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Gestão de Alimentos e Bebidas Me. Thanise Pitelli Paroschi DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho, Pró- Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Direção Executiva de Ensino Janes Fidélis Tomelin Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel F. Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard Coordenador de Contéudo Sandra Franchini, Projeto Gráfico e Editoração Jaime de Marchi e Jhonny Coelho, Designer Educacional Ana Claudia Salvadego, Revisão Textual Meyre Barbosa da Silva, Ilustração Bruno Pardinho, Marcelo Goto e Marta Kakitani, Fotos Shutterstock. “Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, forman- do profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. Missão NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050- 900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; PAROSCHI, Thanise Pitelli Gestão de Alimentos e Bebidas. Thanise Pitelli Paroschi Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. Reimpressão 2020. 112 p. “Graduação em Gastronomia - EaD”. 1. Alimentos. 2. Bebidas. EaD. I. Título. ISBN: 978-85-459-1147-0 Impresso por: CDD - 22ª Ed. 641 CIP - NBR 12899 - AACR/2 3 Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pes- soas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos edu- cadores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter, pelo menos, três virtudes: ino- vação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais ci- dadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! pa la vr a do re it or Reitor Wilson de Matos Silva Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, demo- cratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comuni- cação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da educação por meio da conec- tividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets acelera- ram a informação e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, equipa- mentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em infor- mações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. bo as -v in da s Pró-Reitor de EaD William V. K. de Matos Silva 5 bo as -v in da s Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou pro- fissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando opor- tunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transfor- mação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pe- dagógica, contribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desen- volvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de ma- neira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, as- sista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza- gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. Direção Executiva de Ensino Janes Fidélis Tomelin Diretoria Operacional de Ensino Kátia Solange Coelho G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s Ap re se nt aç ão d o Li vr o Professora Mestre Thanise Pitelli Paroschi Olá, aluno(a)! Seja bem-vindo(a) à disciplina de Gestão de Alimentos e Bebidas, do Curso de Gastronomia. Muito prazer, sou a professora Thanise Pitelli, e estudaremos sobre este setor extremamente importante e essencial para resultado de diversos estabelecimentos. Para nos conhecermos melhor, gostaria de me apresentar a você e contar um pouquinhoda minha experiência profissional. Sou nutricionista, formada pelo Centro Universitário Filadélfia (UNIFIL) e tecnóloga em alimentos pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), ambas na cidade de Londrina/PR. Fiz alguns cursos que auxiliaram muito na minha profissão e hoje sou doutoranda pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Minha experiência profissional iniciou-se em um restaurante comercial na cidade em que residia e, após um tempo, tive a oportunidade de trabalhar na Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), onde trabalho até hoje, com consultoria aos estabelecimentos associados com foco no con- trole de qualidade, preparo de alimentos, elaboração de cardápios e todas as ferramentas de gestão, como as fichas técnicas. Escrever este livro é uma honra, e espero que com este e outras ferramen- tas do curso, você possa se aperfeiçoar no mundo da gestão da gastronomia. Portanto, convido-o a aprender conosco, nas próximas páginas. 7G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R Neste livro, abordaremos a gestão de alimentos e bebidas, oferecendo condi- ções para formação profissional de excelência centrada na realidade do nosso mercado. Dessa forma, conheceremos a evolução do mercado de alimentos e bebidas, de modo geral, alguns movimentos mundiais são responsáveis pelo crescimento da alimentação fora do lar e, com isso, este setor é uma tendência mundial, então, surgem estabelecimentos nos mais diversos moldes, com produtos específicos e características próprias. Veremos, ainda, a importância de se realizar a análise do mercado e as exigências legais para a abertura de empresas do ramo e os principais pontos durante a gestão de negócios para o setor, incluindo atividades de planejamen- to, organização, direção e controle. Quanto ao controle de custos e estimativa dos resultados, gerenciar equipe ou relações com clientes, a extrair ao máximo da rede de fornecedores, enfim, a gestão de alimentos e bebidas faz-se presente (e necessária) em todas as atividades a serem realizadas. Espero que gostem desta disciplina e entendam o quão importante a profissão da gastronomia é para o sucesso de um estabelecimento no que se refere aos alimentos a serem servidos e ao controle de todas as operações e gerenciamento dos estabelecimentos. Afinal, nesse mercado de alta competi- tividade, não é o bastante apenas ter talento na cozinha, pois este deve estar sempre mesclado com a força da gestão. Bons estudos! SUMÁRIO UNIDADE 1 Início da Gestão de Alimentos e Bebidas 15 A Evolução do Setor de Alimentos e Bebidas 19 Estatísticas do Setor de Alimentos e Bebidas 27 Food Service e suas Vertentes UNIDADE 2 Análise do Mercado e Regulamentação para Empresas de Alimentos e Bebidas 51 Análise de Mercado e Marketing 57 Exigências Legais para Empresas de Alimentos 69 Gestão de Negócios no Setor de Alimentação UNIDADE 3 Administração e Gestão de A&B 87 O Gestor de A&B 93 Atividades de Planejamento e Organização 99 Atividades de Direção e Controle dica do chef habilidades Legendas de Ícones recapitulando saiba mais fatos e dados minicaso reflita Dica do Chef: dicas rápidas para complementar um conceito, detalhar procedimentos e proporcionar sugestões. Habilidades: elo entre as disciplinas do curso. Mão na massa: indicação de atividade prática. Saiba mais: informações adicionais ao conteúdo. Fatos e Dados: complementação do conteúdo com informações relevantes ou acontecimentos. Minicaso: aplicação prática do conteúdo. Reflita: informações relevantes que proporcionam a reflexão de determinado conteúdo. Recapitulando: síntese de determinado conteúdo, abordando principais conceitos. mão na massa Início da Gestão de Alimentos e Bebidas ME. THANISE PITELLI PAROSCHI A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • A evolução do setor de alimentos e bebidas • Estatísticas do setor de alimentos e bebidas • Food service e suas vertentes • Acompanhar a evolução do setor de alimentos e bebidas de modo amplo. • Conhecer o mercado de alimentos e bebidas, no Brasil e no mundo. • Abordar sobre as vertentes da gestão de alimentos e bebidas. Plano de Estudo Objetivos de Aprendizagem Introdução Caro(a) aluno(a), iniciaremos nosso estudo entendendo sobre a hospitalidade, pois quando a maior parte das pessoas pensa no setor de hospitalidade, normalmente, considera apenas os hotéis e os restaurantes. Entretanto o seu significado é de um escopo muito mais amplo. Segundo a definição, hospitalidade significa recepção e entretenimento de hóspedes, visitantes ou estrangeiros, com liberdade e boa vontade, demonstrando o quão amplo é sua atuação. A palavra hospitalidade é derivada de “hospice” que, em inglês, significa casa medieval destinada ao repouso de viajantes e peregrinos. O “hospice” mais famoso é o de Beaune, fundado em 1443, pelo chanceler Nicolas Rolin, na região francesa da Borgonha, que o criou, inicialmente, como casa de caridade. As primeiras referências à hospitalidade remetem à Grécia e à Roma antiga, pois o incremento do comércio de viagens aumentou a necessidade por acomodação para passar a noite. O costume de comer fora de casa foi consolidado com o conceito de jantar à la carte, no século XIX. Já no século XX, com o avanço da tecnologia dos meios de transporte, as viagens tornaram-se mais acessíveis, possibilitando, também, a escolha entre uma ampla gama de comida, as aco- modações e o lazer. Dessa forma, hospitalidade inclui hotéis, restaurantes e outras instituições que oferecem hospedagem, alimentos ou ambos às pessoas que estão fora de seus lares. A alta demanda gerou concorrência no setor, tornando a boa administração essencial e responsável pelo sucesso e eficiência operacional. O sucesso do trabalho em alimentos e bebidas, seja no setor de bares, de restaurantes seja hotéis, depende de inúmeros fatores, como conhecimento das técni- cas adequadas, bom controle administrativo e financeiro, qualidade, criatividade e bom senso. Como gastrólogo, você pode ser responsável pela gestão de alimentos e bebidas. Devo res- saltar que a forma de atendimento ao cliente e a postura profissional são, também, elementos essenciais para o sucesso. Vamos estudar um pouco mais? 13 G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s 15G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R A Evolução do Setor de Alimentos e Bebidas Caro(a) aluno(a), como vimos na introdução desta unidade, a primeira referência de hospitalidade iniciou-se na região francesa da Borgonha com a criação do Beaune que até hoje é visitada, devido aos valorizados vinhos da região, bem como pela notável coleção de arte que possui, com obras importantes. A evolução do setor de alimentos e bebidas foi descrito por Câmara (2012), e abordaremos os principais pontos, visando entender sua evolução até os dias atuais. A partir de 1400, o setor de hospitalidade foi se desenvolven- do. Iniciou com as hospedagens, passando a servir as refeições acompanhadas de vinhos, o que começou, também, a caracterizar o serviço de restaurante. G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s C om a Revolução Industrial, no século XIX, e com o surgimento da máquina a vapor, a energia elétrica e outras inovações importantíssimas para o desenvolvimento da hotelaria (consequente- mente, para o setor de alimentos e bebidas), as pessoas passaram a viajar mais, e diversos foram os motivos, baseados em necessidades ou em lazer, e a busca por serviço de hospedagem que oferecesse também o serviço de refeição aumentou. Em contrapartida, a evolução dos serviços de alimentação também foi observada a partir da sua finalidade inicial, quando os primeiros restau- rantes tinham apenas o propósito de “restaurar”, ou seja, recuperar as energias do indivíduo que tivesse afastado de seu domicílio por qualquer motivo, como trabalho, guerra ou passeio. Como passar dos anos, além do motivo de trabalho, as famílias mais ricas também adotaram o costume de viajar e, em função da distância e da demora dos meios de transporte, as viagens demandavam muito tempo, fazendo com que os viajantes necessitassem de acomodação e alimen- tação. Assim, o que era restrito apenas aos bares e tavernas passou a fazer parte dos principais serviços oferecidos aos clientes ou hóspedes e, juntamente com o início do conceito à la carte o setor foi se consolidando. Prezado acadêmico, na disciplina de História e Cultura Gastronômica estuda- remos um pouco mais sobre a evolução dos restaurantes e da gastronomia, verifi- cando alguns fatores importantes, como a expansão e a globalização desta. Em 1870, Cesar Ritz estruturou um estabeleci- mento hoteleiro em Paris-França, que era o mais moderno na ocasião, o famoso e conhecido “Hotel Ritz”, que dentre tantos outros serviços oferecia também o de alimentos e bebidas sob a responsa- bilidade do cozinheiro George Auguste Escoffier. Na América, também houve uma grande evolução dos hotéis, sendo que, em 1525, foi fundado o primeiro hotel, no continente ame- ricano. Em 1794, foi construído o New York’s City Hotel e, em 1828, surge o Tremont House, considerado o primeiro hotel de primeira classe. No Brasil, este desenvolvimento não foi tão assustador, pois foi apenas na década de 1920 que foi fundado o Hotel Copacabana Palace, tor- nando-se uma hospedagem para celebridades, políticos e outros. 17G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R Passaram-se décadas, e o Brasil tem crescido no que se refere à hotelaria e à sua diversidade de meios hospedagem, cada um com sua originalidade, servindo aos seus clientes, além de oferecer produtos de qualidade, o que há de melhor em cada região onde esses empreendimentos estão localizados. Atualmente, podemos usufruir desses serviços praticamente em todas as cidades do país, por meio de hotéis, pousadas e outros, que oferecem, além dos serviços de hospedagem, os de alimentos e bebidas (alcoólicas e não alcoólicas). Conhecida pela sigla A&B, a área de Alimentos e Bebidas é, atualmente, uma das mais importantes da hotelaria. G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s 19G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R Estatísticas do Setor de Alimentos e Bebidas O serviço de alimentação - denominação que engloba setores de alimentos e bebidas (hotelaria), restaurante comercial (fast food, lanchonetes, cantinas, bares e restaurantes), institucional (escolas, presídios, asilos, creches e hospitais) e catering (refeições servidas para usuários de transporte aéreos, marítimos, ferroviários e ter- restres) - representa, do ponto econômico, o setor mais importante para geração de emprego e renda do mundo. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), o setor de alimentação fora do lar possui expansão anual em torno de 10%, além disso, gera cerca de 450 mil novas oportunidades de emprego por ano, sendo que, destes, 250 mil novos empregos são destinados a garçons (SEBRAE, 2017 , on-line)1. Segundo dados veiculados no portal “Alimentação Fora do Lar”, o setor congrega cerca de 1,5 milhão de empresas e gera 6 milhões de empregos diretos em todo o Brasil (ALIMENTAÇÃO FORA DO LAR, 2018, on-line)2. G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA, on-line)3. o segmento vem crescendo de forma consistente em uma taxa média de 14,7% ao ano, valor mais expressivo que os apresentados pelo canal de varejo alimentar (10,8%) e três vezes superior ao aumento do PIB (Produto Interno Bruto) brasilei- ro nos últimos cinco anos, sendo que as indústrias movimentam mais de U$ 443 bilhões por ano, no mercado mundial de alimentação fora do lar. Mesmo com um significativo destaque na economia nacional, o setor ainda possui grande potencial de expansão, principalmente quando comparado à Europa e aos Estados Unidos, onde são destinados de 50% a 60% do consumo de alimentos à alimentação fora do lar. Além disso, nos Estados Unidos, há, aproximadamente, a mesma quantidade de estabelecimentos que no Brasil, mas o faturamento é cinco vezes maior, o que denota um volume de refeições servidas muito superior. No Brasil, dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada em 2008-2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017, on-line)1. Demonstram que os gastos com alimentação são de 10 a 32%, dependendo da renda familiar mensal. Outro gasto significativo das famílias brasileiras refe- re-se ao gasto com alimentação fora do lar. O ranking da despesa média mensal familiar com a alimentação fora do lar por Estado (R$) pode ser observado na imagem a seguir: Alagoas Maranhão Roraima Paraíba Rondônia R. do Norte Ceará Mato Grosso Tocantins Pernambuco Pará Mato G. do Sul Bahia Espírito Santo Goiás Piauí Minas Gerais Amazonas Paraná Sergipe Amapá R. do Sul Brasil Santa Catarina Acre Distrito Federal Rio de Janeiro São Paulo 36,23 53,73 54,45 57,50 70,84 74,14 74,53 75,50 76,00 86,37 87,29 95,13 100,63 101,25 103,50 105,65 110,80 111,12 111,51 111,87 112,11 130,60 131,31 138,90 154,85 182,12 196,45 198,53 Figura 1 - Gastos mensais com alimentação fora do lar Fonte: IBGE (2017 , on-line)4. 21G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R Entre os tipos de alimentos consumidos pelas famílias brasileiras, o grupo de carnes, vísceras e pescados é o que mais pesa nas despesas (18,34%), seguido de leites e derivados (11,94%), panificados (10,92%) e cereais, leguminosas e oleaginosas (10,36%). Os números mostram diferenças entre as áreas urbana e rural, por exemplo, o percentual gasto com o grupo bebidas e infusões é 56,05% maior na área urbana, principalmente, devido aos re- frigerantes, 135,55% maior na área urbana, e cervejas, 160,14% maior. Os alimentos preparados alcançam percentual 358,84% maior na área urbana. Entre as regiões também se observam diferenças. Por exemplo, o Norte possui maior percentual de despesa com carnes, vísceras e pescados (26,30%), e o Sudeste menor (16,47%). Grande parte deve-se aos pescados frescos, que são muito mais consumidos no Norte, onde as famílias gastam R$ 18,37 ao mês com pescados, já no Nordeste, gastam R$ 5,23, no Sudeste, R$ 2,35, no Centro- Oeste, R$ 1,82, e no Sul, R$ 1,50. Fonte: IBGE (2017 , on-line)4. Cada vez mais, aluno(a), as pessoas buscam realizar suas refeições fora de casa. Seja por falta de tempo para cozinhar, pela necessidade da facilidade, pela correria seja até mesmo por opção. Alimentar-se fora de casa é um hábito que está sendo cada vez mais incorporado no dia a dia da população. Pensando nisso, os empreendedores visu- alizam variadas oportunidades para expandir ou criar negócios nesse segmento, criando va- riedade de refeições, lanches, petiscos, e culi- nárias agradam todos os tipos de paladares, com isso, o setor de A&B vem crescendo em diversas vertentes. Dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF, 2018, on-line)5. demonstram que o ramo da alimentação é o segmento que possui maior participação nas franquias, no Brasil, representando 34%, em 2017, seguido de 18% destinados ao ramo de serviços educacio- nais, 16% do ramo de saúde, beleza e bem-estar, 14% moda, 6% para o ramo de serviços auto- motivos, finalizando com os ramos de: serviços, casa e construção, comunicação e informática, hotelaria e turismo e limpeza e conservação. Segundo Kotler (2000), o termo franquia corresponde a uma licença de uso de determi- nada marca, de comercialização de produtos ou G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s serviços, de acesso e, em muitos casos, de um sistema de negócios já desenvolvido e testado. Optar por franquia empresarial é bastante frequente no mercado deconsumo de bens e serviços, no Brasil e no mundo, por viabilizar a ampliação da rede de distribuição com o mínimo de recursos próprios. Na Pesquisa de Desempenho do setor divulgada pela ABF, em 2016, houve um crescimento de 8,3% na receita em com- paração a 2015. Além disso, o setor faturou R$ 151,247 bilhões nas duas 142.593 unidades ope- radas por 3.039 marcas de franquias pre- sentes no Brasil, sendo responsável pela geração de 1.192.495 empregos diretos. Fonte: adaptado de ABF (2018, on-line)5. 1. São Paulo 100 2. Distrito Federal 84 3. Paraná 75 4. Rio de Janeiro 71 5. Minas Gerais 66 Figura 2 - Interesse pelo termo “bar” por região do Brasil Fonte: Google Trends ([2018], on-line)6. O interesse pelos segmentos da alimentação fora do lar também são comprovados pela alta quantidade de pesquisas realizadas na Internet. A plataforma Google permite ava- liar os termos que foram pesquisados, e os gráficos a seguir (Figuras 2 e 3) demonstram o interesse pelas palavras “bar” e “restaurante” no ano de 2017. Figura 3 - Interesse pelo termo “bar” ao longo do tempo Fonte: Google Trends ([2018], on-line)6. 23G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R O valor “100” representa o pico máximo de busca, ou seja, São Paulo foi a região que rela- tou maior pesquisa pelo termo “bar” e, no que se refere ao período de tempo, o pico máximo foi obtido entre os dias 24 a 30 de dezembro de 2017 (Figuras 4 e 5). Avaliando as buscas pelo termo “restau- rante”, no Google, pode-se analisar que São Paulo também foi a região que concentrou maior busca, porém quanto ao período de tempo, o pico máximo ocorreu entre 11 e 17 de junho, muito provavelmente, devido ao dia dos namorados. 1. São Paulo 100 2. Distrito Federal 87 3. Rio de Janeiro 82 4. Paraná 79 5. Santa Catarina 76 Figura 4 - Interesse pelo termo “restaurante” ao longo do tempo Fonte: Google Trends ([2018], on-line)6. Figura 5 - Interesse pelo termo “restaurante” ao longo do tempo Fonte: Google Trends ([2018], on-line)6. Google Trends é uma ferramenta que possibilita acompanhar as tendências de interesses ou popu- laridade de palavras-chave por região. Já o Google Adwords possibilita avaliar termos e tendências relativos às palavras-chave pesquisadas, possibilitando comparar e conhecer termos próximos que também foram pesquisados O Google Adwords também possibilita anúncios e publicidade. G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s Outra ferramenta disponível é o Google Adwords, a qual foi utilizada para comparar as pesquisas dos termos “bar”, “restaurante”, “res- taurantes”, “bares” e “gastronomia” (Figura 6). Ao analisar, é possível verificar que exis- tem mais pesquisas para a palavra-chave “res- taurante” do que para a palavra “restaurantes”. Isso pode apontar para a importância de certos restaurantes no Brasil, e como eles estão usando a internet (site, blog e mídias sociais) para se promoverem e se relacionarem com os clientes. Além disso, vale ressaltar, aluno(a), que a pesquisa pelo termo “gastronomia”, quando se analisam os sites que foram abertos, a maio- ria está relacionada à Instituições de ensino e cursos. Figura 6 - Volume de pesquisa mensal sobre os termos “bar”, “restaurante”, “restaurantes”, “bares” e “gastronomia”, no Google Fonte: Google Adwords ([2018], on-line)7. 25G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s 27G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R Food Service e suas Vertentes Food service é conhecido como o mercado de alimentação fora do lar, ou seja, são consideradas todas as Instituições que produzam alimentos diretamente para o consumidor final. O aquecimento do setor tem favorecido o surgimento de novos negócios (de pe- queno, médio e grande porte), a ampliação das redes já existentes e, logicamente, o aumento da concorrência. O desenvolvimento deste segmento é uma tendência mundial que está crescendo rapidamente no Brasil e, como citamos ante- riormente, caro(a) aluno(a), os empreendedores são os maiores responsáveis pela infinidade de categorias e modalidades existentes no setor. Calumby (2014) retrata muito bem os principais tipos de esta- belecimentos que atuam na gestão de A&B. Falaremos um pouco de cada um deles conforme retratado pela autora. G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s Hotéis O setor de A&B de um hotel envolve os seguin- tes departamentos: cozinha, restaurante, ser- viço de quarto, frigobar, salões, bares, copas, podendo, ainda, existir até mais departamentos. Este possui fundamental importância ao hotel, pois, além de ter impacto na receita e fatura- mento do hotel, atrai eventos (que, por sua vez, acabam trazendo hóspedes para o hotel) e, se aberto ao público, pode atrair a população local também, que pode se tornar um público fiel e frequente. Assim, a gerência de A&B engloba alguns setores, conforme mostra a Figura 7. A área de A&B de um hotel possui estrutura orga- nizacional e funcional complexa, principalmente, devido ao fato de que as despesas com mão de obra são, aproximadamente, 2,5 vezes maiores do que no setor de hospedagem de um hotel, por exemplo, e a receita é quatro vezes menor, comparativamen- te com o mesmo setor (CASTELLI, 2003). Em contrapartida, o mesmo autor relata que em muitos hotéis tem-se observado que a área de A&B é um negócio rentável, representando 40%, ou mais, da receita do hotel. Isso acontece quando o setor possui organização e controle sob o comando de um excelente administrador. 29G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R Restaurante Gerência de A e B Gerência Geral Banquetes Cozinha Copa Bar Stewarding Figura 7 - Área de alimentos e bebidas Fonte: adaptada de Castelli (2003). Restaurantes Calumby (2014) define restaurante como esta- belecimento especializado em servir refeições a seus clientes que, em contrapartida, pagam pelas suas refeições. Visando agradar a seus clientes, o restau- rante pode adquirir diferentes formatos ou Em face dessa situação, muitos hotéis têm optado pela “terceirização” dessa área. Decisão esta nem sempre feliz para os negócios e para a imagem do hotel. A terceirização poderá se constituir numa excelente solução, desde que inspirada no conceito de parceria. Fonte: Câmara (2012). tipologias, que dependem do seu tamanho, deco- ração, tipo de alimento a ser servido, público que pretende atingir, dentre muitas outras questões. Assim, os restaurantes podem focar em gastro- nomia simples ou gastronomia requintada, bem como em formas de servir seus clientes. Assim os conceitos de restaurantes vão sendo criados. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação – ABIA, esse setor (food service) vem crescendo nos últimos anos de forma significativa, atingindo uma média números ao ano de 2012. Fonte: Brasil (2014). G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s Caro(a) aluno(a), o importante é entender que são vários os fatores que levam as pesso- as a um determinado restaurante, pois, hoje em dia, não se pode dizer que os indivídu- os frequentam restaurantes exclusivamente pela comida ou pelo serviço, existem outros motivos sociais englobados nesses fatores, pode-se citar o status (restaurantes de des- taque), ambiente e clima (composição entre a decoração, música etc.), cardápio específico, curiosidade, preço e até mesmo em busca do chefe de cozinha. O surgimento do cliente pode se dar de duas maneiras: • Maneira espontânea: pessoas que tra- balham ou habitam perto do estabe- lecimento e necessitam se alimentar; • Maneira criada: quando se cria uma ne- cessidade do público para o seu serviço de alimentação. Fonte: Calumby (2014). 31G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R Por isso, existem as tipologias dos restauran- tespara atender as mais variadas pessoas con- templando-se os diversos contextos existentes. No atual cenário econômico, os restaurantes necessitam se reinventar, rever seus processos, diminuir seus custos e aumentar a produtivida- de. Isso só é possível com adequada gestão, por isso, a gestão de A&B em restaurantes é uma ferramenta necessária para o sucesso do esta- belecimento e a garantia do retorno financeiro. Brasseries ou choperias O nome brasserie foi rebatizado no Brasil, sendo conhecido como choperia. Este molde de es- tabelecimento teve origem em países, como Alemanha, Bélgica, França e Suíça e se trata de um estabelecimento no qual a bebida tem maior destaque, sempre disponibilizando chope e cerveja dentre suas opções. Por mais que pareça simples, gerenciar locais que trabalham com bebidas também é necessário, já que o armazenamento, a tempera- tura de distribuição e o controle do desperdício são necessários. Além disso, algumas bebidas necessitam de preparo, e é essencial manter a padronização dele. Nesses estabelecimentos, também podem existir acompanhamentos para degustar juntamente com a cerveja, e há os que afirmam que a choperia pode ser considerada um tipo de bar. Bares Um bar pode ser designado como aquele estabe- lecimento comercial no qual os clientes conso- mem bebidas alcoólicas e não alcoólicas e alguns alimentos, como petiscos e porções diversas. Segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa (2008), a palavra bar significa “es- tabelecimento comercial que serve bebidas e onde se bebe quase sempre de pé ou sentado em bancos altos junto de um balcão. Ou, ainda, “local mobilado com um balcão destinado ge- ralmente a servir bebidas”. Segundo a mesma fonte, a definição de bo- tequim seria “estabelecimento comercial modes- to que serve bebidas e refeições ligeiras = BAR”. G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s E boteco seria “estabelecimento comercial modesto que serve bebidas e refeições ligei- ras = BOTEQUIM”. Ou seja, no que se refere à definição formal, não há diferença entre bar, boteco e botequim, mas, na prática, geralmente se utiliza boteco para definir um pequeno ou mais simples bar. Quanto à sua estrutura, o bar tem um ele- mento característico, o seu balcão. Este seria um pequeno “muro”, geralmente na altura do tórax, que dispõe de uma tábua longa em que as bebidas são servidas (muitas vezes também são preparadas) aos clientes. O balcão divide o bar em dois ambientes, de um lado seria denominado área pública, ou seja, aquela área em que os clientes ficam em pé ou sentados em banquinhos ou cadeiras. Por trás do balcão está disposto tudo o que é necessário para que o serviço de bar funcione, como utensílios e equipamentos básicos neces- sários para o serviço. Hoje, temos variações para o bar já que exis- tem os bares mais alternativos, como já citamos as choperias, e tem-se, ainda, os pubs - abreviação da expressão inglesa public place - a palavra ganhou espaço nos dicionários da língua portuguesa e 33G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R hoje é encontrada com a tradução “taverna”. Como principais características de um pub, podemos citar as paredes feitas de madeira, mesas com bancos altos, várias opções de cervejas e chopes impor- tados, ambiente com pouca iluminação, além de bandas tocando rock’n roll, blues e/ou jazz. Em quase todas as partes do mundo, o bar tornou-se um fenômeno social popular, res- ponsável por marcar a cultura e os costumes de várias gerações. Desde sua origem até os dias atuais continua a ser um dos tradicionais pontos de encontro entre amigos, namorados, amantes, entre outros grupos. Por esse motivo é comum os empreendi- mentos criados com tais características, e assim como citamos no caso das choperias, aluno(a), o gestor de A&B é essencial para um bom fun- cionamento do bar. Lanchonetes Uma lanchonete (também conhecida como lan- cheria) pode ser conhecida como um local onde se vendem sanduíches, salgados, doces, refrige- rantes, sucos, entre outras bebidas, geralmente não alcoólicas, ou seja, é um estabelecimento comercial popular especializado em pequenas refeições rápidas mesmo fora do horário normal das refeições. Veja a seguir: G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s ESTRUTURA Para uma lanchonete, é necessário possuir uma área destinada ao atendimento dos clientes, área para os clientes sentarem, área de produção ou cozinha, área de recebimento e armazenamento de matérias- primas, sanitários e vestiários para manipuladores e sanitários para clientes, não se restringindo apenas a isso. VIABILIDADE A demanda pelo ramo de alimentação fora do lar é cada vez maior, sendo que a lanchonete é uma das categorias com maior viabilidade por se tratar de um negócio bem aceito por públicos de diferentes idades, classes sociais, gêneros em todas as regiões do Brasil. CUSTOS Os custos (fixos e variáveis) mensais de uma lanchonete de médio porte giram em torno de R$30.000,00, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae (2018, on-line)1. 35G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R DIFERENCIAL A busca pela qualidade sempre deve ser o maior diferencial das empresas, assim, deve-se sempre presar por fornecedores certificados, produtos de qualidade e mão de obra treinada. PESSOAL Uma lanchonete requer cargos, como gerente, caixa, atendente, cozinheiro, auxiliar de cozinha, chapeiro e auxiliar de serviços gerais. A quantidade de cada um desses cargos dependerá do tamanho e faturamento da empresa. Esquema 1: Funcionamento de uma Lanchonete Ilustração: Bruno Pardinho G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s Conforme apresentado no Esquema 1, podemos visualizar, de uma forma mais clara, como uma lanchonete funciona, de maneira geral. A maior influência para a criação das lanchonetes foram os Estados Unidos da América (EUA), e muitas das grandes lanchonetes que temos no Brasil são de origem norte-americana, por exemplo, o Mc Donald’s. Existem variações do formato de lancho- nete, como as que são instaladas em trailers, no qual se adaptam os carrinhos com equipa- mentos necessários para o preparo dos lanches conforme o cliente solicita. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE,[2018], on-line)8. além da identificação de demanda potencial para o negócio, a atividade de lanchonete mostra-se van- tajosa por não haver necessidade de determinação de público alvo específico e de consequentes ações diferenciadas para tais, já que se trata de um negó- cio bem aceito pela população de todas as regiões do país e de todas as classes sociais, dependendo do padrão do estabelecimento. Outra questão é a comodidade e praticidade que envolve o consumo nesses estabelecimentos, fatores que sustentam a demanda e fortificam as empresas do ramo. Assim, o gestor de A&B é essencial para defi- nir todo o planejamento, desde a abertura, defi- nição do que será vendido e operacionalização de uma lanchonete, incluindo o controle dos custos. Sorveterias São locais destinados a servir sorvete. Atualmente, as sorveterias estão ampliando suas ofertas e comercializando muito além do gelado, como cafés e outros elementos, tornan- do-se um ponto diferencial do empreendimento. E, além disso, outra inovação dá-se nos sabores de sorvetes, sendo possível encontrar aqueles que se referem a elementos regionais, como é o caso de sorvete de tapioca. As sorveterias também estão inovando nas formas de servir o sorvete, acompanhado de bolo, petit gateau, panetone etc. 37G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R Também conhecidos como cafeterias ou, sim- plesmente, cafés. Como o próprio nome já indica, esse local é destinado à comercialização do café e suas variações, tais como cappucci- no, latte, chocolate quente e frio etc. Visandooferecer opções para acompanhar o café, há a oferta de bolos, salgados, biscoitos, entre outros alimentos. Também são comercializados refri- gerantes, sucos e chás. É possível encontrar as cafeterias nos mais variados locais, desde em um shopping como nas ruas, e há ainda algumas variações, como as casas de chá. Outros tipos de estabelecimentos também existem, podendo citar: Padaria: com foco principal nos pães dos mais diversos moldes, elas também vêm aumentando seu faturamento por meio de outros elementos disponíveis à venda, como acompanhamentos de pão (presunto, queijo, manteiga), café e até gêneros pere- cíveis e não perecíveis, geralmente, adqui- ridos no mercado. Doceria: destinada a oferecer opções di- versas de sobremesas aos clientes. Dessa COFFEE- SHOPS G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s forma, esta se ocupa em servir alimentos doces: bolos, tortas, mousses, brigadeiros, bombons, trufas, brownies, chocolates, pudins e muitos outros. Empreendedores da área indicam que é preciso ter criatividade para inovar, esco- lher uma especialidade e trabalhar com matérias-primas de qualidade, pontos im- portantes para quem busca investir nesse ramo. Pastelaria: destinada a oferecer opções diversas de pastéis aos clientes. O pastel é caracterizado por um alimento simples, barato, popular e muito bem aceito, por este motivo existem diversas pastelarias no Brasil como iniciativas individuais, redes e franquias. Tais comércios vendem, priorita- riamente, pastéis, podendo também vender alimentos agregados, como podemos citar: sucos, vitaminas, refrigerantes, molhos de pimenta e, até mesmo, outros salgados e opções de sobremesa. Churrascaria: destinada a oferecer o churrasco aos clientes. Há os autores que consideram a churrascaria um tipo de res- taurante, sendo citado como uma categoria de tal item. Pizzaria: o principal elemento, como o próprio nome diz, é a comercialização de pizzas para clientes que se dirigem ao es- tabelecimento ou pedem pelo delivery. Há os estabelecimentos que adotam o sistema de rodízio ou à la carte. Atualmente, há, ainda, o sistema de buffet, no qual vários sabores de pizzas ficam dispostos no balcão, e o cliente serve-se conforme preferência. 39G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R Hamburgueria: foco principal nos hambúr- gueres, atualmente, a tendência são os de carnes nobres e especiais com as mais di- versas combinações de sabores, geralmente também com pães exclusivos. Na hambur- gueria também podem ser comercializadas bebidas como os milk shakes ou rótulos de cervejas importadas e especiais, em um am- biente mais requintado do que a lanchonete, com cadeiras confortáveis e bem decorado. Mercado: atualmente, o mercado não é apenas destinado à comercialização de gê- neros perecíveis e não perecíveis, muitos mercados trazem produtos preparados e vendidos, exclusivamente, em suas depen- dências, como comida preparada, pães, tortas e bolos, ou seja, uma nova frente que necessita da gestão de A&B. Casas noturnas: foco principal nas bebi- das, podendo também oferecer opções de porções (geralmente, de preparo simples), todo o serviço ocorre com os clientes, em sua maioria, em pé e sem locais para apoiar. Os estabelecimentos não param por aí, temos as creperias (destinadas a vender diferentes tipos de crepe), frutarias (especializadas na comercialização de frutas variadas), casas de sucos e vitaminas, entre muitos outros estabelecimentos, afinal, a grande demanda e a necessidade dos estabelecimentos se dife- renciarem da concorrência faz com que novos formatos sejam criados. Portanto, aluno (a), fique sempre atento às tendências e aos di- ferenciais de mercado, visando acompanhar as inovações. G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s co ns id er aç õe s fi na is D iversos são os locais onde é possível atuar na gestão de alimentos e bebidas já que diversos modelos de estabelecimentos são criados com as mais diversas características e formas de serviço. Existem os restaurantes, os bares, as cafeterias, as choperias, as lanchone- tes, as sorveterias, entre outros, que atuam com os mais variados produtos específicos. Podemos citar as padarias, as docerias, as pastelarias, as pizzarias e as hamburguerias e, mais atualmente, o mercado (ou supermercado) outro setor em que a gestão de alimentos e bebidas faz-se necessária. O setor de alimentos e bebidas foi evoluindo conforme a hospitalidade, foi se desenvolvendo, e seu crescimento foi cada vez mais frequente, não parando até os dias atuais. Dessa forma, o setor de alimentação fora do lar (conhecido como food service) congrega significativo faturamento e empregos diretos para o Brasil, sendo uma tendência de investimento e consolidação no Brasil e no mundo. Porém, para a garantia do retorno financeiro e continuidade no serviço, temos que frisar que é essencial que a gestão de A&B seja uma ati- vidade frequente no setor, pois a forma de gestão pode ser responsável pelo sucesso ou pelo fracasso do estabelecimento, afinal, os estabelecimentos que trabalham com alimentação fora do lar possuem riscos relativos à segurança alimentar, grande possibilidade de reclamações pela variedade de serviços prestados e pela grande possibilidade de o produto não ser padrão no quesito sabor, porcionamento, apresentação, (por exemplo, um hortifruti varia muito de sabor no que se refere ao seu grau de amadurecimento, fornecedor, época do ano, e assim, o produto final também pode variar) e também uma grande possibilidade de descontrole nos custos devido a problemas de estocagem, compra, variedade de insumos e desvios. Todos esses problemas podem ser controlados com um gestor que utilize seu conhecimento, atue com profissionalismo e atenção. 41G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R le it ur a co m pl em en ta rAmbulantes e Food Trucks Thanise Pitelli Paroschi Pereira, Malchiaffava e Paroschi (2016), no traba- lho de conclusão de curso, apresentam a importan- te distinção dos termos “food truck” e “ambulante” (o primeiro em expansão atualmente) ambos com possibilidade de atuação na gestão de alimentos e bebidas. As mudanças ocorridas na sociedade ao longo do tempo, como a entrada das mulheres no merca- do de trabalho e a falta de tempo para o preparo das refeições por conta de atividades realizadas fora de casa, fez muitas pessoas optarem, cada vez mais, pela comida de rua como uma forma diferente de se alimentarem (SILVA; LIMA; LOURENÇO, 2015). Com o aumento do número de pessoas que se alimentam fora de casa, também ocorreu o aumento das opções de estabelecimentos na área da alimentação (LEAL, 2010). A expressão “comida de rua” pode ser definida, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) como: “alimentos e bebidas prontos para o consu- mo, preparados e/ou vendidos nas ruas e outros locais públicos similares para consumo imediato ou posterior sem preparo ou processamento adi- cional” (WHO, 1996, s/p). O food truck é caracterizado por uma cozi- nha pequena, localizada dentro de veículos auto- motivos que não se estabelecem em locais fixos. Até o início dos anos 2000, eram conhecidos por venderem comida barata e de baixa qualidade. Porém, a partir de 2008, muitos proprietários de restaurantes fixos, por conta do alto custo necessário para mantê-los, acabaram optando por investir na venda de alimentos em veículos automotores, mantendo o estilo das preparações de alta gastronomia que eram comercializados nos restaurantes. Diferentes tipos de veículos podem ser utilizados nesse tipo de comércio, como triciclos, vans e cart, porém, indepen- dentemente do modelo escolhido, é necessário que a preparação e a venda do alimento sejam feitas visando à segurança alimentar (SEBRAE, 2015, on-line)9. O comércio itinerante voltadopara o setor alimentício, conhecido popularmente como food truck, busca se consolidar no ramo de modo que atenda às necessidades da sociedade moderna, tornando-se uma opção da alimentação fora de casa, além dos já conhecidos ambulantes (SILVA; LIMA; LOURENÇO, 2015). Assim, as autoras retratam que a principal diferença entre o food truck e o ambulante é o seu local de comercialização, pois enquanto o ambulante atua em ponto fixo, o food truck comercializa alimentos em diferentes pontos. Diversos municípios possuem leis específicas para normatizar tais estabelecimentos comer- ciais. Vale a pena consultar se o seu município possui. No Brasil, o exercício do comércio am- bulante é regulado pelo Decreto-Lei nº 2.041, de 27 de fevereiro de 1940 (BRASIL, 1940). G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s at iv id ad es d e es tu do 1. O setor de hospitalidade teve maior desenvolvimento a partir de 1400, e um passo importante foi essencial para caracterizar o serviço de restaurante. Assinale a alternativa que apresenta tal passo: a. Busca pelo hotel para passar apenas uma noite. b. Serviço de refeições acompanhadas de vinhos. c. Busca pelo hotel para passar as férias com a família. d. Criação de hotel 5 estrelas. e. Mais liberdade dos jovens em atividades fora do lar. 2. Uma das maiores buscas para a abertura de novas empresas, incluindo o setor de alimentos e bebidas, é a opção pela franquia. Assinale a alternativa que melhor retrata a definição do termo franquia: a. Licença de uso de determinada marca, de comercialização de produtos ou serviços. b. Elaboração de uma nova marca. c. Elaboração de uma patente, ou registro de marca, impedindo que outras pessoas ou empresas venham a utilizá-la. d. Estratégia de administração para o gestor de alimentos e bebidas não ter prejuízo. e. Sistema de venda em que várias empresas vendem produtos similares. 3. Food service é conhecido como o mercado de alimentação fora do lar, ou seja, são consideradas todas as instituições que produzam alimentos diretamente para o consumidor final. Diversos são os moldes de estabelecimentos criados, buscando atuar no mercado de food service. Aquele que tem um balcão como seu elemento característico, que divide o ambiente em dois setores: o de preparo e o setor em que os clientes estão dispostos, é denominado de: a. Bar. b. Restaurante. c. Lanchonete. d. Cafeteria. e. Pastelaria. 43G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R m at er ia l c om pl em en ta r Joy: O nome do sucesso Ano: 2015 Sinopse: Joy é uma jovem brilhante, mas leva uma vida pessoal extremamente complicada. Ela é divorciada e tem dois fi lhos. Seu ex-marido mora no porão de sua casa, enquanto sua mãe vive no andar de cima e passa o dia todo assistindo a novelas. E seu pai, divorciado de sua mãe há 17 anos, também vive na mesma casa. Criativa desde a infância, Joy inventa um esfregão de limpeza milagroso que se transforma em fenômeno de vendas e faz dela uma das empreendedoras de maior sucesso dos Estados Unidos. Comentário: é um daqueles fi lmes que fazem você sentir coragem de batalhar pelos seus sonhos, custe o que custar. Esse fi lme conta a história de uma mulher que ao invés de se acomodar com o que tinha, resolveu criar um novo produto. G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s re fe rê nc ia s BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 2.041, de 27 de fevereiro de 1940. Regula o exercício do comércio ambulante. Diário Oficial da União. Brasília, DF, de 27 de feverei- ro de 1940. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/ decreto-lei-2041-27-fevereiro-1940-411979-norma-pe.html>. Acesso em: 21 maio 2018. CALUMBY, F. Administração de Bares e Restaurantes. Secretaria de Educação de Pernambuco, 2014. CÂMARA, C. S. Alimentos e Bebidas. Manaus: Centro de Educação Técnica do Amazonas, 2012. CASTELLI, G. Administração Hoteleira. Caxias do Sul: EDUCS, 2003. DICIONÁRIO PRIBERAM DA LÍNGUA PORTUGUESA. 2008-2013. Disponível em: <https://www.priberam.pt/>. Acesso em: 15 jan. 2018. KOTLER, P. Administração de Marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2000. LEAL, D. Crescimento da alimentação fora do domicílio. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, v. 17, n. 1, p. 123-132, 2010. PEREIRA, D. G; MALCHIAFFAVA, F. S; PAROSCHI, T. P. Avaliação das boas práticas de manipulação de alimentos em food trucks e ambulantes de céu aberto da cidade de Londrina, Paraná. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição). Centro Universitário Filadélfia, 2016. 17p. SILVA, G. L; LIMA, L. F; LOURENÇO, N. S. Food truck na cidade de São Paulo e a influ- ência do perfil do consumidor em sua longevidade: aspectos socioculturais. Rev. FATEC Zona Sul, v. 2, n. 1, out., 2015. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Division of Food and Nutrition. Essential safety requirements for street-vended foods. 1996. Referências on-line 1 SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE). Setor de bares e restaurantes. 2017. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/ sites/PortalSebrae/artigos/bares-e-restaurantes-um-setor-em-expansao,1038d- 53342603410VgnVCM100000b272010aRCRD>. Acesso em: 11 maio 2018. 2 ALIMENTAÇÃO FORA DO LAR (AFL). Disponível em: <http://alimentacaoforado- lar.com.br/sobre-o-portal/>. Acesso em: 11 maio 2018. 45G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R re fe rê nc ia s 3 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE ALIMENTAÇÃO (ABIA). Disponível em: <http://www.abia.org.br/vsn/temp/z2016621Cincotendenciaspara- ramodealimentacao.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2018. 4 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. Disponível em: <https://ww2.ibge.gov. br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2008_2009/default.shtm>. Acesso em: 11 maio 2018. 5 Em: <https://www.abf.com.br/wp-content/uploads/2018/01/Perfil-das-50- maiores-Franquias-no-Brasil-Marcas-associadas-ABF-2017.pdf>. Acesso em: 11 maio 2018. 6 Em: <https://trends.google.com.br/>. Acesso em: 11 maio 2018. 7 Em: <https://adwords.google.com.br/>. Acesso em: 11 maio 2018. 8 Em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/como-montar-uma- -lanchonete,8b187a51b9105410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em 11 maio 2018. 9 Em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/ bds.nsf/32748b6a9b2d815bb459a3574ca39872/$File/5335a.pdf>. Acesso em: 11 maio 2018. G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s ga ba ri to 1. b) Serviço de refeições acompanhadas de vinhos. 2. a) Licença de uso de determinada marca, de comercialização de produtos ou serviços. 3. a) Bar. Análise do Mercado e Regulamentação para Empresas de Alimentos e Bebidas ME. THANISE PITELLI PAROSCHI A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Análise de mercado e marketing • Exigências legais para food service • Gestão de negócios no setor de alimentação • Abordar sobre a importância da realização da análise de mercado e do marketing para o sucesso de uma empresa. • Conhecer as leis e as normas para profissionais e empresas da área de alimentos. • Estudar sobre a gestão de negócios no ramo de A&B. Plano de Estudo Objetivos de Aprendizagem IntroduçãoIntrodução Toda empresa, assim como qualquer ser vivo, está em constante luta para sua sobrevivência, por isso, a empresa precisa ser competitiva, fazendo com que ela possa se destacar no mercado e sobreviver em meio à sua concorrência. A competitividade é fundamentada na produtividade, sendo resultado da relação entre a qualidade e os custos, ou seja, para garantir a sobrevivência de uma empresa, é importante apostar na qualidade cada vez melhor, buscar custos cada vez menores de modo a se obter excelente produtividade, condição necessária para a competitividade e sobrevivência de qualquerempresa. Para tanto, caro(a) aluno(a), as empresas prestadoras de serviços, como é o caso das empre- sas de alimentação, devem apostar fundamentalmente na qualidade do elemento humano, já que a excelência do serviço (no que se refere à competitividade e à sua sobrevivência) depende também da interação com os clientes. Sobre o produto (alimento) que a empresa produz, deve-se lembrar que é importante buscar a produtividade de cada um deles, ou seja, produzir alimentos cada vez com mais qualidade (input) com o menor custo possível (output), porém essa correlação só faz sentido se estiver consoante as necessidades dos clientes. Afinal, pouco adianta colocar produtos no mercado se eles não forem do agrado dos consumidores. Portanto, na gestão de alimentos e bebidas, estes devem ser preparados e/ou produzidos de forma a serem necessários e desejados pelas pessoas, pois só assim passam a ter valor para ela. Aluno(a), o sucesso de um food service que está sendo estruturado ou que já está em fun- cionamento depende do conhecimento preciso do mercado, de modo a entender quais são as necessidades e os desejos dos clientes, buscando atingi-lo e fidelizá-lo cada vez mais. Porém, além de conhecer as necessidades e tendências do mercado, também é importante seguir as exigências legais para seu funcionamento. Então, vamos entender o que é uma pesquisa de mercado, as exigências legais para as em- presas do ramo de alimentação e como gerenciar estabelecimentos do ramo de alimentação. 49 G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s 51G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R Análise de Mercado e Marketing Em qualquer ramo de atividade de uma empresa, quanto maior a pesquisa do mercado, menor é o risco de dar errado. Isso também acontece para o setor de alimentos e bebidas. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL, on-line)1. Recomenda que todas as pessoas responsáveis pela gestão de alimentos e bebidas (empresário, empreendedor, gerente) realize, se possível, antes de iniciar a montagem de um estabelecimento, um plano de negócio. Nesse planejamento, é preciso que existam os seguintes elementos: • identificação da oportunidade de negócio; • quantificação da clientela; • estimativa de faturamento; • investimento necessário; • custo operacional. G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s Ou seja, assim é possível avaliar o potencial ou a rentabilidade do negócio versus o retorno de investimento, dessa forma é possível definir uma estratégia de ação. Na visão de Porter (2004), a estratégia é definida como uma configuração de ativi- dades internamente coerente que distingue uma empresa de seus rivais. Para ele, as refe- ridas atividades envolvem as relações entre os compradores, fornecedores, produtos subs- titutos, entrantes potenciais e organizações concorrentes. O Plano de Negócios é um meio de manter a estratégia empresarial da empresa em dia, pronta para alterações administradas. Para tanto, deve-se realizar, periodicamente, a ade- quação da estrutura organizacional à realida- de do mercado em que a empresa atua para evitar o aparecimento de fatores que possam comprometer a sobrevivência do negócio. Fonte: Antonik (2004). Assim, a empresa, neste ambiente, é condi- cionada a comportamentos de ação e reação como estratégia para sustentar sua posição no mercado e ainda ser competitiva. Considera-se ainda que o administrador necessita conhecer o ambiente interno e externo da empresa para aumentar sua competitividade. Ambiente Legal • Eficácia do sistema legal • Legislação Comercial • Legislação Tributária Ambiente Econômico • Desenvolvimento econômico • População • Renda per capita • Infraestrutura social • Recursos naturais • Política monetária e fiscal • Inflação • Sistema de impostos e taxas • Níveis de juros • Níveis de salários Ambiente Político • Forma de governo • Ideologia política • Estabilidade do governo • Força dos partidos políticos e da oposição • Atitude do governo quanto às empresas • Política externa Ambiente Cultural • Costumes e normas sociais • Atitudes e motivações • Instituições Sociais • Símbolos de status e prestígio • Crenças religiosas • Idiomas Quadro 1 - Aspectos importantes da análise ambiental Fonte: Chiavenato (2004). 53G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R O marketing pode ser definido como uma estratégia empresarial de otimização de lucros por meio da adequação da produção e oferta de produtos conforme as neces- sidades e as preferências dos consumido- res, recorrendo a pesquisas de mercado, design, campanhas publicitárias, atendi- mentos pós-venda etc. Fonte: Gabriel (2010) Davies (2007) enfatiza a necessidade de levar em consideração a vontade e o desejo dos clientes ainda enquanto são elaboradas as decisões sobre o estabelecimento. Esse processo é popularmente conhecido como “fazer o marketing” dos estabelecimentos. Os gestores das empresas que manipulam alimentos percebem que enquanto atendem individualmente um cliente, outros que tenham as mesmas solicitações podem também se bene- ficiar e usufruir das informações. Assim, a partir do momento em que a qualidade de serviço de um restaurante for conhecida no mercado, os clientes aumentarão. Uma das metas para gestão de alimentos e bebidas refere-se à conquista do cliente em sua primeira experiência no estabelecimento, ou seja, se os gestores desenvolverem proce- dimentos de operações associados às normas e aos treinamentos para que os funcioná- rios busquem atingir as metas propostas, sendo estes constantemente supervisiona- dos em seu desempenho, as preocupações serão esquecidas ou pouco frequentes, pois, assim, as operações, com certeza funcionarão satisfatoriamente. De qualquer forma, torna-se imprescindí- vel que os gestores levem em conta algumas questões levantadas que merecem resposta para enfatizar a atenção que devem dar aos clientes. São as seguintes questões propostas por Davies (2007): Sempre que possível, os gestores devem se con- centrar nos clientes, buscando satisfazer suas necessidades e desejos, enquanto os pratos e as bebidas são servidos. G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s Nessas questões, muito foi abordado sobre a necessidade de oferecer produtos e serviços de qualidade aos clientes, portanto, vale lembrar o que é qualidade, não é mesmo? A qualidade refere-se a padrões, à segurança e a atender às expectativas do cliente, ou seja, o que define a qualidade é a expectativa que o cliente tem do serviço. Portanto, envolve adap- tar, comunicar e manter padrões adequados de desempenho todas as atividades oferecidas ao 1. Quais são os objetivos atuais e futuros visando ao cliente? 2. Como a empresa busca atingir seus objetivos? 3. Quais são os concorrentes com que os clientes mais comparam à empresa? 4. Qual nota merece a qualidade de serviço oferecido pelos concorrentes? 5. Qual é o tipo de serviço e qualidade que os clientes desejam? E em relação à clientela, qual é o segmento de mercado que o estabelecimento quer atingir? 6. Como as diferenças de qualidade e serviço entre a empresa e a dos concorrentes são apresentadas? E como o cliente é informado de tais diferenças? 7. Como os funcionários são informados sobre as diferenças de qualidade e serviço entre a empresa e a dos concorrentes? 8. Qual é a política adotada pela empresa sobre sugestão ou reclamação dos clientes? 9. A política de preços está de acordo com as expectativas de qualidade serviço do cliente? 10. Como as consequências de um erro são avaliadas? E quais são as medidas tomadas para corrigir os erros? 11. Qual é o programa adotado para melhorar a qualidade dos produtos e serviços com a redução dos custos? 12. Até que ponto a empresa excede padrões de qualidade e serviço dos concorrentes? 13. O que é reconhecido como um ponto fraco da empresa? 14.Quais são os padrões de qualidade mensuráveis na operação? Como a qualidade é avaliada? 15. Como utilizar um grupo confiável de pessoas para avaliar a qualidade dos produtos? 16. Quais as metas a curto e a longo prazo para melhorar a qualidade? Essas metas são condizentes com as expectativas dos clientes em relação aos outros níveis de preço? estabelecimento para se fazer as necessidades do cliente. Assim, aluno(a), toda tomada de decisões na cria- ção de empresas, ou até mesmo nas estratégias a serem adotadas por empresas que estão em funcionamento, devem estar baseadas em 4 ele- mentos básicos: produto, preço, praça, Promoção. São as definições fundamentais que uma empresa deve fazer para atingir um determinado público- -alvo. Kotler e Keller (2006) afirmam que: 55G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R O setor de alimentação possui características que fazem que a análise de mercado seja ainda mais necessária, são elas: • Intangibilidade: na maior parte das vezes, não podem ser vistos, sentidos, provados ou cheira- dos antes de serem escolhidos em um cardápio, com exceção dos locais que ficam dispostos em balcões, pois, assim, a análise visual se faz presente. • Inseparabilidade: são produzidos e consumidos ao mesmo tempo, portanto, a interação entre a empresa e os consumidores pode afetar o resultado. • Variabilidade: produtos alimentícios são altamente variáveis, à medida que dependem de quem, quando e onde são executados. • Perecibilidade: em sua maioria, não podem ser estocados por longos períodos, pois se serve imediatamente, e o sistema de produção é sempre acionado pelo cliente. Fonte: Kotler (1991). • Produto: é a base para a existência das empresas e seus negócios, que visam ofe- recer algo cada vez melhor para suprir as necessidades de seus clientes, superando a concorrência. • Preço: é o único elemento que produz receita, ou seja, será responsável por garantir a continuidade da empresa e também manter a pela qualidade per- cebida pelo cliente. • Praça: para tornar um produto dispo- nível ao público-alvo, cada empresa deve estudar o mercado e definir como atingi-lo, da melhor maneira possível e ao menor custo possível. Cada produto possui características próprias que pos- sibilitam que sua distribuição seja rea- lizada conforme as estratégias de cada empresa. • Promoção: não basta apenas criar bons produtos e disponibilizá-los ao mercado consumidor, é indispensável, nesse pro- cesso, a comunicação, ou seja, promovê- -los para os clientes. O preço de venda deve ser justo para o consu- midor e adequado para garantir a sobrevivência da empresa. G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s 57G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R Exigências Legais para Empresas de Alimentos O ramo de alimentação fora do lar parece ser simples, mas, na prá- tica, é complexo e necessita de uma busca constante pela qualidade dos serviços oferecidos bem como de amplo conhecimento do setor. Caro(a) aluno(a), vimos que a qualidade pode ser definida como um conjunto de características de um produto que, em con- formidade com a especificações e legislações, atende e, por vezes, supera as expectativas do consumidor. É necessário, então, um planejamento adequado no que se refere a investimento inicial e até a cumprimento de regras estabelecidas por órgãos municipais e federais. Tanto no momento da escolha da região em que o es- tabelecimento irá se instalar para que uma empresa possa iniciar suas atividades e até mesmo para a manutenção do funcionamento, diversas exigências estaduais e municipais devem ser observadas e seguidas para o sucesso da implantação do negócio. G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s As etapas para formalização de uma empresa do ramo de alimentação variarão de acordo com o tipo, o tamanho, a localização, o faturamen- to e muitos outros fatores, por isso, é sempre importante consultar as legislações específicas para cada tipo de empresa. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2012) é um serviço social autônomo brasileiro que busca auxiliar o desenvolvimento de micro e pequenas empresas, estimulando o empreendedorismo no país. Portanto, em seu site e nos pontos físicos, muitas informações podem ser obtidas. Busque sempre a contratação de um con- tabilista ou de uma empresa de contabi- lidade para auxílio durante o processo de abertura e funcionamento de uma empresa, pois esses são os profissionais capacitados para tal. Fonte: a autora. Documentação Inicial e Alvará de Funcionamento O SEBRAE instrui que, antes de abrir uma em- presa, é preciso se informar, sendo necessário pesquisa antecipada sobre a existência de em- presas constituídas com nomes empresariais idênticos ou semelhantes ao nome pesquisado. Essa é uma etapa obrigatória, que deve ser pre- enchida no site da junta comercial. Além da consulta de viabilidade do nome empresarial, é importante procurar a prefeitura para verificar os critérios de concessão do Alvará de Funcionamento para o exercício da atividade no local escolhido. O registro legal de uma empresa é tirado na Junta Comercial do estado ou no Cartório de Registro de Pessoa Jurídica. Registrada a empresa, será entregue ao seu proprietário o NIRE (Número de Identificação do Registro de Empresa), uma etiqueta ou um carimbo, feito pela Junta Comercial ou Cartório, contendo um número que é fixado no ato constitutivo. Com o NIRE em mãos, chega a hora de re- gistrar a empresa como contribuinte, ou seja, é a hora de se obter o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) na Secretaria da Receita Federal. 59G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R Na disciplina de Empreendedorismo, conheceremos um pouco mais sobre o processo de abertura de um negócio e do processo empreendedor. Trabalharemos também os diferentes tipos de perfis em- preendedores, além do plano de negócios (um documento essencial para a abertura e manutenção de qualquer empresa). Para as empresas que trabalham com a produ- ção de bens e/ou com venda de mercadorias, é necessário o registro na Secretaria Estadual da Fazenda, a chamada Inscrição Estadual. Ela é obrigatória para os setores do comér- cio, indústria e serviços de transporte intermu- nicipal e interestadual. Também estão incluídos os serviços de comunicação e energia. Ela é ne- cessária para a obtenção da inscrição no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) Figura 1 - Modelo de cartão CNPJ Fonte: Brasil (2007, on-line)2. NÚMERO DE INSCRIÇÃO DATA DE ABERTURA NOME EMPRESARIAL TÍTULO DO ESTABELECIMENTO (NOME DE FANTASIA) CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL CÓDIGO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS SECUNDÁRIAS CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA LOGRADOURO NÚMERO COMPLEMENTO CEP BAIRRO/DISTRITO MUNICÍPIO UF ENDEREÇO ELETRÔNICO TELEFONE ENTE FEDERATIVO RESPONSÁVEL (EFR) SITUAÇÃO CADASTRAL DATA DA SITUAÇÃO CADASTRAL MOTIVO DE SITUAÇÃO CADASTRAL SITUAÇÃO ESPECIAL DATA DA SITUAÇÃO ESPECIAL G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s Além disso, tem-se, ainda, a necessidade de: • Cadastro na Previdência Social junto à Agência da Previdência Social do muni- cípio da empresa e de seus responsáveis legais, para, assim, poder contratar pes- soal (INSS/FGTS); • Autorização junto à Secretaria do Estado da Fazenda para impressão de notas fi s- cais e autenticação de livros fi scais; • Enquadramento na Entidade Sindical Patronal correspondente às atividades da empresa; Todos os estabelecimentos comerciais, indus- triais e/ou de prestação de serviços precisam de uma licença prévia do município para funcio- nar. Essa licença é o Alvará de Funcionamento e Localização. Ele deve ser solicitado junto à prefeitura, e o procedimento para sua obten- ção varia de acordo com a legislação de cadamunicípio. Figura 2 - Modelo de Alvará de funcionamento Fonte: Redesim (2007, on-line)3. Liberação pelo Corpo de Bombeiros SEBRAE (2012) afi rma que as edifi cações e áreas de risco de incêndio deverão pos- suir Alvará de Prevenção e Proteção Contra Incêndio - APPCI, expedido pelo Corpo de Bombeiros Militar do estado. Essa solicitação deverá ser protocolada juntamente ao Corpo de Bombeiros, que fará uma avaliação do grau de risco da edifi cação. O procedimento para liberação do alvará varia de acordo com o grau de risco de cada edifi cação. 61G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R Licença Sanitária Bares e restaurantes são visitados pelos órgãos de fi scalização sanitária, devido aos eventos de grande porte que acontecem no Brasil, com ampla visibilidade internacional, pois tais es- tabelecimentos devem garantir a segurança e a saúde do consumidor. A Licença Sanitária é um documento ad- ministrativo expedido pelo órgão municipal de vigilância sanitária, após inspeção sanitária no local, para estabelecimentos de interesse à saúde, atestando que o estabelecimento possui Figura 3 - Modelo de Liberação do Corpo de Bombeiros Fonte: CMQV ([2018], on-line)4. condições operativas, físico-estruturais e sanitá- rias, concedendo o direito ao estabelecimento de desenvolver atividade econômica de interesse à saúde. Esse documento é expedido com valida- de específi ca para cada ramo de atividade eco- nômica e localização, mas, geralmente, possui validade anual. A renovação da Licença Sanitária deve ser solicitada pelos estabelecimentos de interesse à saúde 30 dias antes do vencimento, indepen- dentemente de comunicação. G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, [2018], on-line)6. é autarquia sob regime especial, ou seja, agência reguladora ca- racterizada pela independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes durante o período de mandato e autonomia fi nanceira. Tem como campo de atuação todos os setores relacionados a produtos e serviços que possam afetar a saúde da população brasileira. Sua competência abrange tanto a regulação sanitária quanto a regulação econômica do mercado. São legislações regula- mentadas pela ANVISA que atuam no controle de qualidade em âmbito Federal. Figura 4 - Modelo de Licença Sanitária Fonte: Prefeitura de Ponta Grossa (2016, on-line)5. A maioria das leis que regulamentam o funcionamento de Bares e Restaurantes está no âmbito dos municípios. Uma rápida busca nos sites ofi ciais indica a enorme quantidade de leis municipais direcionadas para o setor. 63G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 216, de 15 de setembro de 2004, é uma das principais para o setor de bares e restaurantes e abrange os procedimentos que devem ser adotados nos serviços de alimentação a fim de garantir as con- dições higiênico-sanitárias do alimento preparado • Diretrizes para o estabelecimento de boas práticas de produção e prestação de serviços na área de alimentos; • Regulamento técnico para o estabelecimento de padrões de iden- tidade e qualidade para produtos e serviços na área de alimentos. Portaria 1428/93 MS • Regulamento técnico de procedimentos operacionais padroniza- dos (POP) aplicados aos estabelecimentos produtores/industriali- zadores de alimentos e a lista de verificação de boas práticas de fabricação em estabelecimentos produtores/industrializadores. RDC 275/02 MS • Dispõe sobre o regulamento técnico de boas práticas para serviços de alimentação. RDC 216/04 MS • Estabelecem boas práticas de produção e padrões de identidade e qualidade específicos para produtos agrículas e produtos de ori- gem animal. Portarias (MAPA) Figura 5 - Legislações regulamentadas pela ANVISA no que refere a controle de qualidade Fonte: a autora. (ANVISA, 2004). Essa legislação federal pode ser complementada pelos órgãos de vigilância sanitária estaduais, distrital e municipais, visando abranger requisitos inerentes às realidades locais e promover a melhoria das condições higiênico- -sanitárias dos serviços de alimentação. G e s t ã o d e A l i m e n t o s e B e b i d a s A plica-se aos serviços de alimenta- ção que realizam algumas das se- guintes atividades: manipulação, preparação, fracionamento, arma- zenamento, distribuição, transporte, exposição à venda e entrega de alimentos preparados ao consumo, tais como cantinas, bufês, comissa- rias, confeitarias, cozinhas industriais, cozi- nhas institucionais, delicatéssens, lanchonetes, padarias, pastelarias, restaurantes, rotisserias e congêneres. Para a liberação da licença sanitária, é essen- cial a elaboração do Manual de Boas Práticas e dos Procedimentos Operacionais Padronizados, de acordo com a RDC 216, de 2004, que consiste em um documento que descreve de maneira fiel todos os cuidados que a empresa possui a fim de garantir a qualidade do alimento, sendo que este deve ser mantido em local acessível aos colaboradores e às autoridades sanitárias e atualizado constantemente, conforme novas ações e mudanças realizadas. Em 2001, a ANVISA fez uma parceria impor- tante para a implementação do Programa alimento seguro (PAS) com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-DN), instituição coordenadora do PAS. Atualmente, o PAS é mantido por uma parceria entre as entidades do Sistema “S” - SENAI, SEBRAE, SESI, SENAC, SESC, SENAR, SENAT e SEST. As cinco primeiras são as que assumem a manutenção do Programa cuja finalidade é diminuir os perigos veiculados pelos alimentos, sendo voltado para divulgação das ferramentas utilizadas mundialmente para a produção de alimentos seguros, assim como para capacitação e apoio à implantação dessas ferramentas nas empresas de serviços de alimentação. Fonte: PAS (2001, on-line)7. 65G A S T R O N O M I A • U N I C E S U M A R Normas Técnicas As normas técnicas são documentos de uso voluntário, utilizados como importantes re- ferências para o mercado e são publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Podem estabelecer requisitos de qua- lidade, de desempenho, de segurança (seja no fornecimento de algo, no seu uso seja na sua destinação final), mas também sobre procedimentos, padronização de formas, di- mensões, tipos, usos, fixar classificações ou terminologias e glossários, definir a maneira de medir ou determinar as características, como os métodos de ensaio. As normas técnicas a seguir relacionadas apresentam aderência ao segmento de bares e restaurantes: Norma técnica Resumo ABNT NBR 14535:2008 Esta Norma estabelece os requisitos e métodos de ensaio para acabamento e proteção de superfícies pintadas de móveis de madeira, 117 contra os efeitos provocados por agentes que possam causar danos como: umidade, luz UV, temperatura, risco, impacto, abrasão, aderência, produtos de limpeza e líquidos em geral. Também estabelece limites permissíveis para a presença de metais pesados na composição do filme de revestimento. ABNT NBR 14033:2005 Esta Norma padroniza as dimensões dos móveis para cozinha e estabelece os requisitos de segurança e os métodos de ensaio para determinação da estabilidade, resistência e durabilidade de móveis para cozinha. ABNT NBR 14518:2000 Esta Norma estabelece os princípios gerais para projeto, instalação, operação e manutenção de sistemas de ventilação para cozinhas profissionais, com ênfase na segurança contra incêndio e no controle ambiental. ABNT NBR 15027:2004 Esta Norma estabelece os resultados e as competências mínimas para chefe executivo ou gerente de cozinha. ABNT NBR 15046:2004 Esta Norma estabelece os resultados esperados e as competências mínimas para porteiro que atua em meios de hospedagem, restaurantes, casas de espetáculos e similares. ABNT NBR 15911- 2:2010 Esta Norma especifica
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