Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APELAÇÃO 1) Noções Gerais - É um recurso excelência/fundamentação livre (fundamentação ampla), pois não há limitação de matérias que possam ser levadas a apreciação do tribunal. - Objeto: é interposto em face de uma sentença. - O recurso de apelação além de atacar a sentença, interponível em face dela, também se prestará a acatar as decisões interlocutórias proferidas no curso do procedimento sobre as quais não incidir a preclusão – Art. 1.009, §1º CPC. - As decisões que estiverem elencadas no rol do artigo 1.015 CPC desafiam agravo de instrumento, não sendo possível revisão no tribunal em decisão interlocutória (aquelas no curso do procedimento) em recurso de apelação - Quem analisa: tribunal hierárquico competente. - Adoção do princípio da irrecorribilidade em separado das decisões interlocutórias (NCPC, art. 1.009, § 1º) – preclusão elástica – discussão acerca do art. 278 – proposta de sistematização: nulidade relativa (erro de procedimento – necessidade de protesto). Atenção especial para as decisões proferidas em audiências. - Modificação do juízo de admissibilidade, o Juiz de 1º Grau apenas recebe, colhe a contraminuta, declara os efeitos e remete ao Tribunal. - Preparo – segue a regra exposta na parte da Teoria Geral. - Fim da discussão acerca de qual o recurso cabível em face da decisão que confirma, concede ou revoga a antecipação da tutela na sentença. O §5º do art. 1.013 esclarece que o recurso cabível é o de apelação. Mesma ideia do §3o do art. 1.009. 2) Regularidade formal: a) Petição dirigida ao juízo de 1º Grau (interposição de recurso em face da sentença), contendo: b) Requisitos de admissibilidade da petição (art. 1.110) − Nome e qualificação das partes (apelante e apelado); − Exposição do fato e do direito; − Razões do pedido de reforma ou decretação de nulidade (error in judicando e error in procedendo); − Pedido de nova decisão. c) Eventuais preliminares relativas às decisões interlocutórias. 3) Procedimento: a) interposição no prazo legal – 15 dias úteis; b) intimação do recorrido para as contrarrazões (apelada deve responder no prazo de 15 dias); c) caso o recorrido, em preliminar, peça a reanálise das decisões interlocutórias, o recorrente, após a apresentação, será intimado para se manifestar das preliminares no prazo de 15 dias (NCPC, art. 1.009, §2º); d) se houver a interposição de apelação adesiva, ocorrerá a intimação do apelante para as contrarrazões (é possível, suscitar em preliminar das contrarrazões da apelação adesiva as decisões interlocutórias não atacadas da apelação propriamente dita? Resposta: Sim, mantém-se aqui também a essência do recurso aderente); e) o Juiz a quo receberá, com os efeitos determinados na lei, e remeterá os autos ao Tribunal, onde será distribuído ao um Relator. f) Posturas do Relator face ao recebimento do recurso de apelação: I. verificar se não é o caso de julgamento monocrático, nas hipóteses do art. 932, incs. II a V, do CPC; II. caso não seja, elaborará seu voto para o julgamento do órgão colegiado (Importante modificação aqui, pois a apelação não terá mais revisor, o que potencializa a utilização de memoriais e a realização de sustentação oral no âmbito dos Tribunais). - O relator poderá decidir monocraticamente a apelação, nas seguintes hipóteses: I – não reconhecer de recurso (art. 932, III); II – negar provimento (art. 932, IV); III – dar provimento (art. 932, V). - Caberá agravo interno contra tal decisão monocrática do relator, no prazo de 15 dias, que deverá ser dirigido ao órgão competente para o julgamento do recurso, de acordo com o regimento do tribunal. A seguir, será intimada a outra parte para apresentar contrarrazões, no mesmo prazo. Se não houver retratação, o relator levará o agravo para julgamento ao órgão colegiado, solicitando a sua inclusão em pauta; provido o agravo interno, o recurso terá seguimento. 4) Efeitos do recurso de apelação - Regra: duplo efeito, a apelação terá efeito devolutivo. Mas também deverá ser recebida no efeito suspensivo; - O art. 1.012 do CPC estabelece as todas as hipóteses de recebimento sem efeito suspensivo. 4.1) Técnica para concessão de efeito diferenciado ao recurso de apelação - Contemplação da possiblidade de antecipação da tutela recursal da apelação (NCPC, art. 1.012, §4o); - Agora por simples petição ao Tribunal ou ao próprio Relator, tudo dependerá do momento em que se fizer o requerimento: i. entre a interposição do recurso e a designação do relator – ao Tribunal, ficando o relator prevento; ii. depois de sorteado o relator – ao próprio relator. 4.2) Profundida do efeito devolutivo - Houve um aprimoramento e ampliação das hipóteses de julgamento do mérito diretamente pelo tribunal pela primeira vez: a. sentenças processuais (NCPC, art. 485); b. nulidade da sentença por desrespeito ao princípio da correlação; c. omissão de um dos pedidos; d. decretar nulidade por falta de fundamentação (cautela na atividade do tribunal) importante: é possível defender que, em virtude da valorização do contraditório exposto nas normas fundamentais (NCPC, art. 9º), o julgamento pela primeira vez diretamente pelo Tribunal não poderá ocorrer sem o prévio conhecimento das partes. - Teoria da causa madura: possibilidade de o tribunal apreciar pela primeira vez o mérito da causa – Art. 1.013, CPC. - Causa madura: Causa pronta para receber uma sentença de mérito - Finalidade: anulação dos feitos adquiridos já dentro do processo Se o tribunal afastar a carência, pode-se julgar o mérito do processo em detrimento da teoria da causa madura. AGRAVO DE INSTRUMENTO 1) Noções Gerais - É um recurso que se dirige diretamente a uma decisão interlocutória; - Quantas decisões interlocutórias são proferidas no decurso? Várias. - No código de 2015, o legislador buscou pretender com que a parte não tivesse a liberdade de recorrer de toda decisão interlocutória, então delimitou a matéria, diminuindo notadamente as hipóteses de incidência do recurso, restringindo as matérias que podem ser objetos de agravo de instrumento. Deste modo, a decisão deve estar disposta no rol do art. 1.015. - O recurso de agravo é destituído de efeito suspensivo (não tem, em regra tal efeito), sendo possível a parte agravante demonstrar a probabilidade obter êxito, e transformá-lo em suspensivo. Art. 1.019 – possibilidade do relator atribuir efeito suspensivo ao recurso de agravo. 2) Taxatividade do rol do art. 1.015, NCPC Neste artigo estão previstas quais decisões são objeto de recurso de agravo. I a XIII – quais situações são possíveis Parágrafo Único – outras hipóteses XII – vetado XIII – “cláusula de fechamento” OBS.: o parágrafo único geralmente traz hipóteses de exceção, neste artigo traz mais hipóteses de objeto de agravo de forma IMEDIATA. Art. 1015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versam sobre: I. Tutelas provisórias II. Mérito do processo III. Rejeição da alegação e convenção de arbitragem IV. Incidente de desconsideração da personalidade jurídica V. Rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação VI. Exibição ou posse de documento ou coisa VII. Exclusão de litisconsorte VIII. Rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio IX. Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros X. Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução XI. Redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 370, §1°. CPC XII. (vetado) XIII. Outros casos expressamente referidos em lei. Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução eno processo de inventário 3) Necessidade de formação do instrumento: - Razão da formação – petição do recurso e integralidade dos autos (se eletrônico); se físico: além das razões recursais, precisa a parte contraria deverá juntar os autos; - Peças: obrigatórias, essenciais e facultativas. (i) Obrigatórias – não podem deixas de ser juntadas: petição inicial e documentos, contestação e documentos, cópia da decisão interlocutória recorrida, e eventualmente, cópia da petição que gerou a decisão a ser recorrida e qualquer documento hábil para identificar tempestividade do recurso (art. 1.017, I). (ii) Essenciais – peça sem a qual não seja possível se ter um conhecimento suficiente para que se tenha análise da decisão recorrida – motivo. A falta delas impedem o tribunal de ter ampla cognição. (iii) Facultativas – aquelas que o agravante repute ser úteis para a apreciação e julgamento do mérito recursal, sem prejuízo das peças obrigatórias. - Irregularidades ou falta de peças – consequências: (i) Falta por inexistência: não consta nos autos do processo, o advogado então declarara sua inexistência, justificando-a. (ii) Falta por Inexecução: a peça existia, porém não foi juntada – “é ônus do agravante formar o instrumento com peças suficientes para o órgão julgador” – se faltou peça, o recurso não será reconhecido por irregularidade formal. Porquanto, isso mudou, foi-se dada a oportunidade caso faltasse em primeiro momento a peça, a parte agravante fica intimado em prazo de 5 dias estabelecido apresentar a juntada da peça, não sendo punido em primeiro momento, se não juntada, consequentemente não há o reconhecimento, o processo é dado como irregular, deficiente. 4) Procedimento a) Interposição – interposto diretamente no tribunal, se dará por meio de uma petição apresentada de forma escrita no prazo de 15 dias. - O recurso de agravo tem necessidade do recolhimento de preparo decorrente de previsibilidade pela justiça Estadual, pelo porte de remessa e retorno, se processo físico, pelo porte de retorno - (10 Ufesps). Uma vez interposto, será imediatamente sorteado um relator, onde este, resumirá o processo, ou julgará de maneira monocrática (dentro das hipóteses). b) Distribuição a um relator – será sorteado um relator. É possível que já exista relator previsto, neste caso o processo somente será encaminhado a ele. c) Posturas do relator: (i) monocraticamente fazer o juízo negativo de admissibilidade. (ii) monocraticamente dar provimento – dando oportunidade ao agravado de apresentar contraminutas. - Antecipar a tutela recursal, atribuindo o efeito suspensivo – art. 1.019: I) probabilidade de provimento OU II) relevante fundamentação e prova de um risco de dano grave ou de difícil reparação. Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV , o relator, no prazo de 5 (cinco) dias: I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; II - ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso de recebimento, quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta com aviso de recebimento dirigida ao seu advogado, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do recurso; III - determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias. d) Informação ao Juízo “a quo” – comunicação acerca da interposição do recurso. - Deve conter: cópia das razões recursais e dos documentos obrigatórios e essenciais. - O agravante terá 3 dias uteis para informar ao juízo de primeiro grau, a interposição do recurso de instrumento de agravo, e declarações. - Tem por objetivo e garantia da isonomia o exercício do contraditório sem ter que se deslocar até a sede (centro de SP). - Consequência na falta de informação: (i) processo físico (necessário que o agravado alegue e comprove o não cumprimento – leva ao não conhecimento do recurso do agravo. (ii) processo eletrônico – não há. (iii) processo misto (1ª instância físico e 2ª eletrônico) – ônus de informação sob pena de não conhecimento. 5) Julgamento do recurso de agravo - 3 julgadores; - Maioria dos votos ou unanimidade; - Analisar sob a luz do art. 942. 6) Tópicos essenciais de um recurso de agravo: I) Endereçamento – interposição direta no tribunal; II) Qualificação das partes; III) Síntese da causa – exposição do fato e do direito; IV) Razões de fato e de direito para a reforma ou anulação/ cassação da decisão recorrida; V) Pedido de atribuição de efeito suspensivo ou antecipação da tutela recursal – se for o caso – Neste tópico há que se fazer a exposição da probabilidade do direito e do risco de dano de difícil ou incerta reparação caso a medida não seja deferida liminarmente; VI) Pedido de nova decisão; VII) Nome e endereço dos advogados constituídos nos autos. VIII) Peças que formam o instrumento, caso o processo seja físico, tendo em vista que em se tratando de processos eletrônicos há a necessidade de formação de instrumento. AGRAVO INTERNO É um recurso contra qualquer decisão/pronunciamento do relator, em forma monocrática. → Princípio da colegidade das decisões. - Há agravos regimentais – agravos que estiverem nos regimentos internos dos tribunais. - Prazo de 15 dias para interposição (art. 1.070). - Será apreciado por órgão colegiado, que poderá manter ou refazer a decisão. Contudo, não podem manter a decisão por seus próprios fundamentos (os do relator que também faz parte do colegiado). - Não há necessidade de preparo e recolhimento de remessa, pois ao pagar agravo de instrumento/apelação, se espera que seja julgado pelo colegiado, e não uma decisão monocrática. - O agravo interno deverá ser interposto, sempre fundamentado, por petição escrita, dirigida ao relator, em que apresentará os fundamentos das suas razões de inconformidade, bem como requererá novo julgamento. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art932iii - O relator da decisão monocrática recorrida deverá determinar a intimação do agravado para apresentar contraminuta ao agravo interno, no prazo de 15 dias. Após as contraminutas, o relator deverá fazer juízo de retratação. Caso mantenha a decisão impugnada, deverá levá-lo a julgamento pelo órgão colegiado do tribunal, conforme dispuser o regimento interno. - Caso seja manifestamente improcedente ou incabível em votação unanime: será imposta uma multa ao agravante, de até 5% do valor atribuído a causa. O reconhecimento de um recurso ser improcedente deve se dar por votação UNÂNIME. Se um entender ser procedente, livre ficará da multa o agravante, não se aplica neste a teoria da maioria. Em próximo recurso, é necessária a comprovação do recolhimento da multo. Contudo, não é preciso da comprovação para novo recurso futuro: Fazenda Pública e aquele que é beneficiário de gratuidade da justiça. - Cabe recurso especial ou extraordinário (art. 102 e 105) – REsp ou RE: única ou última instância. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 1) Noções Gerais Este recurso é cabível contra qualquer pronunciamento judicial (acórdão, decisão etc.). - Prazo de 5 dias úteis (exceção à regra em relação ao prazo dos recursos), podendo ser dobrados com as hipóteses previstas em lei. - Não precisa de preparo (recolhimento de custas) e nem de porte de remessa e retorno, bastando apenas se fazer a interposição do recurso, 2) Hipóteses de cabimento Art. 1022.Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I. Esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II. Suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III. Corrigir erro material. (Ex.: nome das partes) (i) Omissão: falta de pronunciamento, enfrentamento em relação a um pedido. (ii) Contradição (interna): a decisão em si é contraditória – dentro do posicionamento jurisdicional antagônicas que se excluem. Ex.: juiz discorre quanto à inexistência de dano moral, e ao final coloca que foi evidenciado dano moral. (iii) Obscuridade: algo que não seja de fácil entendimento, não é claro, não é possível se extrair o que está na decisão (da leitura não dá para extrair a interpretação). Ex.: se o professor perguntou A ou B ou se é para responder C. - Também cabe quando a decisão proferida não estiver fundamentada, nos termos do art. 489, e o parágrafo único dispõe o que não se considera uma decisão fundamentada. - Manifestação do juiz acerca de casos repetitivos: mesma decisão em casos semelhantes (replicação), para que se tenha previsibilidade. 3) Contraditório eventual Deve ter o contraditório, intimando o embargado para que se manifeste dentro do prazo de 5 dias úteis (com suas variações que nem o prazo para interposição). 4) Competência para julgamento Depende de quem proferiu a decisão: - Se a decisão foi por Juiz de 1º grau (singular): ele mesmo julga. - Se for contra decisão monocrática (relator): ele mesmo julga. - Se a decisão foi por órgão colegiado: colegiado julga. 5) Fungibilidade recursal explícita Ocorre quando há uma decisão monocrática e o recurso certo seria o agravo interno. O relator intimará para que no prazo de 5 dias transforme os embargos em agravo interno. 6) Respeito ao princípio da complementariedade Dois recursos interpostos frente a uma decisão. Ex.: decisão omissa, falando somente de danos morais e não morais e materiais, e uma parte interpõe apelação e outra embargos. - Quando os embargos não são acolhidos – não tem alteração do julgado, o outro recurso então, será apreciado. - Quando há alteração do julgado, o recorrente será intimado para que no prazo de 15 dias, modifique (ratifique) adequando o recurso em virtude dos embargos acolhidos, afetando-o total ou parcialmente. 7) Efeitos dos embargos de declaração - Em relação ao prazo recursal, o efeito é interruptivo: uma vez apreciados os embargos, o prazo volta a contar por inteiro. - Pode ter efeito suspensivo: art. 995, parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL 1) Noções gerais São recursos excepcionais, e estão no “último patamar” dentro da escala judiciária. Cabe ao STF (15 ministros) a interpretação da Constituição Federal. STJ – dá a última e melhor interpretação da norma infraconstitucional. - São recursos de fundamentação vinculada – “stricto direito”, ou seja, não há possibilidade de veicular nesses recursos, matéria fática. Assim, não tem fundamentação aberta, não é possível veicular qualquer matéria, somente as previstas na CF. - Efeitos: tem efeito devolutivo e em regra, não tem efeito suspensivo, a decisão recorrida tem eficácia imediata, pode-se executar a decisão na pendência de um RE ou REsp. - Sua interposição é feita nos órgãos de origem. - Características: ▪ Exigem o prévio esgotamento dos recursos dos tribunais ordinários (súmula 207 – STJ). ▪ Recursos não vocacionados à correção da injustiça do julgado (deve ser dada a interpretação correta para manter-se a uniformidade). ▪ Não se prestam à revisão da matéria de fato. ▪ Apresentam um sistema de admissibilidade bipartido ou desdobrado ou provisório (duplo juízo de admissibilidade) – há um juízo de admissibilidade prévio (local), que poderá encaminhar ao STJ/STF, ou poderá ter um juízo negativo de admissibilidade, devendo a parte interpor recurso de agravo para ser apreciado pelo STJ/STF. ▪ Os requisitos e fundamentos específicos de admissibilidade estão na CF. ▪ É possível o cumprimento provisório da sentença na pendência de um recurso especial, visto que tais recursos são destituídos de efeito suspensivo. - Hipóteses de cabimento: RE – art. 105, CF e REsp – art. 102, CF. RE – julgado pelo STJ. REsp – julgado pelo STF. - Súmula 207 – STJ: há a necessidade do esgotamento de todos os recursos em sua origem. A parte deve ter utilizado- se de todos os recursos. - Súmula 126 – STJ: quando o acórdão recorrido proferido em última ou única instância, e se assenta em fundamento constitucional e infraconstitucional, há a necessidade de a parte fazer interposição de ambos recursos (RE – constitucional e REsp – infraconstitucional). - Deve-se atacar todos os fundamentos. - Súmula 5 – não se permite que nestes recursos, se pretenda a revisão ou reapreciação de cláusulas contratuais. - Súmula 7 – não se permite que nestes recursos haja a pretensão para reexame relativo às provas. 2) Objeto RE – violação da CF oriunda do debate de uma tese, a decisão sendo proferida em única ou última instância de qualquer órgão do poder judiciário. REsp – violação de normas constitucionais oriunda do debate de uma tese, decisão proferida em única ou última instância oriunda de um tribunal local ou regional federal. - JEC não desafia REsp, cabendo somente o RE, desde que haja violação de norma constitucional e que seja em única ou última instância. 3) Hipóteses de cabimento 3.1) RE: a) Contrariedade à CF; b) Declaração de inconstitucionalidade de lei federal ou tratado; c) Julgar válido lei ou ato de governo local contestado em face da CF; d) Julgar válida lei local contestada em face da CF Necessidade de demonstração de repercussão geral – decisão tenha uma finalidade dentro da sociedade, economicamente ou socialmente. - Reserva de Plenário (STF): decide se a matéria/tema tem ou não repercussão geral, devendo ter quórum qualificado – 2/3 dos integrantes têm que entender que há repercussão geral. 3.2) REsp a) Contrariedade à lei federal ou tratado, ou negar-lhes vigência; b) Julgar válido lei ou ato de governo local contestado em face da lei federal; c) der a lei federal interpretação divergente (deve ser atual) da que lhe haja atribuído outro tribunal. 4) Prequestionamento 4.1) Constitucional ou inconstitucional? – É constitucional, visto que os requisitos para estes recursos devem estar previstos na CF. 4.2) O que significa e como prequestionar? – Debater, deixar clara a causa debatida ou questionada em última ou única instância. 4.3) O prequestionamento precisa ser numérico? – Não é necessária a menção do artigo no acórdão, basta que haja o enfrentamento do questionamento/tese. 4.4) O que é prequestionamento ficto? - Presunção de que a tese tenha sido enfrentada. - Parte interpõe embargos declarando a omissão ao enfrentamento de uma tese. Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. 5) Efeito dos recursos extraordinário e especial 5.1) Possibilidade de obtenção de efeito diferenciado. - É possível atribuir efeito suspensivo. 5.1.1) Meio processual adequado: - Simples petição, demonstrando – a) probabilidade de êxito, E (somada) b) demonstração de dano de difícil ou incerta reparação. 5.1.2) Competência - Art. 1.029, §5º (súmulas 634 e 635do STF) 6) Interposição simultânea e processamento do RE e Resp 7) Recursos extraordinário e especial repetitivos - Havendo multiplicidade de recursos especiais ou extraordinários sobre idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento do STJ ou do STF. - Esse mecanismo garante que as decisões, em múltiplas demandas de mesma matéria de direito, tenham decisões distintas, podem casar insegurança jurídica, violando a efetividade do processo justo. 7.2) Requisitos: a) multiplicidade de recursos versando idêntica questão de direito; b) seleção de dois ou mais recursos que representem a controvérsia como um todo; b.1) pelo Presidente do Tribunal local ou pelo órgão julgador. c) suspensão dos demais para aguardar fixação da tese. - A parte recorrente terá o prazo de 5 dias para manifestar-se sobre esse requerimento, cabendo agravo interno ou agravo de instrumento da decisão que o indeferir. - O requerimento será dirigido ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau; ao relator, se o processo estiver em tribunal de origem, ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso especial ou recurso extraordinário no tribunal de origem; ao relator, no tribunal superior, de recurso especial ou de recurso extraordinário cujo processamento houver sido sobrestado. - A decisão que resolver o requerimento caberá agravo de instrumento, se o processo estiver em primeiro grau e agravo interno, se a decisão for de relator. 7.3) Caso os recursos-pilotos não tenham a repercussão geral reconhecida, todos os afetados considerar-se-ão inadmitidos. 8) Fungibilidade recursal explicita entre o Resp/RE Art. 1032 CPC. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional. Parágrafo único. Cumprida a diligência de que trata o caput, o relator remeterá o recurso ao Supremo Tribunal Federal, que, em juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao Superior tribunal de justiça. - Em ambos os casos, não se faz necessário novo juízo de admissibilidade dos recursos que são convertidos, basta o mero encaminhamento ao outro tribunal superior. Art. 1033 CPC. Se o Supremo tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à constituição afirmada ao recuso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.
Compartilhar