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CAPELANIA HOSPITALAR PROFESSORA VALÉRIA ALVES FERREIRA - PSICÓLOGA CRP MG-04-13699 VALÉRIA ALVES "O SOFRIMENTO NÃO IDENTIFICADO NÃO PODERÁ SER ALIVIADO" Cassel, E.J. The Nature of suffering and the goals of medicina. N Engl VALÉRIA ALVES Se a vida se restringisse apenas às questões orgânicas, se viver não fosse mais do qe um mero exisir, talvez se pudesse ver o tempo como uma obrigação a se cumprir. Mas há sentido na vida, "a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte", É preciso que a vida se transubstancie em significado. Acolher as supresas, descortinar os sentidos, fazem a vida ser composta como uma sinfonia, repleta de pausas, acentos, idas e vindas que são sentido no final, ao se tocar o último acorde. (Bruno Oliveira) VALÉRIA ALVES "O QUE É MAIS FORTE QUE O AMOR?" VALÉRIA ALVES "Não é apenas aceitável, e sim, a prática de uma medicina melhor abordar as necessidades espirituais dos pacientes" (Dr. John Tarpley, coordenador da residência médica em cirurgia geral na Faculdade de Medicina Vanderbilt, EUA) VALÉRIA ALVES "SAÚDE É O ESTADO DE MAIS COMPLETO BEM-ESTAR FÍSICO, MENTAL, SOCIAL E ESPIRITUAL E NÃO APENAS AUSÊNCIA DE DOENÇA" (OMS) VALÉRIA ALVES "SAÚDE É A CAPACIDADE PARA SUPERAÇÃO DA FORMA AUTÔNOMA DA DOR, DA ENFERMIDADE E DA MORTE. NÃO É AUSÊNCIA DE DOR E TRANSTORNOS. É A FORÇA PARA VIVER COM ELES" (JÜRGEN MOLTMANN) No ano de 1986, na cidade de Brasília, foi realizada a VIII Conferência Nacional de Saúde, onde foi formulado aquele que ainda hoje se conhece como conceito ampliado de saúde, como responde aos regimes autoritários e crises dos sistemas públicos de saúde em vários países da América Latina nos anos de 1970 e 1980. Foi postulado que: "Em sentido amplo, a saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde. Sendo assin, é principalmente resultado das formas de organização social, de produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida" VALÉRIA ALVES VALÉRIA ALVES "Antigamente costumavam-se perguntar ao doente: 'Que está lhe faltando?' Hoje a pergunta é: 'Que o senhor sente?' Talvez, se tivéssemos mantido a primeira pergunta, o eixo saúde-doença estivesse em melhor condição" Dulcinéa da Mata Ribeiro Monteiro https://www.researchgate.net/scientific-contributions/Dulcinea-da-Mata-Ribeiro-Monteiro-2176572255 VALÉRIA ALVES Segundo Klaus et. al. (2009), na década de 1970 uma mudança de paradigma fez com que se alterasse o foco das questões da doença para a saúde, numa conceituação positiva, e a ideia do sentido passou a receber uma atenção maior por parte das pesquisas. Segundo os autores, independente das mais diversas definições e dificuldades metodológicas que são encontradas, "os teóricos são unânimes em assumir o sentido da vida como crucial para o desenvolvimento humano e promotor de esperança, realçando o seu efeito terapêutico" VALÉRIA ALVES Harold Koening (2012) apresenta a religião como um sistema de crenças práticas que são vivenciadas dentro de uma comunidade, marcada por ritos, que são importantes para a manutenção e reconhecimento daquele grupo e para comunicação ou ligação com o sagrado. Ali já um conjunto de leis, doutrinas e regras que ditam os comportamentos e explicam as razões de ser daquela comunidade. A religião, então, é caracterizada por seu aspecto organizacional e doutrinal. VALÉRIA ALVES O filósofo francês Luc Ferry (2012) propõe a compreensão da espiritualidade para além do religioso. Se distanciando de imposições dogmáticas, Ferry apresenta a possibilidade da espiritualidade laica, que mesmo com esse afastamento é capaz, segundo ele, de resguardar a herança espiritual no que fiz respeito à valorização do transcedente, à ideia de sagrado, e acima de tudo do amo, destas mesmas tradições. Todos esses elementos ganham, para o autor, uma interpretação laica e secularizada, que perpassa por uma simples aplicação religiosa. A possibilidade de significar a própria vida, de salvar-se do desespero e da angústia, consequências naturais de uma vida sem sentido, passa não mais pelo auxílio divino, mas pela fisolofia. VALÉRIA ALVES Alguns guardam o Domingo indo à igreja Eu guardo ficando em casa Tendo um Sabiá como cantor E um Pormar por Santuário Alguns guardam o Domingo em vestes brancas Mas eu só uso minhas Asas E ao invés do repicar dos sinos na Igreja Nossa pássaro canta na palmeira É deus que está pregando, pregador admirável E o seu sermão é sempre curto, Assim, ao invés de chegar ao Céu, só no final Eu o encontro o tempo todo no quintal Emily Dickinson VALÉRIA ALVES "A espiritualidade envolve um componente vertical, religioso (um sentido de bem-estar em relação a Deus) e um componente horizontal, existencial (um sentido de propósito e satisfação de vida - que reflete crenças, valores, estilos de vida e interações com o "eu", os outros e a natureza), sendo que este último não implica qualquer referência a conteúdo especificamente religioso" (LEÃO, 2008) VALÉRIA ALVES "A ESPIRITUALIDADE TRATA DA BUSCA HUMANA POR UMA VIDA SATISFATÓRIA E COM SENTIDO, DESCOBRINDO A NATUREZA ESSENCIAL DE SI MESMO E O SEU RELACIONAMENTO COM O UNIVERSO" Prof. Dr. Francisco Lotufo Neto VALÉRIA ALVES "EU VEJO ESPIRITUALIDADE COMO AQUILO QUE PERMITE UMA PESSOA EXPERIMENTAR UM SIGNIFICADO DE VIDA TRANSCEDENTE. É FREQUENTEMENTE EXPRESSA COMO UM RELACIONAMENTO COM DEUS, MAS PODE SER TAMBÉM COM A NATUREZA, ARTES, MÚSICA, FAMÍLIA OU COMUNIDADE - QUALQUER CRENÇA E VALORES QUE DÃO À PESSOA UM SENSO DE SIGNIFICADO E PROPÓSITO DE VIDA" VALÉRIA ALVES "O INSUPORTÁVEL NÃO É SÓ A DOR, MAS A FALTA DE SENTIDO DA DOR, MAS AINDA A DOR DA FALTA DE SENTIDO" Giacóia Jr VALÉRIA ALVES MODELO BIOMÉDICO: LIMITA O REAL AO QUE PODE SER MEDIDO MODELO BIOPSICOSSOCIOESPIRITUAL: CUIDA DA PERSPECTIVA INTEGRAL MUDANÇA DE PARADIGMA VALÉRIA ALVES O modelo biopsicossocioespiritual reconhece o impacto potencial de variáveis espirituais que podem aumentar ou diminuir a experiência da responsividade da doença e da dor. A espiritualidade e as formas de vivenciá-la podem desempenhar um importante papel no enfrentamento da dor. VALÉRIA ALVES Modo de elaboração subjetiva e intersubjetiva na busca de respostas para as demandas de sentido, ancorando-se em crenças religiosas (em Deus, Divino, Sagrado ou Transcendente) ESPIRITUALIDADE RELIGIÃO RELIGIOSIDADE Demanda de sentido Sistema ou doutrina de resposta VALÉRIA ALVES Embora estejamos cada vez mais conscientes da importância da dimensão espiritual nos tratamentos em saúde, ainda são raros os lugares onde o acompanhamento espiritual faz parte do tratamento global da pessoa. Como se o sofrimento espiritual, oriundo da ausência se sentido, não tivesse estatuto nem legitimidade em nosso mundo. VALÉRIA ALVES FICA - American College of Physicians ANAMNESE ESPIRITUAL - FICA F - Fé/crença Você se considera religioso ou espiritualizado? Você tem crenças espirituais ou religiosas que te ajudam a lidar com problemas? Se não: o que te dá significado na vida? I - Importância ou influência Que importância você dá para a fé ou crenças religiosas em sua vida? A fé ou crenças já influenciaram você a lidar com estresse ou problemas de saúde? Você tem alguma crença específica que pode afetar decisões médicas? Ou o seu tratamento? C - Comunidade Você faz parte de alguma comunidade religiosa ou espiritual? Ela te dar suporte? Como? Existe algum grupo de pessoas que você "realmente" ama ou que seja importante para você? A - Ação no tratamento Como você gostaria que o seu médico ou profissional da área da saúde Considerasse a questão religiosidade/espiritualidade no seu tratamento? Indique, remeta a algum líder espiritual/religioso? VALÉRIA ALVES É um serviço responsável pelos cuidados espirituais dos pacientes, ajudando no lidar com a enfermidade e noencorajamento ao tratamento médico indicado. Como muitos conceitos que mudam de significado ao longo do tempo, a capelania hospitalar deixou de ser um trabalho confessional, atrelado à uma unica religião, focando nas necessidades espirituais e não em uma atuação proselitista; Deriva-se do latim capella, uma capa. CAPELANIA: ORIGEM CAPELANIA HOSPITALAR VALÉRIA ALVES Os profissionais de cuidados paliativos podem não estar familiarizados com contribuições importantes de capelães para cuidar de pacientes, famílias e equipes. Esses achados apontam para a necessidade de educação permanente das equipes paliativas sobre o que os capelães fazem nos cuidados paliativos CAPELÃO DOS CUIDADOS PALIATIVOS CAPELÃO COMO STORY CATCHER Capelão como Story Catcher funciona como agente de esperança e conforto para aqueles que escolhem contar suas histórias e são ouvidos VALÉRIA ALVES Capelania diferente das visitas religiosas Capelães = profissionais da saúde COM COMPETÊNCIA E CORAÇÃO O perfil O conhecimento técnico O equilíbrio emocional NECESSIDADE DA SELEÇÃO O curso, o treinamento, a educação continuada EQUIPANDO O CAPELÃO VALÉRIA ALVES Matrícula de novos pacientes Posto avançado Reunião de família Modalidades de atendimento Internação Ambulatório Assistência Domiciliar Formação de profissionais Residentes HOSPITAL DO CÂNCER IV CAPELANIA} VALÉRIA ALVES Educação continuada: Treinamento das habilidades comunicacionais Educação para morte Criação de espaços interdisciplinares Humanização Grupos de reflexão Espaços de troca Valorização do trabalho profissional TUDO ISSO SÓ É POSSÍVEL SE DESENVOLVERMOS: VALÉRIA ALVES "HAVIA MUITAS PESSOAS CUIDANDO DE DIFERENTES PARTES DE JACK, MAS NINGUÉM CUIDANDO DO JACK" Relato de um pai em 1997 - Londres VALÉRIA ALVES TALVEZ NÃO SEJA DA MORTE QUE AS PESSOAS TENHAM MEDO. TALVEZ O MEDO VENHA DE OUTRA COISA MAIS TRÁGICA E ASSUSTADORA, A SABER O MEDO DE NUNCA TER VIVIDO. QUANDO NÃO SE VÊ SENTIDO, RESTA APENAS A MERA EXISTÊNCIA. ENTRETANTO, EXISTIR POR EXISTIR PODE SER INSUPORTÁVEL. A PROXIMIADDE DA MORTE TRAZ À TONA A VIDA. A VIDA QUE SE VIVEU E A VIDA QUE SE DEIXOU DE VIVER. VALÉRIA ALVES OBRIGADA!