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Associação Brasileira de Formação e Desenvolvimento Social - ABRAFORDES www.CursosAbrafordes.com.br DICA: Tecle Ctrl+s para salvar este PDF no seu computador. Curso Monitoramento de Mídias Sociais Lição 01: Introdução 1. Introdução A internet provocou uma revolução nos meios de comunicação, em pouco tempo mudou o comportamento da sociedade. Outro meio que vem ganhando destaque nos últimos anos são as mídias sociais, com crescimento descontrolado, formado por pessoas e empresas são usadas para compartilhar os mais diversos tipos de conteúdos como vídeos, imagens, áudio e textos. Nas mídias sociais as pessoas ganham força por ter voz ativa e liberdade de expressão, compartilham suas opiniões, gostos e costumes com milhões de pessoas. Para as empresas as mídias sociais é um novo modelo de marketing, aqui ela tem oportunidade de se aproximar de seus clientes com maior rapidez, conhecer os gostos de seu público, monitorar a concorrência, lançar campanhas de seus produtos atingindo um número maior de pessoas, além de custos menores se comparado com modelos tradicionais. Só que ao mesmo tempo em que as mídias sociais trazem vantagens, pode se tornar uma ameaça para as empresas que ficam mais visíveis e vulneráveis, tudo que ela faz é acompanhado de perto pelo seu público, um erro pode ser fatal o suficiente para arranhar o nome da marca. Com o número cada vez maior de pessoas se relacionando e milhões de informações trafegando pelas mídias sociais, fica difícil para as empresas controlarem tudo que é dito sobre sua marca. Para ajudar a entender essas mudanças provocadas pelas mídias sociais, surge o monitoramento de mídias sociais que são técnicas utilizadas junto com softwares para identificar o que estão falando de sua marca, prever desastres/riscos a imagem, além de ser usada como ferramenta para monitorar concorrentes e fazer marketing de seus produtos. O propósito principal desse curso é abordar o monitoramento de mídias sociais. Tendo visto que o tema é novo e pouco conhecido pelas empresas, muitas delas não sabem por onde começar, o estudo pretende de forma simples e objetiva, ajudar as organizações a compreender e entender a todas essas mudanças provocadas pelas mídias sociais. Partindo dessa idéia o objetivo é apresentar o que são mídias sociais, a revolução e influência que as mídias sociais vêm provocando na sociedade. O que é monitoramento de mídias sociais, a importância de planejar o monitoramento, por onde começar a monitorar, ferramentas de monitoramento e por fim um estudo de caso comparando duas ferramentas de monitoramento. Para atingir aos objetivos propostos, a metodologia empregada no estudo utiliza-se de pesquisas bibliográficas baseadas em literaturas, artigos, apresentações em slides, opiniões de especialistas e sites relacionados com o tema. Lição 02: Mídias Sociais 2. Mídias Sociais As mídias sociais deixaram de ser uma ferramenta usada apenas para relacionamento e http://www.CursosAbrafordes.com.br compartilhamento de informações, para ganhar um papel importante na sociedade. A rapidez e o poder que as mídias sociais têm de disseminar informações fazem dela um meio de comunicação em ascensão que vêm ganhando força a cada dia, os maiores propulsores são as pessoas que a utilizam, nesse canal elas podem expressar suas opiniões, gostos e costumes com total liberdade, elas não estão sozinhas tudo é compartilhado e ouvido por milhões de pessoas. Por outro lado as transformações provocadas pelas mídias sociais vêm afetando o modo como as empresas trabalham, antes elas tinham o poder de decisão, erros eram escondidos dos clientes, reclamações eram isoladas, hoje isso mudou, os clientes estão mais exigentes querem acompanhar tudo de perto, dar opiniões e até mesmo criar seus próprios produtos. Não adianta as empresas resistirem a essas mudanças, a marca pode estar nas mídias sociais, inseridas pelos clientes satisfeitos ou insatisfeitos. 2.1 Definição Várias pessoas confundem os termos Redes Sociais com Mídias sociais, muitas vezes usando-as de forma indistinta. Elas não significam a mesma coisa. O primeiro é uma categoria do último. Telles (2010). Para Telles (2010), redes sociais são ambientes que focam reunir pessoas, os chamados membros, que uma vez inscritos, podem expor seu perfil com dados como fotos de pessoas, textos, mensagens e vídeos, além de interagir com outros membros, criando listas de amigos e comunidades. Já o termo mídias sociais é mais abrangente, são definidas como "um grupo de aplicações para Internet construída com base nos fundamentos ideológicos e tecnológicos da Web 2.0, e que permitem a criação e troca de Conteúdo Gerado pelo Utilizador (UCG)". Kaplan e Haenlein apud Silva (2010). Complementando a idéia de Silva, outro autor define. Mídias sociais como tecnologias e práticas on-line, usadas por pessoas (isso inclui as empresas) para disseminar conteúdo, provocando o compartilhamento de opiniões, idéias, experiências e perspectivas (e eis o seu 1º diferencial). Seus diversos formatos, atualmente, podem englobar textos, imagens, áudio, e vídeo. A web sites que usam tecnologias como blogs, mensageiros, podcasts, wikis, videologs, ou mashups (aplicações que combinam conteúdo de múltiplas fontes para criar uma nova aplicação), permitindo que seus usuários possam interagir instantaneamente entre si e com o restante do mundo. Wagner (2012). Os vários tipos de mídias sociais englobam redes sociais (Facebook, Google Plus, Orkut), blogs, micro blogs (Twitter), wikis (Wikipédia), fóruns de discussão, compartilhamento de links favoritos (Delicious, Diigo), compartilhamento de foto e vídeo (Flickr, Youtube), plataformas de captura de idéias, mashups, jogos sociais. Milreu (2011). 2.2 A revolução das mídias sociais As mídias sociais vêm provocando uma revolução no comportamento da sociedade. Essas mudanças são visíveis, analisando as pesquisas sobre a internet e as algumas mídias sociais de maior destaque. Uma pesquisa realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou um relatório contendo dados de acesso à internet em domicílios no Brasil. Segundo a pesquisa que abordou 25 mil lares brasileiros, incluindo áreas rurais, o país possui 45% de residências com computador e 38% de casas conectadas à web. Isso representa um crescimento de 10% em relação ao número de computadores e de 11% em relação ao impacto da vida online, levando em consideração os números de 2010. Entre os domicílios brasileiros com computador, 79% possuem um PC de mesa, enquanto os portáteis estão em 39% dos lares. Em 2008, 95% dos domicílios possuíam desktops, quando aparelhos portáteis estavam em apenas 10% das casas. Na classe C, o uso de eletrônicos móveis dobrou e chegou a 25% dos lares e, na classe A, o índice é de 81% contra 82% de desktops. Esses números incluem ainda o nível de posse de tablets, que ficou em 1% na população geral e de 10% na classe A. Fonte: Olhar Digital, (2012). 2.2.1 Dados sobre Facebook e Twitter A maior concentração de usuários de mídias sociais está no Facebook e Twitter, além de outras mídias serem desenvolvidas e integradas com base nessas redes sociais. Esse levantamento tem como objetivo mostrar alguns dados relevantes que mostram onde está o maior número de usuários do Facebook e Twitter. Uma pesquisa realizada por Alexandre Hohagen vice-presidente do Facebook na América Latina mostra que os brasileiros somam cerca de 37 milhões de usuários ativos na rede social, sendo que 51% desse total acessam o site diariamente. 12 milhões de brasileiros já acessam o site através de seus celulares. A faixa etária mais representativa no Facebook são os jovens com idade entre 18-24 anos, que consistem em 33% do total de usuários. Em seguida estão os “jovens adultos” de 25-34 anos, com 29% do total. Os brasileiros passaram em média quase 7 horas por mês na rede em dezembro de 2011. Fonte: radarsocial.net, (2012). Outra mídia social que vêm crescendo e principalmente no Brasil é o Twitter. Uma pesquisa feita pela Semiocast mostraque o Brasil passou o Japão e se tornou o segundo país com o maior número de usuários do Twitter. O país tem 33,3 milhões de usuários contra 29,9 milhões do Japão. Os Estados Unidos está em primeiro lugar com 107,7 milhões de contas no microblog, representando 28,1% do total de usuários do serviço. Reino Unido e Indonésia, na quarta e quinta posições, respectivamente, têm 23,8 milhões e 19,5 milhões de usuários. Fonte: g1.globo.com, (2012). Outro dado interessante sobre o Twitter foi divulgado pela própria empresa no evento Twitter4Brands. Atualmente o Twitter tem mais de 140 milhões de usuários ativos. 55% dos usuários acessam o Twitter em dispositivos móveis, com crescimento de 40% a cada trimestre. O número de tweets a cada três dias chega a um bilhão. 60% dos usuários tuítam algo, 100% lêem as publicações dos outros. 79% das pessoas seguem marcas para ter acesso a conteúdo exclusivo, como promoções, por exemplo. Fonte: linkedin.com, (2012). 2.3 A influência das mídias sociais Um estudo feito pela Oh! Panel, encomendado pelo Mercado Livre, mostra que as redes sociais influenciam decisão de compras dos brasileiros, para 79% dos usuários de redes sociais da América Latina, as opiniões postadas por amigos, sobre produtos e serviços, influenciam na decisão de compra. De acordo com o levantamento, 72,8% das pessoas que usam redes sociais admitem que confiem mais nas recomendações de colegas do que no parecer de especialistas. O estudo indica que 58,9% dos entrevistados buscam informações sobre produtos e serviços em mídias como Facebook, Orkut e Twitter, antes de efetuar a compra. No Brasil, o número é ainda maior: 61,4% dos brasileiros usam as redes sociais para fazer pesquisa antes de adquirir um produto ou serviço. Além da busca por informações sobre produtos e serviços, as redes sociais também são usadas para demonstrar preferência por uma marca. De cada 10 entrevistados, quatro disseram que seguem alguma marca. No Brasil, o interesse por marcas é maior: 81% dos usuários estão em busca de novos produtos e 75,6% procuram descontos especiais. O que motiva esse comportamento, para 78,6%, é a vontade de conhecer novos produtos e serviços. Já para 74,7%, o interesse é de encontrar ofertas. O Brasil lidera na porcentagem de usuários que utilizam as redes sociais para adquirir produtos e serviços, com 56%, enquanto a média para os outros países da América Latina é de 49,4%. Fonte: economia.uol.com.br, (2012). Analisando os dados levantados sobre a internet e algumas mídias sociais, podemos observar o número de usuários conectados compartilhando os mais variados tipos de informações, com esses dados fica evidente a importância do monitoramento. Ou seja, o monitoramento tem como principal importância o acesso e inteligência sobre os dados que milhões de pessoas produzem todos os dias sobre os mais variados temas. Lição 03: Monitoramento de Mídias Sociais 3. Monitoramento de Mídias Sociais Com o número volumoso de informações sendo compartilhado a cada minuto e a ascensão das mídias sociais, o monitoramento de mídias sociais se torna indispensável para qualquer negócio independente de sua atividade. Ainda são poucas as empresas que estão dando atenção para essas mudanças, o que elas não sabem é que o nome de sua marca pode ser arranhado em questão de minutos. 3.1 Definição Monitoramento de mídias sociais consiste na “coleta, armazenamento, classificação, categorização, adição de informações e análise de menções online públicas a determinado(s) termo(s) previamente definido(s) e seus emissores”. Silva (2012). Seus objetivos são identificar e analisar reações, sentimentos e desejos relativos a produtos, entidades e campanhas, conhecer melhor os públicos pertinentes e realizar ações reativas e proativas para alcançar os objetivos da organização ou pessoa. Silva (2012). O monitoramento busca entender o que o consumidor fala, como fala, porque fala e para quem fala. Salustiano (2010). Podemos monitorar marcas, seus produtos, empresas, públicos específicos, campanhas de marketing, tendências de mercado, concorrentes, entre outros. Segundo Milreu (2010), o monitoramento permite conhecer melhor os consumidores, vigiar o mercado, identificar, prever e analisar tendências, evitar e gerenciar crises de imagem, desenvolver novos produtos. 3.2 A importância de planejar o monitoramento Não adianta a empresa criar um perfil em alguma mídia social e achar que está fazendo monitoramento, antes de tudo, é preciso planejar e definir metas e objetivos. É importante saber exatamente o que se pretende com a atuação em cada rede e com o próprio monitoramento. Monitorar apenas para saber o que estão falando da sua marca já não faz sentido, pois o importante é tomar atitudes que vão melhor posicionamento da empresa diante dos comentários que se encontram espalhados pela web e frente aos concorrentes. Rodrigues (2011). Se sua empresa já está presente nas mídias sociais, comece planejando e defina quais objetivos pretendem atingir com monitoramento, o importante é gravar de alguma forma os dados levantados para saber como está começando e até onde quer chegar, assim fica mais fácil ver sua evolução e caso precise comparar algum dado no futuro tudo está na palma da mão. Se sua empresa não está nas mídias sociais, é hora de começar, planeje uma estratégia para monitorar sua empresa. Hoje é impossível ficar de fora, seu publico está nas mídias sociais e os concorrentes também. Rodrigues (2011) ressalta que o planejamento deve ser realizado de forma constante. Defina um tempo certo onde irá traçar suas ações e planejar o que deverá ser feito e como deverá ser feito. 3.3 Como começar a monitorar É preciso definir quais mídias serão monitoradas, onde seu público alvo se encontra. Para Rodrigues (2011) depois de ter definido as mídias a serem monitoradas, precisamos identificar as palavras- chaves a serem monitoradas como marca, produtos, concorrentes e termos relacionados ao segmento ou área de interesse de seu público. Outra idéia para um bom resultado do monitoramento é levar em consideração as determinadas formas como pode ser escrita uma determinada palavra- chave. Rodrigues (2011). Com os dados e menções encontradas, filtre as informações relevantes para a marca. Rodrigues (2011), fala que o ideal é visualizar todos estes dados em forma de gráficos. 3.4 Ferramentas de monitoramento de Mídias Sociais Com a ascensão das mídias sociais e a necessidade por parte de agências de marketing, empresas e profissionais da área, foram desenvolvidas ferramentas que servem como apoio para ajudar os profissionais e empresas a entender as mídias sociais. Hoje há várias delas no mercado, cada uma com um objetivo especifico. Ferramentas para monitoramento de mídias sociais são (na maioria das vezes) serviços de software oferecidos através da internet para filtrar e analisar o conteúdo textual produzido por e na mídia social. As ferramentas encontram conteúdo baseados nas palavras-chave definidas pelos usuários. As ferramentas incorporam múltiplas funcionalidades, como análise de volume, fonte, autor, palavra- chave, região e sentimento, e reportam estas análises convenientemente de modo gráfico. Silva (2012). Podemos definir as ferramentas de monitoramento em parcial e pleno. Ferramentas de monitoramento parcial: são aquelas que permitem a busca, coleta e, eventualmente, algumas métricas sobre as menções/ocorrências resgatadas. Buscadores, alertas e gerenciadores simples entram nesta categoria. Ex: Google Alertas, Socialmention, Tweetdeck. Ferramentas de Monitoramento Pleno: são aquelas que, além da busca e coleta, permitem a classificação, categorização, processamento dos dados, adição de informações, gerenciamento, produção de gráficos e relatórios e outros recursos avançados. Ex: Radian6, Scup, Livebuzz, Aceita. Silva (2011). Lição 04: Estudo de Caso 4. Estudo de Caso 4.1 Socialmention O Socialmention é um exemplo de ferramenta de monitoramento parcial e lembra muito um site de busca. Para issojá apresenta em sua tela principal uma área para digitar o termo desejado, possibilitando que o termo seja buscado no tipo de rede social que for determinado, além de poder realizar a busca em redes sociais que estão disponíveis na ferramenta, conforme visualizado na Figura 1. Na Figura 2, é visualizada a área de resultados, onde são exibidas todas as correspondências onde é citado o termo escolhido. A diferença para qualquer outro mecanismo de busca é apresentada pelo menu que está localizado a esquerda, onde poderão ser visualizadas informações referentes ao termo pesquisado e que podem ser úteis para um trabalho de monitoramento de mídia social. Os quadros em cinza, Figura 2, detalham as seguintes informações: · Força (Strength): trata-se da probabilidade que sua marca, seu termo, é discutida nas redes sociais. · Sentimento (Sentiment): é a escala do termo, dividida entre citações positivas, negativas e neutras sobre o assunto. · Paixão (Passion): corresponde a probabilidade dos usuários estarem falando de sua marca de forma repetida. · Alcance (Reach): é a medida do alcance das influências, ou seja, dos usuários que estão falando sobre seu termo. Nos retângulos, poderão ser visualizadas algumas informações mais específicas como a média de tempo em que ocorrem citações, a última vez que o termo foi encontrado, a quantidade de autores únicos (perfis) que citaram a palavra e o número de retweets encontrados. Abaixo dos retângulos, é disponibilizada para consulta informações que podem beneficiar o trabalho de monitoramento de mídias sociais que são as top keywords (Figura 3). Elas apontam quais foram às principais palavras usadas para definir a citação nas mídias sociais – importante para verificar o que tem sido usado para falar de uma marca nas redes. Também na mesma Figura 3 são visualizados os Top Users, ou seja, os autores que frequentemente mencionam nas mídias sociais a palavra pesquisada. Na figura 4, podem ser visualizados o Top Hashtags e Sources, que são os outros detalhes do menu à esquerda. Podem ser verificados os hashtags mais frequentemente usados, assim como número de vezes que foram mencionados. Também é possível verificar as fontes (sources) que mais citaram o termo buscado. Essa coluna é usada quando selecionamos para varrer todas as categorias da ferramenta, assim, podemos verificar quais redes sociais estão dando melhor resultado. De forma análoga ao Google, é possível configurar pesquisas avançadas e definir preferências para os resultados. No lado direito da barra de pesquisas, existem dois links como o da Ferramenta de busca: Pesquisa Avançada (Advanced Search): poderão ser definidas outras possibilidades de● pesquisa, como por exemplo, definir resultados a partir de palavras exatas, ou escolher palavras que farão com que alguns resultados sejam excluídos da busca. Entre as demais opções, estão resultados por localidade, data e linguagem (onde escolhendo português mostram resultados nacionais). Preferências (Preferences): a partir deste item é possível definir a quantidade de citações● mostradas por página e assim como a língua padrão. É um item interessante quando se deseja buscar apenas dados em português, quando for o caso. O Socialmention possui API (Application Programming Interface ou Interface de Programação de Aplicativos) liberada para aqueles que desejam interagir com a ferramenta em sua programação. A vantagem é que é possível qualquer um interagir com a base de dados, investindo na criação de outros programas e aplicativos. A API do Socialmention fornece um streaming em tempo real de dados de pesquisas agregado de vários sites de redes sociais. Uma boa possibilidade para você aproveitar na criação de widgets e outros aplicativos para ajudar outros usuários. 4.1.1 Vantagens: · Possibilidade de acompanhar de perto o desempenho nas redes sociais com informações diárias, através de alertas por email de estatísticas periódicas; · Disponibilidade de se instalar uma widget da ferramenta em seu site ou blog. O Real time Buzz Widget faz o rastreio e exibe, em tempo real, tudo que estiver sendo registrado sobre um determinado termo, definido por você no código da ferramenta; · Possibilidade de instalar o plugin de search no navegador. Assim como existe a barra de pesquisas do Google, Yahoo e outros no Firefox e no Internet Explorer, também é possível ter a Barra de Pesquisa do Socialmention – um item para facilitar, podendo realizar pesquisas direto do navegador de Internet. Uso de API que possibilita qualquer um interagir com a base de dados, investindo na criação de● outros programas e aplicativos. 4.1.2 Desvantagens: Mesmo com a grande cobertura das principais redes sociais espalhadas em diversas categorias, o● Socialmention não tem suporte direto às redes brasileiras. Os resultados para citações nacionais vêm caracterizado pelo símbolo do Google, ou seja, o desempenho nas mídias brasileiras, que são indexadas no mecanismo de busca, é que são escolhidas pela ferramenta. Não permite o armazenamento do histórico dos monitoramentos e pesquisas realizadas.● O critério utilizado para a valoração do sentimento (Positivo, negativo, neutro) não fica claro e não● há a possibilidade de alterar o sentimento para cada citação que foi capturada. Não há disponível recurso para a geração de relatórios.● 4.2 Scup O Scup, ferramenta de monitoramento de conteúdo de redes sociais, é um exemplo de ferramenta de monitoramento pleno, é atualmente uma das mais utilizada no mercado brasileiro (estima-se que seja utilizada por mais de 15.000 profissionais, segundo dados da própria Scup). O Scup permite coletar, categorizar e analisar palavras-chave e/ou expressões nos seguintes ambientes de busca: -Google Blogs, Google News e Alert; -Twitter; -Facebook; -YouTube; -Flickr; -Yahoo; -Reclame Aqui; -Feed Wordpress; -RSS; -Orkut; -Backtype; Monitora em tempo real e permite a identificação de influenciadores. É possível publicar conteúdo a partir da própria ferramenta, que cria relatórios baseados nas menções espontâneas encontradas pela web. Os dados podem ser exportados com diversos filtros. Fundado em 2009, em São Paulo – Brasil, o Scup surgiu por meio da necessidade de uma ferramenta tecnológica capaz de dar escala ao trabalho com mídias sociais. A maioria das agências brasileiras na época ainda trabalhava de forma pouco eficiente no monitoramento, relacionamento e análise de dados dessa área. Visando resolver essa necessidade, foi criado o Scup, uma ferramenta de monitoramento de mídias sociais, convocando diversos profissionais do mercado para opinarem durante os estágios mais iniciais de sua construção. O resultado é um sistema que ajuda em grande parte do dia-a-dia de operações em mídias sociais, que ainda vem crescendo e se desenvolvendo no mesmo sentido. Um ponto de destaque para essa ferramenta é que oferece um plano voltado para a área acadêmica. O Plano Acadêmico é destinado a professores, orientadores e estudantes de Graduação, Pós-Graduação e Cursos com foco em Marketing, Social Media, Comunicação, Publicidade e Estratégia. Segundo a Scup, o plano surge com o objetivo de estimular o mercado em fase de ingresso no segmento de mídias sociais a conhecer sua solução como opção de ferramenta de monitoramento para as pesquisas e análises de marcas e produtos nas redes sociais. Ao ingressar na ferramenta, tem-se na primeira tela após criar uma conta de acesso, o Cadastro de Monitoramentos, como mostrado na Figura 5. A partir dessa tela é que poderão ser cadastrados os monitoramentos que se deseja realizar. Também é possível visualizar quantas buscas foram cadastradas, assim como os itens coletados. Para cada plano há um limite de buscas e itens coletados. No caso do plano acadêmico são seis buscas e 1000 itens por mês durante um período de dois meses para alunos e seis meses para professores. Como na maioria das ferramentas de monitoramento pleno, o Scup utiliza as API´s(Application Programming Interface ou Interface de Programação de Aplicativos) disponibilizadas por cada mídia social para a coleta de registros. Cada serviço ou Mídia Social monitorada possui suas próprias características em relação ao funcionamento de seu mecanismo de busca, por isso é importante conhecê-los para atingir o melhor resultado esperado. Existem algumas variações e é possível cadastrar uma expressão (palavra-chave) para todos os serviços, porém é necessário tomar cuidado com certos operadores para que a busca não traga resultados inesperados. A seguir estão alguns exemplos de buscas das mídias sociais mais conhecidas e que podem ser monitoradas pelo Scup: · Twitter disponibiliza uma série de operadores, mas será citado aqui apenas os mais utilizados e que são compatíveis com praticamente todos os outros serviços. Exemplo: mídias sociais Serão retornados os registros que possuam em seu conteúdo a palavra “mídias” e a palavra “sociais”, independentemente da posição em que elas se encontram no conteúdo monitorado. Por exemplo: As mídias não refletem as mudanças sociais. Exemplo: “mídias sociais” Serão retornados os registros que possuam em seu conteúdo exatamente a expressão “monitoramento mídias”, por exemplo: As mídias sociais podem ser monitoradas agregando valor. Exemplo: mídia OR social Serão “retornados os registros que possuam em seu conteúdo as palavras “mídia” ou sociais “ou ambas. Exemplo: mídia -social Serão retornados os registros que possuam em seu conteúdo a palavra “mídia” e não contenham a palavra “social”. · Facebook funciona praticamente da mesma forma que o Twitter em relação aos operadores citados acima, mas possui uma exceção. Exemplo: mídia -social Não funciona o operador – (menos). · Flickr funciona exatamente da mesma forma que o Twitter em relação aos operadores citados acima, um detalhe importante é que a expressão buscada poderá estar nos títulos, nas descrições, nos comentários, nas tags e até mesmo no nome do usuário. · Foursquare funciona de modo diferente das outras mídias citadas acima, pois ele se baseia no monitoramento de uma venue ou localidade e não de uma palavra-chave. Serão capturados todas as dicas e fotos publicadas em tal localidade. · Google Plus funciona exatamente da mesma forma que o Twitter em relação aos operadores citados acima, um detalhe importante é que serão capturados os posts públicos. · Google Blogs funciona exatamente da mesma forma que o Twitter em relação aos operadores citados acima. Um detalhe importante é que a expressão buscada não necessariamente estará no título ou no resumo do post, ela poderá estar no conteúdo do post e até mesmo nos comentários, potencializando as possibilidades de retorno nas buscas. · Linkedin o monitoramento do ocorre dentro de grupos abertos e captura seus tópicos, aceitando praticamente os mesmos operadores Twitter citados acima, mas possui uma exceção: Exemplo: mídia -social Não funciona o operador – (menos). · Orkut por se tratar de uma forma diferente de buscar as informações dentro desta rede social, sem o uso de API, o mecanismo de busca é simples e direto, buscando a expressão exata digitada no cadastro da Busca. · O Slideshare possui um mecanismo de busca mais “simples” em sua API, no sentido de que não oferece o suporte a certos operadores aceitos pelos outros serviços, o único aceito é: Exemplo: mídia OR social “Serão retornados os registros que possuam em seu conteúdo as palavras “mídia” ou sociais” ou ambas. · O Yahoo! Respostas possui um mecanismo de busca mais “simples” em sua API, no sentido de que não oferece o suporte a certos operadores aceitos pelos outros serviços, como: Exemplo: mídia OR social Não funciona o operador OR. Exemplo: mídia -social Não funciona o operador – (menos). · O Youtube funciona praticamente da mesma forma que o Twitter em relação aos operadores citados acima, mas possui uma exceção. Exemplo: mídia OR social Não funciona o operador OR Um detalhe importante é que a expressão buscada poderá estar nos títulos dos vídeos, nas descrições, nas tags e até mesmo em legendas. Conhecida a forma que funcionam as buscas, na Figura 6 poderá ser informado às palavras que se deseja monitorar. No Scup as regras podem ser definidas como ações automáticas que o sistema realiza a partir de critérios pré-cadastrados pelo usuário da ferramenta. Exemplo: Se você definir previamente que todo item que contiver a palavra “bom” deve ser classificado como positivo, o sistema o fará de modo automático. Existem quatro tipos de regras que atendem a demandas específicas. Elas podem ser cadastradas de acordo com a necessidade do seu monitoramento, a saber: 1) Texto: a regra é determinada por meio uma palavra na citação, pela ausência de alguma palavra ou por um usuário específico; 2) Amostragem: a regra é determinada pela porcentagem de itens e pode ser aplicada aos que já foi coletado ou às próximas coletas do monitoramento. É importante lembrar que a amostragem não pode ser usada na busca de Twitter Firehose; 3) Abrangência: podem-se criar regras a partir de dados de followers (seguidores), visualizações e RT’s (retweets). Elas só funcionam se o monitoramento possuir Addon Abrangência; 4) Algoritmo: regra que distribui citações em sequência por tags; Na aba “Monitor” da Figura 7, é visualizado todas as menções às palavras-chave cadastradas nos ambientes de busca. Nesta mesma aba, é possível categorizar cada menção com tags e valorar (Positivo, negativo e neutro). -Filtros simultâneos: busca, tags, classificação e data; Na aba “Relacionamento” o histórico do usuário pode contar com informações adicionais do Twitter como localização, nome e descrição (apenas para contas com addon Abrangência), além de poder realizar filtros como visualizado na Figura 8. · Filtrar usuários mais ativos por classificação: além de tags e data, é possível filtrar usuários mais ativos pela classificação dos seus posts; · Listagem de blogs e usuários do Youtube com maior influência. Apenas para contas com addon Abrangência. Na aba “Publicação”, Figura 9, é possível conectar com uma conta Twitter, Facebook e/ou Youtube e publicar nessas mídias diretamente da interface do Scup. Listagem de histórico: a listagem padrão da publicação é seu histórico de inserções. Inclui também posts agendados e pendentes; - Oferece também um Encurtador de URL (técnica onde um provedor torna um site disponível com um URL muito curto, em adição ao endereço original); Na aba “Relatórios”, Figura 10, é possível acompanhar a evolução dos monitoramentos em relatórios gráficos filtrados por hora, dia, semana, mês ou ano. Pode também ser realizado o filtro nos relatórios, retirando deles as informações que foram necessárias para avaliar uma estratégia em redes sociais. Há a possibilidade de serem gerados gráficos estatísticos por dia, semana ou mês, que através de uma análise, possibilitam entender tendências de crescimento ou queda de um produto/marca e além de acompanhar os picos de comentários sobre eles que, porventura, ocorreram. Além disso, de certa forma, pode ser medido o resultado de ações e seus impactos de caráter viral em determinada mídia social. É permitido fazer um comparativo de frequência em cada busca cadastrada que pode trazer diversos resultados e com isso é possível, entender qual mídia (Facebook, Twitter, Reclame aqui entre outras) tem mais representatividade para a empresa ou marca que está sendo monitorada, podendo compará-las em abrangência. Pode ser acompanhado o número de publicações, tempo médio de resposta, respostas por faixa de tempo e filtrar esses dados para identificar a eficiência e frequência de postagens nas redes. Dessa maneira, são disponibilizados dados preciosos em relação a uma operação de atendimento em mídias sociais. Dentro de todos os itens coletados, muitas informações podem ser extraídas. Uma dasmais relevantes é saber quais palavras estão sendo mais citadas pelos usuários. Na Figura 11 há uma tabela de termos mais citados onde é mostrada a relação de palavras mais frequentes dentro dos itens captados pelas buscas. Essencial para entender um mercado específico. Pode ser acompanhado o número de publicações, tempo médio de resposta, respostas por faixa de tempo e filtrar esses dados para identificar a eficiência e frequência de postagens nas redes. Dessa maneira, são disponibilizados dados preciosos em relação a uma operação de atendimento em mídias sociais. 4.2.1 Vantagens: · Duas ou mais pessoas podem utilizar uma conta ao mesmo tempo para monitorar permitindo o trabalho de uma equipe de analistas, podendo compartilhar cada um dos seus monitoramentos com diversos outros colaboradores. O acesso é independente por monitoramento, o que traz ainda mais flexibilidade para montar sua estrutura de acesso. Cada colaborador pode estar em um dos vários perfis de acesso (Administrador, Gerenciador, Moderador, Publicador, Classificador, Visitante), que permitem organizar o processo de seu dia-a-dia no Scup, ajudando a garantir o nível de segurança que necessite. A postagem para o Twitter pode passar por aprovação. Junto com o sistema de perfis de acesso, é possível definir usuários que podem apenas visualizar, postar e aprovar publicações na rede. Um processo simples e eficiente. · Apresenta a frequência e o valor do sentimento (positivo, neutro e negativo) das palavras mais citadas, permitindo que a valoração seja colocada pelo analista. · Oferece um plano acadêmico que possibilita alunos e professores tenham acesso aos recursos da ferramenta por um período de dois meses. · Possui um blog onde podem ser discutidas novidades e dúvidas sobre a ferramenta. · Permite exportações completas para Excel dos dados de Mídias Sociais e com isso esses dados podem ser consumidos e integrados a outros sistemas, além de poderem ser analisados em plataforma externas para análises específicas dentro de certos contextos, além de possuir uma API aberta, para exportar dados dos monitoramentos e integrá-los com plataformas externas. · Possibilita o monitoramento no site Reclame Aqui, um dos sites nacionais mais conhecidos na divulgação da insatisfação do cliente. 4.2.2 Desvantagens: · Não automatiza o processo de categorização necessitando que seja realizado por um Analista; · O cruzamento entre monitoramentos e tags é limitado; · Não possui uma boa coleta de dados do Facebook e Orkut, tendo mais destaque as coletas provenientes do Twitter. 4.3 API do Scup Além de todas as funcionalidades do Scup, outra função importante da ferramenta é sua API que possibilita aos desenvolvedores integrar as funcionalidades do Scup com seus sistemas. Para que os desenvolvedores possam obter os dados do Scup basicamente precisa desenvolver uma aplicação que conecte com a API e interprete o formato de resposta JSON. A API do Scup é aberta, utiliza-se do princípio REST com formato de resposta JSON. Um exemplo de funcionamento da API pode ser vista na figura abaixo: 4.3.1 Autenticação A API do Scup utiliza uma autenticação que funciona a partir de duas chaves, uma pública e uma privada. A pública deve ser enviada em toda chamada a API e a privada deve ser usado para gerar um segundo parâmetro (signature), que deve ser enviado a toda chamada também. As chaves de autenticação são geradas no site do SCUP. Parâmetros obrigatórios (GET): Time: Unix Time Stamp atual (número de segundos desde 01/01/1970).● Publickey: Chave pública. ● Signature: MD5 do tempo concatenado com a chave privada. ● 4.3.2 Métodos Esses são os métodos disponíveis na API do Scup, todos precisam de autenticação para obter reposta. Listagem de Monitoramentos● Listagem de Buscas● Listagem de Itens● Listagem de Usuários● Listagem de Itens do Usuário● Tagueamento● Classificação● Responder um Item● Apagar Itens● Logs de Itens● Resposta de um item● A API possui limite de chamadas por hora, caso este limite seja atingido, a seguinte mensagem será retornada: “atingido limite de chamadas”. Quando o ID do monitoramento informado não existe ou você não tem permissão para acessar os dados do monitoramento, a seguinte mensagem será retornada: “monitoramento não encontrado”. A API possui limite de 15 páginas para as requisições realizadas. Se precisar utilizar mais de 15 páginas para trazer tudo que deseja, então será necessário restringir a sua busca, por exemplo, modificando a data procurada. Lição 05: Comércio digital com divulgação nas redes sociais Globalização é hoje realidade pronunciada largamente em discussões sobre política, economia, educação, etc, muitas vezes acompanhada de posições antagônicas. Constitui-se num fenômeno simultaneamente econômico, tecnológico, cultural, político e social, que se configurou propriamente após a derrubada do modelo soviético e a supremacia do capitalismo. Trata-se de termo muito usado e, no entanto, pouco entendido, principalmente no tocante a seus efeitos nas várias esferas da sociedade. Deste modo, para entender a sociedade contemporânea entre as suas muitas particularidades, exige-se substancialmente compreender as relações econômicas, as tecnologias midiáticas, a cultura de massas e sociedade de consumo dentro do termo globalização. Estes temas são abordados no presente texto com vistas a analisar a inter-relação entre economia e cultura na perspectiva ideológica mercantilista globalizada e seus efeitos no comércio digital difundido em redes sociais. Para isso, faz-se necessário o entendimento de conceitos como globalização, comércio internacional, comércio eletrônico, redes sociais e ideologia do consumo. A metodologia aplicada realizou-se por meio de pesquisa de natureza qualitativa, com fins exploratório e descritivo, de tipo bibliográfica, realizada em livros e periódicos, bem como, em sítios eletrônicos. Em razão do pontecial de crescimento do comércio digital, do aumento das relações pessoais realizadas por meio da comunicação em redes socais planetárias, que se justifica analisar os impactos dessa cibercultura sobre o consumo. Lição 06: A Ditadura do Econômico: Globalização e Neoliberalismo ditam as regras A Ditadura do Econômico: Globalização e Neoliberalismo ditam as regras O fato mais marcante que se pode notar nas últimas duas décadas é o papel fundamental e primordial que a economia tem tido na sociedade mundial, subordinando o social, o político e até o cultural às suas determinações. Globalização e o Neoliberalismo são termos econômicos que estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano, determinam diretamente as mais variadas e complexas relações na pós-modernidade. O processo de globalização trata da derrubada das barreiras econômicas e alfandegárias, com livre circulação de mercadorias e capitais em qualquer parte do mundo, marcado pela organização dos países em blocos econômicos e com origem nas mudanças tecnológicas. Deste modo, vêm se processando com rapidez cada vez mais impressionante, principalmente nos países desenvolvidos. Historicamente, o mundo conheceu três grandes revoluções tecnológicas que acarretou transformações econômicas e culturais para a sociedade capitalista. A primeira foi a Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra, de 1770 à 1880, foi marcada pelo uso de grandes máquinas movidas pela energia do carvão, com fábricas que tinham milhares de trabalhadores. Esse modelo trouxe a emergência de duas classes fundamentais: uma pequena classe de patrões e uma imensa massa de trabalhadores pobres, explorados fisicamente e economicamente. “A indústria moderna transformou a pequena oficina do antigo mestre de corporação na grande fábrica do capitalista industrial. Massas de operários, aglomerados nas fábricas, são organizados como soldados. Como membros do exército industrial estão subordinados à perfeita hierarquia de oficiais e suboficiais. Não são escravos exclusivosda classe e do Estado burgueses, mas diariamente e a cada hora são escravos da máquina, do contramestre e, sobretudo, do próprio dono da fábrica. Este despotismo é tanto mais mesquinho, mais odioso e mais exasperador quanto maior é a fraqueza com que proclame ter no lucro seu objetivo e seu fim”. (MARX, 1982, p. 100) Neste contexto, Marx traz a grande contradição da sociedade capitalista, ao mesmo tempo que a produção em si é realizada de forma conjunta pelos operários trabalhadores, o resultado do trabalho coletivo é individual, a apropriação é privada. Isso acarretou crescente concentração de riqueza nas mãos de poucos e número cada vez maior de miséria das massas. Nesta situação de opressão, desigualdade e pobreza, o socialismo surgiu como alternativa. A segunda revolução, foi a da produtividade, intensificada com a descoberta da energia elétrica e o domínio do petróleo como fonte de energia. Aos poucos foi-se reduzindo a subordinação da máquina ao trabalhador. Avançou rapidamente o processo de automatização das máquinas e o trabalho passa a ser de manutenção e de controle. A produção é em grande escala. Na Europa, com a grave crise econômica do capitalismo liberal no final da década de 20, fruto da pressão dos sindicatos, e do movimento operário, surge o Welfare State (estado de bem-estar), que caracteriza-se pela intervenção direta do Estado na economia e em diversos setores da vida social. “A teoria econômica desenvolvida por Keynes, que deu um novo sustento ao modelo do Estado Benfeitor a partir da chamada Grande Depressão, sustenta como um de seus pilares básicos a ideia de que o Estado deve intervir na economia de mercado com o fim de diminuir o desemprego involuntário e aumentar a produção, ou seja, que o objetivo da intervenção estatal na economia é o de regularizar o ciclo econômico e evitar assim flutuações dramáticas no processo de acumulação do capital. A crise dessas ideias se manifesta com maior intensidade no momento em que, nas sociedades desenvolvidas do capitalismo central, se produz o fenômeno conhecido com estagflação (estancamento econômico com inflação), que rompe a lógica keynesiana de que a ação reguladora do Estado tinha por objetivo impedir as crises cíclicas do capitalismo”. (Bianchetti, 1999, pág. 24). O Estado de bem estar permanece como hegemônico até meados dos anos 70. A América Latina sempre caminhou a reboque dos países centrais (Europa e EUA), mesmo depois do processo de descolonização (política), mantendo uma economia absolutamente dependente daqueles países. Por causa desse modelo de formação econômica de caráter dependente, o estado de bem-estar aconteceu neste continente apenas de maneira superficial e precária. O processo de industrialização não se deu em todos os lugares. No Brasil, teve início com Getúlio Vargas (1930-1945), numa perspectiva nacionalista, a partir do modelo de substituição de importações e se intensificou com Juscelino Kubitchek (1956-1961) e com os militares, de maneira dependente do capital estrangeiro. O Populismo foi o modelo político adotado pelo Estado brasileiro nesse período. A terceira revolução industrial, ou a revolução das telecomunicações, é marcada por transformações constantes do mundo da produção, com a aceleração das descobertas científicas na área das telecomunicações, informática e robótica, proporcionando profundas modificações nas relações econômicas, políticas e de trabalho.Os produtos são cada vez mais “descartáveis”, possuindo pouco tempo de duração, compostos de muitos outros produtos, com peças produzidas em lugares diferentes, permitindo a descentralização (globalização) da produção. Com a ajuda das tecnologias de informática e comunicação, o comércio mundial é dominado principalmente pelos grandes grupos multinacionais. O avanço das comunicações permite o deslocamento de capitais pelo mundo. Daí a incrível movimentação das bolsas, com centenas de bilhões de dólares viajando de um canto para outro do mundo através de especulação financeira. “Globalização é constituída por um conjunto de coincidências históricas, tecnológicas, científicas, políticas, culturais, econômicas que, ao atuarem ao mesmo tempo no mesmo palco, formam a realidade da sociedade mundial contemporânea.” (MENEZES, 2005, p. 107). Em síntese, a globalização é esse grande movimento de caráter econômico e político que está determinando novas relações de trabalho, novas formas de organização econômica e redefinindo conceitos como o de Estado Nacional e Indústria Nacional, além de provocar também expressivas mudanças culturais no campo do comportamento e da indústria cultural, em particular com a expansão do estilo de vida estadunidense. Este movimento de globalização foi orientado por uma política de influência Keynisiana [1] , que limita a atuação do Estado, constituindo-se num modelo autoritário, onde o mercado e o lucro estão acima de tudo. file:///C:/Users/Geraldo/Documents/ABRAFORDES/CURSO OFF/Midias sociais/Artigo - Monitoramento de Mídias Sociais.doc#_ftn1 file:///C:/Users/Geraldo/Documents/ABRAFORDES/CURSO OFF/Midias sociais/Artigo - Monitoramento de Mídias Sociais.doc#_ftn1 file:///C:/Users/Geraldo/Documents/ABRAFORDES/CURSO OFF/Midias sociais/Artigo - Monitoramento de Mídias Sociais.doc#_ftn1 Na verdade, o que torna o processo de globalização alvo de veementes questionamentos e rejeição, por parte dos defensores de uma ética que valoriza a vida e a dignidade, é a forma como ela se desenvolve, ou seja, a sua orientação neoliberal e a maneira centralizadora e autoritária como ela é imposta pelos países mais desenvolvidos do mundo. Vejamos, portanto, o que isso significa. O neoliberalismo nada mais é do que a volta da hegemonia do mercado e, portanto, da idolatria do lucro acima de tudo. No neoliberalismo há a preocupação em se formar blocos econômicos que criam uma verdadeira hegemonia em torno das economias mais fortes. Em outras palavras, é o retorno daquela ideologia chamada “liberalismo”, que afirma que o mercado capitalista é auto- regulado, que as relações de troca e lucro são capazes de solucionar os problemas sistêmicos e estruturais que surgem, cuidando também do investimento em setores sociais, como na geração de empregos. Esse modelo teve sua crise crônica em 1929, com a queda vertiginosa da bolsa de Valores de Nova Iorque e o desemprego estrutural que se configurava, devido à falência de várias fábricas e diversos tipos de negócios. Naquele contexto, o Estado de Bem-estar surgiu como alternativa, em particular na Europa, através da intervenção do Estado nos assuntos econômicos e sociais, sob o protesto dos grandes capitalistas e seus ideólogos, que ainda apostavam na força do mercado autônomo. Com a crise do Estado de Bem-estar [1] aplicado no Brasil de maneira parcial entre 1945 e 1973, a saída apontada para a queda dos lucros capitalistas está no retorno do liberalismo econômico com uma nova “roupagem”, trazendo à hegemonia o chamado neoliberalismo. Ou seja, novamente assume-se a premissa de que o mercado é que deve ser o principal regulador da economia e determinante das relações sociais de trabalho. O Estado passa a não mais intervir nos assuntos econômicos, ficando de fora do processo de produção e comercialização de bens e serviços e perdendo sua função de responsável pela distribução de renda e pela implementação de políticas sociais – saúde, moradia, educação, emprego, etc. A supremacia do mercado como regulador da economia e das relações sociais, faz surgir a ideia de um Estado “mínimo”, e ter apenas a função de garantir a aplicação das leis do mercado para que o sistema “funcione bem”. Neste sentido, a política de privatização do setor público estatal torna-se uma prioridade dos governos neoliberais. As políticas públicas Estatais passam a ser subordinadas a esta nova ordem mundial, conduzida pelos países detentores do capital econômico, que moldam o capitalismo conforme seus interesses, ditando o estilo de vida, o que comer, vestir e a cultura a ser seguida. A novidade do neoliberalismo éque o mercado agora não é mais exclusivamente de produção de bens e serviços, mas é, fundamentalmente, gerador de capital financeiro através da especulação. Isto é, o capital gera capital, dinheiro gera dinheiro, sem necessariamente precisar de uma atividade produtiva para tal. Portanto, diferencia-se do Liberalismo clássico quanto à circulação internacional de bens e capitais. No neoliberalismo há a preocupação em se formar blocos econômicos que sob a justificativa da maior facilidade na circulação de mercadorias (e consequente barateamento) cria verdadeiras fortalezas protecionistas em torno das economias mais fortes. Os pioneiros na adoção desse projeto foram os Estados Unidos com os governos Reagan (1981-1989) e Bush (1989-1993) e a Inglaterra com os governos Thacher (1979-1990) e Major (1990-1997), quando ocorrem profundos cortes de investimentos sociais nesses países e uma preocupação excessiva com a criação dos blocos econômicos que ajudem a suprir gastos com a circulação de mercadorias. Em seguida, outros países da Europa, como a França, a Alemanha, Espanha, Portugal, Itália, file:///C:/Users/Geraldo/Documents/ABRAFORDES/CURSO OFF/Midias sociais/Artigo - Monitoramento de Mídias Sociais.doc#_ftn1 file:///C:/Users/Geraldo/Documents/ABRAFORDES/CURSO OFF/Midias sociais/Artigo - Monitoramento de Mídias Sociais.doc#_ftn1 file:///C:/Users/Geraldo/Documents/ABRAFORDES/CURSO OFF/Midias sociais/Artigo - Monitoramento de Mídias Sociais.doc#_ftn1 também adotaram esse projeto, implementando medidas econômicas e políticas de caráter conservador. Entretanto, é importante observar que, nos setores estratégicos da Estadunidense e inglesa, por exemplo, o protecionismo do Estado continua cada vez mais forte. Neste sentido, os blocos econômicos da época União Européia, NAFTA e G-7, foram constituídos e caracterizados instrumentos institucionais que reuniram as maiores potências mundiais e se arvoraram no direito de decidir sobre o destino econômico e político do mundo a partir dos seus interesses capitalistas e imperialistas [2] . Na América Latina, o Chile, o México e a Argentina foram os primeiros a adotarem o sistema neoliberal, seguidos pelo Brasil a partir dos governos Collor (1990-1992) e Itamar (1992-1995), e acelerado durante o duplo mandato de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), continuando até então. Vivemos hoje numa geografia de mundo sem fronteiras, constituida pela intensa penetração da tecnologia da informação e das telecomunicações que transformaram profundamente os processos de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. A agilidade dos processos produtivos, da comercialização, dos fluxos financeiros, da comunicação e da grande penetração da informática no dia a dia das pessoas, propiciou à economia a mercantilização das relações sociais que assistimos por meio do intenso e-commerce [3] de uma cibercultura em rede que regula a economia, a política e a sociedade em nível internacional. [1] É importante ressaltar que a “crise Estado do Bem Estar” atinge, em particular, os grandes grupos capitalistas da Europa e Estados Unidos, que tiveram seus lucros reduzidos ou controlados, tendo que beneficiar as parcelas pobres de suas populações. Assim, passama questionar a função e o papel do Estado, acusando-o de instituição política pesada e em falência e apontando o retorno da hegemonia do mercado como solução para os problemas econômicos e sociais do Capitalismo, o que na realidade não passa de pura falácia ideológica. [2] O processo de globalização, na forma como está sendo implementado, não passa de uma outra forma de imperialismo das grandes potências mundiais, pois são os seus interesses econômicos e políticos que prevalecem e devem ser acatados em todo o mundo, agora polarizado no sistema capitalista. [3] “E-commerce é a comercialização de bens e serviços, utilizando a internet e outros meios digitais” (HORTINHA, 2012, online) [1] A Escola de Pensamento econômico keynesiana tem suas origens na principal obra de Keynes chamada “Teoria Geral do Emprego, Juros e Moeda”. Ela se fundamenta no princípio de que o ciclo econômico não é autorregulador como pensavam os neoclássicos, uma vez que é determinado pelo “espírito animal” dos empresários. (História do Pensamento Econômico, 2012, p.28) Lição 07: Comércio Internacional e Comunicação em Redes Sociais Comércio Internacional e Comunicação em Redes Sociais Vimos que a globalização foi impulsionada por dois vetores. O primeiro a tecnologia, com seus enormes avanços em convergência com a multimídia global e o comércio eletrônico na internet. O segundo, diz respeito as políticas neoliberais de expansão do comércio global, da privatização e da abertura e regulamentação das economias domésticas. Cotidianamente, observamos em noticiários divulgados em TV, jornais e internet, a discussão de preços de produtos, a atuação de países na arena do comércio internacional e as operações econômicas e políticas debatidas e realizadas para a adaptação das relações comerciais ao discusso econômico em pauta nas agendas internacionais. “O comércio internacional possui como de suas características a disponibilidade de produtos, ou seja, aumento na oferta de produtos nos países envolvidos comercialmente, de modo propiciar desenvolvimento econômico contínuo e progressiva interdependência econômica entre nações.” (HISSA; FEIJÓ, 2011, p. 74) Para se adaptar ao dinâmico mercado global capitalista, o comércio internacional teve que fomentar esforços e definir novas estratégias empresariais, com o objetivo de promover a venda de bens e serviços e obter rapidamente lucro e desenvolvimento por meio de ferramentas tecnológicas capazes de realizar negócios numa velocidade ímpar, independentemente da distância que se encontra uma pessoa da outra. O surgimento da internet possibilitou a comunicação entre pessoas e intensificou notadamente as relações comerciais diante de recursos mais fáceis e ágeis. Numa rápida visão da história da internet, suas origens se encontram na ARPANET, uma rede de computadores do Departamento de Defesa dos EUA, que desenvolvia projetos de investigação em 1958 em conjunto com o mundo univesitário com fins a atingir a supremacia tecnológica miliar sobre a União Soviética. Ao longo dos anos, grandes ferramentas tecnológicas foram desenvolvidas, softwares, computadores, fibras óticas, telemática, satélites que aperfeiçoaram o processamento de dados em redes. A junção de várias redes de computadores e satélites, tornou possível a abrangência mundial à internet por meio do World Wide Web, que em português significa Grande Teia Global de Comunicações, ou quase isso. A internet possibilitou o surgimento de vários mecanismos de comunicação como sites, onde as pessoas em qualquer lugar do planeta podem acessar instantaneamente qualquer informação sobre praticamente qualquer assunto. Atividades como pagar impostos, desenvolver atividades acadêmicas, comprar e entretenimento, tornaram-se lugar frequente nas ondas do www. Passamos a viver numa sociedade de múltiplas redes, as informações jamais foram tão abundantes e imediatas. A informática e a internet passaram a ser o chão de fábrica do capitalismo. Apartir deste fenômeno, e em busca de uma maior produtividade e competitividade, o mercado global desenvolveu o que denominados de comércio eletrônico ou digital, por meio de sites de vendas online que consite em ser “a venda de produtos (virtuais ou físicos) ou a prestação de serviços realizados em estabelecimento virtual” (COELHO, 1999, p. 32). Novos espaços de comercialização e relacionamento vão sendo transformados na web. As possibilidades de contato e o estabelecimento de identidades e relações por meio do computador, gerou o cenário para o “big bang” nos processos de comunicação em rede, fortificado pelos vários sites de relacionamento social como Facebook, Twitter entre tantos outros. As redes sociais digitais passaram a conectar milhões de pessoas, nos movimentando parapontos mais distantes do planeta, nos transformando como muitos autores dizem numa grande “aldeia global”. O grande fluxo de serviços, mercadorias e ideias fortificou o mercado de consumo como pilar basilar da globalização. Vivemos uma cibercultura que envolve relações pessoais, atividades comerciais, entretenimento, vida pessoal e valores que passam a ser o centro da comunicação em redes eletrônicas, exigindo uma nova mentalidade e estilo de vida adaptados as novas tendências estabelecidas com muita habilidade pela ideologia consumista globalizada [1] . A revolução das redes sociais digitais contribuiram ativamente com por meio do compartilhamento de dados e relacionamentos entre as pessoas para o avanço do marketing capitalista. Segundo WEIGEND, ex-cientista-chefe da Amazon e especialista em comportamento do consumidor online, “Experimentos e pesquisas mostram que esse marketing social, ou de redes sociais, costuma ser de cinco e dez vezes mais eficaz do que outras formas de marketing”. (STANLEY, 2009, p.46) Com essas ferramentas os profissionais de marketing conseguiram atingir com muito mais eficiência o consumidor. Ou seja, técnicas de comunicação e marketing vão sendo redesenhadas pelo sistema econômico global, com o objetivo de atingir sua função principal, o lucro. Assim, ferramentas de convencimento baseadas na análise de informações pessoais [2] lançadas por usuários de redes sociais, são calculadas para chamar a atenção de consumidores ávidos por reconhecimento e aprovação exigidos para se manter no jogo de sociabilidade das redes de relacionamento. “No contexto de economia globalizada e de cultura mundializada que caracteriza o capitalismo tardio, as tecnologias propiciam ao campo da comunicação um dinamismo sem precedentes. Elas tornam disponíveis, as camadas ponderáveis de audiência, um estoque inimaginável de dados e imagens, de opções de entretenimento e de simulacros. Os aparatos de divulgação disponibilizam signos sociais que assumem significações mundiais. Não apenas marcas de produtos (Benetton, McDonald´s, Levi´s, Mitsubishi, Microsoft, Kodak, Panasonic, Visa, IBM, Nestlé, Phillips, Calvin Klein, Nike etc.), como também referências culturais (artistas, personalidades, ídolos esportivos, estilistas, pensadores, programas de televisão, filmes, vídeos etc.) afirmam-se perante os consumidores, sem procedências nitidamente identificadas.” (MORAES,1997, p.19) As redes sociais digitais cotidianamente, vão condicionando grande parcela da sociedade mundial a aderirem ao modo de vida eletrônica de tal forma que, aqueles que não integram esta cibercultura estão destinados a tácita “morte social”. [1] “Este é um momento disruptivo da humanidade e dos negócios como poucos o foram. A comunicação é o principal vetor dessas mudanças, e é fácil de entender o motivo. Basta olhar para o celular na sua mão, o tablet na sua bolsa, o laptop no seu colo, o PC na sua mesa, a smart TV na sua sala”. (FOLHA DE SÃO PAULO, 2012, online) [2] Softwares classificam o usuário em possível cliente “VIP” (Very Import Person – que em português significa pessoa muito importante) ou cliente de baixo escalão, fortificando a propaganda ou rejeitando aqueles consumidores sem entusiasmo para consumo onde o marketing não possui grande influência, o que na análise de especialistas constitui-se numa pequena parcela dos usuários de redes sociais digitais. Lição 08: Impactos no Consumo Impactos no Consumo Vivemos um momento em que o processo de globalização e o neoliberalismo perpassam várias esferas da vida em sociedade, têm origens e implicações econômicas e políticas, mas atinge significativamente o campo da cultura, com mudança de valores que ameaça a própria vida do homem e os valores culturais tradicionais que formam a identidade de um povo ou grupo social. Como dissemos anteriormente, o Neoliberalismo não é somente um modelo econômico, é uma ideologia. Examinando filosoficamente a relação economia, política, sociedade e cultura, encontramos no Materialismo Histórico Dialético de MARX a ideia de uma sociedade em Superestrutura, onde a economia influência ativamente as relações políticas, sociais e culturais. “A superestrutura elabora, codifica ou transpõe (ideologicamente) os relacionamentos humanos para um modo de produção determinado. (…) através da ideologia, que mostra então a sua função real: dissimular sob as aparências, mascarar o essencial do processo histórico, dissimular as contradições e recobrir as soluções, isto é, a superação do modo de produção existente sob o véu de falsas soluções”. (LEFEBVRE, 2001, p.75-76) A divulgação de produtos e serviços nas redes sociais são trabalhados com modelos que estimulam o desejo de compra, sem vender diretamente. Tornaram-se canal de negócios para grandes corporações mundiais, que investem fortemente em social commerce. A dimensão econômica da globalização expande para o mundo a ideia do consumismo que consiste em ser: “um tipo de arranjo social resultante da reciclagem de vontades, desejos e anseios humanos rotineiros, permanentes e, por assim dizer, “neutros quanto ao regime”, transformando-os na principal força propulsora e operativa da sociedade, uma força que coordena a reprodução sistêmica, a integração e a estratificação sociais, além da formação de indivíduos humanos, desempenhando ao mesmo tempo um papel importante nos processos de auto-identificação individual e de grupo, assim como na seleção e execução de políticas de vida individuais”. (BAUMAN, 2008, p.41) A produção de mercadorias e a compra de produtos é fenômeno cultural, que impulsiona estratégias de vendas por meio da mediação entre economia e cultura. Elementos ideológicos vão sendo trabalhados em mensagens que são transmitidas pelos meios de comunicação, TV, rádio, jornais, revistas, outdoors, e principalmente no ambiente digital, notadamente nas redes sociais. Consumir marcas, passa a ser sinônimo de bem-sucedido. As propagandas são sofisticadas, mapeiam reações humanas, trabalham formas, cores, sentidos e procuram inconscientemente associar produtos a desejos difundidos pela sociedade contemporânea, como o desejo de sucesso na vida, satisfação individual e o sentimento de “estar e permanecer à frente”. Os produtos vendem valores e identidades ideologicamente . Karl Marx e Friedrich Engels, na obra A ideologia Alemã, mostra que a forma mais fácil e eficiente de dominar pessoas é pelo convencimento por meio da ideologia, constituída num conjunto de ideias disseminadas por um grupo dominante, de modo a convencer a população de que uma determinada estrutura social é a melhor ou mesmo a única possível. Segundo Sílvio Gallo (1997, página 38),“a ideologia funciona tão bem porque age atravessando e invadindo o íntimo das pessoas”. Zigmunt Bauman (2008, página 111) “a síndrome consumista envolve velocidade, excesso e desperdício”. Os pilares axiológicos disseminados pela globalização, no tocante às redes sociais digitais, legitima por meio de relacionamentos virtuais um estilo de vida consumista, plugada e mutável. Essa forma de conceber o agir humano gera uma sociedade mais individualista e imediatista, universalizados pelos mecanismos da globalização. No campo das relações sociais e comportamentos do cotidiano, acontece fenômeno caracterizado pela adoção de costumes e hábitos de comportamento e de consumo ditados por culturas estrangeiras, marcada por extremo pluralismo e individualismo, pondo em detrimento a cultura e os valores locais. A sedução das massas pela propaganda e pelas técnicas de marketing, transformam a felicidade humana num exercício de consumir para a satisfação de pseudo necessidades. Neste sentido, a cultura consumista dos países que detém o controle das regras econômicas se impõe como padrão de referência, a exemplo da cultura estadunidense. A maneira de comer, as bebidas sintéticas, o modo de vestir se padroniza nos moldes idealizados pelo mercado globalizado capitalista. O uso do inglês, penetra inevitavelmente. Todaa linguagem dos produtos eletrônicos e computadores são em inglês, o que praticamente obriga uma generalização da forma de se expressar própria do idioma estadunidense. No mercado de trabalho, principalmente no setor de serviços, o inglês é praticamente exigido como segundo idioma, em diversas profissões e cargos. Na alimentação, no vestuário e no lazer o inglês é praticamente a língua dominante. Ou seja, os costumes, comidas, vestuários e produções artísticas locais perdem o valor como referência na vida e no consumo das pessoas. Passam a fazer parte do folclore do local, reduzindo-se a meras mercadorias para consumo de turistas. Neste processo, adotamos hábitos que modificam até os nossos valores consolidados, valores que são substituidos pelo individualismo, ambição, egoísmo e consumismo que se aplica até às próprias pessoas, cada vez mais consideradas como descartáveis na lógica econômica neoliberal que vivemos. Neste contexto, as redes sociais constitui-se atualmente como o centro das ações da mídia e da publicidade dos produtos econômicos e culturais do sistema. Lição 09: Considerações Finais CONSIDERAÇÕES FINAIS: Nas últimas décadas temos assistido processo rápido de trocas econômicas e culturais que deu ensejo a uma nova ordem global que se configurou com mais propriedade após a derrubada do modelo soviético. Esta nova ordem pautada na supremacia do econômico, gradativamente vem subordinando Estados à fria lógica do lucro capitalista, ao mesmo tempo que circuitos e plataformas midiáticas globais transformam as relações comerciais, culturais e sociais, em redes conectadas e adequadas a ideologia consumista. O processo de globalização foi criado pela afluência entre as transformações econômicas, políticas e tecnológicas no modo de produção material e cultural-simbólica da sociedade contemporânea. O comércio digital propagado nas redes sociais demonstram evidentemente o processo de troca de informações, interatividade e mercantilização das relações humanas, que atravessam questões éticas [1] e morais na internet. Observa-se com isso, que a globalização é um fenômeno mais econômico e ideológico do que político, que se manifesta mais fortemente nas comunicações, no consumismo, do que na organização política e social. Percebe-se que os indivíduos são conduzidos por uma cultura mundializada do consumo de produtos e pessoas em geral influenciada pela economia, onde esta estabelece ao longo da história, a estrutura política, cultural e social das sociedades. A atrofia do relacionamento e da consciência atinge o absurdo de tudo parecer ter valor monetário. O individualismo do cotidiano leva a desinteresse cada vez maior pelos problemas sociais dos países e a diminuição do engajamento político nos diversos setores da sociedade. O perigo deste modelo está em que todos os julgamentos morais são visto apropriadamente através das lentes da satisfação pessoal. A sociedade em redes digitais constitui-se na reunião de várias pessoas individuais fazendo escolhas individuais para promoverem sua própria satisfaçaõ individual, presos na armadilha dos desejos egoístas do novo indivíduo modelado pelo discusso do neoliberalismo e da globalização. Deste modo, ser cidadão do mundo, diz respeito mais em participar de redes socias virtuais e consumir bens e serviços propagados pela comunicação midiática, do que participar efetivamente da liberdade de escolher onde trabalhar, que língua falar, o que vestir, enfim da mundialização da cidadania. 5. Considerações finais Este artigo procurou mostrar a importância que as mídias sociais têm e como podem influenciar na decisão de uma compra ou imagem de uma marca ou produto. Pode-se iniciar o monitoramento com ferramentas de monitoramento parcial que já conseguem dar uma boa visão sobre como uma marca/produto é vista e quais as opiniões sobre a mesma. Evidentemente que a riqueza de informações assim como apoio de relatórios/gráficos será mais bem explorada com ferramentas de monitoramento pleno. O monitoramento pode ser realizado com ferramentas simples e gratuitas como Socialmetion que embora limitada, traz alguns benefícios ou através de algo mais completo e que certamente trará resultados melhores e um acompanhamento mais eficaz como é o caso do SCUP. As ferramentas que auxiliam no monitoramento são muitas e a cada dia aparecem novos programas que auxiliam neste acompanhamento das mídias. Todavia é importante salientar que apesar de as ferramentas facilitarem bastante a coleta de dados, o resultado dos projetos de monitoramento é proporcional ao investimento em tempo e inteligência na hora de realizar o tagueamento de menções e na produção de relatórios direcionados a áreas e assuntos específicos. A análise dos resultados coletados por um profissional da área é imprescindível para que se tenham resultados práticos e com valores. Cabe decidir qual será a melhor estratégia a ser adotada, mas que um olhar mais atento sobre o que circula e o que é comentado nas mídias sociais já um bom tempo é algo que não deve ser ignorado, muito menos subestimado. [1] Conjunto de valores sociais e morais que tornam a convivência humana mais justa e fraterna. Lição 10: Bibliografia REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BARRAL, Welber; PIMENTEL, Otávio Luiz (orgs.). Comércio internacional e desenvolvimento. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2006. BAUMAN, Zygmunt. A Ética é possível num mundo de consumidores? Rio de Janeiro: Zahar, 2011. _. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. BIANCHETTI, Roberto G. Modelo Neoliberal e Políticas Educacionais. Ed. 2ª. Cortez, 1999. CASTELLS, Manuel. A Galáxia Internet: relexões sobre a Internet, negócios e sociedade. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004. COELHO, Fábio Ulhoa. O estabelecimento virtual e o endereço eletrônico. 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