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Vitória da Conquista - BA 2018 Aula Adaptada e Revisada (2017) UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE – IMS CAMPUS ANÍSIO TEIXEIRA – CAT Exame Físico de Pele e Anexos Bárbara Cabral de Sousa Enf.ª Dr.ª em Saúde Coletiva UFC Plano de aula 1. Apresentação e dinâmica ( Instagram “Faça uma pergunta para mim”: Pele e anexos) 2. Pele: conceito, anatomia e fisiologia 3. Divisão e estruturas anexas 4. Função da pele 5. Propedêutica, anamnese e histórico de enfermagem 6. Exame físico 7. Lesões: vasculares, manchas, planas, secundárias, sólidas, de conteúdo liquido, fâneros etc. PELE Maior órgão do corpo humano; Corresponde a 16% do corpo; Cobre uma área de cerca de 2m2 ; Com peso de 4 Kg (6% do peso corporal) Pode conter até 1,8L de sangue em seus vasos. DIVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA EPIDERME: Camada externa de células epiteliais pavimentosas estratificadas; Barreira externa da pele; Rica em melanócitos. DERME: Tecido conjuntivo, Fibras de colágeno e elastina, de sangue e de vasos linfáticos, nervos, glândulas sudoríparas, sebáceas e raízes pilosas, fibroblastos. Sustenta a epiderme. DIVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA HIPODERME ou TECIDO SUBCUTÂNEO Tecido adiposo (isolante térmico), Fixação de músculos e ossos. DIVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DIVISÃO E ESTRUTURA DOS ANEXOS São estruturas que se invaginam da epiderme ou derme; PÊLOS, GLÂNDULAS SEBÁCEAS, SUDORÍPARAS E UNHAS; A estrutura geral obedece a um padrão básico, porém, a distribuição varia de acordo com diferentes regiões. ESTRUTURA DOS ANEXOS : PÊLOS Estruturas queratinizadas ; As células que recobrem a raiz do pêlo são chamadas de melanócitos e queratinócitos ; Pêlos terminais (longos, ásperos,espesso)- couro cabeludo, axilas, região pubiana, barba; Velo (finos, macios e delicados)- cobrem o corpo exceto palma das mãos e planta dos pés. Funções: Proteção dos olhos (supercílios e cílios), nariz e orelhas, além de ajuda a regular a temperatura corpórea. Responsáveis pela produção de suor que, além de eliminar produtos tóxicos provenientes do metabolismo celular, contribuem com termorregulação. ESTRUTURA DOS ANEXOS : GLÂNDULAS SUDORÍPARAS ESTRUTURA DOS ANEXOS : GLÂNDULAS SUDORÍPARAS Glândulas sudoríparas merócrinas: tubulosas simples e seus ductos se abrem diretamente na superfície da pele. Estão espalhadas por todo o corpo. Glândulas sudoríparas autócrinas: seus ductos desembocam no folículo piloso. São estruturas especializadas, se localizam nas axilas, regiões perianal e pubiana e na auréola mamária. Estão presentes na derme e hipoderme. ESTRUTURA DOS ANEXOS : GLÂNDULAS SEBÁCEAS Glândulas sebáceas: secretam uma substância oleosa, rica em colesterol e triglicerídeos. Hidratante natural da pele, mantendo sua textura e flexibilidade do pêlo e auxilia na termorregulação. ESTRUTURA DOS ANEXOS : UNHA São placas queratinizadas que crescem nas superfícies dorsais das falanges terminais dos dedos; Protegem de golpes e agressões; Amplificadores sensoriais. QUAL A FUNÇÃO DA PELE? Excreção- Absorção Protetora FUNÇÃO DA PELE Preservação do meio interno; Lubrificação de superfície cutânea,odor; Absorção de agressões físicas externas; Pressão; Fricção; Metabólica Expressão Síntese de vitamina D; Reserva nutricional e energética; Órgão de expressão Vasodilatação: vergonha; Vasoconstricção: medo; Sudorese: ansiedade FUNÇÃO DA PELE FUNÇÃO DA PELE Termorreguladora Aspecto psicossocial; Cicatrização Identificação PROPEDÊUTICA DA PELE Unhas; Explorações O processo diagnóstico implica em: Anamnese; Exame físico; Toda a pele; Mucosas; Pêlos; complementares; O diagnóstico se baseia fundamentalmente na morfologia das lesões; O exame físico é o ponto mais importante. ANAMNESE GERAL Idade, sexo, raça; Procedência geográfica; Estação do ano; Ocupação; Nível sócio-econômico; Antecedentes patológicos; ESPECÍFICO Motivo da consulta; Padrão de evolução temporal; Padrão de extensão ou evolução espacial; Sintomas associados; Uso de medicações; Resposta ao tratamento; HISTÓRICO DE ENFERMAGEM Alterações cutâneas prévias (ressecamento, prurido, feridas, erupções cutâneas, nódulos, alterações de cor, textura, odor, lesões que não tenham cicatrizado). Etiologia: frio, calor, estresse, exposição a material tóxico, etc. Questionar a respeito de banhos e sabonetes com baixa hidratação. Uso de medicações tópicas Familiares com distúrbios cutâneos graves (Câncer de pele, psoríase) Exposição ocupacional (alcatrão, derivados do petróleo, cimento) Alopécia HISTÓRICO DE ENFERMAGEM EXAME FÍSICO CONDIÇÕES NECESSÁRIAS Iluminação natural; Desnudamento das partes a serem examinadas; Conhecer previamente os procedimentos semiotécnicos; Luvas descartáveis ( se presença de rupturas na pele, ou lesões úmidas, ou que estejam drenando, ou pediculose, ou lesão no couro cabeludo). EXAME FÍSICO PROPEDÊUTICA PALPAÇÃO: dígitopressão compressão INSPEÇÃO : da lesão; de toda a pele; das mucosas; dos anexos; OLHAR: Forma Borda Cor Localização Tamanho Superfície PALPAR: Textura Dura/mole Úmida/seca Móvel/aderida Superficial/profunda Fria/quente Dolorosa/indolor EXAME DA PELE : COR Palidez: Resultante da vasoconstricção de vaso periférico, ou diminuição da Hb (anemia). A palidez causada em hipovolemia é chamada Lividez cutânea (choque hipovolêmico). Cianose: Arrocheamento em extremidades, lábios e lóbulo da orelha ocorre quando há diminuição de oxigênio e aumento de gás carbônico. EXAME DA PELE : COR Icterícia: Processo de hemólise , coloração amarela devido a presença de bilirrubina nos tecidos. EXAME DA PELE : COR Perda da pigmentação: Distúrbio congênito ou auto- imune, provocando a falta de pigmento. Ex: vitiligo e albinismo. EXAME DA PELE : COR Níveis de acometimento das camadas da pele Causas Local e Extensão Duração Sinais flogísticos Características do tecido acometido EXAME DA PELE : CONTINUIDADE Varia de acordo com a temperatura do ambiente Normalmente, deve ter mínimo de perspiração e oleosidade. Técnicas utilizadas: inspeção estática e palpação. Método mais adequado: polpas digitais e palmas das mãos. EXAME DA PELE : UMIDADE Avalia-se deslizando-se as polpas digitais sobre a superfície cutânea. Classifica-se em: Textura normal Pele fina e lisa: idosos, edema recente. Pele áspera Pele enrugada: idosos, após emagrecimento, pós edema EXAME DA PELE : TEXTURA Elasticidade: capac idade do tegumento se estender, quando tracionado (técnica: pinça). Classificação: normal; hiperelástica (síndrome de Ehlers- Danlos); hipoelástica. EXAME DA PELE : ELASTICIDADE Mobilidade: capacidade da pele se movimentar sobre os planos profundos (técnica: mão espalmada). Classificação: normal; diminuída ou ausente; aumentada. EXAME DA PELE : MOBILIDADE TURGOR: Estado de hidratação. Indica a quantidade de água nas células epiteliais. (Técnica: pinça). Observa-se a facilidade com que a pele se move e volta ao seu lugar. EDEMA: Pode ser localizado, regionalizado ou generalizado (anasarca). Teste de Godet ou Cacifo.(Técnica: dígitopressão por 5 segundos)+1(2mm); +2 (4mm); +3 (6mm); +4 (8mm). EXAME DA PELE : TURGOR E EDEMA Dolorosa: pesquisa-se com a ponta de agulha romba ou monofilamentos (hipoalgesia, analgesia, hiperalgesia). Tátil: pesquisa-se com algodão (hipoestesia, anestesia, hiperestesia). Térmica EXAME DA PELE : SENSIBILIDADE LESÕES CUTÂNEAS Primárias: manifestação espontânea de um processo patológico. Ex.: vesícula decorrente de uma picada de inseto Secundárias: resultante de uma formação tardia ou trauma secundária à lesão primária. Ex.:úlcera por pressão LESÕES ELEMENTARES PRIMÁRIAS Mácula Mancha Pápula Placa Nódulo Vesícula Bolha Pústula Tumor SECUNDÁRIAS Escama Crosta Escara Erosão Escoriação Fissura Úlcera Cicatriz LESÕES PLANAS: MÁCULAS E MANCHAS Consistem em alterações DA COR DA PELE, SEM RELEVO OU DEPRESSÃO; Classificam-se em vasculosanguínea e pigmentares. LESÕES PLANAS: MÁCULAS E MANCHAS Mácula: alteração achatada, não palpável, < 1 cm. Ex.: sarda. Mancha: planas, irregulares e medem > que 1 cm (cerca de 2 cm). VASCULARES TRANSITÓRIAS ERITEMA: Avermelhado e secundário a vasodilatação de arteríolas, desaparece à dígito ou vitropressão. Vasculares transitórias ENANTEMA: Eritema em mucosa Vasculares transitórias EXANTEMA: Eritema disseminado, agudo e de curta duração Vasculares transitórias ERITRODERMIA: Eritema disseminado, detendo à cronicidade, com posterior descamação VASCULARES PERMANENTES TELANGIECTASIA Dilatação de pequenos vasos da derme VASCULARES PERMANENTES ANGIOMAS Mal formação ou neoplasias de vasos MANCHAS SANGUÍNEAS PÚRPURA Extravasamento de hemácias, não desaparece à dígito ou vitropressão. PETÉQUIAS Púrpura punctiforme, lesão < 1cm. MANCHAS SANGUÍNEAS EQUIMOSE Púrpura com mais de 2mm MANCHAS SANGUÍNEAS VÍBICE Púrpura linear MANCHAS SANGUÍNEAS MANCHAS OU MÁCULAS PIGMENTARES Dependem do aumento, da diminuição ou ausência de melanina. São denominadas: HIPERCRÔMICAS. Ex. Cloasma gravídico Queimadura secundária à exposição solar e a agentes químicos. MANCHAS OU MÁCULAS PIGMENTARES MANCHAS HIPOCRÔMICAS EX. hanseníase indeterminada MANCHAS OU MÁCULAS PIGMENTARES ACRÔMICA EX. VITILIGO LESÕES ELEMENTARES SÓLIDAS PÁPULA: Elevação palpável circunscrita, < 0,5 mm. Não deixa cicatriz, pode atingir, epiderme e derme . LESÕES ELEMENTARES SÓLIDAS PLACA Lesão circunscrita , elevada , superficial e sólida, c / + de 0,5 cm . Formada pela confluência de pápulas. LESÕES ELEMENTARES SÓLIDAS NÓDULO Lesão sólida de 1 a 3 cm, elevada ou apenas palpável, pode atingir a hipoderme. LESÕES ELEMENTARES SÓLIDAS NODOSIDADE ou TUMOR Nódulo c /+ de 3 cm LESÕES ELEMENTARES SÓLIDAS VERRUCOSIDADE Lesão endurecida, elevada, amarelada, c / superfície irregular. LESÕES ELEMENTARES SÓLIDAS VEGETAÇÃO Aspecto de “couve-flor”, friável LESÕES ELEMETARES DE CONTEÚDO LÍQUIDO Podem conter SEROSIDADE, SANGUE, P US VESÍCULA Tem menos de 0,5 cm Ex. Doença de mão, pé e boca Ex. Herpes zoster LESÕES ELEMETARES DE CONTEÚDO LÍQUIDO BOLHAS Tem mais de 0,5 cm Ex. Epidermólise bolhosa LESÕES ELEMETARES DE CONTEÚDO LÍQUIDO PÚSTULA Coleção visível de pus, podendo ser de causa infecciosa ou estéril Ex. Impetigo estafilocócico LESÕES ELEMETARES DE CONTEÚDO LÍQUIDO ABCESSO Coleção purulenta profunda, com sinais flogísticos. LESÕES ELEMETARES DE CONTEÚDO LÍQUIDO HEMATOMA Coleção de sangue em camada profunda. ESCORIAÇÃO Perda produzida por trauma, geralmente após ato de coçar, de cair, é superficial e linear, podendo ser profunda. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES SECUNDÁRIAS LIQUENIFICAÇÃO Espessamento da epiderme com acentuação dos sulcos, devido a prurido crônico. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES SECUNDÁRIAS ALTERAÇÕES DE ESPESSURA URTICA OU PONFO Espessamento fugaz e pruriginoso por acúmulo de líquido na derme ou hipoderme, por mecanismo de liberação de histamina. ALTERAÇÕES DE ESPESSURA ESCLEROSE Endurecimento da pele devido a infiltração e modif icação nas fibras colágenas, de consistência firme e de difícil pregueamento. Ex. Esclerodermia ALTERAÇÕES DE ESPESSURA ATROFIA Diminuição da espessura da pele por redução dos elementos celulares. Gravidez, queimadura, obesidade. PERDAS E REPARAÇÃO TECIDUAL EXULCERAÇÃO Perda limitada à epiderme Impetigo estafilocócico PERDAS E REPARAÇÃO TECIDUAL ULCERAÇÃO Perda que pode atingir a derme, hipoderme ou o músculo. PERDAS E REPARAÇÃO TECIDUAL CROSTA Produto de ressecamento de exsudato seroso, purulento ou hemático. PERDAS E REPARAÇÃO TECIDUAL CICATRIZ Produto de reparação de perda da pele, com substituição por tecido fibroso. Avaliação dos Fâneros: Cabelos e Pêlos Fâneros: Prolongamentos visíveis da pele: cabelos, pêlos e unhas. Estão presentes por toda superfície corpórea, exceto palmas das mãos e regiões plantares. Avaliação dos Fâneros: Cabelos e Pêlos INSPECIONAR E AVALIAR: Distribuição, quantidade, textura e implantação dos pêlos: homem e mulher e fases do ciclo vital. Padrão de sujidade. Avaliação dos Fâneros: Cabelos e Pêlos Pêlo: verificar o aspecto e a presença de obstrução do folículo piloso. Alopécia: Pode ser fisiológica, hormonal ou efeito colateral de medicamentos. Tricotilofagia: pessoas que comem cabelo. Avaliação dos Fâneros: Cabelos e Pêlos Hipertricose ou hirsutismo: proliferação anormal de pêlos em locais fora da implantação habitual. Hipotricose: diminuição da quantidade de pêlos em todo o corpo. Avaliação dos Fâneros: Unhas Reflete o estado geral do paciente, estado de nutrição, ocupação e o nível de auto-cuidado. Deve-se inspecionar: Coloração do leito ungueal Limpeza Comprimento e espessura Ângulo entre a unha e o leito ungueal Características da placa ungueal Linhas de Beau: são depressões transversais que se estendem até o leito ungueal → Desnutrição (zinco, proteínas), anemia e traumas. Coiloníquias: unhas finas e com bordas laterais elevadas (unhas de colher – forma côncava) → Anemia, infecções e desnutrição. Avaliação dos Fâneros: Unhas Onicólise: afrouxamento da placa ungueal → Psoríase, dermatite de contato, hipertireóidismo e infecções fúngicas. Paroníquia: inflamação dolorosa, edemaciada e eritematosa do leito ungueal → Infecções bacterianas. Avaliação dos Fâneros: Unhas Unhas de Terry: faixas transversais brancas que cobrem as unhas → Hipoalbuninemia. Unhas hipocráticas: aumento do volume da extremidade dos dedos, em baqueta de tambor, empurram a base da unha para cima –relacionada a problemas pulmonares ou cardíacos; Avaliação dos Fâneros: Unhas Leuconíquia – (branco) anomalia no leito ungueal – cirrose hepática, insuficiência renal, trauma - unha meio a meio. Melanoníquia: a lâmina ungueal adquire coloração acastanhada, podendo ser em faixa ou estriada. Pode ser devido a raça, drogas, nevo melanocítico ou melanoma maligno (câncer). Avaliação dos Fâneros: Unhas Onicocompulsão – pessoas que cutucam as unhas a todo o momento, com qualquer material até machucar. Onicofagia – pessoas que roem unhas ou por ansiedade, nervosismo, stress. Avaliação dos Fâneros: Unhas REFERÊNCIASBarros, Alba Lucia Botura Leite de. Anamnese e exame físico : avaliação diagnóstico de enfermagem no adulto. 3 ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2016. NETTINA, Sandra M. Prática de Enfermagem. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Porto. Celmo Celeno. Semiologia Médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
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