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Mariana Marques – T29 INTRODUÇÃO • A taxa de filtração glomerular estimada consiste em fórmulas que estimam a soma das taxas de filtração de todos os néfrons funcionais dos rins. • Essa taxa pode ser considerada uma indicadora de função renal, ou seja, se há uma diminuição significativa na taxa de filtração glomerular, muito provavelmente o paciente pode estar progredindo para uma doença renal e, um aumento nessa taxa é indicativo de melhora da função renal. • Taxa de filtração normal: 140 mL/min em um adulto saudável, mas acima de 90 já é considerado normal. • A taxa de filtração glomerular estimada existe pois não é prático calcular a taxa exata de funcionamento dos rins e, por isso, foram criadas fórmulas para a estimá-la. • Esta fórmula utiliza a idade, o género e o valor de creatinina no sangue para estimar a taxa de filtração glomerular. SUBSTÂNCIAS UTILIZADAS PARA AVALIAÇÃO DA TFG E SUAS CARACTERÍSTICAS UREIA: • Livremente filtrada pelos glomérulos (não possui níveis plasmáticos estáveis). • É reabsorvida no túbulo contorcido proximal (cerca de 40-70%), através de difusão passiva. • Em excesso pode causar toxicidade neurológica, que pode ser causada devido a degradação do composto, devido ao acúmulo de amônia que excede a capacidade de detoxicação hepática. • É de fácil mensuração e possui baixo custo, porém a dificuldade encontrada na avaliação dessa substância é a necessidade de coleta de urina durante 24h. • Interferentes: dieta, catabolismo tecidual, hiperalimentação e desnutrição proteica • Essa substância estará elevada em pacientes com função renal comprometida. • O método laboratorial mais usado para a dosagem de ureia baseia-se em técnicas enzimáticas colorimétricas. CISTATINA C: • Proteína glicosilada de baixo peso molecular. • Facilmente filtrada pela membrana glomerular (não afeta proteínas dos processos infecciosos, inflamatórios e por fatores nutricionais). • Todas as células nucleadas produzem. • Concentração no soro: depende da capacidade de filtração glomerular. • Não é secretada e nem reabsorvida. • Substância endógena (difícil mensuração) e de alto custo, por isso não é utilizada, mesmo que possa agregar precisão ao resultado. INULINA OU IOHEXOL: • Substância exógena. • Deve apresentar 100% de filtração glomerular (não há reabsorção e secreção tubular), ou seja, se o paciente apresentar menos que esse valor de inulina na urina, significa que há comprometimento na filtração. • Ambas são consideradas padrão ouro para avaliar a taxa de filtração glomerular. • Não usadas por possuir custo elevado e ser necessária a internação do paciente (não conveniente). RADIOISÓTOPOS: • Deve apresentar 100% de filtração glomerular (não há reabsorção e secreção tubular). • Não usado por possuir custo elevado e ser necessária a internação do paciente (não conveniente). CREATININA SÉRICA: • Subproduto do metabolismo muscular, ou seja, é oriunda do metabolismo muscular e da ingestão de carne. • Aproximadamente 98% da creatina é mantida no músculo e 1,6% desta é convertida em creatinina por dia, que é rapidamente excretada pelo rim. • Livremente filtrada pelo glomérulo. • Não é absorvida e excretada pelos túbulos renais. • Os métodos mais comuns para dosagem da creatinina são os colorimétricos, que usam a reação do picrato alcalino. • A geração é diretamente proporcional à massa muscular, que varia de acordo com a idade, sexo e etnia e é afetada por condições que causam perda muscular. • O consumo de carne pode elevar o nível de creatinina porque a carne contém creatina, que pode ser convertida em creatinina pelo cozimento. • Indivíduos com creatina sérica normal podem ter baixa taxa de filtração glomerular (dependente da massa muscular). • Não usado para pacientes acamados e de UTI (atrofia muscular). Taxa de filtração glomerular estimada Mariana Marques – T29 • Locais que proteínas séricas são mensuradas: ▪ Sangue, plasma ou soro: concentração destes marcadores irão refletir a quantidade circulante. ▪ Urina: concentração destes marcadores na urina vão refletir a quantidade que foi filtrada e excretada pelos rins. • Melhor marcador: confiável e barato (mais usado na prática clínica). • Extremos de massa muscular (amputados; paraplégicos; malnutridos; fisiculturistas) ou indivíduos com dietas vegetarianas ou em dietas com suplementos de creatina possuem uma produção basal de creatinina diferente do normal ou do esperado. Nestes casos, o clearance (ou depuração) de creatinina é uma alternativa superior a TFGe. EQUAÇÕES NO CÁLCULO DA TFGe (VARIÁVEIS UTILIZADAS) • A mensuração da taxa de depuração de creatinina costuma ser feita por meio da análise de uma amostra de sangue e de uma amostra de urina de 24 horas. • Há uma tendência na utilização de fórmulas que possibilitam estimar a taxa de filtração glomerular (TFG) segundo o valor da creatinina sérica, o gênero, a idade, o peso corporal e até mesmo a raça do paciente, sem necessidade da coleta de urina durante 24 horas. • Essas fórmulas permitem uma boa estimativa da TFG, sendo particularmente úteis em indivíduos em que a coleta prolongada de urina constitui um grande inconveniente. Fórmula de Cockcroft e Gault: • É uma das principais utilizadas em adultos, porém, essa equação tende a superestimar a TFG, já que é derivada do clearance de creatinina. • Requer o peso do paciente para seu cálculo. Fórmula de MDRD: • Carrega a desvantagem de no Brasil, existir uma grande dificuldade de categorização das raças. • A fórmula foi validada em apenas um laboratório e com o uso da metodologia enzimática, que apresenta valores diferentes da metodologia colorimétrica, atualmente a mais usadas. Equação da Taxa de Filtração Glomerular da Creatina: PCr = concentração plasmática de creatinina UCr = concentração urinária de creatinina V = fluxo urinário • O Clearance de Creatinina ou ou Taxa de filtração glomerular da Creatinina é o resultado da quantidade de Cr sérica que foi filtrada em 24 horas (1440 min) em um determinado Volume de urina destas 24 horas. • A elevação nos níveis plasmáticos de creatina indica redução do ritmo de filtração glomerular. • Valores de Referência: ▪ Crianças (0,2-0,6mg/dl). ▪ Mulheres (0,5-1,1mg/dl). ▪ Homens (0,6-1,3mg/dl). IMPORTANTE: Uma queda na TFG pode ser o primeiro e único sinal clínico de doença renal. A perda de 50% dos néfrons funcionais reduz a TFG apenas em aproximadamente 25%. No contexto clínico usualmente avalia-se a função renal por meio da mensuração da concentração plasmática de creatinina (PCr), que é inversamente relacionada à TFG.
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