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A HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL

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A HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
- Descobrimento ao Império
Falta de saneamento básico (doenças infectocontagiosas), medicina baseada no curandeirismo (indígenas e jesuítas), famílias ricas possuíam médicos que atendiam no domicílio, medicamentos importados e caros. 
Atividades de saúde executadas pelas Santa Casa de Misericórdia de origem filantrópica. A primeira foi criada no Brasil entre 1540 e 1549.
Ações do Estado: preocupação com a sanidade e higiene; afastar os riscos de disseminação de doenças; relação com o interesse econômico; saneamento dos portos brasileiros.
A inexistência de uma assistência médica estruturada, fez com que proliferassem pelo país os Boticários (farmacêuticos).
- República Velha (1889-1930) - Segunda metade do século XIX até segunda década do século XX
Doenças infecciosas: Febre amarela, Peste Bulbônica, Tuberculose e Varíola (Revolta da Vacina). A campanha de vacinas era realizada pelo ministério da justiça. Foi criado por Oswaldo Cruz (diretor do Departamento Nacional de Saneamento e Saúde) um verdadeiro exército de 1.500 pessoas que passaram a exercer atividades de desinfecção no combate ao mosquito, vetor da febre-amarela. A falta de esclarecimentos e as arbitrariedades cometidas pelos “guardas-sanitários” causam revolta na população. O modelo campanhista obteve importantes vitórias no controle das doenças epidêmicas, conseguindo inclusive erradicar a febre amarela da cidade do Rio de Janeiro, o que fortaleceu o modelo proposto e o tornou hegemônico como proposta de intervenção na área da saúde coletiva durante décadas.
Na reforma promovida por Oswaldo Cruz foram incorporados como elementos das ações de saúde: O registro demográfico, possibilitando conhecer a composição e os fatos vitais de importância da população; a introdução do laboratório como auxiliar do diagnóstico etiológico; a fabricação organizada de produtos profiláticos para uso em massa.
Criação do Instituto Soroterápico de Manguinhos, Departamento de Saúde Pública, da Polícia Sanitária e a realização de Campanhas de Saúde Pública. 
No RJ, morava perto do porto quem tinha condições financeiras, e quem não, morava na periferia, nos morros/periferias, sem saneamentos e organização urbana.
Aglomeração urbana (êxodo rural), indústria desenvolvida em condições precárias (greves, reivindicações pela legislação trabalhista e previdenciária iniciada por imigrantes da produção cafeeira). A partir desse cenário, em 1923, foi aprovado pelo Congresso Nacional a Lei Elói Chaves- 4.682/1923 e foram criadas as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPS). 
A lei deveria ser aplicada somente ao operariado urbano. Para que fosse aprovado no Congresso Nacional, dominado na sua maioria pela oligarquia rural foi imposta a condição de que este benefício não seria estendido aos trabalhadores rurais. Fato que na história da previdência do Brasil perdurou até a década de 60, quando foi criado o FUNRURAL.
CAPS: Organizados por empresa. O trabalhador tinha direito a: aposentadorias e pensões, serviços funerários, urgências e medicamentos, assistência por acidente de trabalho, assistência médica aos trabalhadores. Inicialmente feita pelos ferroviários, portuários e marítimos. Possuía TRÊS FONTES: 3% vencimento trabalhador; 1% renda bruta empresa e consumidores dos serviços. Quem não era dessa classe de trabalhadores pagava pelo atendimento médico privado, ou dependia das santas casas de misericórdia (atendimento filantrópico). Cabia ao Estado a realização das vacinas para não perder mão de obra e saneamento dos portos marítimos.
- Era Vargas + Pré- ditadura
Em 1930, comandada por Getúlio Vargas é instalada a revolução, que rompe com a política do café com leite, entre São Paulo e Minas Gerais, que sucessivamente elegiam o Presidente da República.
Marcado por mais centralismo do Estado. 
Os CAPS se tornaram Instituto de Aposentadorias e Pensões (IAPS), que eram autarquias federais, para cada categoria trabalhista. Por exemplo, eram criados hospitais dos bancários, dos comerciários, voltados para a cura e manter os trabalhadores saudáveis. Quem não tinha acesso aos IAPS, dependia do filantrópico. Financiamento por parte do Estado, empresas e trabalhadores. A saúde pública estava voltada ao combate as doenças transmissíveis. Em 1953 foi criado o ministério da saúde, por Getúlio Vargas. 
Orientação biomédica: centrada nos serviços hospitalares; ampliação dos serviços assistenciais privados contratados (fortalecimento do sistema privado de saúde). 
Em 1949 foi criado o Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (SAMDU) mantido por todos os institutos e as caixas ainda remanescentes.
Em 1960 foi promulgada a Lei Orgânica da Previdência Social, que veio estabelecer a unificação do regime geral da previdência social, destinado a abranger todos os trabalhadores sujeitos ao regime da CLT, excluídos os trabalhadores rurais, os empregados domésticos e naturalmente os servidores públicos e de autarquias e que tivessem regimes próprios de previdência.
- Ditadura Militar (1964-1985)
Os IAPS se transformam em Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) a partir da reforma previdenciária nessa época, no ano de 1965. Os INPS ainda eram de acordo com a categoria trabalhista, e se o indivíduo não fosse dessa categoria, ele poderia participar desse INPS se a sua contribuição fosse dobrada. O fato do aumento da base de contribuição, aliado ao fato do crescimento econômico da década de 70 (o chamado milagre econômico), do pequeno percentual de aposentadorias e pensões em relação ao total de contribuintes, fez com que o sistema acumulasse um grande volume de recursos financeiros.
Por não dar conta do número de usuários, o INPS financiava o setor privado (comercialização da saúde) para a ampliação de hospitais privados e comprava os serviços médicos particulares, concretizando o modelo assistencial hospitalocêntrico, curativista e médico centrado, que terá uma forte presença no futuro SUS. Desta forma, foram estabelecidos convênios e contratos com a maioria dos médicos e hospitais existentes no país, pagando-se pelos serviços produzidos (pró-labore), o que propiciou a estes grupos se capitalizarem, provocando um efeito cascata com o aumento no consumo de medicamentos e de equipamentos médico-hospitalares, formando um complexo sistema médico-industrial. Os recursos também passaram a ser utilizados com outros fins (como para a construção pública), fraudes. 
Levou a uma crise financeira e estrutural do sistema.
Em 1974, foi criado o MPAS (Ministério da Previdência e Assistência Social). Foi criado no seu interior o Instituto Nacional da Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS) em 1977. Acontecia ainda o financiamento da rede privada, com o pagamento máximo para serviços médicos (pacotes de serviços).
Em 1975 foi instituído no papel o Sistema Nacional de Saúde, que estabelecia de forma sistemática o campo de ação na área de saúde, dos setores públicos e privados, para o desenvolvimento das atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde. O documento reconhece e oficializa a dicotomia da questão da saúde, afirmando que a medicina curativa seria de competência do Ministério da Previdência, e a medicina preventiva de responsabilidade do Ministério da Saúde
Modelo assistencial em 1977: ainda excludente, privatista, hospitalocêntrico, curativista, centralizado. 
Movimento sanitário: ocorreu na década de 70 e teve grande participação popular. Brigava por um sistema universal, cura+ prevenção, descentralizado e com participação social. Influência de movimento internacionais como Alma Ata e Otawa. Associação de grupos de interesse: estudantes, profissionais de saúde, professores universitários, gestores de serviços de saúde. 
Em Brasília (1979), no 1° Simpósio Nacional de Política de Saúde, com promoção do Congresso Nacional, CEBES apresentou pela primeira vez, um projeto chamado "SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE". Neste período, mesmo não sendo possível mudanças, foi o início da divulgação de novas ideias. Surgiram sob influência desteprojeto os programas: PIASS (Programa de Interiorização das ações de Saúde e Saneamento): pelo Ministério da Saúde; PREV-Saúde: propunha ações dos cuidados básicos de saúde e a integração entre os Ministérios da Saúde e da Previdência
1981: CONASP (Conselho Consultivo de Administração de Saúde Previdenciária) para melhorar a qualidade da assistência e equilibrar as ações ofertadas à população urbana e rural.
O projeto Ações Integradas de Saúde (AIS) de 1983 deu início formal à participação popular, fortaleceu a ideia da municipalização e propôs a ação conjunta de quatro Ministérios (Interior, Saúde, Previdência e Educação). Em 1985, na vigência da AIS, o fim do regime militar e a implantação da chamada "Nova República” trouxeram para o país a perspectiva de reforma da Constituição.
- VIII Conferência Nacional de Saúde (1986)
Participação de usuários, formulação de um novo sistema de saúde (saúde como dever do estado e direito do cidadão, formulação do Sistema Nacional de Saúde, financiamento setorial), reformar conceito de saúde e legislação. 
A saúde como direito, em seu sentido mais abrangente, é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio-ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de terra e acesso a serviços de saúde. E, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar desigualdades nos níveis de vida.
Seu relatório final descreve todas as recomendações que passaram a constituir o projeto da Reforma Sanitária Brasileira.
Em 1987 surge o SUDS (Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde), que tinha como principais diretrizes a integralidade e a equidade, descentralização, democratização e implementação de distritos sanitários. Passagem de recurso do Estado aos governos estaduais e municípios.
- Constituição de 1988 (definição do SUS)
A CF não traz os princípios do SUS.
Aplica que a saúde é um direito de todos e um dever do estado, cria um sistema único e organizado, determina suas diretrizes, financiamento e gestão. 
Art. 196: a saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante política sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos, e ao acesso universal e igualitário as ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. 
Art. 197: são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao poder público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação e fiscalização e controle. Devendo sua execução ser feita diretamente o através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 198: as ações dos serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I. Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II. Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III. Participação da comunidade
Financiamento do SUS (art. 198): recursos da união, recursos dos estados, recursos do DF, recursos dos municípios, recursos de outras fontes, recursos do orçamento da seguridade social.
Art. 199: assistência saúde é livre à iniciativa privada. Instituições privadas poderão participar de forma complementar do SUS segundo suas diretrizes, mediante contrato de direito público ou convênio. Tendo preferência as entidades filantrópicas e sem fins lucrativos.
É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no país, salvo nos casos previstos em lei. 
Competências do SUS (art. 200):
I. controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II. executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
III.ordenar a formação de recursos humanos na área da saúde;
IV.participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V.incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
VI.fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem com bebidas e águas para consumo humano;
VII.participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VII.colaborar na produção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

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