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Módulo – ONCOLOGIA Naira Fausto Módulo – ONCOLOGIA Naira Fausto CASO CLÍNICO M.P., 63 anos, melanodermo, natural e residente em Guanambi-BA, é levado por familiares ao pronto- socorro do Hospital Geral de Guanambi-BA, com quadro de dor intensa em região lombar à direita, há 10 dias, e perda de força em perna direita, há 2 dias. Informa, ainda, perda ponderal de 10 Kg no último mês. História familiar: irmão falecido por câncer de próstata com 54 anos. Ao exame neurológico: paresia flácida de MID, com sinal de Babinski negativo, arreflexia patelar e aquileo. Traz exames realizados ambulatoriamente que evidenciam: PSA (antígeno prostático específico) total 7,3 (normal até 4,0 ng/dL) e livre 1,24 ng/dL(normal até 0,720 ng/ml), relação PSA total/ PSA livre de 30% (normal < 20%); radiografia de coluna lombos sacra: lesões blásticas acometendo vertebras L3, L4, L5 e S1, nos elementos vertebrais posteriores. O paciente foi medicado com controle da dor e solicitado avaliação do Urologista. EPIDEMIOLOGIA Adenocarcinoma de próstata é o tipo de câncer mais comum em homens. Segunda maior causa de morte oncológica em homens. Raro antes dos 45 anos. FATORES DE RISCO Idade maior que 50 anos Negros História familiar positiva Dieta rica em gorduras Sobrepeso/Obesidade Mutações BRCA1 e BRCA2 Níveis elevados IGF1 Tabagismo e etilismo (não são fatores diretos, mas aumentam a morbimortalidade dos que já tem o diagnóstico) **Hiperplasia prostática benigna também não é fator de risco FISIOPATOLOGIA Dois grupos: lesão histológica clinicamente oculta ou “latente”; e doença clinicamente manifesta. Entende-se assim que a etiopatogênese do CA de próstata tem dois passos: iniciação e progressão. Como se homem nascesse programado para ter câncer de próstata, pois carregam proto- oncogenes no DNA. Mas normalmente isso não ocorre devido os genes supressores de tumor (p53 e pRB). Assim pode surgir, devido múltiplas divisões celulares que ocorrem no decorrer dos anos acompanham-se de fragmentações dos cromossomos, com perda dos genes supressores de tumor e ativação dos proto-oncogenes. Além disso, a fusão dos genes TMPRSS2 e ERG (cromossomo 22) é encontrada em até 50% dos casos. O gene TMPRSS2 é próstata-específico e tem sua expressão regulada por hormônios androgênios. Já o gene ERG é de uma família de fatores de transcrição para oncogenes e sua expressão ativa oncogenes. A fusão TMPRSS2-ERG resulta na ativação de múltiplos oncogenes em resposta aos androgênios. Assim, os hormônios sexuais masculinos são importantes tanto para a iniciação, quanto para a progressão do CP. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fase inicial – assintomática Sintomas miccionais obstrutivos (hesitação, jato intermitente e/ou fraco) (diag. dif. Para HPB) Hematúria e hematoespermia Câncer de Próstata Módulo – ONCOLOGIA Naira Fausto Edema de MMII, desconforto pélvico ou perineal (disseminação linfática – linfonodos pélvicos) Caquexia, anorexia, perda ponderal Uropatia obstrutiva Ascite, delírio, distúrbios vasculares e tromboembólicos, dor óssea intensa e persistente, fraturas. DIAGNÓSTICO Exame clínico – anamnese, história familiar. PSA – marcados de dano ao epitélio prostático (aumenta em doenças benignas). Valores maiores que 10ngml são mais específicos para o câncer. Toque Retal: especificidade maior que a sensibilidade (examinador dependente) +: Presença de nodularidade, endurecimento ou assimetria lobar acentuada. -: não percebe alterações, mas não descarta a presença de câncer. Quando diagnostica pelo toque, já está avançada, pois tem o tamanho maior. Biópsia prostática por agulha fina; US transrretal com biópsia; TC (pele e abdome) – para comprometimento linfático, doença avançada e para estadiamento. RM: avaliação extra prostática, TNM. CO: detecção metástases esquelética. RASTREAMENTO PSA, toque retal, exame clínico. Homens a partir de 50 anos, avaliação individualizada. Screening entre 50-75 anos, desde que expectativa de sobrevida seja maior que 10 anos. Iniciar aos 45 anos (negros, história familiar). GRAU HISTOLÓGICO Escore de Gleason Avalia o grau de diferenciação do adenocarcinoma prostático. ESTADIAMENTO TNM – Estádios: I, II, III e IV. TRATAMENTO BAIXO RISCO: Prostatectomia radical; Radioterapia/braquiterapia; Observação vigilante. MÉDIO RISCO: Prostatectomia radical; Radioterapia/braquiterapia. ALTO RISCO: Radioterapia/braquiterapia; Cirurgia (prostatectomia radical com radioterapia adjuvante se necessário); hormoioterapia. METÁSTASE: Hormonioterapia.
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