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Trabalho de cirurgia - Cirurgia Ortognática (4)

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
INSTITUTO DE SAÚDE DE NOVA FRIBURGO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JULIANA SOARES FERREIRA 
MARCIO JOSE DIAS DA SILVA JUNIOR 
MARIA CATHARINA ESTEVAM DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMINÁRIO - PRINCÍPIOS DA CIRURGIA ORTOGNÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2020 
 
 
JULIANA SOARES FERREIRA 
MARCIO JOSE DIAS DA SILVA JUNIOR 
MARIA CATHARINA ESTEVAM DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
SEMINÁRIO - PRINCÍPIOS DA CIRURGIA ORTOGNÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMINÁRIO apresentado à Disciplina de 
 
Fundamentos da CTBMF da Universidade 
 
Federal Fluminense/ Instituto de Saúde de 
 
Nova Friburgo, como atividade de avaliação. 
 
 
 
 
 
 
Coordenador: Prof. Dr. Nicolas Homsi 
Professores: Prof. Dr. Eduardo Cardoso 
Prof. Dr. Hernando Valentim 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2020 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1.INTRODUÇÃO…………………………………………………………… 4 
 
2.DESENVOLVIMENTO……………………………………………………..5 
 ​2.1.Deformidades esqueléticas………………………………………………………5 
 ​2.2.Análise clínica facial……………………………………………………………….6 
 2.3.Análise do modelo de gesso……………………………………………………...8 
 2.4.Avaliação radiográfica e cefalométrica………………………………………….8 
 2.5.Deformidades maxilares………………………………………………………….10 
 2.6.Deformidades mandibulares…...………………………………………………..11 
 2.7.Técnicas cirúrgicas………………………………………………………………..12 
 ​2.7.1.Osteotomias maxilares………………………………………………………………12 
 2.7.2. Osteotomias mandibulares………………………………………………………..14 
 2.8.Relações ortodontia e cirurgia…………………………………………………..17 
 
3.CONCLUSÃO……………………………………………………………...18 
 
4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1.INTRODUÇÃO 
 
 A cirurgia ortognática consiste em uma opção terapêutica que busca a obtenção 
da morfofuncionalidade em pacientes que apresentam deformidades 
dento-esqueléticas. Esse procedimento cirúrgico visa restabelecer uma adequada 
oclusão dentária e uma estética facial agradável, possibilitando assim, resultados 
funcionais e estéticos significativos. 
 Este procedimento cirúrgico mostra-se muito eficiente e é aplicada nas diversas 
deformidades dento-faciais existentes na população, melhorando assim, a harmonia 
facial desses indivíduos. 
 ​Dessa maneira, a cirurgia ortognática melhora consideravelmente a vida social 
dos indivíduos, sendo um importante instrumento de mudança na vida dos 
pacientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
2.DESENVOLVIMENTO 
 
 2.1 Deformidades esqueléticas 
 
 As deformidades esqueléticas dento-faciais consistem nas condições em que as 
relações das bases ósseas, maxilares e mandibulares, fogem à normalidade, 
trazendo consequências oclusais e também estéticas, uma vez que, dependendo do 
grau, essas deformidades alteram a harmonia facial. Podem ocorrer nas três 
dimensões, ou seja, as deformidades podem ser verticais, transversas ou 
ântero-posteriores, acompanhadas ou não de assimetrias entre os lados direito e 
esquerdo da face. 
 Angle, descreveu a relação ântero-posterior entre as bases ósseas e as 
classificou da seguinte maneira: 
 -Oclusão classe I: a cúspide mésio vestibular o primeiro molar permanente maxilar 
oclui com o sulco vestibular o primeiro molar permanente mandibular. 
 -Oclusão classe II: o primeiro molar permanente superior oclui mais anterior ou o 
primeiro molar permanente inferior mais posterior, em relação a posição de classe I. 
 -Oclusão classe III: o primeiro molar permanente superior oclui mais posterior ou o 
primeiro molar permanente inferior mais anterior, em relação a posição de classe I. 
 
 Dessa forma, em pacientes que apresentam a oclusão classe II ou III, as 
deformidades faciais são mais evidenciadas, além da funcionalidade que também é 
acometida, uma vez que a relação entre os molares foge a normalidade. Pacientes 
classe I, em casos de má oclusão, a relação molar é normal, existindo problemas no 
alinhamento dentário, como apinhamentos e diastemas, na maioria das vezes na 
região anterior. 
 Além dessa classificação ortodôntica de Angle, as relações dentárias também 
podem ser classificadas em: 
 -overjet ​: Também conhecido como sobremordida horizontal, descreve a relação 
ântero-posterior das bases através da análise da distância horizontal que os 
incisivos superiores estão à frente ou atrás (​overjet​ negativo) dos incisivos 
inferiores. 
 -​overbite​: Também conhecido como sobremordida vertical, descreve o quanto os 
incisivos centrais superiores recobrem (sobrepõe) os incisivos inferiores. O ​overbite 
também pode ser negativo quando os incisivos superiores não sobrepõem os 
inferiores, sendo chamado de mordida aberta. 
5 
 
 
 ​ 2.2 Avaliação clínica facial - análise facial 
 
 ​São as características faciais que determinam a decisão de se operar um paciente 
com deformidades dentofaciais (mandibular, maxilar ou na relação entre as bases 
ósseas), uma vez que para a estética facial ser considerada satisfatória, ela precisa 
ser harmônica e relativamente simétrica. 
 A análise clínica facial é muito relevante para o diagnóstico e para o plano de 
tratamento dos pacientes. Dessa forma, alguns critérios precisam ser adotados para 
que se obtenha uma análise cautelosa das assimetrias faciais, são eles: 
 ​Postura do paciente:​ A avaliação deve ser feita com o paciente em pé, ereto, 
pupilas voltadas para o horizonte e a musculatura facial relaxada. Deve-se evitar 
posições compensatórias reproduzíveis pelos pacientes, principalmente na região 
perioral (ao redor da boca.). 
 ​Harmonia facial:​ Para que uma face seja considerada harmônica é preciso que 
haja proporcionalidade entre os terços superior, médio e inferior. 
O terço superior é a região que vai desde a inserção do couro cabeludo na região 
frontal até a glabela. Este é o terço da face que costuma apresentar mais variações, 
no entanto a cirurgia ortognática não se propõe a tratar deformidades cranianas. 
O terço médio é a região que vai desde a glabela até a columela nasal. 
O terço inferior se inicia na porção inferior da columela nasal e se estende até a 
parte inferior da região mentoniana​. 
 
 
 ​Simetria facial:​ A simetria facial compara setores da face do lado direito com os do 
lado esquerdo ( As regiões contralaterais devem ser semelhantes visualmente). 
Vale ressaltar que nenhum paciente possui os dois lados da face idênticos, mas 
assimetrias muito marcantes devem ser avaliadas e observadas quanto ao seu 
impacto estético. 
 
 
6 
 ​Avaliação clínica frontal:​ O paciente, na maioria das vezes, se vê de frente. Por 
conta disso, deve-se dar maior atenção às assimetrias faciais e as deformidades 
transversas da face. 
Em pessoas com padrões ósseos considerados normais, a parte inferior da íris está 
alinhada com a pálpebra inferior, enquanto em pacientes com deficiência maxilar 
ântero-posterior pode haver exposição excessiva da esclerótica, ou seja, a esclera 
que está localizada logo abaixo da íris fica mais exposta. 
As projeções malar e paranasal são indicativos de deficiência ou excesso maxilar. A 
medida da base nasal deve estar próxima a medida correspondente entre o canto 
interno dos olhos. O alargamento dessa base nasal - salvo características raciais - 
pode ser um indicativo de excesso maxilar e o contrário, seu estreitamento, o 
indicativo de deficiência maxilar. 
Os preenchimentos dos sulcos nasogenianos e da região do lábio superior tem 
relação direta com a posição anteroposterior da maxila. 
A distância interlabial é uma representação vertical. Seus valores de normalidade 
entre os homens variam de 0-3mm e nas mulheres de 0-4mm. Essa distância 
aumentada ou diminuída é representativa de uma deformidade vertical. 
O sorriso avaliado separadamente não é um bom parâmetro para diagnóstico de 
deformidades verticais, uma vez que a linha do sorriso não é definida somente pela 
posição vertical da maxila, mas também pelo comprimento do lábio superior (+/- 
22mm), forma do lábio, tamanho das coroas clínicase a inserção da musculatura 
que participa do sorriso. Dessa forma, o paciente pode ter sorriso gengival sem ter 
excesso vertical de maxila. 
 
 ​Avaliação de perfil:​ O paciente deve estar de perfil, em pé e olhando para o 
horizonte. 
Nesta visão, serão avaliadas, principalmente, as deformidades ântero-posteriores. 
A projeção do globo ocular deve estar alinhada aos tecidos moles infra-orbitários. 
Nas retrusões maxilares, os globos oculares parecem estar projetados, como se 
fossem sair das órbitas, além disso, a convexidade das regiões zigomáticas e 
paranasais apresentam-se achatadas/planas. 
O ângulo nasolabial está obtusos ( >90°) em casos de retrusões maxilares, assim 
como o dorso e o ápice nasal estão para baixo. 
Na retrusão mandibular, a região submentoniana e o ângulo cervical estão mal 
definidos e no excesso mandibular o ângulo se encontra longo e menor que 90°. 
 
 ​Avaliação intrabucal:​ Por meio desta, o cirurgião avalia o estado de saúde bucal 
do paciente, a condição periodontal, os tecidos moles adjacentes (tamanho e 
postura da língua) e o padrão oclusal do paciente. 
 
 
 
7 
Avaliação das articulações temporomandibulares (ATM) 
 Nesta etapa é avaliado se o paciente apresenta alguma disfunção nas 
articulações (DTMs), os movimentos mandibulares e o grau de abertura da boca. 
 A cirurgia ortognática não produz disfunções na ATM, no entanto não garante que 
problemas preexistentes sejam resolvidos. 
 
 
 
 
 ​ 2.3 Análise do modelo de gesso: 
 
 O diagnóstico nos modelos de gesso quanto à necessidade de expansão ou 
contração dos arcos dentários é importante para definir se esses movimentos serão 
realizados somente ortodonticamente ou cirurgicamente. 
Numa fase inicial, com o modelo de gesso, determina-se o padrão de oclusão 
classe I, II ou III e magnitudes de overjet e overbite. Em uma vista oclusal, pode-se 
avaliar a forma dos arcos, o número de dentes, a anatomia dos dentes e suas 
posições no arco. Com o mesmo modelo também é possível analisar a curva de 
Spee, a discrepância de Nance e a análise de Bolton. Além disso, avalia-se, no 
modelo de gesso, os problemas transversos. 
 ​Problemas transversos relativos:​ A maioria dos ortodontistas concorda com que os 
problemas transversos até 4mm podem ser resolvidos apenas ortodonticamente; 
Os problemas transversos maiores que 4 mm e menores que 7 mm, em média, 
podem ser tratados concomitantemente com cirurgia para corrigir problemas 
ântero-posteriores na maxila. 
Já os problemas transversos maiores que 7 mm devem ser corrigidos com 
expansão cirúrgica ortodonticamente assistida antes da correção dos problemas 
ântero-posteriores ou verticais, pois alguns tecidos moles não possuem elasticidade 
para aceitar expansões maiores que 7 mm (ex: mucosa palatina). Dessa forma, se o 
paciente apresentar problemas transversos severos juntamente com problemas 
verticais e/ou ântero-posteriores, ele deve ser submetido a dois tempos cirúrgicos, 
um para correção do problema transverso e outro para os problemas verticais e 
ântero-posteriores. 
 
 2.4 Avaliação radiográfica e cefalométrica 
 
Os exames de imagem são pedidos em pelo menos três etapas diferentes do 
tratamento orto-cirúrgico. 
1° etapa:diagnóstico:​ São realizadas radiografias periapicais (analisar o aspecto de 
cada dente individualmente, se há presença de cáries, lesões endodônticas e/ou 
periodontais); radiografia panorâmica (visualização mais ampla da arcada e das 
estruturas vizinhas); radiografia cefalométrica de perfil (serão realizados os traçados 
8 
cefalométricos, medidas de tecido mole e suas relações dentárias e esqueléticas); 
radiografia cefalométrica em p.a. 
2° etapa: planejamento pré-cirúrgico:​ Nesta etapa, geralmente, são solicitadas 
radiografias panorâmicas e cefalométricas de perfil. Na panorâmica o profissional 
vai avaliar as estruturas importantes para sua osteotomia, já na cefalométrica vai ser 
realizado um traçado preditivo que dará uma reprodução e visualização da cirurgia 
realizada. 
3° etapa: Pós-operatório:​ Serão realizadas radiografias panorâmica e cefalométrica 
de perfil para comparação com as anteriores, superposição de traçados para se 
observar osteotomias, a estabilidade da técnica e se os resultados estão próximos 
do planejados. 
Além disso, é sugerido que seja feito radiografias de controle pós-operatório com 10 
dias, 90 dias e anuais até 5 anos de controle. 
 ​Cefalometria:​ O traçado cefalométrico consiste na reprodução em papel 
transparente (acetato) de estruturas anatômicas e pontos cefalométricos 
visualizados nas radiografias cefalométricas de perfil que, por meio de algumas 
medidas, ajudarão para decidir qual dos maxilares, ou se ambos apresentam 
deformidades, avaliar a magnitude dos movimentos da maxila e da mandíbula e 
também para oferecer parâmetros para recolocação dos dentes nas bases ósseas 
durante o tratamento ortodôntico. 
Alguns pontos são de grande importância na análise cefalométrica e os que mais 
comumente fazem parte dessa análise são: ​Ponto S (​centro la sela túrcica)​; Ponto 
N(​parte anterior da sutura frontonasal)​; Ponto A​(parte mais profunda da 
concavidade subespinhal no limite entre a base óssea e a parte mais alveolar da 
mandíbula)​; Ponto B​(parte mais profunda da concavidade supra mentoniana entre a 
base óssea e a parte mais alveolar da mandíbula)​; Ponto Pg​(parte mais anterior da 
curvatura mentoniana)​; Ponto Gn​(partes mais inferiores e posteriores da curvatura 
mentoniana)​; Ponto Me​(união das linhas da borda inferior da mandíbula com o 
contorno lingual da sínfise mentoniana). 
Alguns exemplos do uso da cefalometria é na avaliação anteroposterior da maxila 
através do ângulo SNA que em situações normais é 82° +/-2. Onde se o valor 
encontrado for 80° é indicativo de retrusão maxilar e valores superiores a 84° 
indicativos de excesso ântero-posterior maxilar. Já o ângulo SNB avalia a relação 
ântero-posterior da mandíbula e o seu valor em situações de normalidade é 80° 
+/-2. 
O ângulo ANB avalia a relação ântero-posterior da maxila com a mandíbula e tem 
como valor normal 2° +/-2. Ângulos maiores que 4° retrusão mandibular ou excesso 
maxilar e ângulos menores do que 0° indicam retrusão maxilar ou excesso 
mandibular. 
Além disso, utiliza-se a cefalometria de perfil para analisar as proporções faciais. 
 
 
9 
2.5 Deformidades maxilares 
 
 ​Deficiência ântero-posterior:​ As características clínicas de pacientes que 
apresentam essa deformidade consistem em achatamento da região malar e 
paranasal, projeção exagerada do globo ocular, ângulo nasolabial obtuso, base 
nasal afilada e má definição do sulco naso-lábio-geniano. No exame intra-oral é 
possível observar deformidade oclusal do tipo classe III. 
O tratamento para esse tipo de deformidade é o avanço total da maxila. Caso o 
avanço seja superior a 8mm opta-se pela colocação de enxertos ósseos ou pela 
realização de uma cirurgia combinada onde há um avanço maxilar associada a um 
recuo mandibular (técnica da osteotomia vertical ou sagital do ramo). As cirurgias 
combinadas aumenta a estabilidade da cirurgia, minimiza os riscos de recidiva e 
elimina a necessidade de enxertos. 
 ​Excesso ântero-posterior:​ Pacientes que apresentam essa deformidade 
caracterizam-se por possuírem oclusão do tipo classe II. As características clínicas 
desses pacientes são projeção exagerada da região malar e paranasal, ângulo 
nasolabial agudo e lábio superior bem projetado. 
O tratamento cirúrgico para esses casos pode ser o recuo maxilar total através da 
osteotomia Lefort I ou apenas uma osteotomia anterior da maxila, com remoção de 
dois pré-molares. 
 ​Deformidades verticais da maxila: 
 -Deficiência vertical: Esses pacientes apresentam como característica a 
aparência de “face envelhecida” com o sulco nasolabial acentuado e deficiência na 
exposição dos incisivos superiores. O tipo de maloclusão associada, geralmente é a 
classe III. Esse tipo de deformação pode estar associada a perdasdentárias 
precoce em que houve extrema atrofia óssea. 
O tratamento de eleição é a osteotomia de maxila com interposição de enxerto 
ósseo autógeno (o mais utilizado é o enxerto da crista ilíaca) 
 -Excesso vertical: Os pacientes apresenta um aspecto de face alongada. Uma 
característica muito marcante é o excesso de exposição dos incisivos superiores em 
repouso e um aspecto de “sorriso gengival” durante o sorriso. O tipo de maloclusão 
mais frequentemente associada é a mordida aberta anterior, mas em algumas 
situações o paciente apresenta-se com uma oclusão tipo I de Angle. 
O tratamento de escolha é a osteotomia do tipo Lefort I com reposição superior da 
maxila. A ostectomia necessária para corrigir o excesso vertical da maxila é medida 
a partir da análise facial e da exposição dos incisivos em repouso. 
 -Deformidades transversais: Pode-se apresentar como excesso ou deficiência 
transversa. 
O excesso transversal da maxila é uma deformidade rara que se apresenta na 
forma de mordida cruzada bucal superior. O tratamento para esses casos é a 
ostectomia mediana da maxila 
10 
A deficiência transversal da maxila só apresenta características estéticas quando 
associadas a deformidades ântero-posteriores. As maloclusões associadas pode ser 
do tipo classe I, II ou III e sempre está presente a mordida cruzada lingual superior. 
O tratamento para esses casos é a osteotomia total do tipo Lefort I associada a 
osteotomia da linha média para realização da expansão maxilar. 
Em casos de atresia maxilar, para o tratamento realiza-se a osteotomia Lefort I 
associada a osteotomia da linha média. A expansão é obtida pela utilização de um 
aparelho ortodôntico expansor. 
 
 ​ 2.6 Deformidades mandibulares 
 
 ​Excesso ântero-posterior:​ Pacientes com esta condição, apresentam na análise do 
exame facial projeção exagerada do terço inferior da face e lábio inferior muito à 
frente do lábio superior. Na vista de perfil o comprimento da região submentoniana 
está aumentado, sendo o ângulo cervical de aproximadamente 90°. Além disso, no 
exame intra-oral se observa a oclusão do tipo classe III. 
Na análise cefalométrica aparece um ângulo SNB maior que 80° e um ângulo ANB 
negativo. Clinicamente observa-se a retroinclinação ou verticalização dos incisivos 
inferiores, assim o ângulo formado pelos incisivos inferiores com a linha NB 
apresenta-se diminuído. 
Um tratamento de escolha é o recuo mandibular, que pode ser obtido pela técnica 
de osteotomia vertical do ramo. 
 
 ​ Deficiência Ântero-posterior​: Na análise facial, observa-se mínima projeção da 
mandíbula e tecidos moles adjacentes e o lábio inferior apresenta-se retraído em 
relação ao lábio superior. Mostra uma região submentoniana curto e um ângulo 
cervical obtuso (ângulo aberto). Em exame intra-oral aparece oclusão do tipo classe 
II. 
Em Análise cefalométrica mostra um ângulo SNB menor que 80° e o ângulo ANB 
maior que 4°. 
O tratamento indicado para esta deformidade é o avanço total da mandíbula pela 
técnica de osteotomia sagital do ramo. 
 
 
2.7 Técnicas Cirúrgicas 
 
 De acordo com o diagnóstico clínico, do tipo de deformidade esquelética e do 
plano de tratamento, as técnicas cirúrgicas podem ser realizadas na maxila e/ou 
mandíbula. 
As principais técnicas cirúrgicas maxilares e mandibulares utilizadas em cirurgia 
ortognática são: Osteotomias Maxilares e Osteotomias Mandibulares. 
 
11 
 2.7.1.​OSTEOTOMIAS MAXILARES: 
 
 -Osteotomia Segmentar Anterior da Maxila: 
 
 Está é uma técnica praticamente em desuso e com indicações limitadas apenas 
as protrusões maxilares. Podendo ser utilizado para correções cirúrgicas de 
protrusões maxilares severas que envolvem o segmento maxilar anterior, realizando 
a extração de um pré-molar de cada lado(primeiros ou segundos) e retraindo 
cirurgicamente o do segmento anterior da Maxila. Está técnica caiu em desuso 
devido ao fato de que o procedimento pode ser realizado apenas com intervenção 
ortodôntica, eliminando a necessidade de intervenção cirúrgica. 
 
 -Osteotomia Segmentar Posterior da Maxila: 
 
 Com a perda dos dentes posteriores da Maxila sem a reabilitação oclusal 
imediata, ocorre geralmente, a extrusão parcial dos dentes antagonistas, 
ocasionando assim uma diferenciação na curva de Spee. O que impossibilita a 
reabilitação devido a perda do espaço protético. 
Está técnica cirúrgica possibilita recuperar a dimensão vertical de oclusão que tenha 
sido perdida pela extrusão do segmento dentoalveolar posterior da maxila. E 
também quando se deseja fechar um espaço edêntulo por meio de avanço cirúrgico 
desse segmento. 
Por tanto, esta é uma das cirurgias que estão mais associadas ao tratamento 
cirúrgico com finalidade de reabilitação protética. 
 
 -Osteotomia Total Maxilar: 
 
 Consiste na separação da Maxila dos ossos que formam o esqueleto fixo da face, 
esta técnica é conhecida também como osteotomia do tipo Le Fort I. 
A osteotomia de Le Fort I utilizada para a correção de deformidade dentofacial vem 
se aperfeiçoando a décadas, desde 1927, sendo hoje um procedimento versátil, 
seguro e previsível. Grande parte dos avanços da técnica provém do estudo da 
revascularização maxilar, descrito por William H. Bell. 
A técnica cirúrgica inicia-se por meio de incisão em fundo de vestíbulo maxilar, se 
estendendo de região de primeiro molar de um lado até a mesma região do lado 
oposto. A incisão não deve se estender além desta região de primeiros molares, 
para que não haja prejuízo a vascularização da Maxila. Após isso, para desinserir 
todo o muco-periósteo, que recobre a parte anterior e lateral da Maxila e mucosa 
nasal, utiliza-se um descolador de periósteo. A mucosa da região posterior ao 
primeiro molar é desinserida por tunelização subperiosteal da região. 
A linha da osteotomia lateral da Maxila deve se estender da abertura piriforme até o 
pilar zigomático Maxilar, devendo ser mantido um mínimo de 4mm de osso acima 
12 
dos ápices dos dentes no caso de pacientes dentados. Esta osteotomia é realizada 
com serra recíproca ou instrumento rotatório e broca carbide 702. 
A parede posterior ao pilar zigomático é osteomizada com osteótomo fino tipo 
"espátula", já a separação do septo nasal ocorre com osteótomo contendo guias e a 
junção do processo pterigóide com a tuberosidade maxilar é separada com 
osteótomo curvo. 
A Maxila é então fraturada interiormente (down-fracture), mobilizada e reposicionada 
na posição planejada no pré-operatório. A sua fixação, assim que estiver 
posicionada corretamente, pode ser por suspensões esqueléticas, osteossíntese a 
fio de aço ou preferencialmente a fixação rígida por meio de miniplacas. 
O tempo médio requerido para a consolidação de uma osteotomia Maxilar é de 
quatro semanas. 
 
Sem segmentação: A Osteotomias do tipo Le Fort I será realizada sem 
segmentação quando for possível obter coordenação dentária adequada entre os 
arcos superior e inferior, realizando o movimento maxilar desejado. 
 
Em dois segmentos: A Maxila em dois segmentos está indicada quando se observa 
a necessidade de contração ou expansão do arco superior. Sendo realizada 
lateralmente à linha média, após o down-fracture. 
 
Em três segmentos:Está indicada nos casos de nivelamento das curvas de Doer 
acentuadas que não são possíveis de serem realizados apenas com mecânica 
ortodôntica. 
 
Em quatro segmentos:Indica-se nos casos em que há necessidade de nivelamento 
e expansão nas regiões anteriores e posteriores da Maxila. As Osteotomias em 
mais de quatro segmentos estão contra indicadas devido a possibilidade de necrose 
asséptica da Maxila. 
. 
 
2.7.2.​OSTEOTOMIAS MANDIBULARES 
 
 As osteotomias podem ser realizadas no corpo ou no ramo da mandíbula. 
Faz-se necessário a realização de cirurgia com osteotomia nas deformidades 
mandibulares, para melhor posicionamento oclusal e cefalométrico do terço inferior 
da face. 
 
 -​Osteotomia Subapical Anterior 
 
Utiliza-se para retrusão e nivelamento da curvade spee do segmento anterior da 
mandíbula. Nestes casos, os primeiros ou segundos molares são extraídos e os 
13 
espaços edêntulos fechados cirurgicamente. Para casos de fechamento de espaços 
protéticos remove-se uma faixa de osso edêntula bilateralmente na mandíbula e 
retrai-se o fragmento anterior mandibular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ​ -​Osteotomia Subapical Posterior 
 
Foi utilizada no passado para o fechamento dos espaços protéticos na região 
posterior da mandíbula. Nos dias atuais esta técnica está em desuso. Utiliza-se 
mecânica endodôntica, confecção de prótese convencional ou colocação de prótese 
sobre implantes osteointegrados, para o fechamento dos espaços edêntulos 
posteriores. 
 
 -​Mentoplastia (Osteotomia Basilar da Mandíbula) 
 
São, na maioria das vezes, procedimentos cirúrgicos adicionais nas osteotomias 
maxilares e/ou mandibulares, para a correção de deformidades dentofaciais, com o 
objetivo de harmonizar a posição mento do paciente com o restante da face, 
tornando ainda melhores os resultados estéticos obtidos pela cirurgia ortognática. 
As mentoplastias podem ser realizadas para movimento Ântero-posteriores, 
verticais e transversos. As osteotomias devem ser realizadas respeitando-se os 
ápices dentais inferiores e o nervo mentoniano. A magnitude possível para os 
avanços ou recuos sem a utilização de enxertos ósseos corresponde a dimensão 
ântero-posterior da sínfise, que é em média 11mm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 -Osteotomias do Ramo Mandibular 
 
Podem ser realizadas pelas técnicas sagital, vertical ou osteotomia em L invertido. 
 
 
 -Osteotomia Sagital do Ramo 
 
 É um procedimento cirúrgico muito utilizado em cirurgia ortognática para avanços e 
recuos mandibulares. Ela oferece uma ampla área de contato entre os segmentos 
ósseos, o que permite melhor estabilidade durante a aplicação da fixação rígida, 
além de melhorar a cicatrização óssea. Sua indicação mais frequente é no 
tratamento cirúrgico de deficiências mandibulares, em que é usada para avanços 
mandibulares. Esta técnica também pode ser indicada para a correção de 
prognatismo mandibulares e, sendo utilizada para o recuo mandibular. 
A principal desvantagem desta técnica é a incidência de distúrbios neurossensoriais, 
relacionada ao nervo alveolar inferior, que variam desde uma diminuição temporária 
da sensibilidade do lábio inferior, gengiva e mento do lado operado, até uma 
anestesia permanente dessas regiões. Para a realização da osteotomia sagital é 
necessário que os terceiros molares sejam removidos pelo menos seis meses antes 
da cirurgia. Este procedimento visa a proporcionar maior quantidade de osso e 
melhor área de contato ósseo na região osteotimizada, minimizar o risco de fraturas 
indesejáveis durante a realização da osteotomia e facilitar a colocação de fixação 
interna rígida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-​Osteotomia Vertical do Ramo 
 
Esta técnica é utilizada para recuos mandibulares. Inicialmente era realizada por via 
cutânea, mas atualmente vem sendo feita por via intra-oral. A osteotomia vertical 
intrabucal do ramo possui diversas vantagens, mais como: rapidez de sua 
15 
realização, quando comparada a técnica sagital do ramo, audiência de síntese 
ósseas, o que diminui o custo cirúrgico, Redução do tempo cirúrgico, diminuindo a 
morbidade e o edema no pós operatório, e menor incidência de alterações 
neurossensoriais do nervo alveolar inferior, quando comparada a técnica sagital do 
ramo. A principal desvantagem desta técnica é a necessidade de bloqueio 
maxilomandibular, devido a não utilização de sínteses ósseas, o que faz com que 
seja necessário a imobilização dos maxilares para assegurar uma consolidação 
adequada das osteotomias. Esta técnica permite recuos de até 8mm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ​-Osteotomia em L Invertido 
 
A principal indicação desta técnica é para os grandes recuos mandibulares (acima 
de 10mm). A via de acesso deve ser transcutânea, utilizando-se para isto o acesso 
submandibular ou acesso de Risdon. Esta técnica também pode ser utilizada para 
avanços mandibulares, se enxertos ósseos forem colocados entre as partes 
osteotomizadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 -Cirurgias Maxilares e Mandibulares Combinadas 
 
Alguns pacientes apresentam deformidades combinadas, isto é, com altercações 
tanto na maxila quanto na mandíbula, principalmente quando a magnitude da 
discrepância entre os maxilares é exagerada. Nesses casos está indicada a 
associação das técnicas cirúrgicas anteriormente mencionadas. Para isto é 
necessário um correto planejamento, avaliando as características clínicas e 
cefalométricas dos pacientes. 
As cirurgias combinadas, apesar de aumentarem o tempo cirúrgico e a área a ser 
operada, tem como grande vantagem uma maior estabilidade e menor risco de 
recidiva provocada pela tensão muscular exagerada quando um único maxilar é 
operado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2.8 Relação ortodôntica e cirúrgica 
 
 A cirurgia ortognática consiste em um tratamento que não se resume somente no 
ato cirúrgico, em alguns casos ela requer um trabalho de preparação prévia onde 
está incluído o tratamento ortodôntico, que apresenta duração variável de 18-24 
meses. Além disso, após o ato cirúrgico pode ser necessário o seguimento do 
tratamento ortodôntico para os ajustes finais. 
 Um exemplo dessa interação são em casos que para evitar as segmentações 
Maxilares, sempre que possível, deve-se buscar o melhor preparo ortodôntico, pois, 
além de simplificar a técnica cirúrgica, diminui as chances de complicações 
isquêmicas da Maxila no pós-operatório. 
 Dessa maneira, conseguimos perceber que há uma grande interação entre as 
especialidades de ortodontia e cirurgia quando se trata de pacientes que vão 
realizar a cirurgia ortognática, devido a sua alta complexidade. 
 
 
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3.CONCLUSÃO 
 
 A partir das informações apresentadas neste trabalho, é notória a complexidade 
da terapia através da cirurgia ortognática. No entanto, esta opção terapêutica, tem a 
capacidade de proporcionar, aos pacientes que possuem deformidades 
dento-alveolares, a harmonia facial e a correção da queixa funcional. 
 Dessa forma, conclui-se que os benefícios para a qualidade de vida do paciente 
são significativos, contando com o aumento da auto estima e as mudanças do 
convívio em sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Prado, Roberto; Salim, Martha Alayde Alcantara. Cirurgia Bucomaxilofacial: 
Diagnóstico e Tratamento. 1º edição. Editora Guanabara Koogan, 2004 
 
Nóia, C. F. et al. Influência da cirurgia ortognática na harmonia facial: 
Série de casos. ​Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac​, v.15, n.1, 
p.21-26, 2015. 
 
 RIBAS, Marina de Oliveira et al . Cirurgia ortognática: orientações legais aos 
ortodontistas e cirurgiões bucofaciais. ​Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial​, 
Maringá , v. 10, n. 6, p. 75-83, Dec. 2005. 
 
PINHO, Teresa. A Ortodontia Intercetiva nas Deformidades Dento-Maxilares. 
Nascer e Crescer​, Porto , v. 20, n. 3, p. 192-196, 2011 ​. 
 
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