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5- Perda Visual Aguda e Cronica

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Aula via Zoom 03.09.2021 
 
 
• Perda rápida e significativa da acuidade visual em um curto espaço 
de tempo 
• Anamnese é fundamental: 
✓ Uni ou bilateral; 
❖ Síndrome de Terson → hemorragia subaracnóidea que 
causa hemorragia vítrea bilateral, cursa com transudação; 
❖ Bilateral normalmente é progressivo, mais crônico. Perda 
aguda normalmente é unilateral 
✓ Transitório ou não; 
❖ Quando perdemos a visão o olho propriamente dito é 
muito difícil ele voltar sozinho. Se o paciente 
perdeu/diminuiu a visão por descolamento de retina ou 
por um processo inflamatório, ou seja, a patologia é no 
olho, vamos fazer tratamentos para o olho recuperar pelo 
menos parte da acuidade visual; 
❖ Quando é transitório, ou seja, paciente se queixa que do 
nada a visão escureceu e voltou, fala muito a favor de uma 
doença vascular sistêmica. Geralmente quando tem essas 
perdas visuais agudas fugazes, chamada de Amaurose 
Fugaz, pede-se um eco doppler de carótida para ver se 
não tem placa de ateroma na carótida que leva até a 
artéria oftálmica. Resumindo, não é algo propriamente do 
olho e sim vascular, sendo sempre causada por hipofluxo e 
corrigindo isso melhora 100% a visão; 
✓ Subitamente ou em questão de horas, dias, semanas; 
✓ Se afetou centro ou periferia da visão; 
❖ Pede-se para o paciente olhar para o nosso nariz sem 
desviar o olhar e com isso vamos movimentando a mão e 
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pedimos para o paciente dizer se a mão está parada ou 
mexendo; 
❖ Glaucoma é periférico; 
❖ Degeneração macular é central; 
✓ Se teve trauma ou associado a doença sistêmica; 
✓ Se tem dor ou não; 
❖ Dores são muito comuns em doenças de neurite óptica, 
quando movimenta o olho causa dor; 
❖ Pedimos para o paciente olhar para o lado e perguntamos 
se sente dor com a mobilização ocular; 
❖ Quando tem dor associada significa que há inflamação no 
nervo óptico; 
❖ Pressão ocular alta, traumas causam dor ocular; 
• Perda de visão causada por AVC: 
✓ AVC Isquêmico → se houver um hipofluxo na região no nervo 
óptico no AVCI podemos ter por consequência uma lesão do 
nervo óptico até a região da retina causando uma palidez 
naquela região e sequela de visão; 
✓ AVC Hemorrágico → teremos uma hemorragia intracraniana, 
então depende da onde derramar e da quantidade de sangue: 
se for perto do quiasma e região de nervo óptico teremos baixa 
de visão por acometimento do AVCH, mas em ambos dos AVCs 
não é comum a perda de visão a não ser que seja muito 
extenso; 
 
Classificação 
• Causas mais frequentes: 
✓ Opacidades dos meios → córnea, cristalino e vítreo; 
✓ Doenças da retina; 
✓ Traumas; 
✓ Doenças de causa neuroftálmica 
❖ Mulher jovem com baixa de visão e com dor à mobilização 
ocular, muitas vezes abre um quadro de neurite óptica 
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antes de fazer diagnostico de esclerose múltipla. 
Resumindo: principal causa de neurite óptica em mulher 
com baixa de visão e dor à mobilização é esclerose 
múltipla 
 
1. Opacidade dos meios 
• Edema de córnea: 
✓ Causado por: 
❖ Trauma; 
❖ Hipóxia (uso inadequado de lente de contato); 
❖ Infecções; 
❖ Inflamações; 
❖ Aumento súbito da PIO; 
✓ Tratamento 
❖ Trauma e hipóxia por lente de contato devemos 
suspender o uso por 15 dias; 
❖ Infecções bacterianas – antibiótico; 
❖ Infecções fúngicas – antifúngicos; 
❖ Inflamações – anti-inflamatórios hormonais e não 
hormonais; 
❖ Aumento da PIO – hipotensores 
 
• Sangramento externos: 
✓ Causado por: 
❖ Hemorragia vítrea; 
❖ Hifema → sangue na câmara anterior, geralmente causado 
por trauma ou glaucoma neovascular que é um glaucoma 
secundário da retinopatia diabética proliferativa; 
✓ Tratamento: 
❖ Hemorragia vítrea – aguardamos 3 meses para o próprio 
organismo reabsorver e depois desse tempo não 
reabsorver devemos fazer uma vitrectomia; 
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❖ Hifema – anti-inflamatório hormonal, corticoide tópico e 
as vezes hipotensores. O acompanhamento é clinico e 
devemos monitorar a pressão e a diminuição do sangue na 
câmara anterior diariamente. Geralmente absorve rápido; 
▪ Só é cirúrgico em 4 situações: 
1- Quando a pressão do olho está maior do que 35 
por 7 dias; 
2- Quando a pressão do olho está acima de 50 por 5 
dias; 
3- Quando tem impregnação do endotélio, ou seja, a 
última camada da córnea está começando a 
impregnar sangue no endotélio; 
4- Quando tem hifema total, ou seja, o olho está 
preto atrás da córnea de tanto sangue e coagulo; 
 
 
2. Doenças da retina 
• Descolamento da retina 
✓ Regmatogênico → rasgo na retina entrando líquido fazendo o 
descolamento; 
❖ Muito comum em paciente auto míope que tem a retina 
bem fina; 
❖ Tratamento cirúrgico 
 
✓ Exsudativo → ocorre por um processo inflamatório 
❖ Paciente faz uma uveíte, por exemplo, e tem tanto 
processo inflamatório que a retina começa a enrugar por 
transudação de líquido, por quebra da permeabilidade 
vascular e do epitélio pigmentar da retina, deixando-a 
toda “amassada”; 
❖ Muito comum em doenças reumatológicas, 
principalmente Espondilite anquilosante; 
❖ Tratamento com corticóide tópico, oral e intravítreo ou 
subconjuntival regridem. Não é cirúrgico; 
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✓ Tracional → típico da retinopatia diabética proliferativa; 
❖ Tratamento cirúrgico; 
 
 
 
• Doença macular relacionada à idade (DMRI) 
✓ Exsudativa → é uma causa de baixa de visão súbita, pois o 
paciente começa a ter drusas na mácula e elas coalescem 
formando uma membrana neovascular subretiniana e essa 
membrana apaga a visão subitamente do paciente; 
❖ Apesar de ser grave é possível tratar com injeção 
intravítrea de anti-VGEF; 
❖ Degeneração Macular Atrófica não tem tratamento e é 
uma sequela da exsudativa; 
 
• Oclusões vasculares: artéria ou ramo, veia ou ramo 
✓ Arterial → é definitiva, retina isquêmica, mácula em cereja; 
✓ Veia → hemorragia nos 4 quadrantes, é possível fazer 
tratamento com substância anti-VGEF pois a retina fica hipóxica 
formando neovasos podendo recuperar a visão se o tratamento 
for eficaz e rápido; 
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3. Traumas 
• Penetrantes → não devemos retirar antes de ir para uma definitiva 
avaliação cirúrgica; 
• Não penetrantes 
✓ Hifemas; 
✓ Hemorragia vítrea; 
✓ Edema corneano; 
✓ Descolamento de retina; 
✓ Lesão de nervo óptico/ vias ópticas ou SNC 
 
 
4. Neurite óptica 
• Papilite: neurite óptica que cursa com edema de papila (+ anterior); 
• Neurite óptica retro bulbar: neurite com fundo de olho normal; 
• Tem causas desmielinizantes, mas geralmente é de causa idiopática 
(50% evoluirão para Esclerose múltipla); 
• Mais comum entre mulheres entre 18 e 40 anos de idade; 
• 90% cursa com dor periocular ou retro- ocular + perda visual. Dor à 
movimentação ocular; 
• Causas: 
✓ Idiopática; 
✓ Falta de vitamina B12 (paciente que faz bariátrica pode ter 
neurite óptica por falta de vitamina B12); 
✓ Anemia megaloblástica; 
✓ Síndrome tabaco-álcool; 
• Defeitos de campo visual (escotoma central e cecocentral); 
• Dificuldade na percepção de cores (+ objetos vermelhos);• TC e RM dão o diagnóstico e afastam lesões compressivas; 
• Exame do líquido cerebrorraquiano demonstra aumento da 
celularidade e do conteúdo proteíco, com níveis elevados de 
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Gamaglobulina. Estes achados aparecem principalmente nas 
neurites associadas a doença desmielinizante; 
• Tratamento: 
✓ Uso de corticoide por via endovenosa nos casos de perda visual 
grave ou bilateral → Metilpredinisolona 250mg de 6/6h por 3-5 
dias; 
✓ Imunossupressores 
 
• Catarata 
✓ A catarata é a principal causa de cegueira no mundo 
REVERSÍVEL → é cirúrgico; 
❖ Começa com uma baixa de visão progressiva; 
❖ Causa cegueira pois a cirúrgica é cara; 
✓ Definição: é a perda de transparência do cristalino, impedindo 
que os feixes de luz cheguem à retina; 
✓ Geralmente bilateral e assimétrica, ou seja, um olho é pior do 
que o outro; 
✓ Formação: 
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❖ Edema; 
❖ Alteração proteica; 
❖ Necrose das fibras e vão opacificando; 
❖ Rompimento das fibras; 
✓ Fases: 
❖ Incipiente; 
❖ Madura; 
❖ Hipermadura 
✓ Tipos de catarata quanto a etiologia: 
❖ Catarata Senil 
▪ Mais comum; 
▪ Progressão lenta; 
❖ Catarata Congênita 
▪ Maioria bilateral; 
▪ Infecções congênitas, doenças metabólicas e 
associações a síndromes genéticas; 
❖ Catarata Traumática 
▪ Corpo estranho intraocular; 
▪ Traumas contusos ou penetrantes; 
❖ Catarata Secundária 
▪ Diabetes; 
▪ Uveites recorrentes → de tantos processos 
inflamatórios a íris vai aderindo no cristalino e vai 
opacificando; 
▪ Glaucoma; 
▪ Retinose Pigmentar; 
▪ Descolamento de Retina; 
▪ Cirurgias intraoculares; 
▪ Aplicação de laser; 
▪ Doenças metabólicas; 
▪ Exposição ultra violeta; 
▪ Medicamentosa (anti-inflamatórios, corticoides); 
✓ Sinais e sintomas: visão embaçada e distorção de objetos; 
 
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• Glaucoma 
✓ Pode dar também uma baixa de visão aguda, no caso do 
glaucoma agudo, é uma glaucoma de emergência, onde o 
paciente faz um bloqueio pupilar e o humor aquoso não 
consegue ser drenado pelo trabeculado na região periférica do 
olho aumentando a PIO e se não fizer nada em 6h o paciente 
pode ficar cego definitivo; 
✓ Definição: É uma neuropatia, danos ao nervo óptico e defeitos 
ao campo visual inicialmente periférico; 
✓ Pressão alta do olho NÃO é glaucoma, e sim um fator de risco. 
Existe glaucoma de pressão normal, de pressão alterada e 
existe paciente com pressão do olho alta que não tem 
glaucoma. Glaucoma é uma doença do NERVO, que vai 
lesando-o progressivamente; 
✓ Características: 
❖ Geralmente bilateral; 
❖ Geneticamente determinada; 
✓ Fisiologia: 
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❖ A pressão intraocular é determinada pelo índice de 
produção do humor aquoso pelo corpo ciliar (processos 
ciliares) e a resistência ao escoamento do humor aquoso. 
Ou seja, o humor aquoso produzido pelo corpo ciliar tem 
que ter um escoamento no trabeculado posterior tem que 
ter um fluxo livre, pois se tiver alguma resistência nesse 
escoamento a pressão do olho pode ficar mais alta 
lesando o nervo. Se tiver um baixo fluxo de oxigênio na 
cabeça do nervo óptico em pacientes enxaquecosos posso 
ter um glaucoma de pressão normal; 
❖ O humor aquoso é um líquido claro que preenche as 
câmaras anterior e posterior do olho; 
❖ Geralmente possui os mesmos eletrólitos do plasma 
sanguíneo, porém com concentrações diferentes; 
✓ Classificação 
❖ Primário 
▪ Ângulo Aberto (Crônico): 
o 90% dos casos; 
o Geralmente assintomático; 
o Baixa de visão progressiva e perda da visão 
periférica; 
▪ Ângulo Fechado (Agudo): 
o Dor forte e Náusea; 
o Pressão muito elevada e Câmara rasa; 
o Olho vermelho e Edema de córnea; 
o Midríase média e paralítica; 
 
❖ Congênito → Buftalmia 
▪ É quando a criança nasce com o olho enorme por 
alteração do escoamento do fluxo de humor aquoso. 
Ou seja, o olho fica enorme por permanência do 
humor aquoso dentro dele; 
▪ É um olho auto míope; 
▪ É cirúrgico 100%, nasce e opera; 
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❖ Secundário 
▪ Alteração do cristalino → a catarata está tão grande 
que vai na periferia e bloqueia o fluxo; 
▪ Alteração do trato uveal (inflamatórios) → as 
proteínas no humor aquoso por causa de processo 
inflamatório vão grudando no trabeculado 
aumentando a pressão do olho; 
▪ Trauma; 
▪ Processos cirúrgicos; 
▪ Tumores; 
▪ Oclusões venosas; 
▪ Iatrogênicos; 
❖ Absoluto → Neovascular (secundário à retinopatia 
diabética proliferativa); 
 
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• Doença Macular relacionada à Idade: 
✓ É a maior causa de cegueira legal acima de 65 anos de idade; 
✓ Geralmente mais mulheres do que homens; 
✓ Há um caráter familiar. Pode também ser por tabagismo, HAS e 
obesidade; 
✓ Mais comum em pessoas de pele e olhos claros; 
✓ Sinais e sintomas: 
❖ Perda visual lenta (DMRI trófica) ou abrupta (DMRI 
exsudativa úmida com membrana neovascular); 
❖ Metamorfopsia (distorção das imagens); 
❖ Alterações na mácula; 
❖ Edema de retina; 
❖ Pigmentação anômala; 
❖ Hemorragias sub retinianas e intraretinianas; 
❖ Exsudatos duros; 
❖ Drusas; 
✓ Tipos: 
❖ Degeneração seca ou não exsudativa 
▪ Evolução lenta e insidiosa; 
▪ Perda da visão lenta e progressiva; 
▪ Presença de drusas; 
▪ Não é possível fazer nada pois já atrofiou a mácula; 
❖ Degeneração úmida ou exsudativa 
▪ Evolução mais dramática; 
▪ Perda abrupta da visão; 
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▪ Drusas na fase inicial, depois evoluindo para a 
formação de Membrana Neovascular Subretiniana 
(MNVSR); 
▪ Edema, hemorragias e exsudatos; 
▪ Ainda é possível fazer algo; 
✓ Diagnóstico 
❖ Exame de fundo de olho; 
❖ Retinografia simples e fluorescente; 
❖ Tomografia de Coerência Óptica (OCT); 
✓ Tratamento 
❖ Vitaminas antioxidantes com Zinco e Luteína; 
❖ Forma úmida: 
▪ Foto coagulação com laser; 
▪ Substâncias antiangiogênicas; 
▪ Corticoides intravítreos;

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