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Mini apostila: Cinomose canina

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C I NOMOS EC I NOMOS E
L u í s a f a r i a s
m i n i a p o s t i l a
Consiste em uma doença infectocontagiosa da família
Paramyxovirus (Gênero Morbilivírus), que acomete os cães
e outros carnívoros, na sua maioria quando são filhotes.
Esse agente viral (CDV) tem ação multissistêmica, pode ter
a sua virulência1 variada de acordo com a linhagem
genética de cada animal e mantém índices altos de óbitos
por todo o mundo. 
O contágio ocorre após qualquer tipo de contato com
eliminações contaminadas, os macrófagos absorvem o
vírus e ele passa a ser transportado pelos vasos linfáticos
até seus principais locais de replicação: nódulos linfáticos
bronquiais, faringe e amígdalas. Após aproximadamente 8-
10 dias da infecção inicial, o SNC e tecidos epiteliais
também são acometidos.
O grau da doença e seu desenvolvimento irá depender
diretamente da cepa do vírus e como está a imunidade do
animal, por isso a importância do protocolo vacinal e
reforços anuais. Caso o paciente não esteja imune, será
mais suscetível a contrair o vírus, por ter um sistema
imunológico mais fraco, independentemente da idade.
Entretanto, animais mais jovens, entre 3-6 meses de idade
esse acometimento é mais comum já que grande parte
ainda não foram imunizados pelas vacinas. E também,
mesmo não havendo uma época do ano mais propícia,
ocorre um maior acometimento da doença nos meses mais
frios, já que o calor compromete a sobrevivência do agente
viral no ambiente.
A reprodução desse vírus ocorre inicialmente em tecidos
linfóides, nervosos e epiteliais, sendo eliminado por
qualquer secreção e excreção corporal de 60-90 dias após a
infecção, exemplo: exsudatos respiratórios e da conjuntiva,
urina, fezes, saliva. 
O agente viral possui diferentes cepas e um único
filamento de RNA negativo. Ao seu redor existe um
envelope com glicoproteínas virais H e F*, que tem a
função de se ligar em receptores celulares e disseminar a
doença pelos tecidos. O mínimo contato direto com
secreções/excreções contaminas basta para que o vírus
comece a agir.
Morfologicamente, o vírus é composto por seis proteínas
estruturais (L, N, P, M, H, F). 
II. Etiologia da doença
Protege o material genéticoproteína N
proteínas L e P Têm função na transcrição e
replicação de RNA viral
proteína M
proteínas F e H
Faz a maturação viral e conecta
glicoproteínas ao nucleocapsídeo. 
São responsáveis pela patogenia
da doença.
O vírus é sensível a luz ultravioleta,
calor e ressecamento, facilitando
assim a desinfecção de locais em que
passaram animais contaminados.
Esse agente viral pode ser eliminado
com temperaturas entre 50° e 60°
graus, e um combinado de produtos
como éter e clorofórmio, solução
diluída de formol (<0,5%), fenol a 0,75% e outros produtos
com base de amônio quaternário a 0,3% são capazes de
deteriorar o vírus e limpar o ambiente.
Na sua maioria, são animais que não receberam o protocolo
vacinal adequado, portanto, não possuem um sistema
imunológico preparado para combater esse tipo de vírus.
Porém, outras questões também interferem, como: 
III. O que pode tornar o animal mais
suscetível a contrair a Cinomose?
falha no recebimento do colostro da matriz,
imunossupressão e histórico de exposição a
animais ou ambientes infectados. 
Geralmente na primeira consulta as queixas principais dos
tutores são: animal deprimido, prostrado, com sinais
gripais, êmese e diarreia mucosanguinolenta. Porém, os
sinais da Cinomose são inespecíficos, podendo ser
manifestações gastrointestinais, respiratórias e
neurológicas.
IV. Quais os sinais clínicos?
A inoculação do vírus perdura 24 horas, posteriormente
ocorre a replicação. Em um período de 4-6 dias o
organismo começa a manifestar diminuição de leucócitos e
febre. Quanto mais fraco for o sistema imune desse animal,
mais intensos serão os sintomas e mais rápido será a
multiplicação viral, consequentemente a evolução dos
sinais apresentados. No exame físico é comum encontrar
sinais como amígdalas aumentadas e 
muco purulento na região dos olhos.
A doença pode ter quadros
secundários como gastroenterites,
broncopneumonia, dermatites e
conjuntivites. 
@mv
luisa
faria
s
@mv
luisa
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@mv
luisa
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Cuidado: A utilização do sangue ou urina para PCR são
mais sensíveis, porém, como não há diferenciação do vírus
vacinal e do vírus natural, pode-se ter um falso positivo.
Após a disseminação, os pneumócitos, células dos
bronquíolos e macrófagos são destruídos, ocasionando
uma menor oxigenação. 
O maior problema é quando a doença chega no SNC,
geralmente é progressiva e não possui um bom
prognóstico. Os sinais podem ser diversos, dependendo da
área de acometimento. Os sinais mais comumente
encontrados, são: convulsões, inclinação de cabeça,
oscilação de movimento oculares, paralisia parcial ou total,
andar compulsivo e tremores.
O vírus pode provocar um quadro de polioencefalomielite
quando é acometido a substância cinzenta, e
leucoenfalomielite desmielinizante quando é afetada a
substância branca.
V. Alterações no hemograma
anemia
É comum haver alterações como:
leucócitos
linfócitos
eosinófilos
produção de plaquetas
Durante a fase aguda da doença, se recomenda exames
histopatológicos, o concentrado leucoplaquetário ou
esfregaço conjuntival, já na fase crônica é indicado exames
de urina, soro, líquido cefalorraquidiano ou hemograma
total.
VI. Como é feito o diagnóstico?
Opções de exames complementares:
Isolamento viral:
É observado lise celular, arredondamento celular,
descolamento da monocamada e formação do sincício. Os
Corpúsculos de Lentz podem ser vistos dentro do núcleo
ou citoplasma.
inoculação de amostras.
Diagnóstico molecular:
como sangue, urina, soro, secreção nasal ou ocular, ou
biópsias. Método rápido e mostra altos níveis de
sensibilidade do vírus.
RT-PCR analisa amostras 
Histopatologia:
identificação dos Corpúsculos de Lentz. Podem ser
observados em amostras do estômago, bexiga, SNC, pelve
renal, conjuntiva, coxins, pulmões, baço, linfonodos e
tonsilas.
o diagnóstico é confirmado pela
Imunofluorescência:
Na direta, o anticorpo anti-cinomose é marcado com
corante. No indireto, o anticorpo não marcado é
introduzido e é adicionado um anticorpo anti-
imunoglobulina. As amostras podem ser esfregaço nasal,
conjuntival, sanguíneo e impressão digital.
pode ser direta ou indireta.
Exames indiretos: Sorologia, ELISA, Imunoperoxidase
Para estudos post mortem: se utiliza a
imunofluorescência direta com amostras dos
pulmões, vesícula urinária, SNC e tecido linfóide.
A replicação do vírus em células induz a formação de
células gigantes com inclusões eosinofílicas no citoplasma
e núcleo. Após 48 horas essa estrutura é expulsa da célula.
VII. Como tratar?
Um tratamento específico e eficaz para combater o vírus da
Cinomose ainda é desconhecido, porém, existem terapias
de suporte que podem auxiliar bastante na melhora da
qualidade de vida do animal.
isolamento
são utilizados na fase aguda da doença, porém, cautela
com o efeito imunossupressor dos corticoides, seu uso
pode favorecer novas infecções.
nebulização e expectorantes
são utilizados na fase aguda da doença, porém, cautela
com o efeito imunossupressor dos corticoides, seu uso
pode favorecer novas infecções.
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glicocorticóides
são utilizados na fase aguda da doença, porém, cautela
com o efeito imunossupressor dos corticoides, seu uso
pode favorecer novas infecções.
em casos neurológicos
deve-se manter a terapia de suporte, há casos que
utilizaram imunomoduladores, porém, possuem um custo
alto. 
soro hiperimune
também é uma opção, ele neutraliza o vírus livre
circulante.
em casos de sequelas
é indicado acupuntura e fisioterapia.
VIII. Profilaxia: como previnir?
A realização correta do protocolo vacinal é de extrema
importância. A imunidade que as vacinas promovem não
protegem o animal apenas de Cinomose, mas outras
doenças também, como: Leptospirose, Parvovirose e
Hepatite Infecciosa canina. 
Outro cuidado importante seria o recebimento adequado
do colostromaterno, para que o neonato adquira de forma
satisfatória dos anticorpos. Essa imunização perdura 1-4
semanas e posteriormente se inicia o protocolo vacinal. A
vacinação deve ser iniciada no 45° dia de vida do animal e é
necessário, no mínimo, mais duas doses para ser
considerado imunizado.
IX. Vacinas
Vacina com vírus ativo modificado: não patogênica e
permite que haja resposta imune.
Vacina com vírus inativado: necessário doses múltiplas
para atingir a imunidade.
Cuidado: alguns estudos apontam que a vacina com o vírus
inativado não é capaz de produzir imunidade completa.
Por haver poucos estudos epidemiológicos sobre a doença,
torna mais complicada a adoção de medidas para prevenir
e controlar o vírus.
X. Efeito econômico mundial
Em alguns países, a Cinomose é encarada como um alto
risco econômico. Grandes produtores de pele de animais
carnívoros, por exemplo, tomam cuidado redobrado para
não saírem prejudicados. 
Outro fator é a extinção de animais selvagens, tendo em
vista que o vírus é fatal, principalmente para esses animais
que dificilmente irão receber tratamento e haverá uma
disseminação muito maior e mais rápida do que animais
tratados e isolados.
Estudo de caso
Cão, macho, 8 anos de idade, SRD, peso de 3,5kg. Foi
atendido em 13/08/2008.
O animal apresentava anorexia há 3 dias, oligodipsia,
não urinava ou defecava. Tosse e êmese também
estavam presentes. O tutor relatou que dois meses
antes outro cão da propriedade veio a falecer por
cinomose. O animal possui apenas vacina antirrábica. 
Animal apático, desidratação, 40,5°C, presença de
carrapatos, tártaro, secreção ocular e nasal
mucopurulenta, e desconforto na palpação
abdominal.
Foi solicitado um hemograma completo com
contagem de plaquetas e pesquisa de hematozoários.
O resultado mostrou linfopenia, trombocitopenia e
Corpúsculo de Lentz. Então, foi confirmado o
diagnóstico para cinomose. 
Fluidoterapia com solução glicofisiológica, reposição
de vitamina C e B, Cloranfenicol (antibiótico) de
50mg/kg a cada 8 horas, por 10 dias, e por fim,
nebulização com solução fisiológica a cada 12 horas
por 5 dias.
Após 10 dias o animal apresentava melhora
satisfatória, a fluidoterapia conseguiu restaurar a
função cardiovascular e desequilíbrios eletrolíticos e
ácidos-básicos. As vitaminas cuidaram da regeneração
celular e estímulo da imunidade. O antibiótico
combateu as infecções secundárias e a nebulização
desobstruiu as vias respiratórias.
anamnese
exame físico
exames complementares
tratamento
pós tratamento
@mv
luisa
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luisa
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luisa
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Fontes de pesquisa:
PubVet: Artigo sobre Cinomose canina: aspectos
relacionados ao diagnóstico, tratamento e vacinação
(Cintia Freire e Maria Eugênia Moraes)
Zoetis: Descobertas clínicas da Cinomose
PubVet: Diagnóstico e controle da Cinomose canina
Cinomose canina – revisão de literatura (Daniela de Nazaré
dos Santos Nascimento) 
Relato de caso N°1: Cinomose Canina (Amanda Claudia,
Nayara da Silva e Vanessa Zappa)@mv
luisa
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