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Amenorréia: ausência de menstruação em uma mulher em período de menacme (fase reprodutiva). Ausência de menstruação, sem nenhum quadro ou evidência de fluxo menstrual antes em: 1. Pacientes > 14 anos SEM o aparecimento de caracteres sexuais secundários ou 2. Paciente > 16 anos COM caracteres sexuais secundários. Quadro de ausência de sangramento menstrual em mulheres que já tiveram a sua menarca. 1. Ausência por 3 ciclos – mulheres com ciclo regulares ou 2. Ausência por 6 meses – mulheres com ciclo irregulares Principal causa de amenorréia secundária é GRAVIDEZ o Perguntar: DUM, sobre a atividade sexual e contracepção Para que ocorra o fluxo menstrual, é necessário integridade anatômica e fisiológica do sistema reprodutor feminino, dividido em 4 compartimentos: Amenorreia Daiane Barros Útero e vagina Podem ter alterações que comprometem a formação da menstruação ou impedem o extravasamento do fluxo menstrual. Hímem imperfurado o Causa de amenorréia primária o Bloqueia saída do fluxo menstrual o Possui fluxo menstrual e este não é liberado o Causa dor pélvica cíclica e mensal, que corresponde à menstruação. o Criptomenorreia: retenção menstrual o Acumula fluido podendo aumentar volume abdominal e causar distensão uterina. Síndrome de Rokitansky ou Agenesia Mulleriana o Ductos de Muller (ou paramesonéfricos) são responsáveis por formar o útero, tubas e 1/3 superior da vagina. o Por conta de uma malformação Mulleriana a paciente nasce sem útero, colo uterino, tubas uterinas e terço superior da vagina. o Pacientes possuem ovários, tendo caracteres sexuais femininos secundários. Síndrome de Morris o Amenorréia primária o 46 XY o Insensibilidade androgênica: produz testosterona mas é insensível a ela. o Não tem o efeito de converter a genitália primitiva em pênis e escroto, aparecendo uma vulva externa. o Mas também não possui estímulo para produção de órgãos genitais femininos, não possuindo útero, ovário e 2/3 inferiores da vagina. OBS: na de Morris tem testículos que não descem, na de Rokitansky tem ovários. Síndrome de Asherman o Amenorréia secundária o Geralmente aparece pós curetagem uterina, que na coleta fere o endométrio e na cicatrização forma sinéquias (aderências na cavidade uterina). o O endométrio então não se desenvolve de forma adequada. o Tem infertilidade Ovários o Secreta estrogênio o progesterona em resposta às gonadrotofinas Síndrome de Turner o Cariótipo 45 X0 o Disgesia gonadal ou falência ovariana prematura – gonadas são substituídas por estria fibrosa. o Pode ter amenorréia primária ou secundária (tem menstruação e depois ovário entra em falência). Síndrome de Savage ou Síndrome do Ovário Resistente o Causa de amenorréia primária o Ovários resistentes as gonadotrofinas por possuírem mutações em seus receptores. o Com essa insensibilidade, não tem estimulo para produção dos hormônios esteróides femininos, impedindo funcionamento do ciclo menstrual. Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) o Amenorréia secundária o Anovulação crônica: não forma corpo lúteo nem progesterona o Útero permanece sobre estímulo do estrogênio, gerando sangramento anormal, com ciclos muito espaçados (até 6 meses) Insuficiência Ovariana Precoce o Amenorreia secundária o Pode ocorrer por conta de alguma cromossomopatia, paciente que foi submetida a quimioterapia ou radioterapia, que fez alguma cirurgia pélvica e afetou os ovários ou tabagismo. Hipófise o Em resposta ao GnRH secreta FSH e LH que atuam no ovário Hipoplasia hipofisária o Amenorréia primária o Pode não ocorrer a produção de FSH ou LH ou ter uma produção muito baixa Hipotireoidismo o Amenorréia secundária a) Baixa ação da tireóide – baixa de hormônios tireoidianos b) Aumenta produção do TRH pelo hipotálamo (na tentativa de estimular adeno-hipófise a produzir hormônio estimulador). c) O TRH tem efeito estimulador sobre a secreção da prolactina. d) A alta de prolactina gera aumento da dopamina central (inibe secreção de prolactina). e) Aumento de dopamina inibe secreção de GnRH pelo hipotálamo, rompendo produção normal e cíclica das gonadotrofinas, de modo a impedir ciclo menstrual normal. Síndrome de Sheehan o Ocorre quando tem grave hipotensão pós-parto levando a necrose hipofisária anterior. o Tem-se déficit hormonal da área acometida, podendo ser lesada regiões responsáveis pela produção de LH e FSH – anovulação – amenorréia. Hipotálamo Síndrome de Kallmann o Anomalia congênita o Amenorréia primária o Incapacidade de migração do GnRH e dos neurônios olfatórios (anosmia) o Não ocorre ação na hipófise para estimular gonadotrofinas. o Impede ciclo menstrual normal Alterações funcionais do hipotálamo o Amenorréia hipotalâmica “funcional” 1. Transtornos alimentares 2. Excesso de exercícios Obs: Endorfina: produzida pela hipófise (alça curta) - diminui produção de GnRH. Mulheres atletas de alta perfomace com pelo menos 4 hrs de exercício/dia, vai liberar muita endorfina, menstruando poucas vezes ao ano. 3. Estresse Hipogonadismo hipogonadotrófico o Ocorre diminuição tanto dos hormônios ovarianos quanto das gonadotrofinas, de modo que essas não estimulam as gônadas de modo adequado. o Geralmente quadros assim possuem sua origem nos compartimentos III e IV Hipogonadismo hipergonadotrófico o Os ovários não funcionam de forma adequada apesar de um grande estímulo hipofisário e hipotalâmico (alta dosagem sérica). o Geralmente problema no compartimento III Amenorréia eugonadotrófica o Gonadotrofinas estão em níveis normais mas não ocorre menstruação. o Problema provavelmente estará na parte canicular (útero e canal vaginal) a) Idade: importante para saber se amenorréia é primária ou secundária b) DUM/ Atividade sexual: para saber se pode ser gravidez. c) Contracepção: saber se está emendando as cartelas. Além disso pode ter tomado acetato de medroxiprogesterona (trimestral) podendo levar muito tempo para ter ciclo menstrual regular d) História menstrual e) Gestação/ Parto/ Aleitamento f) Dieta: pode ter algum distúrbio alimentar g) Atividade física: em atletas é comum h) Stress i) Cirurgias: pode ter feito alguma cirurgia pélvica que machucou ovários j) RDQ/ QT k) Medicações: principalmente psicotrópicos l) Galactorreia: poderia indicar altos níveis de prolactina e consequentemente de dopamina m) Hiperandrogenismo (tumor ovariano ou SOP) n) Hipoestrogenismo o) Carácter sexual desenvolvido Exames complementares Amenorréia primária Verifica se paciente tem presença de caracteres sexuais secucndários (telarca) a. Se não há desenvolvimento mamário, as etiologias mais prováveis são atraso no desenvolvimento puberal (FSH baixo ou normal) e disgenesia gonadal (FSH alto) b. Se há desenvolvimento mamário, há sinal de ação estrogênica e, portanto, de funcionamento ovariano. 1. Avaliar se tem presença de hímem imperfuado 2. Prova de progesterona a. Se positivo indica anovulação como etiologia, visto que anatomia está integra e responsiva à estimulação hormonal e o ovário está produzindo estrogênio. b. Teste de estrogênio não é necessário visto que é so avaliar presença de caracteres sexuais. Pode ser então falta de útero 3. USG pelve para avaliar se a paciente possui útero ou se tem alguma obstrução 4. Vagina ausente ou curta, ou com útero ausente ou rudimentar fazer cariótipo para afastar causas genéticas a. Cariótipo normal (46, XX): pode ser Síndrome de Rolitansky 5. Dosagem de FSH/LH a. Se estiver alto: hipófise e hipotálamo produz mas o ovário é insensível – Hipergonadismo hipergonadotrofico – FalÊncia ovariana precoce. b. Se estiver baixo: problema está na hipófise ou no hipotálamo. Deve fazer teste de GnRH 6. Teste doGnRH a. Aumentou: hipófise intacta. Tem algum problema no hipotálamo b. Nãoaumentou: problema está na hipófise. 7. RM de crânio: pode ter alguma hipoplasia Amenorréia secundária 1. BHCG 2. TSH (hipotireoidismo) 3. Prolactina (hiperprolactinemia) 4. Perfil androgênico (SOP) 5. Teste do estrogênio-progesterana Teste de progesterona Progesterona (5 a 10 mg de acetato medroxiprogesterona) é administrada à paciente por 7 a 10 dias, para simular a segunda fase do ciclo menstrual, aguardando sangramento menstrual. Se ela menstruar: teste positivo o Significado: paciente tem estrogênio circulante, mas não estava ovulando. Além disso, significa que seu trato genital é pérvio (tem passagem normal). o HD: anovulação crônica (SOP). Paciente não ovula, não tem corpo lúteo, não tem progesterona, endométrio é estimulado pelo estrogênio mas não tem a segunda fase do ciclo havendo estimulação pela progesterona. Ao administrar progesterona a paciente menstruou. Se ela não menstruar: teste negativo o Significado: pode ser que aquela paciente não tem estrogênio circulante (endométrio não é estimulado previamente) ou então o trato genital dela é impérvio. o Nesse caso tem que partir para o teste de estrogênio – progesterona XY Teste de estrogênio + progesterona Dá estrogênio para simular primeira fase do ciclo menstrual e progesterona para simular segunda fase. Se menstruar: tinha baixa de estrogênio e sua cavidade endometrial é normal. Pode suspeitar de acometimento na hipófise e hipotálamo, que podem não estar estimulando o ovário ou no próprio ovário Se não menstruar: pode suspeitar cavidade endometrial comprometida, como nos casos de sinéquia (Síndrome de Ascherman) 6. Dosagem de FSH e LH o Alto: a síndrome é hipogonadismo hipergonadotrófico, ou seja, o ovário não responde. o Baixo ou ausente: hipogonadismo hipogonadotrófico. Causa: na hipófise ou hipotálamo 7. Teste do GnRH o FSH e LH subiram: a causa será hipotalâmica o FSH e LH mantiveram baixos: problema é na hipófise. Referências: 1. Rotinas em ginecologia. 7º edição 2. Sanarflix SOP
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