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Ana Valéria Dantas de Araújo Góis Vulvovaginites Introdução ➵ É bastante presente no cotidiano do consultório ➵ Corrimento é uma queixa muito frequente Representa 40% dos motivos de consulta ginecológica ➵ Apesar das inúmeras ferramentas para o diagnóstico, existe alguns desafios, sobretudo nos casos recorrentes Desafio de diagnóstico e tratamento ➵ Sintomatologia, no geral é um corrimento acompanhado de prurido, ardor, dispareunia (dor na relação sexual) ou odor ➵ Causa repercussões na qualidade de vida ➵ Etiologia Desordens infecciosas, inflamatórios Nem sem sempre são infecções sexualmente transmissíveis Ocorre por uma disbiose da flora vaginal normal Diagnóstico ➵ Anamnese – características do corrimento (coloração, textura, odor), sintomas associados (se tem dor na relação), fatores de risco (se fuma, se tem alguma doença infectocontagiosa) ➵ Exame físico – exame especular (para ver o corrimento e poder avaliar) OBS – Anamnese e exame físico correspondem 60% do diagnóstico das vulvovaginites ➵ Recursos Complementares – correspondem as 40% restante Teste das aminas (Whiff teste) – adição de uma gota de Hidróxido de potássio na secreção vaginal com liberação de substâncias (putrescina e cadeverina) Microscopia – ver o que é que tem lá ➵ Não é necessário fazer o preventivo (citologia oncótica) para dar o diagnostico de corrimento vaginal A função primária do preventivo é de rastreamento de câncer de colo uterino, embora alguns descrevam a flora Estende o leque de diagnóstico diferencial Não é pra ser feito para da diagnóstico de vulvovaginite (isso seria o exame especular) Microbiota Vaginal Normal ➵ É normal encontrar Lactobacillos de Doderlein (90% dos casos) – lactobacilos acidófilos ➵ Transformam o glicogênio do epitélio escamoso da vagina em ácido lático ➵ PH 4 e 4,5 – proteção para vagina ➵ Gardnerella e Cândida – são encontradas normalmente nos exames; Só trata se a paciente tiver queixa Vaginose Bacteriana ➵ Pode ser causada por – Gardnerella (principal), Atopobium, Prevotella, Megasphaera, Leptotichia, Sneatia, Bifidobacterium, Dialister, Clostridium e Mycoplasmas ➵ Não é uma IST – não se trata o parceiro ➵ Diagnóstico É causada por um aumento do PH – sêmen, menstruação, sexo oral e duchas Redução dos lactobacilos Ambiente mais alcalino Proliferação da Gardnerella Ana Valéria Dantas de Araújo Góis Aspectos Vaginose Bacteriana Corrimento Flúido, homgeneio, branco- acinzentado, bolhas finas, odor Sintomas Amsel pH >4,5 Teste de aminas +++ Exame a fresco (microscopia) Clue cells/células-alvo/células- guia Cultura Não é recomendada OBS – A vaginose tem cheiro ruim, mas não tem inflamação; se ela tivesse sinais de inflamação seria vaginite; importante para diferenciar ela da tricomoníase O diagnóstico é feito avaliando os Critérios de Amsel (tem que ter 3 dos 4) * Corrimento * PH mais alcalino que o normal * Teste das aminas positivo * Clue cells na microscopia OBS – A VB é que da o teste de aminas mais positivo (3 cruzes) ➵ Tratamento Visa eliminar sintomas e reestabelecer a flora vaginal fisiológica, principalmente pela redução dos anaeróbios Sugere a paciente que tenha ações que não deixem o ph tão alcalino – evitar as duchas, fazer sexo com preservativo Podem ser utilizados * Metronidazol – 500mg VO de 12/12hrs, por 7 dias * Metronidazol gel 0,75%, 5g (um aplicador) intravaginal ao deitar, por 5 dias * Clindamicina 300mg, VO, de 12/12hrs, por 7 dias * Clindamicina creme 2%, 5g (um aplicador) intravaginal, ao deitar, por 7 dias OBS – Não se trata exame = se ela não sente nada, mesmo que o exame der positivo, não trata OBS – Se a paciente tiver Gestante e o exame der positivo, mesmo que ela não esteja sentindo nada, deve tratar, pelo risco de prato prematuro, abortamento, uma infecção OBS – Outro caso que também se trata exame é quando a paciente ira passar por um procedimento ginecológico (ou seja, que vai mexer no colo, como colocar um DIU, por exemplo). OBS – Devemos recomendar a paciente que fizer uso de Metronidazol para suspender bebidas alcóolicas até 24/48 hrs depois do uso do último comprimido, pois pode causar “efeito dissulfiram” ou “efeito antabuse”, pois causará uma hiper-reação na paciente, ex. vai ter cefaleia, vai ficar nauseada, uma sensação de morte; Candidíase ➵ Candidíase – Candida albicans (90%), C. glabrata, C. tropicalis, C. parapsilosis, C. guilliermondii ➵ Acontece entre um desbalanço entre a imunidade e a cândida ➵ Fatores para o surgimento – DM, AIDS, estresse, gestação, obesidade, corticosteroide, anticoncepcional, umidade, desequilíbrio da microbiota (uso de antibiótico) ➵ Vai da sinais inflamatórios – hiperemia, edema de vulva e vagina, pode fazer microfissuras (vai causar disúria) Aspectos Candidíase Corrimento Esbranquiçado e grumoso Sintomas Prurido pH <4,5 Teste de aminas - Exame a fresco (microscopia) Hifas e pseudo-hifas Cultura Ágar-Sabouraud OBS – Casos de candidíase recorrente = 4 ou mais episódios ao ano Ana Valéria Dantas de Araújo Góis ➵ Tratamento Gestante – tratamento tópico, ex. com creme vaginal * Não faz tratamento oral Tratar parceiro, se sintomático (mas não é uma IST) Candidíase não complicada OBS – primeira escolha é o fluconazol Candidíase Complicada OBS – Todas as cândidas (exceto a albicans) trata-se com Ácido bórico (óvulos de 600mg 1x a noite p/ 14 dias) Tricomoníase ➵ Tricomoníase – trichomonas vaginalis (tempo de incubação de 4 a 20 dias) Aspectos Tricomoníase Corrimento Abundante, bolhoso, odor, amarelo-esverdeado Sintomas Ardor (tem sintomas inflamatórios) pH >4,5 Teste de aminas + Exame a fresco (microscopia) protozoário flagelados, ovoides e móveis Cultura Meio de Diamond OBS – Pode causar colpite – inflamação no colo; se apresentando como colo em framboesa ou colo tigroide (depois que passa o lugol) ➵ Tratamento Trata o parceiro, ele sentindo ou não, pois é uma IST Investigar outras IST Tratamento base – oral; não se trata tópico Ana Valéria Dantas de Araújo Góis Vaginite Inflamatória Descamativa ➵ Vaginite Inflamatória Descamativa – Desconhecida; Em alguns casos, têm sido identificados Streptococcus do grup B e Escherichia Coli ➵ Substituição dos labtobacilos por Streptococcus do grupo B e aumenta também polimorfonucleados e células parabasais Aspectos Vaginose Inflamatória Descamativa Corrimento Profuso, purulento, crônico Sintomas Disparenia, ardor, desconforto, irritação vaginal, sinais flogísticos pH >4,5 Microbiota vaginal Ausência de Lactobacillus Exame a fresco (microscopia) Aumento de PMN e células parabasais Excluir Tricomoníase OBS – O que difere da tricomoníase é porque não da o odor; apesar que as vezes a tricomoníase pode trazer pouquíssimo odor ; para tirar a prova, fazer microscopia ➵ Tratamento Clindamicina creme vaginal Vaginose Citólica ➵ Vaginose Citólica – excessiva proliferação de Lactobacillus ➵ Características – Vagina ácida demais (ocorre lise celular pois o ph está muito baixo); mas não se sabe a etiologia Costuma aparecer antes da menstruação Aspectos Vaginose Citolítica Corrimento Abundante, esbranquiçado, pré-menstrual Sintomas Prurido e ardor vulvovaginal; disúria e dispareunia pH <4 Leucócitos raros Exame a fresco (microscopia) Excesso de lactobacillus; núcleos “nus”, lise de células Excluir Candidíase ➵ Tratamento Vaginose Atrófica ➵ Redução dos lactobacillus, devido ao aumento do PH ➵ Ocorre corrimento, ardência, prurido, desconforto, disúria ou dispareunia – pode ter todas essas características, mas nãoprecisa ter eles todos juntos ➵ É a vaginite do climatério e da menopausa – a atrofia do endométrio deixa o ambiente mais ressecado (falta de estrogênio) ➵ Tratamento – Estrogênio intravaginal = promestrieno (Usa 21 dias seguidos e depois passa a usar 3 vezes na semana) Hidrafemme (não tem hormônio; é a base de ácido hialurônico) – usa em paciente que já teve câncer de mama; é um hidratante vaginal
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