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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ITAJUBÁ - FEPI Curso de Fisioterapia Ana Clara Bacelar Silva Ana Flavia Guimarães Rennó Antunes Ana Paula de Souza Modesto Larissa Rodrigues Gomes Thales Leonel Alves FISIOTERAPIA EM GERONTOLOGIA E REUMATOLOGIA ITAJUBÁ – MG 2021 2 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ITAJUBÁ - FEPI Curso de Fisioterapia Ana Clara Bacelar Silva Ana Flavia Guimarães Rennó Antunes Ana Paula de Souza Modesto Larissa Rodrigues Gomes Thales Leonel Alves TDE: SÍNDROME DA IMOBILIDADE E FRAGILIDADE Atividade Avaliativa apresentada ao Prof. Me. Matheus Augusto Braga Marques Vi- eira Rosa para obtenção de nota parcial do primeiro bimestre na disciplina Fisiote- rapia em Gerontologia e Reumatologia do Centro Universitário de Itajubá – FEPI ITAJUBÁ – MG 2021 3 SUMÁRIO 1. Síndrome da imobilidade ...............................................................................................4 1.1 Definição ...................................................................................................................4 1.2 Critérios de identificação ...........................................................................................4 1.3 Prevalência ................................................................................................................4 1.4 Principais fatores desencadeantes da imobilidade ....................................................4 1.5 Consequências da imobilidade ..................................................................................5 1.5.1 Alterações no sistema musculo-esquelético .....................................................5 1.5.2 Alterações no sistema tegumentar ....................................................................5 1.5.3 Alterações no sistema cardiovascular ...............................................................6 1.6 Tratamento ................................................................................................................6 1.6.1 Tratamento no sistema músculo-esquelético ....................................................6 1.6.2 Tratamento no sistema tegumentar ...................................................................6 1.6.3 Tratamento no sistema cardiovascular ..............................................................7 2. Síndrome da fragilidade .................................................................................................. 7 2.1 Definição ..................................................................................................................... 7 2.2 Marcadores da fragilidade ..........................................................................................8 2.3 Identificação ...............................................................................................................8 2.4 Prevalência ................................................................................................................. 9 2.5 Riscos relacionados a doença ..................................................................................... 9 2.6 Ciclo da fragilidade ...................................................................................................... 10 2.7 Tratamento ................................................................................................................... 11 3. Conclusão ......................................................................................................................... 12 4. Referências .......................................................................................................................14 4 1. SÍNDROME DA IMOBIIDADE 1.1 DEFINIÇÃO A síndrome da imobilização é um complexo de sinais e sintomas resultantes da supressão de todos os movimentos articulares e, por consequente, incapacidade da mudança postural. A faixa etária que mais aumenta é aquela acima de 75 anos de idade, e o declínio funcional aumenta em 20% ao ano nesse segmento, fazendo com que esse período da vida seja considerado um divisor de águas, a partir do qual as taxas de imobilidade, incapacidade e mortalidade sobem rapidamente. 1.2 CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO Os critérios maiores para o diagnóstico da síndrome do imobilismo são o déficit cognitivo moderado a grave e as múltiplas contraturas; já os critérios menores são sinais de sofrimento cutâneo ou úlcera de decúbito, disfagia leve a grave, dupla in- continência e afasia. 1.3 PREVALÊNCIA Na comunidade, a prevalência entre idosos acima de 64 anos é de aproximada- mente 12%, enquanto naqueles com 79 anos ou mais a prevalência chega a 30%. Nos países industrializados, 40% das pessoas acima dos 65 anos sofrem de doença crônica ou incapacidade que limita suas atividades diárias. Entre os 75 anos ou mais, menos de 1/3 apresenta boas condições de saúde, sendo que mais de 1/3 dos idosos a partir de 80 anos não pode deambular sem assistência. 1.4 PRINCIPAIS FATORES DESENCADEANTES DA IMOBILIDADE O ambiente não familiar, o repouso prolongado e forçado, a desnutrição, a pre- sença de comorbidades e a maior possibilidade de iatrogenias podem explicar por que a incidência de síndrome da imobilização entre idosos fragilizados é maior. A hospitalização por doença aguda, ainda que por um curto prazo, impõe um grau de imobilidade que pode ser devastador. Nota-se que idosos internados com idade acima de 74 anos, após o segundo dia de internação, suas atividades básicas de vida diária podem estar comprometidas, causando um declínio funcional, que é a habilidade para realizar essas atividades. 5 1.5 CONSEQUÊNCIAS DA IMOBILIDADE São diversas as causas que podem levar a uma imobilidade parcial ou mesmo total. As doenças musculoesqueléticas, neurológicas e cardiovasculares são as que mais provocam diminuição da capacidade física. O medo de quedas em decorrência da sarcopenia ou de problemas relacionados com osteoporose. A perda de acuidade visual pode levar a uma redução voluntária da atividade física, redução que muitas vezes é estimulada pelos próprios familiares ou cuidadores. 1.5.1 ALTERAÇOES NO SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO Em situações de imobilidade, são observadas alterações tanto na estrutura das fibras musculares (actina e miosina) quanto no metabolismo (redução da síntese proteica e aceleração da degradação, redução do metabolismo energético com me- nor consumo de O2 e menor produção de glicogênio, resistência à insulina e aumen- to da atividade da creatinoquinase plasmática, indicando dano muscular). À inspe- ção e à palpação, a área seccional do músculo diminui, há hipotrofia e amplitude de movimento reduzida. alterações no colágeno, com tendência ao encurtamento mus- cular e aumento da rigidez nos tendões. Alterações neurológicas causam hipertonias musculares, tanto elásticas quanto plásticas. Levando ao encurtamento das fibras e à rigidez da articulação, geralmente no sentido de flexão dos membros, bem como à adoção de uma postura em “posi- ção fetal”, com deformidades em quase todas as articulações. 1.5.2 ALTERAÇOES NO SISTEMA TEGUMENTAR Os idosos com síndrome do imobilismo ficam emagrecidos, em decorrência de perda de massa muscular e de gordura corporal, principalmente nas regiões de pro- eminências ósseas. Além de sofrerem maior compressão, apresentam também re- dução da circulação sanguínea e, consequentemente, de oxigenação, favorecendo a morte tecidual. O trocânter maior, os maléolos laterais dos tornozelos, os côndilos dos joelhos (medial e lateral), os cotovelos, os ombros e as orelhas são mais afetas em decúbito lateral. Alguns hábitos ou atitudes dos cuidadores devem ser salientados, como: Uso de fralda e poucas trocas, a falta de hidratação da pele, umidade(urina ou água no len- çol), presença de restos de alimentos ou qualquer objeto perfurante no lençol, ema- 6 grecimento excessivo, deformidades articulares, fricção e cisalhamento do paciente no leito, manutenção prolongada em uma mesma posição. 1.5.3 ALTERAÇOES NO SISTEMA CARDIOVASCULAR Com a imobilidade, outros fatores agravam o retorno venoso, como a ausência da contração muscular (principalmente do tríceps Sural), que atua normalmente co- mo um mecanismo de ejeção do sangue. Além disso, a tendência de manutenção de uma mesma posição por um tempo prolongado, principalmente em flexão, favorece a estase venosa. Também há ativação de coaguladores sanguíneos e facilidade de formação de placas trombóticas em vasos dos membros inferiores, causando obs- trução de vias e até mesmo trombose venosa profunda. Deve-se atentar a qualquer sinal de insuficiência vascular ou TVP, pelos riscos decorrentes. Uma insuficiência vascular pode facilitar flebites e úlceras varicosas e a TVP. Caso o trombo se des- prenda da parede do vaso e siga em direção ao cérebro ou ao pulmão, pode causar isquemia cerebral ou tromboembolismo pulmonar. 1.6 TRATAMENTO 1.6.1 TRATAMENTO SISTEMA MUSCULO-ESQUELÉTICO A fisioterapia pode adotar condutas que objetivem o relaxamento e a flexibilidade muscular, a manutenção da amplitude articular e a redução da rigidez. Deve também realizar orientações aos cuidadores quanto à manutenção do posicionamento cor- reto tanto no leito quanto sentado, a fim de evitar que determinadas posições propi- ciem encurtamentos musculares e deformidades articulares. Quanto maior a frequência de intervenção, menores são as complicações mus- culares decorrentes. Se a intervenção diária pelo fisioterapeuta não for possível, o profissional deve orientar o cuidador, que deve realizar as mobilizações, sendo enfa- tizados pelo fisioterapeuta os cuidados para que não haja lesões, como luxações ou fraturas. 1.6.2 TRATAMENTO SISTEMA TEGUMENTAR O fisioterapeuta deve sempre reforçar as orientações aqui descritas com os cui- dadores, a fim de evitar o surgimento dessas lesões, pois uma vez que a úlcera por pressão esteja instalada (o que, sem dúvida, pode acontecer até em poucos dias), 7 os cuidados devem ser redobrados e outras medidas devem ser adotadas, como o reforço de protetores desses pontos de pressão, a realização de um curativo (prefe- rencialmente guiado por um enfermeiro ou médico especializado em úlceras, que avaliará os prós e contras da aplicação de determinadas técnicas), o aumento do va- lor energético por meio de suplementos alimentares, a troca por colchão de outro material e as mudanças mais rigorosas de posição, tentando-se evitar ao máximo a descarga de peso sobre a úlcera. 1.6.3 TRATAMENTO SISTEMA CARDIOVASCULAR A fisioterapia atua nesses casos promovendo a movimentação e facilitando o re- torno venoso, de modo a evitar a estase venosa e suas consequências. O fisiotera- peuta deve também realizar drenagem linfática em casos de edema. Além da movi- mentação, os cuidadores devem ser orientados quanto ao correto posicionamento dos membros, principalmente os inferiores, a fim de facilitar o retorno venoso e redu- zir o edema. A fisioterapia deve orientar os cuidadores a sentarem o idoso lentamen- te, e não de maneira brusca. Além disso, o fisioterapeuta deve realizar constante- mente mobilizações com o paciente sentado, mesmo que com apoio nas costas, evi- tando que ele permaneça a maior parte do tempo em decúbito dorsal. 2. SÍNDROME DA FRAGILIDADE 2.1 DEFINIÇÃO Apesar de ainda não haver um consenso entre estudiosos e pesquisadores sobre a definição de fragilidade, tem sido amplamente aceito que a fragilidade é uma síndrome clínica, de natureza multifatorial, caracterizada por um estado de vulnera- bilidade fisiológica resultante da diminuição das reservas de energia e da habilidade de manter ou recuperar a homeostase após um evento desestabilizante na popula- ção idosa. Ainda que não exista consenso sobre o seu significado, geriatras e geron- tólogos utilizam o termo frágil para caracterizar os idosos mais vulneráveis e que ne- cessitam de mais atenção por parte dos serviços de saúde. No contexto de atenção à saúde da população idosa, o que o fisioterapeuta do serviço de reabilitação geriátrica observa frequentemente são os efeitos deleté- rios da síndrome de fragilidade na capacidade funcional, na sobrecarga aos cuidado- res e principalmente, na deterioração da qualidade de vida dessa população. 8 Os efeitos deletérios da síndrome surgem quando há deflagração do ciclo de fragilidade, que estão associados às três principais mudanças relacionadas à idade subjacentes à síndrome: alterações neuromusculares (principalmente sarcopenia), desregulação neuroendócrina e disfunção do sistema imunológico. Foi proposto um fenótipo relacionado à fragilidade, que inclui cinco componentes: Perda de peso não intencional; Fadiga auto referida; Diminuição da força de preensão; Baixo nível de atividade física; Diminuição da velocidade da marcha. 2. 2 MARCADORES DE FRAGILIDADE Outros pesquisadores reforçam a importância da multidimensionalidade des- sa síndrome, considerando que fatores psicossociais, como contexto de pobreza, baixo nível de escolaridade, ausência de apoio social e saúde percebida como ruim, amplificam os efeitos deletérios da síndrome. Entretanto, a literatura apresenta consenso quando aponta a fragilidade co- mo uma síndrome geriátrica, que está associada com maior risco para o desfecho de incapacidade funcional com dependência para as atividades instrumentais e bá- sicas de vida diária, suscetibilidade para quedas, institucionalização, hospitalização com alto custo e morte – principalmente no gênero feminino. Não se pode considerar fragilidade como uma condição intrínseca ao envelhecimento. Essa crença se estiver presente entre os profissionais de saúde, pode ocasionar intervenções tardias com potencial mínimo de reversão de suas consequências adversas, incluindo a redução da expectativa de vida saudável ou livre de incapacidades. 2.3 IDENTIFICAÇÃO DA FRAGILIDADE As aparições da Síndrome da Fragilidade representam um vários sintomas sendo eles a perda de peso, fraqueza, fadiga, inatividade e redução da ingestão ali- mentar, caracterizam-se por sinais tais como sarcopenia (diminuição da massa e da 9 força muscular), anormalidades no equilíbrio e marcha, descondicionamento e oste- openia . Tendo como essas informações os indivíduos que apresentarem três ou mais desses componentes serão caracterizados como um idoso frágil, e indivíduos com um ou dois componentes poderiam ser classificados como em um estado de pré-fragilidade, com risco grande de desenvolver a síndrome. A identificação preco- ce das características que definem a Síndrome da Fragilidade pode desencadear medidas que visem melhorar a qualidade de vida de idosos e prevenir futuras com- plicações. 2.4 PREVALÊNCIA Em um estudo feito com 360 idosos com idade igual ou superior a 65 anos. A faixa etária predominante foi entre 65 e 79 anos, que representou 75,3% da popula- ção em estudo. A média de idade do grupo foi de 75 anos . A maioria dos idosos era do sexo feminino (78,0%), residia sem companheiro (83,0%), referiu cor da pele não branca (62,5%), relatava renda própria (97,5%) e possuía até quatro anos de estudo (85,8%). A prevalência de fragilidade foi 47,2%, sendo maior para o sexo feminino (48,8%) em relação ao sexo masculino (41,8%). Concluiu ainda maior prevalência da fragilidade em faixas etárias maiores (41,3% entre 65 e 79 anos e 65,2% com 80 anos ou mais). Outras características do grupo revelaram que 67,8% não possuíam um cuidador. O registro de internação hospitalar no último ano (com permanência superior a 24 horas) foi apontado por 21,0%. Aspectos de morbidadeautorreferida investigados revelaram que 76,9% eram hipertensos, 54,4% dos idosos sofreram queda no último ano, 43,9% referiram doenças osteoarticulares, 37,2% apresenta- ram sintomas depressivos, 34,2% apresentavam osteoporose, 21,9% possuíam do- ença cardíaca, 20,3% eram diabéticos e 10,6% apresentaram história de acidente vascular encefálico. 2.5 RISCOS RELACIONADOS A DOENÇA Na população brasileira o segmento que mais aumenta é de idosos, com taxa de crescimento maior que quatro por cento ao ano no período de 2012 a 2022. A população com mais de 60 anos de 19,6 milhões em 2010, deve atingir 41,5 milhões em 2030, mudando assim toda a configuração social do país (IB- GE). Um indivíduo envelhece à medida que sua idade aumenta por meio de um processo irreversível, natural e individual, acompanhado de perdas progressivas 10 de função e de papéis sociais. Essas perdas funcionais são decorrentes do enve- lhecimento em si, denominado de senescência, acompanhado ou não do acome- timento de enfermidades, chamado de senilidade. Nesses processos ocorre de- clínio das capacidades cognitivas e comunicativas, alterações posturais e de mo- bilidade, e diminuição da motivação, o que interfere na autonomia e independência do paciente e compromete suas atividades de vida diária. Com is- so, os idosos se tornam mais propensos às síndromes geriátricas e requerem acompanhamento constante do sistema de saúde. As síndromes geriátricas são caracterizadas pela perda dos quatro domí- nios funcionais que estabelecem a saúde do idoso: cognição, humor, mobilidade e comunicação. Essas perdas e alterações acontecem no decorrer do envelhe- cimento e causam grande impacto na vida dos idosos. A fragilidade multifuncional é um processo gradual e progressivo caracteri- zado por redução da reserva homeostática e/ou da capacidade de adaptação às agressões biopsicossociais e maior vulnerabilidade ao declínio funcional, decor- rente da sarcopenia, desregulação do sistema neuroendócrino e disfunção do sistema imunológico. Tais mudanças resultam em fadiga, perda de peso, baixa força de preen- são, lentidão da marcha e inatividade física, o que leva a uma espiral negativa do declínio funcional do idoso e, consequentemente, de sua independência. Nesse modelo, as condições de saúde associadas a desfechos adversos podem ser agrupadas em dois componentes: clínico-funcional e sócio familiar, abrangendo as dependências, comorbidades e o fenótipo da fragilidade de FRIED. O fenótipo da fragilidade representa uma síndrome geriátrica de origem multifatorial, caracterizada pela diminuição das reservas de energias e pela resis- tência reduzida aos estressores, condições que resultam em declínio dos siste- mas fisiológicos. Esse conceito se caracteriza pela presença de três ou mais dos seguintes critérios: perda de peso involuntária (cinco quilogramas no último ano); auto relato de exaustão; fraqueza muscular; baixo nível de atividade física e lenti- ficação da marcha. Idosos que não apresentam nenhum desses critérios são considerados robustos. 2.6 CICLO DA FRAGILIDADE 11 O ciclo da fragilidade (Figura 1) mostra os principais componentes des- ta síndrome: desnutrição crônica, sarcopenia, declínio da massa e da força muscular e tolerância ao exercício; além do declínio da atividade física e do gasto energético total. Este ciclo descreve um processo de perda energética que inclui perda de massa e força muscular, diminuição da taxa metabólica, declínio do gasto energético e da mobilidade. Nesse modelo estão múltiplos pontos potenciais de entrada no ciclo, que incluem condições fisiológicas sub- jacentes que são centrais à síndrome, como estados patológicos, imobilidade, depressão e medicações, que podem desencadear ou acelerar este proces- so. Nele também podem ser encontradas muitas manifestações clínicas da fragilidade. Contudo, como é um modelo teórico, não é capaz de explicar a existência de todas elas Os principais componentes na retroalimentação ne- gativa deste ciclo são: a subnutrição crônica, a sarcopenia, o declínio da força física e da tolerância ao exercício, e o declínio no gasto total de energia. A fragilidade, as comorbidades e as incapacidades são condições clínicas dis- tintas, embora possam ocorrer simultaneamente. 2.7 TRATAMENTO Intervenções fisioterapêuticas na síndrome de fragilidade 12 Exercício terapêutico resistido como melhor intervenção O grande desafio para os profissionais que lidam com a saúde de idosos é conhecer como interferir no processo de fragilização e quais são os limites para o sucesso dessa interferência. Todavia, a prática de exercícios terapêuticos com resis- tência ainda é a intervenção mais efetiva para aumentar a massa e a força muscular em idosos frágeis. Com base no modelo fisiológico de Fried e Walston de que as alterações associadas à síndrome de fragilidade são derivadas da sarcopenia, entidade aceita consensualmente por especialistas e estudiosos como o principal indicador da fra- gilidade física, a indicação de exercícios resistidos tem sido amplamente divulgada na literatura como a melhor opção terapêutica para reversão das perdas associa- das à idade, no que se refere a força e massa muscular. A diminuição da massa muscular pode levar à diminuição da força e das atividades funcionais, com dimi- nuição de energia para as atividades de vida diária e prevalência de incapacidades. Homens e mulheres que fazem exercícios de fortalecimento muscular podem au- mentar sua força em, pelo menos, 25%.3. O aumento da capacidade do músculo de gerar força é explicado a partir do princípio de sobrecarga: o grupo muscular é submetido a um trabalho com cargas mais elevadas do que está acostumado a su- portar, gerando aumento de tamanho e força. A Organização Mundial da Saúde recomenda que os exercícios resistidos sejam incorporados a qualquer programa para promoção e/ou reabilitação de saúde. A razão desse posicionamento são os seus numerosos benefícios: aumento da massa muscular, aumento da força mus- cular, aumento da massa óssea, melhora da coordenação, melhora ou manutenção da flexibilidade e mobilidade, além da promoção de bem-estar psicossocial. 3. CONCLUSÃO Conclui-se que a síndrome da fragilidade é uma síndrome clinica de natu- reza multifatorial, caracterizada pela diminuição das reservas de energias e pela resistência reduzida aos estressores, condições que resultam em declínio dos sistemas fisiológicos, que atinge a população entre as idades de 65 a 79 anos, predominantemente no sexo feminino. A síndrome possui características como o estado de vulnerabilidade fisiológica e da habilidade de manter ou recuperar a 13 homeostase após um evento desestabilização na população idosa. O termo fragi- lidade é dado para os idosos mais vulneráveis e que necessitam de mais atenção por parte dos serviços de saúde. A síndrome da fragilidade pode apresentar diversos sintomas como perda de peso, fraqueza, fadiga, inatividade e redução da ingestão alimentar, que ca- racteriza como sarcopenia (diminuição da massa e forca muscular), déficit de equilíbrio e da marcha, descondicionamento e osteopenia. Com três ou mais desses componentes serão caracterizados como um idoso frágil, e indivíduos com um ou dois componentes poderiam ser classificados como em um estado de pré-fragilidade, com risco grande de desenvolver a síndrome. A identificação pre- coce das características que definem a síndrome da fragilidade pode desencade- ar medidas que visem melhorar a qualidade de vida e prevenir futuras complica- ções. O tratamento para esta síndrome apresenta um grande desafio, pois os profissionais devem conhecer qual a melhor intervenção nesse processo de fragi- lidade e quais são os limites para obter sucesso. Porem, a intervenção mais efe- tiva é a realização de exercícios terapêuticos com resistência paraaumentar a massa e da forca muscular, melhora na coordenação, melhora ou manutenção da flexibilidade e mobilidade, além da promoção de bem estar psicossocial. 14 1. REFERÊNCIAS Mendes, T.D.A. B. Geriatria e Gerontologia. Barueri: Manole, 2014. 9788520440223. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520440223/. Acesso em: 03 Sep 2021. CARNEIRO, Jair Almeida. Et al. Fragilidade em idosos: prevalência e fatores associ- ados. Rev Bras Enferm [Internet]. 2017 jul-ago;70(4):780-5. BERTOLANI, Stevan Araújo. Et al. FATORES DE RISCO RELACIONADOS À SÍN- DROME DA FRAGILIDADE EM IDOSOS INTITUCIONALIZADOS.
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