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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC CENTRO TECNOLÓGICO - CTC DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS EPS 5227 - PLANEJAMENTO INDUSTRIAL Anteprojeto: Coworking Business Carlos Alberto Farias Felix (17200511) Renata Steinbach (13200773) Shirley Lima Monteiro (20150198) Florianópolis 2021 PRODUTO O produto desenvolvido é a criação de um coworking que integre todos os apoios e serviços necessários em um único lugar. Um espaço onde existe uma ampla estrutura que permite a troca de experiências entre profissionais autônomos, empresas e estudantes de diferentes áreas. FICHA CADASTRO A ficha de cadastro da empresa segundo o CNAE: Figura 1 - Classificação Nacional de Atividade Econômica A ficha de cadastro é escolhido nesta hierarquia pelo fato de seguir os seguintes descritores: Figura 2 - Lista de descritores segundo o CNAE 1. INTRODUÇÃO 1.1. Contextualização do Empreendimento Coworking é um termo que descreve um modo de trabalho compartilhado, em que as pessoas se reúnem em um local para criar valor enquanto compartilham informações e conhecimentos por meio de comunicação e cooperação (Uda, 2013). Desta forma, coworkings são espaços baseados no compartilhamento de recursos, de escritórios e de espaços, onde profissionais e empresas usufruem desses espaços para oferecer e/ou contratar serviços mutuamente, estabelecendo relacionamentos entre seus negócios. Os coworkings oferecem espaços compartilhados de trabalho com toda a estrutura física para uso, serviços de recepção, internet, banheiros e amenidades, que podem ser alugados por um período de tempo ou diariamente, para uma ou várias pessoas por ambiente (SERRA, 2013). Estes espaços comumente atraem pessoas que podem ou não trabalhar em uma mesma empresa ou área de atuação, profissionais autônomos, empreendedores, estudantes, nômades digitais e mais atualmente pessoas que precisam de um ambiente mais estruturado e menos isolado que o Home Office. Um dos motivos de atração dessas pessoas para o uso dos espaços de trabalho colaborativos dá-se pelo ambiente que é criado pelos membros. Um ambiente dinâmico e que tem como grande objetivo potencializar a rede de contatos entre os usuários do espaço. Esta rede de relacionamentos proporcionada pelos coworkings visa favorecer o surgimento e amadurecimento de ideias e projetos em grupo, pois o foco não está apenas no lucro, mas também na sociedade. 1.2. Objetivo Desenvolver um anteprojeto de implementação de um coworking na cidade de Mogi das Cruzes. 2. ESTUDO DE MERCADO E DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE COMPETITIVIDADE 2.1. Levantamento de Informações Qualitativas de Mercado Será realizado um estudo qualitativo do mercado de coworking, com o objetivo de entender melhor o sistema produtivo e o produto que será planejado. Foram realizados estudos em alguns elementos do mercado como por exemplo, os clientes, concorrentes, fornecedores, legislação e normas, inovação, tecnologia e sustentabilidade. 2.1.1. Clientes Em espaços como coworking, podemos ter uma gama de clientes que necessitam de espaços e estruturas físicas de forma acessível e eficiente. Estudantes, trabalhadores autônomos e empresas que buscam ambientes inspiradores e dinâmicos, com a possibilidade de trocar experiências no mercado que atuam. Desta forma, podemos separar três tipos de clientes que o coworking pretende alcançar em seu ambiente: ● Estudantes que necessitam de estrutura para realizar trabalhos acadêmicos, webconferência, apresentações de trabalhos, defesas de TCC, mestrado ou doutorado, entrevista de emprego e reuniões. Os estudantes podem utilizar os serviços em aluguéis em diárias ou por hora de uso em mesas compartilhadas, mesas privadas e salas de reuniões. Além de poderem usar dos espaços e benefícios de ter cafeteria, espaços para impressão e aluguéis de eletrônicos. Caso estes estudantes tenham filhos com até 13 anos de idade, podem levá-los juntos para usar os espaços de berçário ou playground durante seu período de uso do espaço de coworking. ● Para pessoas jurídicas, ou seja, profissionais autônomos e freelancers que necessitam também de um espaço adequado para realizarem seus trabalhos com a possibilidade de trocar grandes experiências ou até mesmo espaços que necessitam concentração. Além disso, ferramentas que podem deixar as reuniões do dia a dia em alto nível profissional ou até mesmo reuniões de extrema importância em um ambiente adequado. Estes profissionais podem usar os serviços de coworking com planos mensais, diários ou por hora. Além de poderem usar dos espaços e benefícios de ter cafeteria, espaços para impressão e aluguéis de eletrônicos. Caso estes profissionais tenham filhos com até 13 anos de idade, podem levá-los juntos para usar os espaços de berçário ou playground durante seu período de uso do espaço de coworking. ● Empresas que desejam locar espaço físico para que seus colaboradores possam utilizar durante o expediente e/ ou para reuniões de rotina necessárias diariamente, semanalmente ou mensalmente. As empresas podem alugar em planos mensais o uso de espaços compartilhados, salas especiais e até salas de reuniões para o uso de seus colaboradores. Os pacotes de aluguéis também podem incluir o uso das cafeterias, impressão e aluguéis de eletrônicos. Caso estes colaboradores tenham filhos com até 13 anos de idade, podem levá-los juntos para usar os espaços de berçário ou playground durante seu período de uso do espaço de coworking. 2.1.2. Concorrentes Segundo a Organização Coworking Brasil, em 2017 existiam 336 coworkings somente em São Paulo, o que representa aproximadamente 40% do mercado nacional. Pode-se dividir os concorrentes em diretos e indiretos: ● Diretos ○ Coworking Business: Espaços de locação e apoio voltados para empresas ou/e iniciações e estudantes. Além de possuir um networking mais funcional. ○ Escritório virtual: Serviços de suporte administrativo para o funcionamento remoto de empresas. ● Indiretos ○ Coworking de outras áreas: Espaços de locação exclusivos para diferentes áreas de atuação. Por exemplo: espaços apenas para arquitetos ○ Empreendimento comercial: Locação de salas em edifícios, de forma individual. ○ Incubadoras: Espaços que oferecem estrutura para estimular, desenvolver e agilizar os processos necessários para empreender. Na cidade de Mogi das Cruzes podem ser encontrados 5 concorrentes diretos. No quadro abaixo podemos ver os serviços ofertados por eles: Quadro 1 - Lista de serviços ofertados 2.1.3. Fornecedores Os fornecimentos necessários para os processos de apoio ao cliente do coworking estão inclusos itens do varejo como por exemplo eletrônicos, itens de escritórios e brinquedos. No mercado de atacado vão ser necessários itens como alimentos, itens escolares, itens de higiene e limpeza. Além disso, é necessário o fornecimento de internet de grande capacidade e energia. Desta forma, podemos contar com fornecedores locais para os itens de varejo e atacado. Energia elétrica da distribuidora local e serviço de internet qualificado para grandes empresas. 2.1.4. Legislação e Normas Para operações e processos realizados dentro do espaço de coworking, são previstas normas e regulamentos municipais onde o coworking está estabelecido. Para realizar abertura e registro de uma Empresa de Coworking são necessários os seguintes procedimentos: Registro Empresarial na Junta Comercial; Obtenção do CNPJ na Secretaria da Receita Federal; Secretaria Estadual de Fazenda; Registro na prefeitura municipal, para obter o alvará de funcionamento; Enquadramento na Entidade Sindical Patronal (empresa ficará obrigada a recolher por ocasião da constituição e até o dia 31 de janeiro de cada ano, a Contribuição Sindical Patronal); Cadastramento junto à Caixa Econômica Federal no sistema “Conectividade Social – INSS/FGTS”; Registro no Corpo de Bombeiros Militar: órgão que verifica se a empresa atende as exigências mínimas de segurança e de proteçãocontra incêndio, para que seja concedido o “Habite-se” pela prefeitura. Alvará de licença da Vigilância Sanitária. (SEBRAE, 2021). No ano de 2005 o IBGE reconheceu os coworkings e fez a inclusão do CNAE, por meio de uma inclusão no Simples Nacional. No entanto, no ano de 2016 o Senado Federal emitiu uma negativa quanto a inclusão dos nomes de Escritórios Compartilhados (coworking e escritórios virtuais) na Lei da MEI. Já em ações recentes dos anos de 2017 e 2018 visam reunir diversas leis municipais em uma única lei, criando um projeto de Lei Federal nº 8.300 de 2017 (em análise nas comissões do Congresso Nacional), um Projeto de Lei do município de São Paulo e uma Ementa Aditiva nº 13/2018. (REVISTA BUILDINGS, 2018). Espaços de Coworking também devem seguir as Diretrizes e Premissas determinadas pelo Código de Obras de Mogi das Cruzes (CEO), Código Sanitário de São Paulo, NBR9050 de Acessibilidade, NBR9077 de Saída de Emergência, Lei 12.305 (PNRS), Lei 8.069 e Lei 10.297. ● Art. 334 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes: Referente às instalações sanitárias; ● Art. 36 do Código Sanitário de São Paulo: Referentes às estruturas de salas para escritórios; ● Art. 38 do Código Sanitário de São Paulo: Referente ao pé direito dos estabelecimentos; ● ABNT NBR9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos; ● ABNT NBR9077 - Saída de emergências em edifícios; ● Lei 12.305 (PNRS) - Política Nacional de Resíduos Sólidos; ● Lei 8.069 - Referente à brinquedotecas e de proteção a criança; ● Lei 10.297 - Referente a comercialização de café e cafeterias. 2.1.5. Inovação e Dinamicidade Serão oferecidos espaços dedicados para as mais diversas áreas e profissionais, além de integrar serviços essenciais em um único lugar. No contexto de pandemia e com grande parte das empresas trabalhando em regime híbrido, mesmo com o trabalho home office as empresas continuam precisando de uma sede. Reuniões em equipes ainda são necessárias para algumas empresas, além da necessidade de encontrar com clientes pessoalmente e até oferecer estrutura para que seus colaboradores sem estrutura em casa, possam continuar trabalhando. A flexibilidade de planos, reservas e ambientes integradores de necessidades são grandes diferenciais deste ambiente de coworking. Além de um ambiente de trabalho, dispõe em sua estrutura de cafeteria, centro comercial, possibilidade de locação de eletrônicos e espaço educacional para filhos com idade entre 0 e 13 anos. 2.1.6. Tecnologia e Sustentabilidade Para a construção e manutenção deste ambiente é necessário uso de tecnologia, tanto em estrutura física como em estrutura virtual, para ser uma área dinâmica e inteligente. Os equipamentos possuem as tecnologias mais recentes, dispositivos sem fio, softwares eficazes e integrados. Gadgets, tecnologias, calendários sincronizados e painéis interativos e com interface simplificada. Além da tecnologia aplicada em softwares de gerenciamento do espaço de coworking, pontos comerciais, espaço educacional, locação de eletrônicos e cafeteria. Prezando por um ambiente sustentável, o espaço de coworking minimiza em sua atividade o uso de plástico, investe em itens recicláveis e dá preferência pelo uso de energias renováveis. Em sua decoração e design traz um ambiente com boa iluminação natural e com presença de plantas. Incentiva o uso de locomoção com bicicleta, dispondo de um bicicletário próprio para os usuários do coworking. 2.2. Análise Estratégica do Empreendimento Para a realização do empreendimento, foram considerados aspectos estratégicos para a tomada de decisão e para a implementação do coworking. Portanto, o plano estratégico auxilia para a vantagem competitiva dentro do mercado, desta forma, foram feitas análises ambientais externas. 2.2.1. Análise ambiental externa Tem como objetivo a identificação de ameaças e oportunidades para a implementação do coworking através da análise do sistema de valor e da competitividade. Para analisar a competitividade, Porter, desenvolveu um modelo que devem ser analisadas as forças externas atuando sobre um segmento de negócio. Estas forças vem do poder dos clientes, dos fornecedores, dos produtos substitutos, entrantes potenciais e da rivalidade entre os competidores. Portanto, no modelo verifica-se as ameaças de cada fator: ● Poder dos Clientes: O coworking atenderá três diferentes tipos de clientes que são estudantes, empresas e pessoas jurídicas. As empresas não teriam um elevado poder de barganha, visto que haja poucos espaços concorrentes que tenham a estrutura para atendê-las. Em divergência teria os estudantes que, por conter espaços que chegam a ser gratuitos para eles, teriam um elevado poder de barganha. Com relação às pessoas jurídicas não teria um poder tão elevado quanto aos estudantes, pois alguns produtos ofertados a eles (exemplo, espaço recreativo) são dificilmente encontrados em outros espaços; ● Poder dos fornecedores: A internet é um insumo essencial para o empreendimento, o mau fornecimento pode limitar a atuação do coworking no mercado, tendo em vista que é de extrema importância que a internet seja de qualidade. Contudo, existem muitas empresas que podem fornecer este serviço e, também, não seria apenas uma rede de internet, logo eles não teriam um alto poder de barganha; ● Perigo dos entrantes potenciais: De acordo com o Censo Coworking Brasil, a maioria dos coworkings possuem uma pequena edificação, 36% utilizam casas, logo dificilmente surgirá um espaço com maior edificação e estrutura que atenda nossos potenciais clientes; ● Perigo dos produtos substitutos: Devido a situação de pandemia, um substituto seria a própria casa (home office). Com relação às empresas, podem preferir utilizar um escritório próprio. Contudo, abaixo pode ser observado a comparação entre alugar um espaço coworking e um escritório próprio: Tabela 1 - Custos Coworking x Escritório Próprio ● Rivalidade entre os competidores: A maioria da concorrência direta do coworking trabalha com a estratégia de competitividade em liderança de custos, por possuírem produtos muitos semelhantes e sem diferenciação. 2.2.2. Definição do mix estratégico Com o cenário atual da pandemia da Covid-19, estima-se que o mercado global de espaços de coworking diminua de US$ 9,27 bilhões em 2019 para US$ 8,24 bilhões bilhões em 2020. No entanto, tendências de mercado e consumo indicam uma recuperação, devendo atingir US$ 11,52 bilhões em 2023. Devido à tendência da saída do modelo de trabalho integralmente de Home Office para um modelo de trabalho misto, com menor isolamento social e maior interesse em networking, inicialmente o mercado voltado para empresas e pessoas jurídicas é mais atrativo, uma vez que a indústria retomou novamente o patamar de fevereiro de 2020, mês pré-pandemia (SILVEIRA e ALVARENGA, 2021). Como estratégia competitiva de negócio faremos diferenciação de produtos com foco no mercado, oferecendo serviços com alto valor agregado. Direcionando a nossa oferta para o segmento, nicho de mercado, empreendedores e empresas inovadoras. Contudo, para os estudantes que dificilmente irão pagar um alto valor, será observado uma demanda menor, contando apenas aqueles que procuram o coworking por uma oportunidade de trabalho/estágio nas empresas presentes, os que precisam do espaço recreativo ou/e precisam de uma sala totalmente equipada para apresentação de seus trabalhos. Com estratégia de desenvolvimento de mercado, é interessante uma posterior ampliação em sua atuação no mercado, especializando-se no nicho business e, posteriormente, na abertura de franquias em outras cidades do estado e do Brasil. Para obtenção de vantagens competitivas, será necessário fomentar um ambiente de parcerias com fornecedores e clientes. 2.3. Definição de Segmento de Atuação e Nicho de Mercado O mercado de espaços corporativos abrange, em sua maior parte, imóveis para escritório próprio, mas porpossuir altos valores de aluguéis e condomínio os coworkings vem ganhando espaço neste mercado pois otimizam o valor investido no local de trabalho por pequenos e médios empreendedores, startups, freelancers, entre outros. Com isso, o segmento é de escritórios compartilhados multidisciplinares que consiste na locação de espaços que possuem uma estrutura necessária para que seus clientes desenvolvam seus projetos e tenham contatos com outras pessoas e empresas a fim de trocar ideias que ajudam a crescer de forma rápida e colaborativa. 2.4. Definição do Produto O produto desenvolvido é a criação de um coworking que integre todos os apoios e serviços necessários em um único lugar. Um espaço onde existe uma ampla estrutura que permite a troca de experiências entre profissionais autônomos, empresas e estudantes de diferentes áreas. Dispomos das seguintes famílias e tipos de produtos: ● Locação de estação de trabalho: O espaço de coworking contém mesas privadas, salas privadas, mesas compartilhadas, salas de reunião, salas especiais (locação exclusiva para uma única empresa utilizar), escritório virtual e espaço para eventos. Sendo possível alugar estes espaços mensalmente, diariamente ou por hora de uso. ● Locação de ponto comercial: Há espaços disponíveis para instalação de pontos comerciais para negócios com conexão com o coworking, como livraria, eletrônicos, e contabilidade. Assim dispondo de uma maior gama de serviços e produtos em um mesmo ambiente. ● Espaço recreativo: Brinquedoteca para receber filhos com idade até 13 anos dos usuários dos espaços de coworking durante seu tempo de permanência no local. A brinquedoteca contará com recreadores disponíveis no espaço da brinquedoteca. ● Locação de eletrônicos: Possibilidade de locação de eletrônicos como notebook, mouse, teclado, microfone/fone, projetor, laser pointer e webcam, para uso no coworking. Assim os usuários que não estiverem munidos de todos os equipamentos ou que seus eletrônicos apresentem problemas durante o período de trabalho no coworking podem alugar e utilizar nas dependências. ● Cafeteria: No coworking os usuários têm a possibilidade de fazer suas alimentações na cafeteria, onde tem café, leite, chá, refrigerante, sanduíche, salgados e energéticos. Desta forma não precisam se deslocar para outros locais para ir a uma cafeteria se alimentar, ou até mesmo fazer uma reunião em um ambiente mais informal e descontraído. 2.5. Levantamento de Informações Quantitativas de Mercado 2.5.1. Demanda global Atualmente 2 milhões de pessoas trabalham em escritório de coworking, com previsão de 5 milhões em 2024. De acordo com o Global Coworking Growth Study de 2020 o Brasil ocupa a 10° posição com 393 espaços, possuindo em média 39 residentes por escritório, enquanto a China possui a maior ocupação de 282 coworkers. Figura 3 - Top países com maiores números de Coworking Contudo, o Censo Coworking de 2019 especializado nos estudos nacionais aponta que o Brasil ultrapassa 1500 espaços colocando o país em terceira posição. Para o ano de 2024 estima-se que os escritórios de coworking tenham um crescimento de 100% atingindo um total de 40 mil escritórios. Figura 4 - Previsão da quantidade de escritórios para 2024 2.5.2. Fatia de mercado Atualmente no mercado de coworking nacional temos como destaque as empresas WeWork, Regus e IWG. Os espaços de coworking vêm ganhando espaço no mercado brasileiro, no caso da WeWork, a taxa média de ocupações em 2018 em seus prédios no Brasil era de 94,8%, e da Regus tem todos os imóveis no país com ocupação superior à 80%. Já no mundo, a taxa de ocupação média das unidades da IWG tem valores em torno de 73%. (ARBEX, 2018). Com 1497 espaços conhecidos no Brasil e 273 pessoas circulando mensalmente, o mercado de coworkings está dividido em 75% de espaços multidisciplinares, 12% para indústria criativa, 5% para TI e tecnologia e 8% para outros segmentos específicos. 2.5.3. Preço À medida que a indústria de coworking se populariza, a tendência de queda nos preços se reflete em diferentes regiões do mundo, devido a maior concorrência que leva opções mais acessíveis para os profissionais. De acordo com o Global Coworking Growth Study o preço médio global da mesa compartilhada caiu em 2,14%. Figura 5 - Preço mensal da mesa compartilhada Na cidade de Mogi das Cruzes podem ser encontrados 5 espaços de coworking business e 373 salas comerciais disponíveis. Logo abaixo pode ser comparados os preços cobrados pelos concorrentes. Tabela 2 - Comparação de preço da concorrência em Mogi das Cruzes 2.6. Perspectivas para o empreendimento O mercado de coworkings se mostra bastante promissor dado às tendências de comportamento pós-pandemia e que empresas e pessoas adaptarão seus hábitos, comportamentos e jornadas de trabalho para um regime híbrido entre presencial e não presencial nas empresas. Acredita-se que dado às análises anteriores que a perspectiva é bastante favorável para o empreendimento em questão. Desta forma, pode primeiramente fazer uma consolidação local e após refletir em um entrada no mercado nacional, caso seja almejado expandir seus horizontes de atuação. 2.7. Quadros Canvas O Business Model Canvas é uma das ferramentas mais utilizadas e conceituadas para modelagem de negócios, representando de maneira estruturada e visual os principais itens que impactam no sucesso de um negócio. Na figura 6, localizada abaixo, é apresentado o Business Model Canvas para o Coworking Business. Figura 6 - Business Model Canvas 3. PROCESSO PRODUTIVO 3.1. Análise do Processo Produtivo e Engenharia 3.1.1. Estrutura do Produto Para estruturação do coworking, é necessário uma infraestrutura com grande capacidade de atendimento ao público. Com isso, é possível disponibilizar todos os serviços previstos para este empreendimento. A seguir pode-se observar a estrutura do coworking em relação aos produtos disponíveis. Produtos A Sala individual B Sala compartilhada C Sala compartilhada com mesa individual D Sala especial E Sala de reunião F Salão de eventos G Espaço comercial H Espaço recreativo I Locação de eletrônicos J Cafeteria Quadro 2 - Produtos Para cada produto disponível no coworking existem atividades e serviços que estarão inclusas. Na planilha a seguir pode-se observar as atividades e serviços que são realizados. Atividade/Serviços A B C D E F G H I J Informação e agendamento X X X X X X X X X Informação e Cadastro X X X X X X X X X Recepção e cobrança X X X X X X X X X X Atendimento da cafeteria X X X X X X Equipamentos eletrônicos X X X X X Preparação de sala X X Impressão de material X X X X X Equipamentos ergonômico (cadeiras e mesas ajustáveis) X X X X Internet X X X X X X X X Sistema de telefonia X Recreação infantil X X X X X Quadro 3 - Atividades/Serviços incluídas nos produtos 3.1.2. Análise do Processo Produtivo O processo produtivo terá início no agendamento e cadastro dos clientes, e pode ser realizado presencialmente, via telefone e plataforma web. Neste processo é efetuado o cadastro e a análise de capacidade do espaço, assim, será cobrado através da plataforma web ou presencialmente com a recepção. Após isso é direcionado o cliente para sala, e fica a disposição os serviços e atividades que estão inclusos no pacote contratado. No processo de agendamento e cadastro dos clientes é o primeiro a ser executado, e para este processo foram estabelecidas três possíveis formas de início do processo do cliente do coworking. Os clientes poderão fazer o cadastro e agendamento pelo telefone, pela plataforma da web ou presencialmente já no coworking. Desta forma, segue abaixo o DFT para o processo de agendamento e cadastro dos clientes até a prestação dos serviços e disposição do espaço. Figura 7 - DFT cadastro de serviços Detalhando os serviços prestados, pode-se observar como é realizado e organizado os processos através do DFT dos serviços prestados dentro do coworking. Abaixoé apresentado o processo realizado na cafeteria que estará dentro do espaço de coworking e que os clientes do mesmo poderão utilizar para se alimentarem sem sair do estabelecimento. Figura 8 - DFT operações da cafeteria Os clientes também terão disponível o serviço de espaço de recreação para deixarem seus filhos de até 13 anos com recreadores infantis durante seu período de uso do coworking. Este serviço também precisa passar pela etapa de cadastro e o processo para este serviço está apresentado abaixo. Figura 9 - DFT espaço recreativo A possibilidade de locação de equipamentos eletrônicos também foi englobado no projeto de coworking, e seu processo de solicitação de locação, uso por parte do cliente, devolução e inspeção é apresentado a seguir. Figura 10 - DFT locação de eletrônicos Por fim, é apresentado abaixo o processo de locação de ponto/espaço comercial que faz parte da estrutura do coworking. Sendo que estes locais para locação comercial podem ser somente para comércios do tipo biblioteca, escritório de contabilidade e/ou venda de eletrônicos, por terem conexão próxima aos outros tipos de serviços oferecidos e podem trazer benefícios para os clientes do coworking. Figura 11 - DFT locação do ponto comercial 3.1.3. Quadro de equipamentos/recursos primários Dentre os diversos tipos de coworkings existentes no mercado, foram levantados os seguintes equipamentos e recursos primários necessários. Equipamentos Quantidade Preço (R$/un) Preço (R$) Notebook 5 2.600,00 13.000,00 Desktops 4 4.800,00 19.200,00 Impressora Multifuncional 3 400,00 1.200,00 Impressora laser 1 1.380,00 1.380,00 Teclado sem fio 5 100,00 500,00 Mouse sem fio 12 60,00 720,00 Switch 1 3.600,00 3.600,00 Cabo de rede 1 200,00 200,00 Antivírus 9 69,00 621,00 Pacote Office 2 169,90 339,8 Telefone 2 79,90 159,8 Apresentador sem fio 2 79,90 159,8 Pacote de Internet/Telefone 2 89,99 179,98 TV 1 2.127,60 2.127,60 Mesa de escritório individual 7 218,40 1.528,8 Cadeiras longarina 5 lugares 4 1.439,10 5.756,40 Mesa de reunião com 8 lugares 2 1.066,94 2.133,88 Mesa de escritório compartilhada 4 lugares 7 1.521,36 10.649,52 Cadeira 30 215,90 6.477,00 Armário 3 926,80 2.780,40 Playground infantil 1 8.477,90 8.477,90 Fogão 1 385,00 385,00 Refrigerador 1 1.840,00 1.840,00 Freezer 2 1.274,00 2.548,00 Forno elétrico 1 450,00 450,00 Microondas 2 430,00 860,00 Balcão vitrine quente 1 3.741,00 3.741,00 Balcão vitrine frio 1 4.930,00 4.930,00 Conjunto mesa e 4 cadeiras 6 399,00 2.394,00 Tabela 3 - Estimativa de quantidade inicial dos equipamentos Ainda é necessário escolher a escala produtiva que será feita na próxima etapa do trabalho. Portanto, inicialmente temos somente uma estimativa inicial de quantidades. 3.1.4. Análise de necessidade de recursos humanos O empreendimento necessita de uma equipe enxuta, sem necessidade de mão de obra altamente qualificada. Segue no diagrama abaixo o organograma previsto para a operação inicial do coworking. Figura 12 - Organograma recursos humanos Na tabela abaixo é apresentada a média salarial esperada para os cargos, baseando-se em uma região próxima de um grande centro do Brasil. Cargo Colaboradores Salário (R$) Gestor 1 4.595,00 Analista administrativo 1 2.108,00 Coordenador 1 2.381,00 Assistente de marketing 1 1.123,00 Secretário 1 1.265,00 Técnico de TI 1 1.828,00 Recreador infantil 1 1.026,00 Atendente de cafeteria 1 1.193,00 Faxineiro 1 1.082,00 Recepcionista 1 1.256,00 Tabela 4 - Média salarial dos cargos Ainda é necessário escolher a escala produtiva que será feita na próxima etapa do trabalho. Portanto, inicialmente temos somente uma estimativa inicial de quantidades para o atendimento de um único cliente. 3.2. Estudo do Tamanho/Escala de Produção 3.2.1. Análise da escalabilidade do processo produtivo A capacidade produtiva está relacionada à quantidade de postos de trabalhos disponíveis, visto que no tópico 2.5.1 que a demanda global de residentes por coworking é de 39. Portanto, para suprir a demanda deverá conter no mínimo 50 postos de trabalho, pois além dos residentes outras pessoas podem frequentar em horários avulsos, para que atendesse com aproximadamente 100% da capacidade do espaço. Porém, como observado anteriormente, a procura pelos espaços de coworking vem crescendo cerca de 20% ao ano, e de acordo com o Coworking Brasil 267 pessoas passam pelos espaços mensalmente, o que leva ser necessário investimentos mais altos desde do início do empreendimento pelo fato de não ter tanta flexibilidade em expandir os espaços físicos. Assim, será necessário pelo menos 110 postos de trabalho em um período de 4 anos com a possibilidade de expandir ao menos 50 postos após 5 anos. Desta forma, inicialmente será esperado uma demanda com a utilização de aproximadamente 40% da capacidade do empreendimento. Como foi definido no tópico 2.4, os espaços para locação de ponto comercial serão destinados apenas para uma livraria, um escritório de contabilidade e uma loja de eletrônicos com espaços físicos sem a capacidade de aumentar o tamanho futuramente. Com relação à cafeteria e espaço recreativo, de acordo com o censo coworking brasil 65% possuem filhos e 31% preferem comer no coworking, a escala inicial possuiria equipamentos que atendesse pelo menos a esta demanda. 3.2.2. Seleção das alternativas de escala de produção As opções de equipamentos continuarão as mesmas em todas as alternativas, o que mudaria seria o foco do produto, assim variando em quantidade e, consequentemente, o posto de trabalho conforme o quadro abaixo: Tabela 5 - Alternativas de escala de produção A alternativa 1 tem seu foco voltado para as mesas individuais, pois apesar de ambientes de coworking serem ambientes compartilhados, não necessariamente este compartilhamento refere-se às mesas, mas sim também ao fluxo de informações e possibilidade de comunicação e networking. Então, a primeira alternativa, é uma alternativa de um ambiente de coworking com maiores quantidades de mesas individuais, para que os clientes estejam em um ambiente compartilhado, mas com maior disponibilidade de uso de mesas individualizadas, já que os clientes podem preferir fazer uso de espaços mais individualizados. Um maior número de mesas individualizadas podem gerar a impressão para o cliente de maior valor agregado no serviço, pois é comum que pessoas prefiram ter mesas próprias durante sua jornada de trabalho. A alternativa de número 2 é uma alternativa com foco em mesas compartilhadas, em que os usuários do coworking terão à disposição maiores números de mesas compartilhadas. Desta forma, é uma alternativa de coworkings com estrutura física dimensionada em sua maioria para espaços de trabalho em mesas compartilhadas. Esta alternativa também pode ser mais interessante para grandes grupos de usuários de uma mesma empresa, pois facilita a comunicação entre os mesmos. Esta alternativa 2 pode ser bastante interessante para clientes que sejam empresas que estão solicitando aos seus colaboradores o coworkings neste período de flexibilização e retorno às atividade por conta da pandemia de Covid-19. Além disso, após este longo período de distanciamento social, as pessoas vêm buscando mais alternativas de troca social, almejando uma menor necessidade de isolamento após a imunização com a vacinação da população. Já a alternativa 3 é uma alternativa mista, em que é focada em um equilíbrio de oferta de espaços e mesas compartilhadas e espaços e mesas individuais. Assim, podem se beneficiar ambos os perfis de clientes citados acima nas alternativas 1 e 2. 3.2.3. Escolha do método de escolha de tamanho O Método do Custo Unitário foi selecionado para a tomada de decisão da escolha de tamanho devido a sua forma de ponderação entre as alternativas avaliadas, uma vez que neste método relaciona os custos fixos, custos variáveis, investimentos e IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) com a capacidade produtiva.Os custos fixos e variáveis das alternativas levantadas em 3.2.2 são iguais, assim como o IPCA e a capacidade. No entanto, cada uma das alternativas apresenta diferentes valores de investimento, devido ao foco que ela apresenta. Os valores levantados para cada alternativa são apresentados no Anexo B deste documento. 3.2.4. Tabulação dos dados e análise das alternativas Considerando os investimentos iniciais e os custos mensais, obtivemos a seguinte planilha: Alternativas 1 2 3 Investimentos R$ 188.926,39 R$ 227.524,99 R$ 202.109,19 (i) IPCA (julho 2021) 0,96% 0,96% 0,96% Custos Fixos R$ 33.857,00 R$ 33.857,00 R$ 33.857,00 Custos Variável R$ 3.300,00 R$ 3.300,00 R$ 3.300,00 Capacidade 110 110 110 Custo Unitário R$ 2.071,79 R$ 2.426,06 R$ 2.192,79 Tabela 6 - Método do custo unitário A alternativa que apresentou o maior valor necessário de investimento foi a alternativa número 2, devido aos custos das mesas compartilhadas, que são significativamente superiores às demais. Além disso, os custos de mão de obra e materiais impactam significativamente nos investimentos, uma vez que para esta alternativa é necessário um layout com maior número de salas de reunião. A alternativa 3 resultou em um valor intermediário de investimentos e consequentemente um custo unitário intermediário também. Já a alternativa 1 resultou no menor custo unitário dentre as três alternativas, uma vez que esta é a alternativa com menor valor de investimento. 3.2.5. Análise e Escolha da escala produtiva A alternativa mais interessante do ponto de vista econômico é a alternativa 1, com foco em postos de trabalho individuais, ou seja com mais disponibilidade de mesas individuais. Anteriormente também definimos o nosso serviço com foco na diferenciação, então esta alternativa também se apresenta como mais interessante, uma vez que usuários que se dispõem a desembolsar um maior valor, tendem a preferir a utilização de ambientes mais individualizados. 4. ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO Um dos fatores decisivos para o sucesso do negócio é a localização adequada do empreendimento, principalmente quando se trata de um negócio que busca atrair clientes para usarem sua estrutura física, como é o caso do coworking. Além disso, a localização do empreendimento é uma decisão que afetará a curto, médio e longo prazo o negócio, podendo inclusive ser uma decisão praticamente irreversível, uma vez que são definidos os investimentos fixos como instalação. Desta forma, se faz necessário um estudo de localização robusto e completo, para que o coworking seja potencialmente atraente para os clientes. Para o estudo e processo de escolha da localização é necessário avaliar e analisar fatores decisivos como fatores ambientais, econômicos, culturais e de segurança, por exemplo. Analisando e ponderando um conjunto de critérios, temos por objetivo determinar a localização do coworking para este anteprojeto. 4.1. Definição dos fatores de localização 4.1.1. Fatores de macrolocalização Na definição dos fatores de macrolocalização usamos como base os indicadores do relatório Doing Business Subnacional do Brasil 2021 realizado pelo Banco Mundial (BIRD ou IBRD) (SANT’ANA, 2021). O BIRD é uma instituição ligada à ONU com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e social, sendo a primeira das cinco instituições que integram o Grupo Banco Mundial. Para avaliação de macrolocalização foram levados em consideração cinco indicadores para a atribuição do estado em que é mais fácil manter e prosperar um negócio no Brasil: ● Abertura de empresas: critério que avalia o tempo, os procedimentos e custos para iniciar as atividades de uma empresa de modo formal. ● Obtenção de alvará de construção: quanto tempo, quais procedimentos e os custos empregados para obter o alvará de construção de uma empresa. ● Registro de propriedades: critério que avalia o tempo, os procedimentos e custos para uma empresa adquirir uma propriedade comercial de uma outra empresa. Além de transferir o título de propriedade para o nome da empresa e avaliação da qualidade do sistema de administração comercial do estado. ● Pagamento de impostos: critério referente ao impostos e contribuições obrigatórias que empresas precisam pagar ao longo do ano, além do tempo e processos envolvidos para estes pagamentos. ● Execução de contratos: tempo e custos necessários para resolver um litígio comercial em que seja necessário recorrer a um tribunal local (de primeira instância). 4.1.2. Fatores de microlocalização Dentre os diversos fatores que influenciam na decisão pela microlocalização do empreendimento, foram selecionados para o estudo e processo de escolha da localização os seguintes critérios: ● Facilidade de acesso ao espaço: refere-se a proximidade de pontos de táxi/uber, linhas de transporte público, estacionamentos rotativos privados, além de ruas/avenidas/rodovias com pouco congestionamento. ● Tradição na utilização do serviço: leva em consideração fatores culturais dos consumidores da região quanto ao uso de ambientes compartilhados para estudar e/ou trabalhar. ● Facilidade na construção: considera-se fatores imobiliários, preço por metro quadrado, disponibilidade de terrenos para construções comerciais, plano-diretor, preço de mão de obra e concorrência na construção civil. ● Quantidade de universidades: número de universidades na cidade. ● Índice de segurança: números de ocorrências criminosas como tráfico de entorpecentes, furtos, porte ilegal de armas, prisões efetuadas, dentre outras informadas pela secretaria de segurança pública. ● Coworkings a cada mil habitantes: quantidade de coworkings a cada mil habitantes. A partir destes critérios referentes a microlocalização foi realizada a análise e definição da microlocalização pela Técnica de Pontuação Ponderada (SLACK, 2002) de tomada de decisões em projetos. Com este método é possível uma melhor tomada de decisão quanto a localização do coworking. 4.2. Definição da Macrolocalização Realizamos o processo de definição e decisão da macrolocalização com auxílio da aplicação da Técnica de Pontuação Ponderada, em que a partir da definição os fatores relevantes foram atribuídos respectivos pesos, selecionado a escala de pontuação. Na sequência, cada alternativa foi pontuada e de forma algébrica a alternativa de maior pontuação pode ser selecionada como opção de macrolocalização para o empreendimento. O Coworking Business será um empreendimento localizado no território brasileiro, e segundo o Doing Business Subnacional do Brasil 2021, São Paulo é o estado brasileiro que lidera o ranking como o melhor ambiente de negócios do Brasil. Desta forma, um dos estados selecionados para avaliação da macrolocalização foi o estado de São Paulo, na região Sudeste do Brasil. Para que as outras regiões do território brasileiro também pudessem ser consideradas no processo de decisão, foi escolhido o estado do Rio Grande do Sul, por atualmente ser o maior PIB da região Sul. Na região Centro-Oeste, o estado que apresenta o maior PIB é o Distrito Federal, portanto também foi um estado considerado na definição da macrolocalização. Desta forma, avaliamos três estados/federação brasileiros que estão localizados nas três regiões que apresentam a maior concentração do PIB (Sudoeste, Sul e Centro-Oeste) e que também apresentam o maior PIB da sua região. No item 4.1 realizamos a definição dos fatores importantes e escalas de pontuação, como abertura de empresas, obtenção do alvará de construção, registro de propriedades, pagamento de impostos, e execução de contratos. E dentre estes fatores que influenciam na decisão pela macrolocalização do empreendimento, foram atribuídos pesos para cada um deles e escalas de pontuação. ● Abertura de empresas: critério com pontuação entre 0 e 10 pontos, em que a maior pontuação refere-se à menor tempo e menores custos para iniciar as atividades de uma empresa de modo formal. ● Obtenção de alvará de construção: critério compontuação de 0 à 10, em que leva em consideração tempo, quais procedimentos e os custos empregados para obter o alvará de construção de uma empresa. Quanto menor o tempo e número de procedimentos, maior a pontuação conferida a este critério. ● Registro de propriedades: este critério tem pontuação entre 0 e 10, em que considera-se fatores de tempo, procedimentos e custos para uma empresa adquirir uma propriedade comercial de uma outra empresa. Além de avaliar a transferência do título de propriedade para o nome da empresa e avaliação da qualidade do sistema de administração comercial do estado. Quanto menor o tempo, número de procedimentos e custos, maior a pontuação conferida a este critério. ● Pagamento de impostos: critério com pontuação entre 0 e 10, em que quanto mais impostos e contribuições obrigatórias que empresas precisam pagar ao longo do ano, menor o valor atribuído. ● Execução de contratos: critério com pontuação entre 0 e 10, em que quanto maior o tempo e custos necessários para resolver um litígio comercial em que seja necessário recorrer a um tribunal local (de primeira instância), menor a pontuação do critério. Os pesos para cada um dos fatores foi atribuído referente a valores entre zero e dez, sendo o maior peso o de valor dez e o de menor peso o valor zero. O fator com atribuição do peso máximo, no valor de dez, foi o pagamento de impostos, pois esta variante impacta constantemente o empreendimento, necessitando uma movimentação de caixa em todos os meses. Os impostos e contribuições obrigatórias que empresas precisam pagar ao longo do ano impactam significativamente no sucesso e viabilidade das mesmas. O fator que recebeu o segundo maior peso na avaliação foi o referente a abertura da empresa, uma vez que no Brasil há baixa adesão por parte de autônomos na formalização dos seus negócios, principalmente devido a burocracia envolvida, possível necessidade de contratação de serviços de contabilidade, demora no processo e burocracia. Em seguida, na escala de grandeza na pontuação dos pesos segue o fator de execução de contratos com o valor de oito. A necessidade de recorrer a ações e amparo judicial é recorrente durante a maturidade de um negócio, portanto este deve ser um fator também considerado de peso na avaliação. A demora em trâmites, principalmente em tribunais locais de primeira instância, podem ser prejudiciais para os empreendimentos, com ênfase nos primeiros anos de abertura da empresa em que questões de propriedade intelectual podem ser contestadas e até mesmo ações trabalhistas instauradas. Com a pontuação de valor 7 teve-se os fatores de obtenção de alvará de construção e registro de propriedade, que são fatores mais diretamente relacionados à estrutura física do empreendimento. Estes fatores receberam menor pontuação pois se tratam de trâmites de baixa ocorrência durante a vida de um negócio. Apesar de serem fatores importantes e problemáticos, tendem a não atingir uma grande parte da vida útil do empreendimento. Ao inserirmos os respectivos valores de pesos aos fatores e fazendo o levantamento dos dados de cada uma das cidades avaliadas, foi possível aplicar a Técnica de Pontuação Ponderada, conforme apresentado no quadro abaixo. 0-10 Notas das Alternativas Notas Normalizadas Critérios Pesos Rio Grande do Sul São Paulo Distrit o Federa l Soma Rio Grand e do Sul São Paulo Distrit o Feder al Soma Abertura de empresas (0-10) 9 8 10 9 27 0,30 0,37 0,33 1,00 Obtenção do alvará de construção (0-10) 7 8 9 9 26 0,31 0,35 0,35 1,00 Registro de propriedades (0-10) 7 10 10 9 29 0,34 0,34 0,31 1,00 Pagamento de impostos (0-10) 10 8 8 9 25 0,32 0,32 0,36 1,00 Execução de contratos (0-10) 8 7 9 8 24 0,29 0,38 0,33 1,00 Pontuação Final 41 - - - - 12,77 14,37 13,86 41,00 Tabela 7 - Técnica de Pontuação Ponderada para macrolocalização Na Técnica de Pontuação Ponderada, dentre os estados/federação do Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal, o estado que obteve a maior pontuação final foi São Paulo com 14,87 pontos. Desta forma, o resultado da aplicação da técnica foi a decisão pelo estado de São Paulo como a definição de macrolocalização para o coworking deste anteprojeto. Vale ressaltar que este estado também foi eleito em junho deste ano como o mais fácil de manter um negócio, ao avaliar critérios de boas práticas e obstáculos regulatórios pelo Banco Mundial (BIRD ou IBRD) (SANT’ANA, 2021). São Paulo é o principal polo financeiro da América Latina e os paulistanos vêm aderindo cada vez mais aos espaços de coworking e segundo o Censo Coworking Brasil (2019), o estado de São Paulo é líder no ranking por região em quantidade de espaços de coworking no Brasil. Porém, ainda existe muito espaço para crescimento uma vez que somente a grande São Paulo gera o equivalente a ¼ do PIB do país, segundo dados do IBGE de 2017. 4.3. Definição da Microlocalização O processo de decisão da definição da microlocalização foi auxiliado pela aplicação da Técnica de Pontuação Ponderada, em que é necessário definir os fatores relevantes, atribuir pesos para os fatores, selecionar escala de pontuação, pontuar cada alternativa, fazer operação algébrica e enfim selecionar a alternativa com a maior pontuação. A definição dos fatores importantes e escalas de pontuação já foram realizadas no item 4.1. como facilidade de acesso ao espaço, tradição na utilização do serviço, facilidade na construção, quantidade de universidades, índice de segurança e coworkings a cada mil habitantes. Dentre os fatores que influenciam na decisão pela microlocalização do empreendimento, foram atribuídos pesos para cada um deles e escalas de pontuação. ● Facilidade de acesso ao espaço: critério com pontuação entre 0 e 10 pontos, em que a maior pontuação refere-se a maior facilidade de acesso, ou seja, que está próximo de pontos de táxi/uber, linhas de transporte público, estacionamentos rotativos privados, além de ruas/avenidas/rodovias com pouco congestionamento. ● Tradição na utilização do serviço: critério com pontuação de 0 à 10, em que leva em consideração fatores culturais dos consumidores da região quanto ao uso de ambientes compartilhados para estudar e/ou trabalhar. Quanto mais popular é o uso deste tipo de ambiente de coworking, maior a pontuação conferida a este critério. ● Facilidade na construção: este critério tem pontuação entre 0 e 10, em que considera-se fatores imobiliários, preço por metro quadrado, disponibilidade de terrenos para construções comerciais, plano-diretor que beneficie empreendimentos comerciais e menor preço de mão de obra e maior disponibilidade de trabalhadores da construção civil. ● Quantidade de universidades: quanto mais universidades na cidade, maior o nosso público consumidor, pois mais elevado tende a ser o número de empreendedores destas cidades. Valor unitário da quantidade de universidades, normalizado pelo número de habitantes. ● Índice de segurança: Números de ocorrências criminosas como tráfico de entorpecentes, furtos, porte ilegal de armas, prisões efetuadas, dentre outras informadas pela secretaria de segurança pública. Somatórios dos dados da Secretaria de Segurança Pública entre os meses de janeiro e junho de 2021. Quanto maior o número de ocorrências criminosas por habitante, menor o índice de segurança. ● Coworkings a cada mil habitantes: quanto maior o número de coworkings já existentes na cidade por habitante, menor o valor atribuído a este ítem. Pois, maior será a concorrência nesta localização. A atribuição de pesos para cada um dos fatores são valores entre zero e dez, em que o maior valor corresponde a um fator de maior peso, uma vez que este será um número multiplicador na operação algébrica. O fator com atribuição do peso máximo foi a facilidade de acesso ao espaço, pois segundo Spinuzzi (2012) a localização, a flexibilidade, a estrutura e interações sociais são citados como as principais vantagens dos ambientes compartilhados. Também segundoinformações obtidas no levantamento feito com entrevista a coworkers do estado de São Paulo, 4 de 5 entrevistados citaram a localização como sendo o principal fator que avalia ao escolher um coworking. Figura 13 - Principal fator de escolha de coworking O segundo maior valor de peso (peso 9) foi atribuído ao fator facilidade na construção, uma vez que a implantação/construção do coworking precisa ser economicamente interessante e possível na cidade. Considerando assim questões de disponibilidade de terrenos para construção de estruturas comerciais e preço médio por metro quadrado na localização. O fator de tradição na utilização do serviço de ambientes compartilhados também é determinante para a viabilidade de um negócio. Portanto, para este fator foi atribuído o peso 8, a terceira maior pontuação. Apesar de ser uma análise mais subjetiva, procurou-se observar a popularidade no uso de ambientes de Coworking nas cidades selecionadas. Segundo o Censo Coworking 2019, a cidade de São Paulo é a com maior popularidade no estado e no Brasil, e essa popularidade também é similar em cidades da grande São Paulo. Já em cidades do interior do estado de São Paulo, esta popularidade cai drasticamente, devido principalmente ao tipo de indústrias e negócios existentes, como agronegócio e da área veterinária no caso de Ribeirão Preto. Ao projetarmos um negócio com interesse um diferenciação e com oferecimento de serviços com maior valor agregado, o fator de índice de segurança também é algo que precisa ser considerado. E, apesar de não ter sido citado por nenhum dos entrevistados em nosso questionário como fator que mais impacta na decisão pela escolha de um espaço de coworking, um entrevistado citou como fator que menos impacta na decisão de escolha. Portanto, conferimos ao índice de segurança o peso de valor 7. Foram levantadas as informações de quantidade de coworkings existentes na cidade a cada mil habitantes, para assim termos uma dimensão da concorrência, seja ela direta ou indireta para o nosso negócio. Além disso, é necessário analisar que se houver um número muito pequeno de espaços de coworking na localidade, pode-se perceber que talvez haja baixa demanda para o uso desses espaços compartilhados por aquela população. Para este fator foi conferido o peso 6 para o cálculo da pontuação ponderada. O fator com menor peso foi o de quantidade de universidades, pois apesar de universitários, mestrandos e doutorandos serem nossos possíveis clientes, eles são apenas um de nossos públicos alvo. E, possivelmente, não sejam a parcela de clientes com maior número de frequência de uso do nosso negócio. Por isso, foi associado a este fator o peso de valor 3. No item 4.2 foi definido o estado de São Paulo como macrolocalização, então para a microlocalização foram selecionadas três cidades do estado. A capital do estado foi uma das escolhidas para alternativa de microlocalização, além de Mogi das Cruzes que faz parte da Grande São Paulo e Ribeirão Preto, que é uma das grandes cidades do interior do estado. Inserindo todos estes valores de pesos aos fatores e analisando cada qual para cada uma das cidades escolhidas, é possível aplicar a Técnica de Pontuação Ponderada, conforme apresentado no quadro abaixo. 0-10 Notas das Alternativas Notas Normalizadas Critérios Pesos Mogi das Cruzes São Paulo Ribeirão Preto ∑ Mogi das Cruzes São Paulo Ribeirão Preto ∑ Facilidade de acesso ao espaço (0-10) 10 10 9 4 23 0,43 0,39 0,17 1,00 Tradição na utilização do serviço (0-10) 8 8 9 3 20 0,40 0,45 0,15 1,00 Facilidade na construção (0-10) 9 10 4 9 23 0,43 0,17 0,39 1,00 Quantidade de universidades (un) 3 7 137 8 152 0,05 0,90 0,05 1,00 Índice de segurança 7 0,00353 0,00365 0,0226 0,029 0,44 0,44 0,12 1,00 Coworking a cada mil habitantes 6 0,01109 0,03148 0,0266 0,069 0,42 0,27 0,31 1,00 Pontuação Final 43 - - - - 17,20 16,49 9,31 43 Tabela 7 - Técnica de Pontuação Ponderada Na Técnica de Pontuação Ponderada a localização que obtiver o maior valor de pontuação final deverá ser a cidade escolhida. Desta forma, o resultado da aplicação da técnica foi a decisão pela cidade de Mogi das Cruzes como a definição de microlocalização para o coworking deste anteprojeto. 5. ESTUDO DE IMPACTO SÓCIO AMBIENTAL O coworking deve estar alinhado com o desejo de proporcionar alternativas eficientes ao impacto gerado ao meio ambiente, desta forma, os valores da empresa devem estar ligados diretamente com a entrega de um ambiente sustentável, promovendo eventos e palestras de conscientização do uso de energia renováveis, e também a importância da reciclagem e descartes corretos dos resíduos nos ambientes do empreendimento, fazendo com que os usuários do coworking despertem o interesse por essas ações, replicando-as fora do empreendimento. Além disso, periodicamente serão realizadas análises socioambientais na comunidade onde o coworking está localizado, para promover eventos e ações direcionados ao bem-estar e a segurança da população, como por exemplo, o incentivo de utilizar bicicletas como meio de locomoção, dispondo de um bicicletário próprio para os usuários do coworking. Também, o coworking é um local onde umas das principais ferramentas de trabalho são equipamentos eletrônicos, e devem ser analisados pontos de coletas para a reutilização ou descarte correto de equipamentos eletrônicos que são utilizados pelos usuários e pelo próprio empreendimento. 6. ANÁLISES DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA 6.1. Determinação do Investimento Os investimentos iniciais do coworking business incluem compra dos equipamentos, reforma dos espaços, instalações e itens de escritório, cafeteria e playground. A tabela abaixo apresenta a estimativa dos valores para os investimentos iniciais. Investimentos Fixos: terreno 0,00 R$ construção civil 60.000,00 R$ equip. e instalações 123.926,39 R$ projetos, montagem e outros 5.000,00 R$ ________________________________ TOTAL 188.926,39 R$ Tabela 8 - Custos de investimentos fixos Para negócios como coworking não há linhas de crédito ou fundos de investimento específicos e como não haverá construção da estrutura física, restará a possibilidade de uso de linhas de crédito do BNDES de forma indireta. O valor do financiamento do empreendimento será de 70% com taxa de juros real de 11,86% ao ano. 6.2. Projeção de Receitas e Custos Considerando a empresa em sua maturidade, já estabelecida no mercado, foi elaborada a projeção de receitas conforme apresentada na tabela abaixo. A tabela compreende os planos de serviços disponibilizados no coworking, a capacidade em horas de cada serviço, a demanda prevista e a receita. Planos Capacidade em Horas (h) Demanda Prevista (%) Valor Médio por hora (R$/h) Horas Utilizadas (h) Receita (R$) Sala Individual 320 50,00% R$ 30,00 160 R$ 4.800,00 Mesa Compartilhada com Sala Compartilhada 3840 85,00% R$ 4,17 3264 R$ 13.617,00 Mesa Individual com Sala Compartilhada 4800 90,00% R$ 6,44 4320 R$ 27.810,00 Sala Especial 480 100,00% R$ 12,50 480 R$ 6.000,00 Sala de Reunião 320 95,00% R$ 48,75 304 R$ 14.820,00 Salão de Eventos 160 60,00% R$ 88,75 96 R$ 8.520,00 Espaço Comercial 480 100,00% R$ 12,50 480 R$ 6.000,00 Aluguel Notebook 800 1,00% R$ 16,25 8 R$ 130,00 Aluguel Pequenos Equipamentos 4800 1,00% R$ 3,44 48 R$ 165,00 Espaço Recreativo 1600 5,00% R$ 12,50 80 R$ 1.000,00 Total 17600 9240 R$ 82.862,00 Tabela 9 - Projeção de receitas para os serviços do coworking business A projeção de custos do coworking business é apresentada na tabela abaixo, sendo contabilizados custos de materiais, mão de obra fixa e administrativo, seguros, manutenção e equipamentos, dentre outros custos do empreendimento. Dados Sobre Custos (100%): Materiais de uso operacional R$ 27.600,00 Mão de obra variável e encargos R$ 0,00 Mão de obra fixa e encargos R$ 81.748,05 Pessoal administrativo e encargos R$ 202.863,96 Seguros 1,8% Manutenção de equip 2,0% Fretes s/materiais de uso operacional 0,0% Comissõesde vendas 0,0% Impostos 16,0% 0,0% Despesas financeiras 3,2% 0,0% 0,0% num.dias Energia elétrica, Outras desp.Op.var. R$ 36.000,00 Aluguéis, serv. de terceiros R$ 156.000,00 Outras Despesas Gerais Fixas R$ 0,00 Outras Despesas Gerais Variáveis R$ 12.000,00 Tabela 10 - Projeção de custos do coworking business 6.3. Análise de Viabilidade Econômica 6.3.1. Determinação da Taxa de Desconto (TMA) A taxa mínima de atratividade (TMA) é a taxa mínima que um investidor pretende receber em um investimento, portanto é de grande importância a avaliação desta taxa para qualquer investimento. Desta forma, a TMA foi estabelecida em 5,25% a.a., que é a atual taxa básica de juros conhecida como taxa Selic. 6.3.2. Definição do Horizonte de Análise Um dos fatores levado em consideração para definição do horizonte de análise foi o valor relativamente baixo de investimento inicial, sendo que é um mercado que recentemente mostra um crescimento constante. Com isso, espera-se que um horizonte de 5 anos seja realista para a empresa se concretizar no mercado e conquistar a fatia de mercado prevista. 6.3.3. Escolha dos Métodos de Análise A análise de viabilidade econômica tem por objetivo avaliar se o empreendimento é uma boa alternativa de investimento. Para isso, foram utilizados os principais métodos de análise como o VPL e a TIR. O valor presente líquido (VPL), fornece ao analista a informação de que um investimento pode ser economicamente viável considerando o valor presente de pagamentos futuros, ou seja, o valor do dinheiro no tempo. Isso é possível através de uma fórmula que indica um VPL positivo ou negativo, portanto, se o VPL for positivo diz-se que o empreendimento é economicamente viável, e se o VPL for negativo diz-se que o empreendimento é economicamente inviável. Como complemento do VPL, utiliza-se o método da taxa interna de retorno (TIR), que possibilita avaliar o retorno do empreendimento, ou seja, é a taxa necessária para que o VPL seja zero e assim comparar com a TMA. Desta forma, fornece ao analista a informação de, enquanto a TIR for maior que a TMA o investimento será viável. 6.3.4. Análise de Viabilidade Econômica Por meio da análise econômico-financeira do coworking business, obteve-se resultados economicamente viáveis para o empreendimento ao analisar o VPL e com TMA estabelecido em 5,25% a.a., que é o atual valor da taxa Selic com a TIR. Faturamento Anual (100%): R$ 994.344,00 tir empreendimento(%aa) 15,43% tir acionista (%aa) 16,64% VPL empreendimento 68.161,96 VPL acionista 118.455,63 Tabela 11 - Resultados da análise econômico-financeira 6.4. Análise de Viabilidade Financeira 6.4.1. Análise da Capacidade de Pagamento Para a análise de capacidade de pagamento utilizou-se a planilha de análise econômica financeira como mostra figura a seguir: Tabela 12 - Resultados da análise da capacidade de pagamento Podemos observar que os dois primeiros períodos tem lucro negativo e somente a partir do terceiro período tem capacidade de cumprir com todos os compromissos. 6.4.2. Definição da Estrutura de Capital Para a definição da estrutura de capital levou-se em conta uma taxa de financiamento que deixou o saldo acumulado no último ano igual a zero. Portanto, para o projeto em análise foi decidido uma taxa de 70%, tendo a necessidade de R$ 62.635,66 de recursos próprios para abrir o negócio. Apesar do lucro negativo nos primeiros períodos, é considerado normal para empreendimentos que ainda estão sendo inseridos no mercado. 6.4.3. Análise de Cobertura por Adicional de Giro Segundo Modro et al. (2012), pode-se entender o capital de giro como o conjunto de recursos responsáveis por financiar a atividade principal da organização, e esses recursos devem ser reinvestidos a cada ciclo de operações, para possibilitar a geração de lucros e propiciar a continuidade e o desenvolvimento do empreendimento. O adicional de giro é o acréscimo monetário necessário para o giro da empresa, ou seja, a diferença entre a necessidade e a cobertura. Abaixo encontra-se o cálculo do capital de giro determinado para o Coworking Business, de acordo com os dados e valores já obtidos anteriormente. Neste empreendimento o capital de giro é referente somente às necessidades, uma vez que não apresenta coberturas por não utilizar crédito de fornecedores e não trabalhar com duplicatas. Tabela 13 - Resultados da análise de cobertura por adicional de giro 6.4.4. Análise de Cobertura por Financiamento de Curto Prazo Ao analisarmos a estrutura de capital em um horizonte de 5 anos, concluímos que o empreendimento tem capacidade de pagamento e cobre seus gastos com financiamento de 70%. Portanto, não há necessidade de financiamento de curto prazo para o Coworking Business, o que é um fator positivo, pois financiamentos de curto prazo apresentam juros altos e poderiam prejudicar a viabilidade do negócio. 6.4.5. Definição de Políticas de Curto Prazo Para o nosso empreendimento de Coworking Business observamos que não há variações de demanda sazonais ou demasiadamente oscilatórias, desta forma as políticas de curto prazo para aumentar o capital de giro do negócio não foram necessárias. Esta identificação de ausência de necessidade pode também estar relacionada ao tipo e porte do empreendimento em questão. Caso precisássemos definir políticas de curto prazo, a mais interessante para o empreendimento seria a política de pagamentos. Desta forma poderíamos alterar o período de tempo de faturamento de caixa, utilizando duplicatas e desta forma aumentando o capital de giro. Está política de pagamentos requer atenção no quesito de controle e fiscalização econômica devido ao aumento dos dias de faturamento. 6.5. Análise de Riscos 6.5.1. Análise de Qualidade dos Dados de Entrada Para analisar os dados estimados deve-se estar ciente das limitações. Assim, pode-se verificar o quão confiável são as informações de entrada. Segue abaixo uma relação dos principais dados de entrada com o a origem, confiabilidade e riscos atrelados de possíveis incoerências. Dado Confiabilidade Risco Preço dos serviços prestados. Muito bom, foram analisados outros empreendimentos do mesmo setor com características semelhantes. Porém, o nosso empreendimento é voltado para diferenciação de mercado, o que pode ter preços mais elevados de acordo com os benefícios oferecidos. O preço de mercado exige que o preço estabelecido inicialmente seja mais baixo que o previsto. Demanda dos serviços prestados. Muito bom, foram analisadas fontes confiáveis e que indicam um grande crescimento do mercado nos últimos anos, e a previsão é que a procura por esse tipo de serviço ainda cresça para os próximos anos. A demanda pode ser menor que a prevista por motivos econômicos e crises Receitas Bom, foram analisados os preços e a demanda prevista para o empreendimento com dados de fontes confiáveis. Os preços dos planos são muito altos e afetam a demanda diretamente. Preço dos materiais e equipamentos utilizados. Bom, os preços foram orçados com fornecedores e lojas online. Os preços variam de forma previsível independente das regiões estudadas. Considerando o investimento total do coworking, estes equipamentos equivalem a uma parcela relativamente alta. Com isso o risco seria comprar esses equipamentos em momento de alta no mercado. Uso de recursos humanos e salários. Muito bom, foram utilizadas fontes confiáveis de médias salariais. A Os riscos são baixos devido à previsibilidade dos custos e necessidade de recursos humanos no empreendimento foi analisada de acordo com os concorrentes e levado como ponto crucial da análise o serviço diferenciado, e assim utilizando mais recursos que a média dos empreendimentos do mercado. aumentos necessários. O que dá pra ser repassado para os valores dos planos e se adequar com novos custos. Gastos com despesas (energia, água, internet, aluguel, etc). Baixo, os dados obtidos foram feitos com uma estimativa grosseira. Os custos com energia, água, internete aluguel podem ser maiores que a estimativa. Vai depender da demanda real do serviço e acordos com o aluguel do empreendimento. Localização. Bom, foram consideradas várias fontes para o estudo da localização e análises. Clientes demoram ou não aderem ao novo espaço implantado no local. Dificuldades para captação de clientes que já utilizam outros espaços pode ser um risco. Tamanho Médio, foram encontrados vários imóveis para locação de grande porte. Porém não foi avaliado de forma detalhada os termos e contratos para utilização dos imóveis como espaço de coworking. O imóvel não pode não ter espaço suficiente para suportar demanda antes do horizonte de análise. Tendo custos de oportunidade e ter que analisar a troca da localização. Financiamento Muito bom, foram analisadas as linhas de créditos do BNDES. Juros acima do previsto e afetando a viabilidade do empreendimento. Tabela 14 - Análise dos dados de entrada 6.5.2. Planilha de Riscos Para realizar a análise de riscos será necessário considerar os índices base para determinar o grau de impacto e as chances de ocorrência. Assim, a multiplicação das escalas leva ao resultado (R) quantitativo da relevância do risco. Impacto (I) Probabilidade (P) Muito Alto 5 80% - 100% Certo 5 Alto 4 60% - 80% Muito provável 4 Médio 3 40% - 60% Provável 3 Pouco 2 20% - 40% Chance baixa 2 Muito Baixo 1 0% - 20% Raro 1 Tabela 15 - Grau de impacto e probabilidade 6.5.3. Análise de Riscos Os riscos observados estão descrito na tabela a seguir e caracterizados de acordo com grau de impacto e chances de ocorrência: No. Risco Impacto I P R 1 Alterações na economia e dificuldadesde custear o coworking Redução nas vendas 5 3 15 2 Atualizações de tecnologia Aumentos nos custos para atualizar os equipamentos oferecido pelo coworking 2 3 6 3 Crescimento da concorrência Redução das vendas e aumentosdos custos com marketing 3 4 12 4 Planejamento e gestão da empresa (vendas, custos, preços, investimentos etc.) Inviabilidade do negócio no curto e longo prazo 5 3 15 5 Endividamento com passivos Baixo retorno no longo prazo 2 4 8 6 Capacidade de Pagamento Dificuldade em obtenção definanciamento 4 3 12 7 Limitações de espaço físico Custo de oportunidade comserviços perdidos 2 5 10 8 Queda de energia Insatisfação dos clientes e consequentemente perdas nas vendas 3 1 3 9 Queda de internet Insatisfação dos clientes e consequentemente perdas nas vendas 3 2 6 10 Hackers Má visibilidade da empresa com asegurança dos dados dos clientes 4 1 4 11 Demanda insuficiente Baixa receita, inviabilidade doempreendimento no longo prazo 5 4 20 12 Filas na impressão Baixa qualidade dos serviçosdisponíveis 1 4 4 13 Acidentes no playground Má visibilidade dos clientes ecustos excepcionais 2 1 2 14 Acidentes com instalações elétricas Má visibilidade com os serviçosprestados pela empresa 2 1 2 15 Falta de café Má visibilidade com os serviçosprestados pela empresa 3 1 3 Tabela 16 - Análise dos pesos dos riscos e impactos 6.5.4. Análise de Sensibilidade e de Cenários Com os riscos atrelados ao empreendimento, é necessário fazer análise de sensibilidade para prever os impactos com algumas variações dos dados previstos. Com isso, é possível verificar o impacto gerado no VPL do empreendimento. Na análise a seguir, podemos verificar a variação do faturamento anual do empreendimento que está diretamente relacionado à demanda prevista no período. Como verificado anteriormente com os riscos relacionados à demanda, foi realizada uma análise simulando a variação no faturamento de 15% para mais ou para menos. Com isso, foi possível verificar a sensibilidade da variação na tabela a seguir: Variação VPL Faturamento Anual -15% (250.924,60) 845.192,40 0% 68.161,96 994.344,00 15% 387.611,18 1.143.495,60 Tabela 17 - Variação do faturamento e VPL Para encontrar o ponto de equilíbrio foi utilizado o quinto ano, onde o empreendimento está mais maduro para ser analisado. Com isso, para ter o VPL nulo, onde a empresa pode cumprir com todos os seus compromissos e ter lucro zero. Deve ter um faturamento de R$ 962.519,10 de acordo com o gráfico a seguir utilizando o método de programação linear. Figura 14 - VPL do empreendimento Podemos verificar que a variação do faturamento, que está relacionado diretamente com a demanda, é extremamente sensível a variações. Pode-se observar então que, ao variar 15% para menos ou para cima, o impacto no empreendimento é altamente crítico. Valendo ressaltar que os valores do VPL são imprecisos por não considerar os custos adicionais. 6.5.5. Definição das Ações de Tratamento de Riscos Após a análise foi identificado os riscos mais severos, no qual é preciso ter maior atenção e necessidade de ações corretivas urgentes, de preferência que seja de forma preventiva. A seguir algumas ações que podem ser tomadas para reduzir e/ou eliminar cada um: No. Risco Impacto I P R Ação 11 Demanda insuficiente Baixa receita, inviabilidade do empreendimento no longo prazo 5 4 20 Analisar de forma criteriosa a localização do empreendimento 1 Alterações na economia e dificuldades de custear o coworking Redução nas vendas 5 3 15 Análise preventiva da situação do mercado para tomada de decisões antecipadas 4 Planejamento e gestão da empresa (vendas, custos, preços, investimentos etc.) Inviabilidade do negócio no curto e longo prazo 5 3 15 Revisão de planejamento periodicamente 3 Crescimento da concorrência Redução das vendas e aumentos dos custos com marketing 3 4 12 Manter a competitividade no mercado através de marketing e atualizações dos equipamentos 6 Capacidade de Pagamento Dificuldade em obtençãode financiamento 4 3 12 Controlar criteriosamente os gastos e receitas da empresa 7 Limitações de espaço físico Custo de oportunidadecom serviços perdidos 2 5 10 Analisar e controlar a demanda de forma para otimizar os espaços de coworking sem perder a qualidade do serviço 5 Endividamento com passivos Baixo retorno no longoprazo 2 4 8 Analisar e controlar periodicamente as reais necessidades de endividamento passivos 2 Atualizações de tecnologia Aumentos nos custos para atualizar os equipamentos oferecido pelo coworking 2 3 6 Analisar de forma criteriosa o real impacto nas atualizações de equipamentos e antecipar as tendências. 9 Queda de internet Insatisfação dos clientes e consequentemente perdas nas vendas 3 2 6 Analisar os melhores fornecedores periodicamente e realizar manutenção constantemente 10 Hackers Má visibilidade da empresacom a segurança dos 4 1 4 Analisar constantemente a segurança dos dados dos dados dos clientes clientes e proteger os dados com sistemas atualizados 12 Filas na impressão Baixa qualidade dosserviços disponíveis 1 4 4 Avaliar periodicamente a demanda de impressão do coworking e caso necessário avaliação para obter mais impressoras 8 Queda de energia Insatisfação dos clientes e consequentemente perdas nas vendas 3 1 3 Ficar sempre informados com desligamento previstos pela empresa fornecedora de energia e em casos extraordinários criar política de vantagens para os clientes 15 Falta de café Má visibilidade com os serviços prestados pela empresa 3 1 3 Controlar os estoques deacordo com a demanda 13 Acidentes no playground Má visibilidade dos clientese custos excepcionais 2 1 2 Manter cuidadores qualificados para evitar os acidentes 14 Acidentes com instalaçõeselétricas Má visibilidade com os serviços prestados pela empresa 2 1 2 Fazer a manutenção periodicamente dos equipamentos eletrônicos e das instalações Tabela 16 - Análise de ações relacionadas aos riscos identificados 7. PARECER FINAL Pelas análises feitas no presente relatório, foi observado que o empreendimento é viável. Contudo, é muito sensível com relação à demanda, caso seja reduzida em 15% da demanda prevista, o VPL do empreendimento ficaria negativo, ou seja, as despesas seriam maiores que as receitas, tornando o negócio de alto risco. No entanto, pesquisas feitas pelo Censo Coworking Brasil e Global CoworkingGrowth Study mostram que o número de pessoas que frequentam o coworking tende a aumentar, principalmente pela situação em que estamos vivenciando, no qual, as empresas estão percebendo que não precisam ter uma estrutura física muito grande visto que muitos funcionários podem trabalhar remotamente e isso não afetará a produção. Referências GREENDESK COWORKING. Coworkings crescem e movimentam mercado de locação comercial. Disponível em: https://www.greendesk.com.br/coworkings-crescem-e-movimentam-mercado-de-loca cao-comercial/. Acesso em: 17 jul. 2021. UDA, Tadashi. 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Motivação: ● Qual o principal fator que você avalia para escolher entre diferentes Coworkings? ● Qual fator menos impacta em sua decisão para escolher entre diferentes Coworkings? ● Caso o Coworking possuísse um ambiente para receber e cuidar do(s) seu(s) filho(s) durante sua permanência, você consideraria utilizar? ● Você considera um playground para crianças com recreadores infantis um diferencial positivo para o Coworking que você frequenta/frequentou? Ambiente/estrutura física: ● Qual é a capacidade do Coworking em que trabalha/trabalhou? ● Quantas salas de reunião o Coworking possui? ● Quais são os ambientes que o Coworking que você utiliza/utilizou possui? Link: https://forms.gle/7iTHAV4yPDf7vjb28 B - Método do Custo Unitário: Tabelas da planilha de levantamento de custos e cálculo pelo Método do Custo Unitários. Planilha em anexo https://forms.gle/7iTHAV4yPDf7vjb28
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