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FARMACOLOGIA BÁSICA

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Disciplinas Digitais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Farmacologia Básica/ Farmacologia Geral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
Disciplinas Digitais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Farmacologia Básica/ Farmacologia Geral 
Professora Dra. Vivian Taís Fernandes Cipriano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Apresentação do docente 
 
A professora Vivian Taís Fernandes Cipriano é bacharel em Farmácia-Bioquímica pela 
UNESP- SP (2005) Mestre em Bioquímica e Doutora em Genética pela USP – SP (2013). 
Desde 2013 é docente no ensino superior incluindo graduação e pós-graduação, passando 
pelas disciplinas de farmacologia básica, farmacologia clínica, farmacologia aplicada, 
genética, metodologia científica, patologia e fisiologia humana. Adicionalmente, é 
coordenadora da Escola de Saúde da Faculdade LS, estando à frente especificamente dos 
cursos de farmácia e biologia. Ao longo de sua trajetória na pesquisa tem adquirido 
experiências internacionais em cursos, apresentação de trabalhos em Congressos e atuado 
como pesquisadora visitante em países como Canadá, Espanha e Estados Unidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
S​UMÁRIO 
 
 
Conversa inicial​ ........................................................................... 
 
Aula 01 
Introdução e princípios gerais da farmacologia: farmacocinética e farmacodinâmica. 
 
Aula 02 
Formas farmacêuticas e vias de administração 
 
Aula 03 
Farmacologia do sistema nervoso autônomo e do sistema nervoso central (psicotrópicos e 
anestésicos) 
 
Aula 04 
Farmacologia do sistema cardiovascular e diuréticos 
 
Aula 05 
Farmacologia do sistema gastrointestinal 
 
Aula 06 
Farmacologia dos medicamentos hipo e hiperglicemiantes 
 
Aula 07 
Antiinflamatórios não esteroides e anti-inflamatórios esteróides 
 
Aula 08 
Farmacologia dos antivirais, antifúngicos, antiparasitários e antibióticos 
 
 
 
 
 
 
 
Conversa Inicial 
5 
 
 
Prezado(a) aluno (a): 
 
Seja bem-vindo à disciplina de Farmacologia Geral/ Farmacologia Básica. 
Primordialmente, o objetivo dessa disciplina é que entenda o que é farmacologia e sua 
importância para o universo de profissionais da saúde. Ao longo das explanações, será 
capaz também de compreender as ações do organismo sobre o medicamento 
(farmacocinética) e as ações do medicamento sobre o organismo (farmacodinâmica). 
Adicionalmente, a proposta desta disciplina é que você consiga discorrer a respeito da 
farmacologia das drogas que interferem no sistema nervoso periférico parassimpático, 
simpático e sistema nervoso central, incluindo os psicotrópicos e os medicamentos 
anestésicos. 
Além disso, adentraremos nas classes farmacológicas dos sistemas cardiovascular e 
gastrointestinal e aprenderemos sobre a farmacologia dos medicamentos que atuam como 
hipo e hiperglicemiantes; entenderemos o mecanismo de ação dos anti-inflamatórios não 
esteroides e anti-inflamatórios esteroides (também conhecidos como corticoides) e, por fim, 
caro aluno, você também aprenderá sobre a farmacologia dos medicamentos antivirais, 
antifúngicos, antiparasitários e antibióticos. 
 
 
 
Bons estudos! 
 
 
AULA 01 
 
Introdução e princípios gerais da farmacologia: farmacocinética e 
farmacodinâmica. 
 
Prezado(a) aluno(a), nesta primeira aula você terá uma visão geral sobre 
os conceitos de Farmacologia e os seus principais fundamentos teóricos. 
Poderá ainda conhecer a importância da diferença entre os termos mais 
utilizados na farmacologia como remédio, fármaco, medicamento, droga e 
princípio ativo. Ainda poderá compreender detalhadamente o funcionamento de 
um medicamento no organismo, por meio da compreensão de sua 
farmacodinâmica (efeitos gerados pelo fármaco) e farmacocinética (caminho 
percorrido pelo fármaco). Ao final da aula, você terá acesso a indicações de 
vídeos e outros conteúdos que complementam seu estudo. 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
Ao término desta aula você será capaz de: 
● Conhecer as principais definições relacionadas à farmacologia; 
● Compreender as especificidades de cada uma das diferentes áreas 
abrangidas pela farmacologia; 
● Definir e entender o funcionamento da farmacodinâmica e da 
farmacocinética. 
 
Seções de Estudo 
 
1. Introdução à farmacologia 
2. Princípios gerais da farmacologia 
3. Farmacodinâmica 
4. Farmacocinética 
7 
 
 
A Farmacologia é uma ciência antiga, a qual é definida, em linhas gerais, pelo estudo 
dos fármacos (fármaco designa qualquer composto químico que seja utilizado para fins 
medicinais). Essa ciência surgiu a partir da necessidade do ser humano em encontrar 
formas que pudessem erradicar ou minimizar os efeitos das doenças. Os primeiros 
farmacologistas tinham como material para suas pesquisas as substâncias naturais, 
extraídas de plantas, ramo que hoje é denominado fitoterapia. 
No início, o alivio da dor, de doenças, e sintomas era muito vinculado à magia, 
crenças religiosas e superstição. Nesse contexto, a farmacologia começou a ser 
reconhecida como ciência verdadeiramente na segunda metade do século XIX em 
universidades alemãs, expandindo-se posteriormente, após 1930 para os Estados Unidos e 
restante da Europa. 
Dentre os aspectos inerentes e imprescindíveis à farmacologia, alguns conceitos 
precisam ser entendidos e diferenciados. Dentre eles, destacam-se: medicamento, droga, 
fármaco, princípio ativo e remédio. Você sabe a diferença entre eles? 
 
Droga ​versus​ fármaco versus princípio ativo 
Entende-se como droga: qualquer substância que proporcione alguma alteração no 
funcionamento do organismo por ações químicas, sendo essa alteração benéfica ou não, de 
forma intencional ou não. Os efeitos benéficos causados pelas drogas são estudados pela 
farmacologia, enquanto os efeitos maléficos são objetos de estudo da toxicologia. E o 
fármaco? O que é? 
O fármaco é uma droga que tem uma estrutura química definida e, devido a imensos 
estudos, sua finalidade é proporcionar efeitos benéficos ou terapêuticos como por exemplo, 
cessar a dor ou a inflamação. 
Outro conceito diretamente trabalhado na farmacologia é o Princípio Ativo: substância 
química principal responsável pela ação farmacológica, terapêutica do medicamento. Podem 
haver mais de um princípio ativo na composição de um medicamento 
 
 
Medicamentos 
Conforme preconizado pela Lei no. 5.991, de 17/12/1973, o Medicamento é um 
“produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, 
paliativa ou para fins de diagnóstico”. Ou seja, é uma forma farmacêutica terminada que 
contém o fármaco, geralmente em associação com adjuvantes farmacotécnicos. E o que é 
8 
 
um adjuvante farmacotécnico? Um adjuvante farmacotécnico​ é a matéria prima adicionada 
ao composto farmacêutico, seja ele um comprimido, um xarope, uma drágea, uma pomada; 
o qual favorece as características organolépticas do medicamento, servindo para dar sabor, 
cheiro ou cor. Facilita também a ação do composto farmacêutico (fórmula farmacêutica). 
Ainda com relação aos medicamentos, tem-se o medicamento referência, medicamento 
genérico e medicamento similar. 
O Medicamento de referência é definido como: “medicamento inovador registrado no 
órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, 
segurança equalidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal 
competente, por ocasião do registro” (Lei no- . 9.787, de 10/2/1999). 
Os medicamentos genéricos são: “medicamento similar a um produto de referência ou 
inovador, que se pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a 
expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, 
comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado pela DCB ou, na sua 
ausência, pela DCI” (Lei no- . 9.787, de 10/2/1999). 
Com relação ao medicamento similar, é: “aquele que contém o mesmo ou os mesmos 
princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de 
administração, posologia e indicação terapêutica, e que é equivalente ao medicamento 
registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em 
características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, 
rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou 
marca. (Redação dada pela MP 2.190-34, de 23 de agosto de 2001)” (Lei no- . 9.787, de 
10/2/1999). (figura 1) 
Nas suas formulações, os medicamentos podem ser divididos em duas classes, de 
acordo com o processo de fabricação: manipulados ou industrializados. O industrializado é 
fabricado através de maquinários e fórmulas fechadas e em grande escala. Já o manipulado 
é feito de forma mais artesanal, pois a fórmula do medicamento é fabricada de acordo com a 
necessidade do paciente prescrita pelo profissional habilitado, como nutricionista, médico, 
fisioterapeuta, farmacêutico dentre outros. 
 
 
9 
 
 
Figura 1: representação diferenciando os tipos de medicamentos: referência, similar e 
genérico. Fonte: “Referência, genérico ou similar?” Disponível em 
<​https://www.youtube.com/watch?v=o9bYz0SxTe0​> 
 
Remédio 
O remédio ​é um termo mais amplo, aplicado a todos os recursos terapêuticos 
utilizados para combater doenças ou sintomas, podendo ser incluídos como remédio: 
repouso, psicoterapia, fisioterapia, acupuntura, cirurgia... Ou seja, existem situações 
patológicas em que não há necessidade de utilizar medicamentos; um remédio já pode fazer 
efeito. 
Para se conhecer perfeitamente a função e mecanismo de ação dos fármacos (ou 
seja, a maneira como agem no organismo), a farmacologia foi subdivida em algumas áreas 
de extrema importância, a saber: toxicologia, fitoterapia, farmacodinâmica e farmacocinética. 
Como já foi dito brevemente, a toxicologia ​tem como objeto de estudo os efeitos 
adversos das substâncias químicas sobre os organismos, como por exemplo, das drogas. A 
fitoterapia é destinada à produção de ​medicamentos cuja matéria-prima é exclusivamente de 
origem vegetal​. É importante observarmos que fitoterapia não é a mesma coisa que plantas 
medicinais. As plantas medicinais são definidas quando há o consumo de chás, infusões, 
sucos, macerados, etc​. Já a fitoterapia ocorre quando se tem o uso da planta medicinal de 
maneira industrial​, para a obtenção de um medicamento (figura 2). Mais importante ainda é 
a informação de que substâncias fitoterápicas e que as plantas medicinais também podem 
gerar efeitos adversos, diferentemente do que a maior parte a população imagina. 
https://www.youtube.com/watch?v=o9bYz0SxTe0
10 
 
 
Figura 2. Representação da diferença entre fitoterapia (medicamento formulado) e plantas 
medicinais (vegetais macerado). Fonte: “Diferença entre fitoterapia e plantas medicinais”. 
Disponível em 
<​https://dicasdemassagem.com/diferenca-entre-fitoterapia-e-plantas-medicinais​>. 
 
Farmacodinâmica 
Quando administrado, um fármaco pode ter sua ação dividida em três fases: fase 
farmacêutica, fase farmacocinética e fase farmacodinâmica (figura 3). Na fase farmacêutica, 
ocorre a desintegração do medicamento e, posteriormente, sua dissolução. A fase 
farmacocinética abrange o percurso que o medicamento faz dentro do organismo após ser 
desintegrado (são eles: absorção, distribuição, metabolismo e excreção). A fase 
farmacodinâmica está relacionada com a interação do fármaco com seu alvo celular em 
determinado órgão/ sistema do indivíduo e a consequente produção dos efeitos terapêuticos 
e/ou adversos resultante dessa interação. 
 
 
Figura 3. Fases importantes da ação de fármacos, após sua administração. Fonte: Pereira, 
2007. 
 
 
Utiliza-se, portanto, o termo farmacodinâmica para descrever os efeitos de um 
fármaco no corpo. O estudo da farmacodinâmica baseia-se no conceito da ligação do 
fármaco ao receptor. Quando um fármaco ou um ligante endógeno (por exemplo, um 
https://dicasdemassagem.com/diferenca-entre-fitoterapia-e-plantas-medicinais
11 
 
hormônio ou um neurotransmissor) liga-se a seu receptor (figura 4), ocorre uma resposta 
como consequência dessa interação de ligação. 
 
 
 
 
 
Figura 4. Representação da ligação de substâncias químicas (fármaco) no receptor celular 
de maneira específica. Fonte: Pereira, 2007. 
 
Os fármacos podem atuar de maneira específica, ou seja, somente um tipo de 
receptor celular pode reconhecê-lo, ligar-se a ele e assim desencadear uma resposta (figura 
4) ou inespecífica (vários tipos de receptores celulares podem reconhecê-lo, ligar-se a ele e 
assim desencadear uma resposta em vários tipos celulares). Obviamente, espera-se que o 
fármaco inespecífico apresente mais reações adversas do que o específico, por gerar mais 
respostas em mais células. 
Adicionalmente, os fármacos podem interagir com: Enzimas, Proteínas Carregadoras, 
Canais Iônicos e Receptores. Todas essas interações promovem resultados, em diferentes 
proporções, a depender da terapêutica almejada. Ao ocuparem receptores celulares, os 
fármacos podem atuar como Agonistas (ligam-se aos receptores ativando-os, aumentando a 
resposta celular) ou Antagonistas (ligam-se aos receptores sem ativá-los ou impedem que 
um agonista se ligue ao receptor) - Figura 5. 
 
12 
 
 
Figura 5. Representação da ação agonista e antagonista do fármaco no receptor celular. 
Fonte: “Princípios farmacodinâmicos”. Disponível em < 
https://www.ufjf.br/farmacologia/files/2015/03/Farmacodina%cc%82mica-2015-PDF.pdf> 
 
 
Os fármacos que atuam por interação em receptores, podem agir em receptores: 
Enzimáticos, Receptores acoplados à Canais Iônicos (Inotrópicos), Receptores acoplados à 
Proteína G (Metabotrópico) e Receptores Nucleares (Figuras 6 – 9). 
 
 
Figura 6. Representação de um fármaco (no caso, um hormônio, atuando em um receptor 
enzimático, ativando a enzima. Fonte: “Princípios farmacodinâmicos”. Disponível em < 
https://www.ufjf.br/farmacologia/files/2015/03/Farmacodina%cc%82mica-2015-PDF.pdf> 
 
13 
 
 
Figura 7. Representação de um fármaco (no caso, um hormônio, atuando acoplado a um 
canal iônico, abrindo-o. Fonte: “Princípios farmacodinâmicos”. Disponível em < 
https://www.ufjf.br/farmacologia/files/2015/03/Farmacodina%cc%82mica-2015-PDF.pdf> 
 
 
Figura 8. Representação de um fármaco, atuando em um receptor acoplado à proteína G, 
ativando-a. Fonte: “Princípios farmacodinâmicos”. Disponível em < 
https://www.ufjf.br/farmacologia/files/2015/03/Farmacodina%cc%82mica-2015-PDF.pdf> 
 
14 
 
 
Figura 9. Representação de um fármaco atuando em um receptor nuclear, influenciando 
portanto, na síntese deproteínas. Fonte: “Princípios farmacodinâmicos”. Disponível em < 
https://www.ufjf.br/farmacologia/files/2015/03/Farmacodina%cc%82mica-2015-PDF.pdf> 
 
Uma vez que a droga é distribuída por todo o organismo através da corrente 
sanguínea, tendo acesso a todos os tecidos, sua ação se dará exclusivamente no local onde 
existir os receptores específicos que a droga apresenta afinidade. Fármacos que são 
inespecíficos apresentam ações também mais inespecíficas, o que aumenta a sua 
possibilidade de maiores efeitos adversos. Não devemos confundir efeitos adversos com 
efeitos colaterais: O primeiro se refere a um efeito colateral indesejado. Denomina-se efeito 
colateral como um efeito diferente daquele considerado como principal por um fármaco, 
podendo ser benéfico ou não. A maneira pela qual o medicamento age no organismo, para 
que o resultado seja alcançado, seja ele positivo ou negativo é denominada mecanismo de 
ação. 
A ação do fármaco com o receptor celular no organismo pode resultar em: 
Dessensibilização (diminuição gradual do efeito de uma droga quando administrada de 
modo contínuo ou repetidamente), Tolerância (redução mais gradual na resposta a um 
fármaco, em dias ou semanas), Taquifilaxia (redução rápida e aguda na resposta a um 
fármaco) ou Hipersensibilidade (estado de maior efeito de droga em comparação ao efeito 
na maioria dos indivíduos. Geralmente designa respostas alérgicas). 
 
 
 
 
Farmacocinética 
 
15 
 
Agora que você já aprendeu sobre farmacodinâmica, vamos adentrar na 
farmacocinética. A farmacocinética é o estudo do desenvolvimento temporal dos processos 
de absorção, distribuição, metabolização ou biotransformação e excreção dos fármacos 
(figura 10), que acontecem em sequência e simultaneamente, e que determinam uma curva 
concentração-tempo. 
 
 
Figura 10. Resumo sobre as etapas da farmacocinética. Fonte: Pereira Gabriel, 2020. 
 
Os parâmetros farmacocinéticos de maior relevância são: o pico plasmático, que 
representa a concentração máxima (Cmax); a meia-vida (t1/2), que é o tempo que uma 
droga leva para reduzir sua concentração plasmática à metade, independe da dose 
administrada; e a área sob curva (AUC, do inglês área under the curve), que representa a 
medida fiel da quantidade da droga que penetra no sangue (figura 12). 
Uma outra ​importante variável a ser considerada na farmacocinética de um fármaco é 
o metabolismo de primeira passagem (também conhecido como efeito de primeira 
passagem), o qual acontece no fígado, quando a ​concentração​ do fármaco é 
significantemente reduzida, e o mesmo torna-se mais inativo antes de atingir ​a circulação 
sanguínea. 
 
 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Concentra%C3%A7%C3%A3o
16 
 
 
Figura 12. Representação dos parâmetros farmacocinéticos: CMAX, ASC. Finte: Fonte: 
adaptado de ANVISA 
 
Assim, ​após um fármaco ser ingerido, ele é absorvido pelo ​sistema digestivo​ e entra 
no ​sistema porta hepático​. Posteriormente, o fármaco é carregado para o fígado pela veia 
porta. Essa primeira passagem do fármaco pelo fígado, e metabolização pelo órgão, diminui 
sua disponibilidade. Existem no entanto, vias de administração de medicamentos 
alternativas, que impedem esse chamado “efeito de primeira passagem”, pelas quais o 
fármaco é absorvido diretamente para o sangue como as vias ​intravenosa​, ​intramuscular​, 
transdérmica e ​sublingual​. 
Juntamente com os parâmetros já explanados, o volume de distribuição (Vd) e o 
clearance dos fármacos também são índices considerados na terapêutica, pois as condições 
fisiopatológicas do paciente podem alterá-los, tornando necessário o ajuste de dose do 
medicamento, por exemplo. Alguns fármacos precisam se ligar a proteínas plasmáticas para 
circularem no organismo, influenciando diretamente no desfecho clínico do paciente 
também. Adicionalmente, propriedades físico-químicas incluindo peso molecular, pH, grau 
de ionização, lipo e hidrossolubilidade são fatores determinantes no comportamento da 
droga: drogas lipofílicas apresentam melhor penetração e absorção que as hidrofílicas, 
resultando assim em um tempo de ação maior. 
A maioria dos fármacos é absorvida no intestino, e poucos fármacos no estômago, 
pois os fármacos são melhor absorvidos quando estão em sua forma não ionizada 
(molecular), ou seja, os medicamentos que são bases fracas, serão melhor absorvidos no 
intestino, onde predomina um pH mais básico; fármacos que são ácidos fracos, terão 
absorção mais no estômago que tem pH ácido, (exemplo ácido acetil salicílico). 
É extremamente importante observarmos que qualquer medicação precisa ser 
administrada corretamente conforme sua prescrição, para que o efeito terapêutico 
seja realmente alcançado. A dose administrada + horário da administração (dosagem) 
+ tempo de tratamento (posologia), precisam ser respeitados, mesmo após remissão 
total dos sintomas (necessário ter uma cuidado especial para corticoterapia). 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aparelho_digestivo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_porta_hep%C3%A1tico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Intravenosa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Intramuscular
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sublingual
17 
 
 
RELEMBRANDO OS PRINCIPAIS PONTOS ESTUDADOS 
 
✔ A Farmacologia é uma ciência antiga, a qual é definida, em linhas gerais, pelo estudo 
dos fármacos; 
✔ Entende-se como droga: qualquer substância que proporcione alguma alteração no 
funcionamento do organismo; 
✔ O fármaco é uma droga que tem uma estrutura química definida cuja finalidade é 
proporcionar efeitos terapêuticos; 
✔ Princípio Ativo: substância química principal responsável pela ação farmacológica; 
✔ Medicamento é um “produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com 
finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico; 
✔ O remédio já é um termo aplicado a todos os recursos terapêuticos utilizados para 
combater doenças ou sintomas; 
✔ A toxicologia tem como objeto de estudo os efeitos adversos das substâncias 
químicas sobre os organismos; 
✔ A fitoterapia é destinada à produção de medicamentos cuja matéria-prima é 
exclusivamente de origem vegetal; 
✔ As plantas medicinais aplicam-se por meio do consumo de chás, infusões, 
macerados, sucos etc.; 
✔ A farmacodinâmica está relacionada com a interação do fármaco com seu alvo celular 
em determinado órgão/ sistema do indivíduo e a consequente produção dos efeitos 
terapêuticos e/ou adversos resultante dessa interação; 
✔ A farmacocinética é o estudo do desenvolvimento temporal dos processos de 
absorção, distribuição​, metabolização ou biotransformação e excreção dos fármacos. 
 
SAIBA MAIS 
 
 
✔ Artigo, com título “Noções sobre parâmetros farmacocinéticos/farmacodinâmicos e 
sua utilização na prática médica ”, disponível no link 
<​https://docs.bvsalud.org/biblioref/2017/11/875537/sbcm_153_201-205.pdf​>. 
✔ Vídeo, com título “Farmacocinética em 15 minutos!“ ​disponível no link 
<​https://www.youtube.com/watch?v=rvUKv0D9cdY​>. 
✔ Vídeo, com título “Farmacocinética vs farmacodinâmica “disponível em 
<​https://www.youtube.com/watch?v=IXeLIdm5-ac​> 
✔ Aula com t​í​tulo ​“​Farmacologia Farmacocin​é​tica ​“dispo​n​ível no link < 
http://montillo.dominiotemporario.com/doc/Farmacocinetica.pdf> 
https://www.youtube.com/watch?v=IXeLIdm5-ac
18REFERÊNCIAS CONSULTADAS 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Uso de antimicrobianos em 
populações especiais. Brasília, DF: Anvisa; 2008 [citado 2016 Fev 9]. Disponível em: 
http://www.anvisa. gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/atm_racional/ 
modulo4/doses_renal.htm 
 
BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. ​As Bases 
Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13​. Artmed Editora, 2018. 
 
FREDERICO, Marilia Pinto; Sakata, Renata Akemi Prieto; Pinto, Paula Figueiredo 
Carvalho. Notions of pharmacokinetic and pharmacodynamic parameters, and their use in 
medical practice. Rev Soc Bras Clin Med. 2017 jul-set;15(3):201-5 
 
PEREIRA, Dárcio Gomes. Importância do metabolismo no planejamento de 
fármacos. Quím. Nova, São Paulo , v. 30, n. 1, p. 171-177, Feb. 2007 . Available from 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422007000100029&lng
=en&nrm=iso>. access on 15 Dec. 
2020. ​https://doi.org/10.1590/S0100-40422007000100029​. 
 
PEREIRA Gabriel, Bruno & Strada, Mayara & Romero, Rafaelle & Lopes Romero, 
Adriano. (2020). Propriedades farmacocinéticas e potencial de inibição de tirosina 
quinase de cafeatos fenólicos. Research, Society and Development. 9. 188911890. 
10.33448/rsd-v9i1.1890. 
RESOLUÇÃO-RDC N​º 16, DE 2 DE MARÇO DE 2007. Ministério da Saúde. Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária. 
RITSCHEL, Washington Antony. Handbook of basic pharmacokinetic including clinical 
applications. Washington: AphA, 2004. 432p. 
 
Vídeo ​com o título: “Farmacocinética vs Farmacodinâmica” disponível em 
<​https://www.youtube.com/watch?v=IXeLIdm5-ac​> 
Vídeo ​com o título: “Referência, Genérico ou similar?” disponível em < 
https://www.youtube.com/watch?v=o9bYz0SxTe0> 
https://doi.org/10.1590/S0100-40422007000100029
https://www.youtube.com/watch?v=IXeLIdm5-ac
AULA 02 
 
Formas farmacêuticas e vias de administração 
 
Introdução 
 
Prezado(a) aluno (a), nesta segunda aula você vai estudar sobre as 
diferentes formas farmacêuticas existentes para os diferentes medicamentos, 
bem como suas possíveis vias de administração, tendo em vista que cada 
paciente necessita de terapias diferentes. No final da aula, você vai saber mais 
sobre o assunto, por meio de acesso a vídeos e artigos sugeridos. 
 
Objetivos de aprendizagem 
Ao término desta aula você será capaz de: 
● Conhecer as principais formas farmacêuticas e suas particularidades: 
● Entender como funcionam as vias de administração dos fármacos; 
● Compreender a inter-relação entre diferentes formas farmacêuticas, 
bem como diferentes vias de administração e o paciente. 
 
Seções de Estudo 
 
1. Formas Farmacêuticas 
2. Vias de administração 
 
 
 
 
1. Formas Farmacêuticas 
Para que um medicamento desempenhe sua função esperada, de maneira 
específica e correta, ele precisa ser absorvido corretamente pelo organismo, 
independentemente da via pela qual for administrado, que pode ser via oral, retal, 
intravenosa, dentre outras. Para que esse fármaco fique estável desde sua administração, 
20 
 
até o momento da ação terapêutica, sendo então excretado também da maneira correta; são 
adicionados outros componentes à formulação. Esses outros componentes, denominados 
adjuvantes, melhoram a estabilidade, o sabor, facilitam a administração, dão volume ao 
medicamento, entre outras funções. Assim, um mesmo princípio ativo pode ser apresentado 
em várias formas farmacêuticas distintas para diferentes vias de administração ou na 
mesma via. Por exemplo, existe o diclofenaco de sódio da forma farmacêutica comprimido e 
na forma farmacêutica gel. 
O objetivo para o desenvolvimento de várias formas farmacêuticas diferentes é, em 
linhas gerais: facilitar a administração do medicamento, ter precisão na dose administrada, 
proteção da substância ativa até o momento em que deve iniciar seu efeito no organismo ou 
ajudar o fármaco a chegar ao seu local de ação. Desta forma, as formas farmacêuticas 
influenciam diretamente o uso, a ação e a via de administração do medicamento. Por 
exemplo, o comprimido é administrado por via oral, o supositório por via retal e assim 
sucessivamente. 
Outros fatores podem influenciar no tempo de ação do medicamento. Normalmente 
formas farmacêuticas líquidas apresentam início de ação mais rápido. É importante 
mencionar que uma criança ingere mais os medicamentos líquidos e um adulto mais as 
formas sólidas como cápsulas e comprimidos. Nesses casos, com relação aos adjuvantes, 
veículo é o nome dado à parte líquida da fórmula em que serão dissolvidos o princípio ativo 
e os outros componentes da formulação; já o excipiente é o componente sólido, sendo 
geralmente esse excipiente o talco farmacêutico 
Os comprimidos são a forma farmacêutica mais comum, definidos como uma 
mistura de pós e/ou grânulos, contendo o principio ativo e seus adjuvantes submetidos a um 
processo de compressão. As principais vantagens do uso dos comprimidos em relação às 
outras formas são: o fato de se engolir a forma inteira diminui o gosto e o odor 
desagradáveis e permite uma dosagem correta e precisa em cada comprimido. Além disso, 
os comprimidos possuem uma forma estável e neles podem ser usados revestimentos 
externos. Como possíveis desvantagens, podemos citar a perda parcial do fármaco pela 
ação do suco gástrico, a não desintegração do comprimido e a irritação do trato 
gastrointestinal. 
Os comprimidos de liberação controlada também possuem a formulação 
comprimida, com o diferencial de que apresentam uma camada de revestimento que retarda 
a liberação do fármaco, que ocorre de forma contínua e gradual. 
O comprimido efervescente tem o diferencial de ser dissolvido em água antes da sua 
administração ao paciente, permitindo a melhor dissolução do princípio ativo na água. Essa 
21 
 
dissolução acontece pela presença de um ácido e uma base na fórmula farmacêutica, 
geralmente um carbonato ou bicarbonato, que, quando em água, reagem e liberam gás 
carbônico, formando a espuma. 
Os comprimidos mastigáveis e sublinguais são feitos por uma compressão diferente 
dos comprimidos tradicionais, cuja dureza produzida deve ser mínima, para que sua 
dissolução na boca aconteça de forma mais rápida, com ou sem o ato de mastigar. Já os 
comprimidos vaginais, como o próprio nome nos diz, são produzidos para serem 
administrados e dissolvidos no canal vaginal, com o auxílio de um aplicador. Um segundo 
modo de aplicação no canal vaginal são os óvulos, formas farmacêuticas de formato ovoide, 
que possuem características que lhes permitem fundir-se no canal. São muito parecidos com 
os supositórios. 
Com relação à drágea, resumidamente, é um comprimido revestido de açúcar e 
corante. Como exemplo de drágea pode-se citar a neosaldina ou os anticoncepcionais em 
geral (figura 13). 
 
 
Figura 13. Representação dos diferentes tipos de comprimidos como formas farmacêuticas. 
Fonte: Apostila “Fundamentos de Farmacologia”. Disponível em 
<​https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/portais/livros/pdfs_demo/Fundamentos_de_Far
macologia_demo.pdf​> 
 
Uma forma farmacêutica adicional administrada também por via oral são as cápsulas, 
definidas pelo encaixe de duas partes duras ou moles, podendoser coloridas ou não e ter 
dentro delas matérias líquidas ou sólidas. As cápsulas duras são feitas de gelatina e as 
moles de glicerina. 
Há também algumas preparações que são feitas em grânulos, em que a mistura de 
pó é umedecida e depois passada por uma tela com espaços entre os fios, a fim de produzir 
grânulos do tamanho desejado. 
https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/portais/livros/pdfs_demo/Fundamentos_de_Farmacologia_demo.pdf
https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/portais/livros/pdfs_demo/Fundamentos_de_Farmacologia_demo.pdf
22 
 
Adicionalmente, as pastilhas são formas farmacêuticas destinadas a se dissolverem 
lentamente na boca, liberando o princípio ativo, por isso devem conter vários aromatizantes 
como açúcar e mucilagem que deixem um sabor agradável na boca. É necessário cuidado 
especial com diabéticos. 
Administrada por via retal, a forma farmacêutica de supositório possui formato e 
excipientes direcionados para essa via de administração de modo a se fundirem à 
temperatura do corpo ou então conseguirem se dispersar em meio à água do corpo. Um dos 
principais usos e vantagens dessa forma é para crianças que não conseguem engolir formas 
orais por dificuldade ou vômito e até como proteção do trato gastrointestinal de pessoas com 
irritação estomacal ou intestinal. 
 
 
Figura 14. Representação de diferentes tipos de formas farmacêuticas. Fonte: Apostila 
“Fundamentos de Farmacologia”. Disponível em 
<​https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/portais/livros/pdfs_demo/Fundamentos_de_Far
macologia_demo.pdf​> 
 
Até agora, conhecemos as formas farmacêuticas sólidas. Nesse momento, 
iniciaremos o conhecimento sobre as formulações semissólidas pomadas, cremes, géis, 
pastas, cataplasmas, emplastros. 
As pomadas são preparações oleosas onde se encontra o princípio ativo dissolvido, 
não indicadas para feridas abertas, pois podem diminuir as trocas cutâneas dos gases, 
favorecendo o edema e acelerando o processo inflamatório. 
Os cremes são emulsões (preparação do tipo água/óleo) contendo o princípio ativo 
imerso neles. A maioria das emulsões cremosas é do tipo óleo em água, embora o contrário 
também exista. Ao contrário das pomadas, essa solução apresenta facilidade para remoção 
da pele e das roupas, pelo seu efeito de penetração maior e propriedades umectantes. 
Possui efeitos mais lentos, porém mais intensos, quando comparados às pomadas. 
https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/portais/livros/pdfs_demo/Fundamentos_de_Farmacologia_demo.pdf
https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/portais/livros/pdfs_demo/Fundamentos_de_Farmacologia_demo.pdf
23 
 
O gel é um sistema semissólido constituído de pequenas partículas orgânicas ou 
macromoléculas inorgânicas suspensas e interpenetradas por um líquido. 
A pasta é uma preparação com uma quantidade muito mais elevada de material 
sólido, o que confere um efeito secante. É usada estritamente na pele. 
O cataplasma é feito com plantas medicinais esmagadas com alguma base de 
sustentação mole e úmida de uma matéria sólida, por exemplo farinha de trigo úmida. Uma 
das grandes desvantagens desse método é a facilidade de contaminação por 
micro-organismos. 
O emplastro é definido como um suporte adesivo à pele, contendo em sua formulação 
um ou mais princípios ativos. Essa formulação faz com que os princípios ativos fiquem em 
contato íntimo com a pele, ao mesmo tempo protegendo os fármacos do meio externo e 
imobilizando a área afetada. 
Falaremos agora a respeito das formas farmacêuticas líquidas. Por via oral, a maioria 
das soluções líquidas é mais usada para crianças e idosos, devido à fácil administração e 
deglutição. Por serem líquidas, também admitem a variação de dosagem pela mudança do 
volume a ser administrado. 
As suspensões são preparações em uma base líquida na qual os princípios ativos 
sólidos não se dissolvem e são apenas dispersos no meio. Podem ser feitas para uso oral, 
injetável, tópico (sobre a pele) e oftálmico. 
As soluções são misturas de caráter homogêneo, em que um solvente em maior 
quantidade dissolve um ou mais solutos, resultando em uma preparação com uma única 
fase, de aspecto límpido. 
Os xaropes são preparações farmacêuticas que contêm açúcar em grandes 
concentrações e o fármaco. 
Os elixires são formados a partir de soluções à base de álcool adicionado à sacarina 
e/ou outros glicóis, o que confere um sabor levemente adocicado. Atualmente, começaram a 
entrar em desuso. 
Os colírios são soluções para uso oftálmico com um pH de aproximadamente 7,4, de 
caráter estéril. Geralmente, são postos em frascos conta-gotas, devido ao seu uso ser 
comumente em gotas. Existem também soluções para uso no ouvido que são chamadas de 
otológicas e soluções para uso nasal. 
As soluções injetáveis são preparadas para serem administradas por via parenteral 
(intramuscular, intravenosa, subcutânea). Essas preparações são utilizadas quando é 
necessária uma resposta rápida do paciente, já que o tempo e o percurso do fármaco até o 
seu sítio de ação diminuem. Também são usadas se o fármaco puder ser desativado no 
24 
 
fígado ou por enzimas digestivas. Por serem aplicadas já em contato íntimo com o paciente, 
devem ser soluções estéreis e o seu manuseio requer absoluto cuidado. 
Outras preparações como aerossóis, sprays e adesivos transdérmicos também são 
formas farmacêuticas disponíveis para terapias. 
 
2. Vias de administração 
A via de administração é a maneira pela qual o medicamento entra em contato com o 
organismo; é sua porta de entrada, podendo ser: via oral (boca), retal (ânus), sublingual 
(embaixo da língua), injetável (intravenoso), dermatológica (pele), nasal (nariz) e oftálmica 
(olhos), dentre outras. Cada via é indicada para uma situação e um paciente específico, 
podendo gerar vantagens e desvantagens. 
Podemos dividir as vias de administração de medicamentos em via enteral e via 
parenteral. Enteral, do grego “enteron” (intestino), ou seja, são vias de administração de 
fármacos que passam pelo sistema digestório: são as vias oral, sublingual e retal. 
Parenteral, do grego = “para” + “enteron” (ao lado do intestino) são as vias de administração 
de fármacos que não passam pelo sistema digestório: intramuscular, intravenosa, 
subcutânea, respiratória, tópica, entre outras. 
 
Via enteral oral 
 
A administração de medicamentos por via oral é a mais utilizada, por apresentar 
segurança e conforto para o paciente, em situações favoráveis relacionadas à sua fisiologia 
gastrointestinal. No uso dessa via, os medicamentos podem ter apresentação em 
comprimidos, cápsulas, pós ou líquidos e atingem a circulação sanguínea e as células-alvo 
por meio do sistema digestório, a partir da absorção do fármaco no intestino. 
 
Via enteral Sublingual 
Os medicamentos sublinguais são absorvidos diretamente pela mucosa sublingual. 
Nessa forma de administração, o medicamento (comprimidos ou gotas) deve ser colocado 
embaixo da língua e deve permanecer ali até a sua absorção total. Os medicamentos 
administrados por essa via possuem efeito sistêmico em curto espaço de tempo, pois são 
absorvidos por meio dos vasos sanguíneos sublinguais diretamentepara a corrente 
circulatória. 
 
25 
 
 
Figura 15. Representação da via de administração de fármacos sublingual. Fonte: Apostila 
“Fundamentos de Farmacologia”. Disponível em 
<​https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/portais/livros/pdfs_demo/Fundamentos_de_Far
macologia_demo.pdf​> 
 
Via enteral retal 
Os medicamentos administrados por via retal são os supositórios (figura 16). São 
prescritos quando o paciente não consegue tomar o medicamento por via oral. Nem todos os 
medicamentos, porém, podem ser administrados por essa via. Eles podem ter efeito local ou 
sistêmico, entretanto, como desvantagem para o uso dessa via, podemos citar a não adesão 
por muitos pacientes sob alegação de incômodo, preconceito, restrições culturais etc. 
 
 
Figura 16. Apresentação das instruções de uso de supositório, via retal. FONTE: 
Apostila “Aula Prática de Enfermagem”. Disponível em 
<​http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/08-57-52-aulapratica.pdf​> 
 
Via Parenteral 
Para administração de medicamentos pelas vias parenterais (intravenosa, 
intramuscular e subcutânea), são necessários como seringas e agulhas, específicos para 
cada via. Na agulha, ​existe o ​canhão​, que é a sua parte mais larga, onde encaixamos a 
https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/portais/livros/pdfs_demo/Fundamentos_de_Farmacologia_demo.pdf
https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/portais/livros/pdfs_demo/Fundamentos_de_Farmacologia_demo.pdf
http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/08-57-52-aulapratica.pdf
26 
 
ponta da seringa; a ​haste​, que é a parte maior e mais fina; e o ​bisel​, que é a ponta da 
agulha com óstio em diagonal (figura 17). 
 
 
 
Figura 17. Representação das estruturas que compõem uma injeção. Fonte: Apostila “Aula 
Prática de Enfermagem”. Disponível em 
<​http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/08-57-52-aulapratica.pdf​> 
 
 
 
 
 
Via Parenteral Intravenosa 
A via intravenosa é aquela na qual a administração do medicamento é realizada 
diretamente na corrente sanguínea. A aplicação de medicamentos é realizada por punção 
venosa, podendo variar desde uma única dose até uma infusão contínua. Por apresentar 
efeito mais rápido, é a primeira opção durante emergências. Outra justificativa para a 
administração por essa via é que muitos fármacos não conseguem ser absorvidos pelo 
intestino. 
 
Via Parenteral Intramuscular 
Nesse caso, o medicamento é administrado diretamente no músculo. É indicado para 
medicamentos de aplicação única ou de efeito mais prolongado, como o caso de 
anticoncepcionais injetáveis, anti-inflamatórios, corticoides etc. O seu efeito não é tão 
imediato como os medicamentos administrados por via intravenosa, mas isso não diminui 
sua eficiência. 
 
Via Parenteral Subcutânea 
Na via subcutânea, os medicamentos são administrados debaixo da pele, no tecido 
subcutâneo, tendo a absorção lenta. As regiões de injeção subcutânea incluem: tríceps, 
abdome, a região anterior das coxas e a região superior do dorso. É uma via muito utilizada 
para administração de medicamentos anticoagulantes (heparina) e insulina. 
http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/08-57-52-aulapratica.pdf
27 
 
A administração de medicamento pelas vias subcutânea, intramuscular e intradérmica 
(transdérmica) varia de acordo com a angulação no momento da aplicação do medicamento, 
de acordo com a lipofilicidade e com o volume a ser aplicado (Figura 18). 
 
 
Figura 18. Representação das angulações dos diferentes tipos de injeções existentes. Fonte: 
Apostila “Aula Prática de Enfermagem”. Disponível em 
<​http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/08-57-52-aulapratica.pdf​> 
 
Via parenteral Respiratória/ Inalatória 
É a via que se estende desde a mucosa nasal até os pulmões. Pode ser utilizada para 
efeito local (descongestionante nasal, medicamento para asma) ou sistêmico (anestesia 
inalatória). É possível a administração em pequenas doses com rápida absorção, podendo 
esta ser realizada na forma de gás ou pequenas partículas líquidas (nebulização) ou sólidas 
(pó inalatório). Essa via é bastante utilizada para problemas respiratórios. Para esse uso, a 
administração é feita pela boca e, como o medicamento está em forma de gás ou pó, ao 
invés de engolir, como a comida, ele percorrerá o trajeto do ar da respiração, passando pela 
traqueia até chegar aos pulmões, onde fará seu efeito terapêutico (figura 19). 
 
 
http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/08-57-52-aulapratica.pdf
28 
 
 
Figura 19. Representação de medicamento administrado por vi inalatória. Fonte: Ortega, 
2019. 
Via Tópica 
Esta via inclui várias regiões do corpo nas quais os medicamentos podem ser 
administrados, de acordo com a forma farmacêutica mais adequada. Os medicamentos são 
apresentados em forma de pomadas, géis ou cremes e devem ser administrados somente 
no local onde há a lesão (figura 20). 
 
 
 
Figura 20. Representação da forma farmacêutica tópica. Na imagem: creme/ pomada. Fonte: 
Manual de farmacologia básica y clínica. 
 
Via ocular, nasal e auricular 
Para via de administração ocular, os medicamentos podem ser utilizados sob a forma 
de pomadas ou de colírio. Já aqueles utilizados por via nasal se apresentam na forma de 
solução (descongestionantes nasais) e os administrados pela via auricular são apresentados 
na forma de solução otológica (Figura 21). 
 
 
 
29 
 
Figura 21. Representação da forma farmacêutica ocular. Fonte: ​Manual de farmacologia 
básica y clínica. 
 
RELEMBRANDO OS PRINCIPAIS PONTOS ESTUDADOS 
 
 
✔ As diferentes formas farmacêuticas são imprescindíveis para que haja perfeição e 
especificidade na administração do medicamento, precisão na dose administrada, 
proteção da substância ativa até o momento em que deve iniciar seu efeito no 
organismo e ajudar o fármaco a chegar ao seu local de ação; 
✔ Existem formas farmacêuticas solidas, semissólidas, liquidas, além dos aerossóis, 
sprays, adesivos transdérmicos etc.; 
✔ Via de administração é a maneira pela qual o medicamento entra em contato com o 
organismo; 
✔ Podemos dividir as vias de administração de medicamentos em via enteral e via 
parenteral; Enteral vem do grego enteron (intestino): oral, sublingual e retal; 
✔ Parenteral vem de para (ao lado), mais enteron: intravenosa, intramuscular, 
subcutânea, respiratória e tópica. 
 
SAIBA MAIS 
 
 
 
✔ Apostila “Aula Prática de Enfermagem”. Disponível em 
<​http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/08-57-52-aulapratica.pdf​> 
✔ Apostila “Fundamentos de Farmacologia”. Disponível em < 
https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/portais/livros/pdfs_demo/Fundamentos_de
_Farmacologia_demo.pdf​> 
✔ Artigo, com título “​Development of a on-line course about administration of 
medication​”, disponível no link < 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342003000300006>. 
http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/08-57-52-aulapratica.pdf
https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/portais/livros/pdfs_demo/Fundamentos_de_Farmacologia_demo.pdf
https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/portais/livros/pdfs_demo/Fundamentos_de_Farmacologia_demo.pdf
30 
 
✔ Artigo, com título “​Para que serve cada tipo de agulha e seringa?”​, disponível no link 
<https://blog.maconequi.com.br/tipo-de-agulha/>. 
✔ Vídeo, com título “Quais são as viasde administração dos medicamentos”, disponível 
no link < https://www.youtube.com/watch?v=QdPkcJrTLYM>. 
 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS 
 
BLEECKER ​ER, FitzGerald AM, Chanez P, et al​: Efficacy and safety of benralizumab for 
patients with severe asthma uncontrolled with high-dosage inhaled corticosteroids and 
long-acting beta2-agonists (SIROCCO): a randomised, multicentre, placebo-controlled phase 
3 trial. Lancet388(10056):2115–2127, 2016. doi: 10.1016/S0140-6736(16)31324-1 
 
BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. ​As Bases 
Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13​. Artmed Editora, 2018. 
 
MEIRELLES, LYGHIA MARIA. DRUG STABILITY: STATE OF THE ART. 
REF‒ISSN1808-0804 Vol.XI (4),06–26, 2014 
 
ORTEGA, Victor E. Tratamento farmacológico da asma. Manual MSD. 2019. Disponível em 
<​https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/asma-e-doe
n%C3%A7as-relacionadas/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-asma#v44229797_pt​> 
 
PESSINI, BIANCA RAMOS; SEGATTO, MARCOS ANTÔNIO. Formas farmacêuticas sólidas 
orais de liberação prolongada: sistemas monolíticos e multiparticulados. Revista Brasileira 
de Ciências Farmacêuticas Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences vol. 43, n. 4, 
out./dez., 2007 
 
SILVA, A.M et al. Técnicas de enfermagem. São Paulo: Rideel, 2009, 246p.SILVA, S.C.; 
SIQUEIRA, I.L.C.P.; SANTOS, A.E. Procedimentos especializados. Hospital Sírio Libanês. 
São Paulo: Atheneu, 2009. 175p. 
 
TAYLOR, C.; LILLIS, C.; LEMONE, P. Fundamentos de enfermagem: a arte e a ciência do 
cuidado de enfermagem. 5ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 1592p. 3 
 
Vídeo com o título “Administração de medicamentos: noções básicas de farmacologia”. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=eRAK_3VyoBo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27609408
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/asma-e-doen%C3%A7as-relacionadas/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-asma#v44229797_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/asma-e-doen%C3%A7as-relacionadas/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-asma#v44229797_pt
 
Aula 03 
 
Farmacologia do sistema nervoso autônomo e do sistema nervoso central 
(psicotrópicos e anestésicos) 
 
Introdução 
 
Prezado(a) aluno (a), nesta aula você vai estudar sobre o funcionamento 
dos medicamentos que atuam no sistema nervoso autônomo (simpático e 
parassimpático) e sistema nervoso central (psicotrópicos e anestésicos). 
Conhecerá sobre os possíveis efeitos adversos devido ao seu mecanismo de 
ação e, ao final da aula, você vai encontrar elementos complementares para 
que saiba mais sobre o assunto estudado, a partir de acesso a vídeos e artigos 
científicos. 
 
Objetivos de aprendizagem 
Ao término desta aula você será capaz de: 
● Compreender a função, a maneira e os principais efeitos adversos 
relacionados aos medicamentos atuantes no sistema nervoso 
autônomo; 
● Conhecer a função, a maneira e os principais efeitos adversos 
relacionados aos medicamentos atuantes no sistema nervoso central 
(psicotrópicos e anestésicos); 
 
Seções de Estudo 
1– Farmacologia do sistema nervoso autônomo 
2 – Farmacologia do sistema nervoso central: psicotrópicos e anestésicos 
 
 
 
1- Farmacologia do sistema nervoso autônomo 
32 
 
O ​Sistema nervoso autônomo (também conhecido como sistema neurovegetativo 
ou sistema nervoso visceral) é a parte do sistema nervoso que está relacionada ao controle 
da vida vegetativa, ou seja, controla funções imprescindíveis para a sobrevivência como a 
respiração, circulação sanguínea, temperatura corporal e digestão. Este sistema é 
subdividido em duas partes: o sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. 
As respostas fisiológicas geradas pelo sistema nervoso parassimpático são opostas 
àquelas imprimidas pelo sistema nervoso simpático. Esse último caracteriza-se por 
influenciar as respostas rápidas orgânicas luta ou fuga, e o sistema nervoso parassimpático 
relaciona-se com a fisiologia de “volta à calma”, alimentação, reprodução, descanso e 
digestão. Por exemplo, a ativação do sistema nervoso simpático retarda a digestão e desvia 
o fluxo sanguíneo para o músculo esquelético e pode prejudicar a excitação sexual. 
Contrariamente, o sistema nervoso parassimpático aumenta as secreções digestivas, 
os movimentos peristálticos, estimula os ciclos normais de atividade circadiana, o sono 
profundo e ativa os mecanismos de reparo do corpo (figuras 22 e 23). 
 
 
Figura 22. Fisiologia da resposta do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático. 
Fonte: ​https://planetabiologia.com/sistema-nervoso-autonomo-fisiologia-anatomia-resumo/ 
 
https://planetabiologia.com/sistema-nervoso-autonomo-fisiologia-anatomia-resumo/
33 
 
 
Figura 23. Fisiologia da resposta do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático. 
Fonte: ​https://pt.slideshare.net/RosangelaHelenaSizilio/adrenergicos-e-colinergicos 
 
Para que o sistema nervoso autônomo efetue sua resposta, é necessário que os 
neurotransmissores atuem em receptores específicos, gerando as ações necessárias. ​A 
ativação simpática pode elevar portanto os níveis plasmáticos dos neurotransmissores 
adrenalina e noradrenalina (epinefrina e norepinefrina) secretados pela glândula adrenal e 
consequente ativação de sua resposta fisiológica de luta ou fuga. Já a ativação 
parassimpática aumenta a liberação do neurotransmissor acetilcolina, resultando nas 
funções desempenhadas por ele. Assim, os hormônios e os neurotransmissores têm 
extrema importância nessa orquestra por meio de sua ação em receptores celulares 
específicos: ​a ocitocina, por exemplo, estimula a produção de leite enquanto a noradrenalina 
pode inibir a resposta das glândulas mamárias à ocitocina, por meio da redução do fluxo 
sanguíneo (figura 24). 
https://pt.slideshare.net/RosangelaHelenaSizilio/adrenergicos-e-colinergicos
34 
 
 
Figura 24. Exemplos de neurotransmissores que atuam no sistema nervoso autônomo 
simpático e parassimpático. 
 Fonte: ​https://pt.slideshare.net/RosangelaHelenaSizilio/adrenergicos-e-colinergicos​. 
 
O que acontece então se o indivíduo utilizar uma medicação que “imita” os efeitos do 
sistema nervoso simpático (fármacos simpaticomiméticos)? E se forem utilizados 
medicamentos que imitem os efeitos do sistema nervoso parassimpático (fármacos 
parassimpaticomiméticos)? 
As drogas simpaticomiméticas são substâncias que imitam os efeitos fisiológicos dos 
hormônios adrenalina e noradrenalina no organismo, sendo exemplo dessa classe: cafeína e 
estricnina; são as chamadas aminas simpaticomiméticas na prática clínica. 
Devido aos seus efeitos de início imediato e sistêmico, essas drogas causam 
dependência e por isso são submetidas a um rigoroso controle de prescrição e liberação 
para vendas pelos órgãos competentes. 
Os três principais simpaticomiméticos utilizados atualmente na prática clínica são: 
metilfenidato e dextroanfetamina. Suas principais indicações são transtorno do déficit de 
atenção com hiperatividade (TDAH) e depressão. 
As drogas parassimpatomiméticas ou colinérgicas incluem os fármacos que agem 
estimulando ou imitando o sistema nervoso autônomo parassimpático, sendo denominadas 
drogas colinérgicas promovendo aumento nos níveis de acetilcolina. Drogas desta categoria 
podem atuar diretamente estimulando a ação dos receptoresmuscarínico ou nicotínico (ou 
ambos) ou indiretamente, por inibição da colinesterase (enzima que degrada acetilcolina). 
Podemos citar como exemplos de efeitos dos agonistas desses medicamentos: 
aumento da secreção glandular, redução da frequência cardíaca e da pressão arterial, 
broncoconstrição, relaxamento dos esfíncteres, aumento da contração da musculatura lisa, 
contração da vesícula biliar e bexiga. 
https://pt.slideshare.net/RosangelaHelenaSizilio/adrenergicos-e-colinergicos
35 
 
Como efeito oposto, existem também os medicamentos simpaticolíticos (lítico = lise = 
quebra, ou seja, quebrar o simpático), que têm o efeito antagonista do sistema nervoso 
simpático. Esta classe inclui a metildopa, clonidina, guanabenz e guanfacina. Esses 
fármacos atuam como agonistas dos receptores alfa-2 adrenérgico no sistema nervoso 
central resultando na redução da atividade simpática, levando a diminuição da pressão 
arterial. 
Já para o medicamento metildopa, sua ação anti-hipertensiva se dá pela estimulação 
dos receptores alfa-adrenérgicos centrais pela a-metildopamina ou a-metiloradrenalina. 
Reduz a resistência vascular periférica com diminuição variável na frequência cardíaca e no 
débito cardíaco. 
O fármaco trimetafam atua como bloqueador ganglionar. Este é administrado por via 
endovenosa e por isso é indicado em situações para agir de maneira rápida no tratamento 
de crise hipertensiva. 
Como relação aos bloqueadores de neurônios adrenérgicos reserpina, guanadrel e 
guanetidina, estes atuam por meio da depleção de noradrenalina nas fenda simpáticas. 
Os agentes betabloqueadores clinicamente utilizados no tratamento da pressão 
arterial são propranolol, atenolol, carvedilol e metoprolol. Esses fármacos ao antagonizarem 
os receptores beta-adrenérgicos reduzem a frequência cardíaca e a pressão arterial em 
casos de hipertensão leve a moderada. Como efeitos adversos essa classe de 
medicamentos pode originar diarreia, constipação, náusea e vômitos, aumento dos níveis 
plasmáticos de triglicerídeos e LDL. A retirada abrupta pode ocasionar síndrome de 
abstinência caracterizada por nervosismo, taquicardia, aumento da angina, elevação da 
pressão arterial e infarto do miocárdio. Pacientes asmáticos e diabéticos são 
contraindicados. 
Os fármacos fentolamina, fenoxibenzamina e prazosin são bloqueadores do receptor 
alfa-adrenérgico e mostram maior eficiência associados com bloqueadores 
beta-adrenérgicos e/ou diuréticos. 
De maneira semelhante, os medicamentos parassimpaticolíticos, atuam diminuindo a 
ação do sistema nervoso autônomo parassimpático, e portanto tem efeitos semelhantes aos 
medicamentos simpaticomiméticos. Podem ser usadas portanto, ​​para tratar efeitos 
patológicos parassimpáticos como asma e bradicardia. 
Como exemplos de fármacos dessa classe, podemos citar: atropina (antagonista 
muscarínico), a qual reduz a função secretória do estômago e intestino, podendo ser 
utilizada para tratamento da úlcera péptica. Em doses mínimas, a atropina inibe a atividade 
das glândulas sudoríparas, deixando a pele mais seca e quente; e ​o ​Butilbrometo de 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escopolamina
36 
 
escopolamina​ (​Buscopan​), o qual inibe a neurotransmissão da acetilcolina, diminuindo a 
resposta para o​ ​sistema nervoso central​, ​sendo utilizado para ​tratar úlcera do ​estômago​, 
úlcera ​duodenal​ e cólica. 
Para finalizar, o quadro 1 a seguir apresenta os receptores do sistema nervoso 
autônomo simpático e parassimpático distribuídos ao longo do nosso organismo, e efeitos 
gerados por sua ativação. 
 
2-Farmacologia do sistema nervoso central: psicotrópicos e anestésicos 
Psicotrópicos são medicamentos que agem no sistema nervoso central, alterando 
temporariamente a percepção, o humor, o comportamento e a consciência. Essas drogas 
são classificadas em três grupos: 
1. Depressores da Atividade do SNC; 
2. Estimulantes da Atividade do SNC; 
3. Perturbadores da Atividade do SNC. 
O primeiro grupo é aquele que diminui a atividade do nosso cérebro. As drogas 
responsáveis por aumentar a atividade do nosso cérebro, estimulam o seu funcionamento; 
terceiro grupo é constituído por drogas que agem modificando qualitativamente a atividade 
do nosso cérebro: o cérebro passa a funcionar fora do seu normal, e a pessoa fica com a 
mente perturbada. 
 
 Depressores da Atividade do SNC 
Drogas que aumentam a ação do neurotransmissor GABBA, o qual deprime o sistema 
nervoso central. 
● Álcool; 
● Soníferos e hipnóticos sedativos: drogas que promovem o sono; Barbitúricos e 
benzodiazepínicos; 
● Ansiolíticos: acalmam, inibem a ansiedade: benzodiazepínicos. Ex.: diazepam, 
lorazepam e Barbitúricos. Ex: fenobarbital, tiopental; 
Opiáceos ou narcóticos​: aliviam a dor e dão sonolência. Ex.: morfina, heroína, 
codeína, meperidina. 
 
Quadro 1. ​receptores do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático distribuídos 
ao longo do nosso organismo, e efeitos gerados por sua ativação. Fonte: 
https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-fluminense/farmacologia-geral
-i/outro/tabela-receptores-adrenergicos-e-colinergicos/5145186/view 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escopolamina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Buscopan
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso_central
https://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%B4mago
https://pt.wikipedia.org/wiki/Duodeno
https://www2.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/folhetos/opio_.htm
37 
 
 
 
 
Estimulantes da Atividade do SNC 
Drogas que aumentam a ação do neurotransmissor adrenalina 
● Anorexígenos ​(diminuem a fome); 
● Anfetaminas. 
 
 Perturbadores da Atividade do SNC 
● de origem vegetal: 
o mescalina​ (do cacto mexicano) 
o THC​ (da maconha); 
o psilocibina​ (de certos cogumelos); 
o lírio​ (trombeteira, zabumba ou saia branca) 
● de origem sintética: 
https://www2.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/folhetos/anfetaminas.htm
https://www2.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/folhetos/cogumelos_.htm
https://www2.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/folhetos/maconha_.htm
https://www2.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/folhetos/cogumelos_.htm
https://www2.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/folhetos/anticolinergicos_.htm
38 
 
o LSD-25​; 
o "Êxtase"​; 
o Anticolinérgicos 
O resultado alcançado pelos três grupos é em decorrência do mecanismo de ação 
envolvido. Ou seja, o receptor/ neurotransmissor que é estimulado ou inibido com relação à 
sua produção. O mecanismo de ação dos psicotrópicos está relacionado a alterações nessa 
neurotransmissão. Os principais neurotransmissores do SNC são: 
● Acetilcolina: Manutenção do alerta e vigília facilita a excitabilidade do córtex 
cerebral e modula o processamento sensorial, e participa dos mecanismos de 
memória e aprendizagem; 
● Noradrenalina: Influencia também o sistema de alerta e vigília, mantendo os 
processos de atenção, participa de respostas emocionais aversivas (raiva, 
agressão) e gratificantes (afeto) e no controle da fome e saciedade; 
● Glutamato: Principal neurotransmissor excitatório do SNC, participando desde a 
ativação mínima para manter aberta uma via de transmissão até a excitação 
persistente que culmina num processo patológico; 
● Dopamina: Essencial para o controle motor voluntário, participa em processos que 
a motivação forma parte essencial do comportamento, além de contribuir para 
manter a atenção, avaliação correta da realidade, e controle dopensamento. 
Os psicotrópicos utilizam alguns alvos para sua atuação nos níveis de resposta dos 
neurotransmissores, a saber: receptores específicos de neurotransmissores, enzimas 
envolvidas na degradação/ receptação de neurotransmissores e transportadores de 
membrana. 
 
Fármacos psicotrópicos antidepressivos ​Inibidores da monoamino-oxidase (IMAO) 
Dentre seus mecanismos de ação, conforme falado previamente, os fármacos 
antidepressivos podem inibir a enzima monoamino-oxidase, responsável pela degradação 
da serotonina (5-HT) e noradrenalina (NA). Ao ser inibida, observa-se o aumento da 
concentração citoplasmática de 5-HT e NA nas terminações nervosas e da taxa de liberação 
espontânea desses neurotransmissores, resultando em normalização do humor do paciente, 
se tratado adequadamente, e, normalmente a longo prazo. 
O principal efeito adverso observado é a hipotensão, com consequente diminuição do 
tônus simpático, além de tremores, insônia, ganho de peso decorrente do aumento de 
apetite e efeitos anticolinérgicos (boca seca, visão embaçada, retenção urinária, etc.) 
https://www2.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/folhetos/perturbadores.htm
https://www2.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/folhetos/perturbadores.htm
39 
 
A síndrome serotonínica está relacionada com um excesso de 5-HT na fenda 
sináptica, provocando confusão, excitação e hiperatividade neuromuscular. Como exemplo, 
podemos citar a ​selegilina. 
 
Fármacos psicotrópicos ​Antidepressivos tricíclicos (ADT) 
Os ADT são medicamentos utilizados para tratar, além da depressão, enxaqueca, dor 
neuropática , transtorno obsessivo compulsivo (TOC), transtorno do déficit de atenção com 
hiperatividade (TDAH), insônia, etc. 
Seu mecanismo de ação tem como base o aumento da concentração da 5-HT e NA 
nas fendas sinápticas do SNC, por inibir a recaptação desses neurotransmissores pelos 
neurônios pré-sinápticos. 
Como exemplo de ADT, podemos citar doxepina, amitriptilina e clomipramina. O 
principal efeito indesejável desses fármacos é a hipotensão postural. Além disso, observa-se 
xerostomia (boca seca), visão borrada, retenção urinária, constipação, prejuízo sobre a 
memória e delírio 
A interação medicamentosa mais grave entre os ADT é o uso associado ao etanol 
que pode induzir uma depressão respiratória grave quando o consumo de bebidas alcoólicas 
é exagerado. 
 
Fármacos psicotrópicos ​Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) 
Os ISRS, na maioria dos casos são a primeira escolha para no tratamento da 
depressão, pela melhora na margem de segurança. 
Utiliza-se esse fármaco também para o tratamento da ansiedade generalizada, 
síndrome do pânico, transtorno obsessivo compulsivo e desordens alimentares. 
Como esses fármacos não bloqueiam os receptores H1, α1-adrenérgico e 
muscarínicos, obviamente os efeitos adversos são menos intensos e favorecem a adesão do 
paciente ao tratamento. Mesmo assim, observam-se distúrbios gastrointestinais, ansiedade, 
disfunção sexual, prejuízo da cognição, possibilidade em desenvolver síndrome serotonínica 
e ideação suicida. 
 
Fármacos psicotrópicos antipsicóticos 
Os transtornos psicóticos mais comuns incluem mania (transtorno bipolar), a psicose 
induzida por substâncias (por exemplo, cocaína) e esquizofrenia. 
 
40 
 
Fármacos psicotrópicos antipsicóticos típicos 
Induzem o efeito farmacológico pelo antagonismo dos receptores dopaminérgicos-2 
pós-sinápticos no prosencéfalo. A farmacoterapia a longo prazo com o uso desses fármacos 
requer cuidado devido à extensão de seus efeitos colaterais como distonia e parkinsonismo 
que tendem a diminuir ou desaparecer com o desmame ou redução/ ajuste da dose. Como 
exemplo, podemos citar o haloperidol. 
 
Fármacos psicotrópicos antipsicóticos atípicos 
Essa classe promove antagonismo dos receptores dopaminérgicos-2, porém com 
menor potência, mas têm a capacidade em interagir com outros receptores. Seus efeitos 
adversos mais comuns incluem ganho de peso, hiperlipidemia, hiperglicemia, indução de 
diabetes mellitus tipo 2 e moderada hiperprolactinemia 
Como exemplo, podemos citar o aripiprazol. 
 
Fármacos psicotrópicos estabilizadores de humor 
O transtorno bipolar corresponde a uma doença caracterizada por mudanças 
incomuns no humor, energia, níveis de atividade e a capacidade de realizar tarefas diárias. 
Existe uma carência de fármacos específicos para a terapêutica, sendo eles: agentes 
antipsicóticos, alguns anticonvulsivantes (ácido valproico, carbamazepina e lamotrigina) e o 
lítio (Li+) empregados. 
Importante destacar que diuréticos tiazídicos, como hidroclorotiazida e, em menor 
extensão espironolactona, amilorida e furosemida, reduzem a depuração do Li+. 
A toxicidade do Li+ é aumentada com haloperidol, inibidores seletivos da recaptação 
de serotonina e anticonvulsivantes, assim como a incidência de sintomas extrapiramidais 
com antipsicóticos. 
 
Fármacos psicotrópicos ansiolíticos, hipnóticos e sedativos 
Benzodiazepínicos, Barbitúricos e Compostos “z” 
A ansiedade passa a um grau patológico quando é desproporcional à situações que à 
motivou, ou quando não existe um motivo específico ao qual se direcione. 
Os fármacos, nesse caso, atuam promovendo a sedação. A sedação refere-se a uma 
redução do nível de atividade do paciente, partindo de um estado mínimo, quando o 
paciente responde a comando verbal e estimulação tátil leve, a um profundo sem resposta a 
comando verbal. 
41 
 
Os principais fármacos utilizados com esses objetivos são os benzodiazepínicos 
(alprazolam, midazolam, diazepam), barbitúricos (tiopental, fenobarbital) e compostos “Z” 
(​Zaleplom, Zopiclone, Zolpidem)​, todos atuando em nível do receptor GABA (​ácido 
gama-aminobutírico​). A ativação desse receptor promove então a abertura do poro de um 
canal para Cl-, induzindo um influxo desse íon para os neurônios, com consequente redução 
da excitabilidade por hiperpolarização da membrana neuronal. 
Os efeitos adversos mais comuns para essa classe de fármacos incluem alterações 
gastrointestinais, dores de cabeça, desinibição e efeitos potenciais sobre a maioria das 
funções do SNC. 
Passaremos agora a abordar classes de medicamentos que incluem não somente 
psicotrópicos; mas sim esses em associação com outros tipos de fármacos. 
 
Farmacoterapia no tratamento dos distúrbios degenerativos do SNC 
As doenças degenerativas do SNC são caracterizadas pela perda irreversível de 
neurônios localizados em determinadas regiões cerebrais, cuja fisiopatologia está 
relacionada à neurotransmissão química. 
 
Farmacoterapia na doença de Parkinson 
Os achados patológicos mais proeminentes na doença de Parkinson são a perda dos 
neurônios dopaminérgicos na substância negra e a presença de inclusões intracelulares 
(corpúsculos de Lewis). Diante disso, a farmacoterapia da doença objetiva a recuperação da 
atividade dopaminérgica, por meio do uso de levodopa ou agonistas dopaminérgicos, e 
redução da neurotransmissão colinérgica. 
Os efeitos adversos mais frequentes incluem anorexia, náuseas, vômitos, arritmias 
cardíacas, discinesias e em alguns pacientes, glaucoma agudo. 
 
Farmacoterapia na​ doença de Alzheimer 
A neuropatologia dessa doença está relacionada com o acúmulo extracelular do 
peptídio β-amiloide, formando um acúmulo fibrilasinsolúveis, com consequente 
hiperfosforilação da proteína tau associada aos microtúbulos, disfunção neuronal e morte 
celular. 
Diante disso, a acentuação da neurotransmissão colinérgica remanescente, com a 
inibição das colinesterases nas fendas sinápticas e aumento da concentração da acetilcolina 
extracelular, é a primeira linha de tratamento. Os efeitos colaterais mais comuns são cãibras 
musculares, bradicardia alterações gastrointestinais. 
42 
 
Em pacientes com doença de Alzheimer moderada a grave, utilizam-se outros 
medicamentos como coadjuvantes terapêuticos, atuando, por exemplo, como antagonistas 
não competitivos dos receptores para glutamato sendo a memantina o mais utilizado. 
 
Farmacoterapia anticonvulsivante 
A epilepsia é uma enfermidade crônica caracterizada por episódios convulsivos, 
gerados por uma descarga excessiva e descontrolada de um grande número de neurônios. 
Seu tratamento farmacológico tem como base a inibição da despolarização neuronal 
por meio da potencialização da ação do GABA ou inibição da função dos canais para Na+ ou 
Ca2+. 
Nesse sentido, alguns benzodiazepínicos, como clonazepam e diazepam e o 
barbitúrico fenobarbital são utilizados. A carbamazepina e oxcarbazepina são mais utilizadas 
nas convulsões parciais. 
A fenitoína possui efeito anticonvulsivante sem causar depressão do SNC. Os efeitos 
adversos mais comuns ocorrem em pacientes idosos, como arritmias cardíacas e 
hipotensão. O ácido valproico é o anticonvulsivante mais utilizado por possuir amplo 
espectro de ação em todos os tipos de convulsões, atuando por meio da inativação dos 
canais para Na+, redução das correntes de Ca2+ tipo T e alteração do metabolismo do 
GABA. 
Como efeitos indesejados, podemos citar sonolência, vertigem, ataxia, diplopia, visão 
borrada e redução da concentração plasmática de Na+. 
 
Fármacos Anestésicos 
Os medicamentos anestésicos ​tem o objetivo de bloquear temporariamente, no 
sistema nervoso central, a capacidade do cérebro de reconhecer um estímulo doloroso. A 
anestesia pode ter ação local, regional ou geral. Em todos os tipos, ocorre o bloqueio 
neuronal da dor; o que muda é a via de administração do fármaco. 
Para anestésicos locais, utiliza-se a injeção do fármaco (lidocaína, por exemplo) na 
pele e nos tecidos subcutâneos, além de gel ou spray. Essa via é a que oferece menores 
efeitos adversos. 
Com relação a anestesia regional, este procedimento anestésico é em cirurgias 
relativamente simples, onde o paciente pode permanecer acordado. ​Os dois tipos de 
anestesia regional mais usados são raquidiana (ou raquianestesia) e peridural, conforme 
diferenciação na imagem a seguir (figura 25). Ambas são aplicadas na medula do paciente, 
variando a região vertebral escolhida (lombar, torácica ou cervical). 
43 
 
 
Figura 25. Diferença da punção para aplicação das cirurgias peridural e raquidiana. Fonte: 
American Society of Anesthesiologists (ASA). 
No caso da anestesia geral, utilizam-se as vias de administração intravenosa e 
inalatória, sobre as quais detalharemos melhor a seguir. 
 
 
 
Fármacos Anestésicos gerais 
Os anestésicos gerais deprimem o SNC por estimular as sinapses inibitórias e/ ou 
diminuir as excitatórias. O óxido nitroso, xenônio e cetamina atuam inibindo as respostas 
induzidas por receptores para glutamato, enquanto os demais anestésicos atuam 
potencializando a ação do GABA sobre os receptores GABAA. 
 
Fármacos Anestésicos gerais​ ​intravenosos 
Os anestésicos intravenosos induzem a perda da consciência em aproximadamente 
20 segundos após chegar ao cérebro. Podemos citar como exemplo dessa classe o 
tiopental, propofol e etomidato. 
 
Fármacos Anestésicos gerais inalatórios 
Os anestésicos inalatórios são utilizados para a manutenção da anestesia induzida 
por um anestésico intravenoso. Os principais fatores que afetam a pressão parcial do 
anestésico no sangue e cérebro são: concentração do anestésico no ar inspirado; ventilação 
pulmonar durante toda a anestesia; o débito cardíaco e pulmonar e solubilidade do 
anestésico no sangue. 
Em linhas gerais, pode-se dizer que a totalidade dos anestésicos reduzem a pressão 
arterial de maneira dependente da dose. Este fato é principalmente importante para os 
44 
 
fármacos halotano e enflurano, os quais também reduzem a contratilidade do miocárdio, 
podendo gerar arritmias. A respiração também é deprimida, o que torna ainda mais 
necessário o monitoramento dos sinais vitais do paciente durante toda sua internação. 
 
RELEMBRANDO OS PRINCIPAIS PONTOS ESTUDADOS 
 
 
✔ Drogas simpaticomiméticas são substâncias que imitam os efeitos fisiológicos dos 
hormônios adrenalina e noradrenalina no organismo; 
✔ Drogas parassimpatomiméticas ou colinérgicas incluem os fármacos que agem 
estimulando ou imitando o sistema nervoso autônomo parassimpático; 
✔ Psicotrópicos são medicamentos que agem no sistema nervoso central, alterando 
temporariamente a percepção, o humor, o comportamento e a consciência; 
✔ As patologias que envolvem alterações no sistema nervoso central, possuem sua 
farmacoterapia baseada em ajuste dos neurotransmissores GABA, acetilcolina, 
nordrenalina, serotonina e dopamina. A saber: epilepsia, transtorno bipolar, 
Alzheimer, Parkinson, depressão, ansiedade dentre outros; 
✔ O mecanismo de ação dos anestésicos é a depressão do SNC por acentuar as 
sinapses inibitórias e inibir as excitatórias. 
✔ A anestesia pode ter ação local, regional ou geral. Em todos os tipos, ocorre o 
bloqueio neuronal da dor; o que muda é a via de administração do fármaco. 
SAIBA MAIS 
 
 
✔ Vídeo com o título “Ação dos anestésicos locais em Odontologia”. Disponível em < 
https://www.youtube.com/watch?v=jJZpeq06VLg> 
✔ Vídeo com o título “Agonistas adrenérgicos”. Disponível em 
<https://www.youtube.com/watch?v=jHTRllJFJaI>. 
✔ Vídeo com o título “Neurotransmissores excitatórios e inibitórios”. Disnponível em < 
https://www.vittude.com/blog/neurotransmissores/> 
45 
 
 
REFERÊNCIAS S CONSULTADAS 
 
Aula com o título “SNA parassimpático”. Disponível em: 
http://www.icb.usp.br/~pulmolab/downloads/aula_parassimpaticosmimeticos1.pdf. 
 
Association., British Medical; Britain., Royal Pharmaceutical Society of Great. ​BNF 65 : 
British national formulary : March 2013-September 2013. 
 
Borges TL, Hegadoren KM, Miasso AI. Transtornos mentais comuns e uso de psicofármacos 
em mulheres atendidas em unidades básicas de saúde em um centro urbano brasileiro. Rev 
Panam Salud Publica. 2015;38(3):195–201. 
 
BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. ​As Bases 
Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13​. Artmed Editora, 2018. 
 
MURRAY A, Traylor J. Caffeine Toxicity. [Updated 2020 Jun 27]. In: StatPearls [Internet]. 
Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2020 Jan-. Available from: 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK532910/ 
 
NALOTO DCC et al. Prescrição de benzodiazepínicos para adultos e idosos de um 
ambulatório de saúde mental. São Paula, 1267-1276, 2015. 
 
PRADO MAMB, Francisco PMSB, Barros MBA. Uso de medicamentos psicotrópicos em 
adultos e idosos residentes em Campinas, São Paulo: um estudo transversal de base 
populacional. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 26(4):747-758, out-dez 2017. 
 
Vídeo com o título “Fármacos Parassimpatomiméticos”.

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