH chega até os túbulos renais para desempenhar sua ação. Ao chegar nos túbulos distais finais e ductos coletores, promovendo maior permeabilidade dessas estruturas. https://brasilescola.uol.com.br/biologia/sangue.htm Essa ligação promove uma sequência de eventos no interior das células, a fim de expor as aquaporinas, proteínas que são canais de água, na membrana luminal. Essa membrana na ausência de ADH é impermeável, pois as aquaporinas estão “guardadas” em vesículas no interior das células. Na presença do ADH, a membrana luminal se torna permeável à água, e com isso ocorre reabsorção de água, ou seja, a água é reabsorvida para o sangue. Sendo assim, uma menor quantidade de líquido é excretada na urina, pois houve a reabsorção. Em grande quantidade de água, ocorre um processo inverso. A queda na osmolaridade do sangue promove um queda na secreção de ADH, o que diminui a permeabilidade nos túbulos distais e ductos coletores, de modo que a reabsorção de água nos rins é diminuída. Nesse caso temos uma maior produção de urina. Diabetes insipidus: Resistência à ação do hormônio ou uma redução na sua síntese podem levar ao desenvolvimento do diabetes insipidus. Denomina-se diabetes insipidus central, neuro-hipofisário ou neurogênico, a diabetes causada por deficiência na síntese de ADH; e renal ou nefrogênico, quando há resistência à ação do ADH nos túbulos renais. O álcool inibe a liberação do hormônio antidiurético, e é por isso que, quando ingerimos bebidas alcoólicas, há uma grande produção de urina. O álcool pode, portanto, desencadear desidratação, o que pode ser responsável pelos famosos sintomas da ressaca. https://brasilescola.uol.com.br/biologia/formacao-urina.htm https://brasilescola.uol.com.br/doencas/desidratacao.htm
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