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Trabalho equideocultura

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 
ESCOLA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E BIOLÓGICAS 
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
EQUIDEOCULTURA 
 
 
ADRIANO ALCÂNTARA DE OLIVEIRA 
ANA LUÍZA DE SOUSA VIEIRA 
ANA PAULA FRANÇA DE FREITAS 
LAURA PALERMO GUERRA 
MATHEUS BERNARDES S. MENDES 
SÉRGIO MURILO LEAL ALVES 
 
 
 
 
TIPOS DE DOMA EQUINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Goiânia 
2021 
 
ADRIANO ALCÂNTARA DE OLIVEIRA 
ANA LUÍZA DE SOUSA VIEIRA 
ANA PAULA FRANÇA DE FREITAS 
LAURA PALERMO GUERRA 
MATHEUS BERNARDES S. MENDES 
SÉRGIO MURILO LEAL ALVES 
 
 
 
 
 
 
 
TIPOS DE DOMA EQUINA 
 
 
 
Trabalho elaborado para fins de 
obtenção de nota e composição parcial 
da N1, na disciplina de Equideocultura 
sob orientação do Prof. Rodrigo Zaiden 
Taveira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2021 
 
1.INTRODUÇÃO 
 O relacionamento do homem com o cavalo tem seus primeiros indícios 
na condição de presa/predador, em que a caça era realizada 
dirigindo propositalmente as manadas através de um vale estreito, onde 
poderiam ser encurraladas e atacadas (Olsen, 1989). De acordo com vestígios 
arqueológicos, os primeiros indícios de domesticação teriam se dado com o 
transcorrer do tempo, quando se viu nos cavalos outras qualidades além de fonte 
de alimento, passando então a figurarem como símbolo de status, prestigio, 
masculinidade e de poder, distinguindo homens nobres dos não nobres. 
 Historicamente, os cavalos foram selecionados para servir na guerra e no 
transporte de pessoas, como tração do arado em tarefas agrícolas, como 
instrumento chave na pecuária e para serem empregados em atividades 
esportivas. (Williams, Santiago W. 1861) 
 Portanto, desde os tempos remotos, surgiu a necessidade de domesticar, 
domar e adestrar os cavalos, modificando a rotina, antes de um animal de vida 
livre, para a submissão de manejos geral, nutricional, sanitário e reprodutivo, 
supervisionados pelo homem (BORGES, 2015). 
 O conjunto das necessidades citadas e os métodos utilizados para se 
obter um animal permissivo a realização de atividades foram denominados 
doma. Podemos dizer então, que: "Denomina-se doma de equinos as técnicas 
que possibilitam que, em um tempo variável, um equino, geralmente um cavalo 
mas também se aplica a burros ou mulas, deixe de ser um animal indômito e 
passe a permitir que um ser humano o monte e guie." (HARLEY, E 2002). 
 O Médico Veterinário Dr. Paulo Cesar Nunes Gil destaca um importante 
ponto que envolve a prática da doma em cavalos: "Antigamente, e em alguns 
lugares até hoje, os cavalos eram tratados de maneira errada. A doma era feita 
como em espetáculos circenses. Isso não funciona. Os cavalos são indivíduos e 
têm medo de como os seres humanos os tratam. Por isso, a doma é um exercício 
de paciência, disciplina, empenho e até encantamento. É preciso estudar os 
animais, conhecer como se comunicam com a natureza. Eles são seres 
individuais e excepcionais”. (GIL, Paulo Cesar, 2020). 
 Atualmente existem alguns tipos de doma, tendo como principais a Doma 
Tradicional, Doma Racional, Doma Índia, Doma a Pé, Join Up e Imprinting. Este 
trabalho visa discorrer sobre as técnicas utilizadas em cada uma, mostrando no 
que se baseiam e o que as diferencia. 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
2.1 DOMA TRADICIONAL 
 As principais diferenças entre a doma racional e a doma tradicional: 
Geralmente na racional o domador busca conquistar o equino, de diversas 
formas respeitando sempre os limites do animal e diminuindo seu estresse. 
 Quando na doma tradicional é usado esforço físico por parte do domador, 
em que os resultados desejados são conseguidos de forma bruta e agressiva 
para com o animal. Não existe técnica fundamentada ou respeito algum com o 
animal. Esse tipo de doma leva o animal à exaustão, fazendo com que ele deixe 
de resistir e se submeta ao domínio do homem pela força. 
 Vale ressaltar alguns pontos importante: 
1. Atitudes e atividades agressivas são proibidas por lei, por se tratar de 
maus tratos ao animal. 
2. A doma tradicional deixa traumas no animal. 
 O conceito de bem-estar animal com a doma tradicional: É importante 
ressaltar a relação cavalo/homem gera grandes impactos físicos, fisiológicos e 
psicológicos ao animal. De modo geral, pode-se dizer que é comum que as 
pessoas que lidam com cavalos antropomorfizem essa relação. O conceito de 
bem-estar animal está intimamente ligado à qualidade de vida. Dentro deste 
conceito, podem ser incluídos aspectos como, por exemplo, a saúde, a felicidade 
e a longevidade, além da capacidade de adaptação do animal a seu meio 
ambiente, sua relação com outros seres vivos, e a demonstração de 
comportamentos típicos (Broom, 1986; Tannenbaum, 1991). Diante disso, 
devemos ressaltar que a doma tradicional pode afetar em todos esses 
parâmetros. 
 A doma tradicional compreende uma série de ações realizadas para que 
o cavalo se submeta ao comando humano. A doma tradicional tenta aprendizado 
ao cavalo de forma que ele se submeta ao comando humano de forma “forçada”. 
Quebrar o cavalo tem sido uma técnica associada à força, bravura, e coragem. 
Foi um símbolo de machismo na Ilíada de Homero, bem como no Velho Oeste 
Americano; o mesmo ainda é verdadeiro hoje em dia. Um domador tradicional 
personifica a dominância dos humanos sobre as outras espécies. Neste 
contexto, não é de se surpreender quando este tipo de doma é preferível a 
métodos mais gentis (Farmer-Dougan e Dougan, 1999, p.143, tradução) 
 Geralmente, entende-se que este tipo de doma divide-se em duas etapas: 
a “doma de baixo”, que consiste em forçar o cavalo a aceitar o cabresto e o 
contato humano (permitir que seja escovado e higienizado), e a “doma de cima”, 
que procura forçar o animal a aceitar os arreios de montaria, além do humano 
em seu dorso. A aplicação de punições diversas é o cerne deste tipo de doma. 
É comum que o cavalo, forçado a aceitar os equipamentos e o próprio humano, 
reaja com agressividade, tentando se livrar dos mesmos. 
 Seu comportamento natural não é respeitado, nem tampouco há, de 
modo geral, uma preocupação com seu estado psicológico (e até mesmo físico 
em alguns casos). Esporas, chicotes e cordas, utilizados com a intensão de 
dominar o animal pela dor, figuram como instrumentos comuns neste tipo de 
prática. Geralmente o cavalo é levado à exaustão, a fim de fazer com ele aceite 
os comandos dados pelo treinador. O processo pode incluir atividades como 
laçar o cavalo, puxar seu pescoço com cordas de um lado para o outro, amarrar 
suas pernas (“maneio”), derrubá-lo no chão para submetê-lo à força humana, 
“quebrar o queixo” (“doma de bocal”), entre outras atitudes que violam preceitos 
básicos de bem-estar animal. 
 No caso desse tipo de doma tradicional, há a constante aplicação de 
estímulos aversivos, por meio de surras e maus-tratos, enquanto o animal está 
amarrado, e não pode fugir. “Nas palavras de um domador tradicional, um cavalo 
somente está pronto para montar quando não resiste mais. De uma perspectiva 
comportamental, portanto, o cavalo estaria pronto para montar quando o 
desamparo aprendido fosse atingido” (FarmerDougan e Dougan, 1999, p.144, 
tradução nossa). 
 Após esta etapa, os processos desta doma mista tomam mais ou menos 
os mesmos rumos de uma doma tradicional, com imposições de ações dolorosas 
ao cavalo. Segue-se então “puxando do queixo”, ou seja, introduzindo o “bocal”, 
espécie de uma tira de couro, com três centímetros de largura, que é atada ao 
queixo dos potros. Ao bocal são atadas as rédeas, que se cruzam atrás da 
garupa, e são puxadas, por domadores, “direcionando o queixo na direção do 
peito, dando um ‘tirão’ único até este ‘patear’ (agitar as patas), que significa dizer 
que está demonstrando que estádoendo, ou seja, ele “sentiu" (Lima, 2015, p. 
115). 
 Este processo é repetido por ao menos três vezes de cada lado, “ou seja, 
depois de dado os três tirões, vira – se o cavalo e puxa-se mais três” (Lima, 2015, 
p. 115). O objetivo deste ato seria tornar a animal “sensível de boca”, para que 
quando montado, ele atenda ao domador. A terceira etapa consiste na montaria 
em si, também denominada como “primeiro galope”. O cavaleiro monta no 
animal, que já está com os arreios. Este, descostumado com tal atitude, costuma 
corcovear. O domador permanecer em cima do cavalo, como prova de 
superioridade. Ele é geralmente auxiliado por um “amadrinhador”, que o 
acompanha montado em um outro cavalo. Finalmente, chega-se à etapa final, o 
“enfrentamento”, quando é introduzido o freio na boca do cavalo, no lugar do 
bocal (Lima, 2015, p. 114-125). 
 O manejo tradicional tem as seguintes características: emprega dor para 
obter respostas do cavalo, permite que o cavalo imponha sua vontade sobre o 
treinador, pretende modificar o comportamento através da intimidação e 
cansaço, emprega procedimentos mecânicos de aprendizagem, baseados em 
repetições intermináveis e sem reflexão. A diferença entre os métodos não 
depende apenas de dar um agrado ou não, mas fazê-lo quando este é 
plenamente justificado. Devemos ser tão suaves quanto possível, mas tão duros 
quanto necessário. 
 Porque ainda hoje seguimos fazendo o manejo tradicional? A resposta é 
que dá o resultado, mesmo sendo de uma maneira forçada e bruta. A principal 
diferença entre a doma racional e a tradicional é que na racional o animal faz os 
movimentos por vontade própria e já na racional é contra sua vontade por que 
ele está sendo forçado a fazer aqueles movimentos. 
 Em todas as cidades gaúchas os cavalos são vítimas diárias de maus-
tratos e um dos focos da maldade provém da doma tradicional. Em nome de uma 
tradição, domadores profissionais subjugam o animal a extrema rudeza de 
quebrar queixo e babar o animal a mango e espora em qualquer canto do RS. 
Com o pescoço amarrado em um poste de pau (Amansador de escravos e 
animais) o cavalo se submete por horas seguidas apanhando com um chicote 
ou com um pedaço de pau. Sangrando no lombo e no rosto, esfolado em grande 
parte de seu corpo e as patas em sangue vivo, relincha, chora de dor. A doma 
https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/cavalos/
dura, normalmente, entre uma sova e outra do outono à primavera, parando no 
inverno para o animal se recompor solto no campo devido aos machucados, 
porque seu desgaste é compreensivelmente grande, dada a brutalidade da doma 
tradicional com os corcovos e tombos. Depois de três meses o animal recebe a 
segunda sova. 
 Essas são as palavras da ecologista Leatrice Borges, como podemos 
observar essa prática de doma tradicional é vista hoje em dia como algo muito 
abusivo para o equídeo, já que é uma prática muito antiga e que hoje em dia 
deve ser substituída por outros métodos de doma, diversos métodos de domas 
são facilmente substituídos por esse método que é enxergado hoje me dia como 
algo muito antigo. 
 
2.2 DOMA RACIONAL 
 A dama racional é conhecida como “manejo natural do cavalo”, “doma western”, 
“doma progressiva”, “doma psicológica”, “doma etológica” ou “doma natural”. No Brasil, 
é popularmente conhecida como “doma americana” ou “doma paulista” devido à sua 
popularidade e consolidação, em primeiro momento, dentre habitantes deste estado 
(Hering, 2020). 
 Para entendermos um pouco mais sobre a doma racional, devemos 
entender o significado da palavra “horsemanship”, que nada mais é do que horse 
= cavalo, man= homem, ship = relacionamento. Sendo esta questão 
indispensável para o entendimento comportamental do equino em vida livre, é 
certo que os métodos de doma tradicional, dotadas de dor e violência, vão contra 
ao real aprendizado e o comportamento destes na natureza (PIRES, 2020). 
 A doma racional é uma técnica de adestramento baseada na etologia e 
tem como base condicionar os animais sem nenhum tipo de violência. É 
trabalhada através da repetição de atividades, em ritmo progressivo e contínuo, 
com perseverança e paciência, de modo que o animal sinta-se confortável e 
estabeleça uma relação de confiança com o domador. O domador busca 
conquistar o animal com carinho e atenção, respeitando seus limites, diminuindo 
o stress durante o processo e valorizando o aprendizado através de 
recompensas a cada obstáculo superado (ARAÚJO, 2017). 
 Além de reduzir os riscos de acidentes, a doma racional possui outras 
vantagens como maior confiabilidade por parte dos animais, criação de um laço 
de amizade cavalo-domador, os animais se tornam mais corajosos, adquirem 
maior flexibilidade e sofrem menos traumas (ARAÚJO, 2017). 
 A forma como trabalha faz com que o animal entenda que deve seguir um 
líder, trabalhando as repetições que são fundamentais para o aprendizado, 
tornando a doma próxima de sua natureza por ver o mundo pelos olhos dos 
cavalos, logo, ele aprenderá por meios instintivos. Vale lembrar que para o 
entendimento psíquico e compreensão dos fatores comportamentais dos 
equinos é importante valorizar fatores genéticos presentes desde o nascimento 
e os fatores resultantes da experiência adquirida durante a vida (PIRES, 2020). 
 O momento ideal para iniciar é estabelecido através da idade mínima de 
dois anos, desde que esteja saudável, quando o cavalo possui estrutura física 
capaz de desenvolver atividades inerentes à doma. Deve ser realizada em 
ambiente apropriado, sendo mangueira ou redondel, de modo que se tenha 
segurança e evite acidentes (HERING, 2020). 
 Para que o animal responda aos comandos desejados e tolere a monta, 
muitos exercícios de repetição e condicionamento são utilizados de forma suave, 
sem uso de força e de artifícios severos para dominá-lo. Traz resultados 
melhores do que a doma tradicional mas exige muita paciência pois objetiva a 
aceitação natural do domador pelo cavalo, bem como adaptação aos apetrechos 
de monta (BORGES, 2015). 
 O cavalo deve ser iniciado no treinamento equestre sem o uso de métodos 
violentos ou capazes de gerar dor, de modo que seu comportamento natural e 
ciclo de desenvolvimento seja respeitado. Sua metodologia pode incluir diversas 
etapas. Na chamada doma de baixo os animais são condicionados através de 
uma série de exercícios que irão prepara-lo para a última etapa, que será a doma 
de cima. Com uma corda de treinamento, dá-se inicio aos exercícios básicos de 
equitação como passo, trote, galope, parar, trocar de direção, além dos 
comandos de voz e braços, até o momento em que o animal se encontra pronto 
para receber um cavaleiro montado. A doma de cima é a continuação dos 
mesmos comandos ensinados mas agora acionados pelo domador montado 
(HERING, 2020). 
 Durante os treinos, deve-se dar atenção à respiração, batimento cardíaco, 
condicionamento físico e estado psicológico do animal, para que o cavalo 
desenvolva uma boa relação com os exercícios. Procura-se distinguir 
movimentos corporais e faciais, além de vocalizações (bufadas, resfôlegos, 
relinchos, roncos e guinchos) que indiquem medo, agressão, impulso à fuga, 
satisfação, calma, curiosidade, estresse etc. A partir disso, se estabelece uma 
comunicação não-violenta com o cavalo, buscando meios de fazê-lo cooperar 
com prazer (HERING, 2020). 
 Alguns métodos que se tornaram populares utilizam das bases da doma racional 
como a doma índia, a doma a pé, o join up e a cunhagem. 
 
2.2.1 DOMA ÍNDIA 
 A doma índia ou progressiva é um tipo de doma que permite que o humano 
e o animal tenham mais contato, tendo foco na natureza do cavalo, evitando 
causar medo, domando o animal dentro dos limites necessários. Esse tipo de 
doma échamado assim pois era a maneira que os índios ranqueles domavam 
os cavalos, sendo também chamada de progressiva, pois leva tempo, já que o 
animal precisa entender progressivamente o papel que o domador está lhe 
empregando. É um método que não utiliza de violência ou coerção, a doma se 
mantém pelo emocional, o domador precisa compreender quando se aproximar, 
como passar sua mensagem ao cavalo e saber ler os sinais que o animal 
dá (BARROS, 2018). 
 Os domadores que utilizam da doma índia relatam que tudo depende dos 
sentimentos que você transmite ao cavalo, para que o animal possa retribuir da 
mesma forma. Cavalos são assustados, então ao utilizar da empatia, o domador 
consegue entender os medos do animal, ao escolher não maltratar e caminhar 
ao lado do animal, o humano perde o status de predador e o animal compreende 
que o domador é alguém em que ele pode confiar. (BARROS, 2018) 
 Para que a doma índia ocorra bem, o animal começa a ser domado com 
cerca de 2 anos de idade, e antes disso deve ter uma criação mais natural 
possível, tendo como interferência humana, apenas o manejo preventivo de 
vacinas e medicamentos. Com dois anos o cavalo já possui o corpo formado e 
aos quatro ou cinco anos chega ao seu ágil, com sua formação óssea. 
(BARROS, 2018) 
 Utilizando do pensamento e dos instintos do animal, é possível ensina-lo a 
como se portar em uma propriedade, em competições, em esportes e a quando 
trotar ou correr. A importância da doma índia vem além da conexão que o 
domador tem com o animal, a grande paciência e profunda compreensão sobre 
o temperamento do cavalo. 
 
2.2.2 DOMA A PÉ 
 Técnica também baseada na doma racional e muito similar à doma Índia. 
O domador se mantém parado, no mesmo nível do cavalo e faz uso de cordas 
longas para fazer com que o animal caminhe ou trote ao redor dele. 
Posteriormente coloca-se uma sela no animal, gradativamente são incorporados 
pesos e então um boneco para que se habitue. Por fim, o domador montará no 
animal (HERING, 2020). 
 
2.2.3 JOIN UP 
 Técnica criada pelo empresário, escritor e treinador de cavalos Monty Roberts e 
também não usa de dor ou força. Foi desenvolvida através da observação do 
comportamento natural dos cavalos selvagens em manadas desde jovens, base para o 
estabelecimento de passos para se estabelecer uma comunicação com o animal através 
da linguagem corporal expressada por eles. Essa conexão com um animal nunca 
domado pode ser obtida em cerca de trinta minutos, podendo ele aceitar os arreios e 
até a monta (HERING, 2020). 
 O cavalo é conduzido para um redondel onde o domador, com apenas uma corda, 
irá fazer uma série de movimentos corporais tentando estabelecer uma ligação com o 
cavalo para que seja aceito como líder. Assim, ele o faz correr de um lado para o outro 
e estabelece sua posição ao imitar movimentos de um garanhão ou égua dominante. O 
cavalo responde com sinais corporais de de cabeça, pescoço, orelhas, olhos, língua e 
mastigação, indicando submissão/confiança. Assim que apresentados, o domador deve 
adotar uma linguagem corporal passiva e virar de costas para cavalo, cessando os 
movimentos e o contato visual(HERING, 2020). 
 O afastamento por parte do domador reforçará ao cavalo a sua intenção pacífica 
antes do primeiro toque. Dessa forma, o cavalo sente interesse e se aproxima do 
domador por vontade própria (“join up”). Quando isto ocorre, é momento de fazer o 
primeiro toque físico e, se aceito, interpreta-se que o animal aceitou a liderança humana 
e estabeleceu um elo de confiança (HERING, 2020). 
 Os sinais apresentados pelos cavalos durante o processo são: mastigação, 
lamber de lábios e abaixar de cabeça. O treinador deve estar muito atento ao menor 
sinal pois quando houver percepção de algum deles, deve-se retirar a pressão do 
animal. Ao ocorrer aproximação do cavalo, estende-se a mão para que ele possa 
cheirar e se dá inicio a caricias na ganacha, pescoço e restante do corpo. Deve-se 
repetir o processo para o outro lado (BORGES, 2015). 
 
2.2.4 IMPRINTING/ CUNHAGEM 
 Técnica desenvolvida pelo médico veterinário Dr. Robert Miller e se baseia 
na aproximação do animal enquanto potro, visto que ainda não tem medo e não 
desenvolveu instinto de sobrevivência/fuga, que é transmitido pela mãe. Essa 
aproximação consiste em acariciar e massagear o corpo do animal, simular a 
colocação dos apetrechos de montaria com a mão, imitar o processo de limpeza, 
casqueamento e utilizar escovas macias para acostumá-los com a escovação, 
objetivando melhorar a interação equino-humano e desenvolver a 
dessensibilização a estímulos (ARAÚJO, 2017). 
 O contato é feito desde o nascimento do potro e consiste em caricias e 
brincadeiras leves, procurando fazer com que o potro veja o humano como parte 
integrante e saudável de sua vida e não como predador. Não se aplica qualquer tipo de 
agressividade e os passos seguintes podem combinar diversos métodos de domas 
racionais. (HERING, 2020). 
 Com base no manejo em conjunto com o bem estar, o imprinting é o melhor 
método para iniciar a doma. Seu princípio é gravar na mente do potro que o ser humano 
também pode protegê-lo (ANDRADE, 2021). 
 A escovação do pelo é uma atividade que, se feita adequadamente, pode ser o 
melhor modo de conquistar confiança e afeição do animal, pois ao passarmos a escova 
e/ou a raspadeira, o mais importante é transmitir propósitos de bem querer, buscando a 
sua tranquilidade e o seu relaxamento, além de contribuir na limpeza e melhor aparência 
(BORGES, 2015). 
 A massagem deve começar pela cabeça (fronte, orelhas) e tem como objetivo 
facilitar a colocação do cabresto. Dependendo da reação do potro, deve-se colocar e 
retirar a cabeçada do cabresto várias vezes até que se acostume. No dorso, costados 
e ventre, a massagem ajuda na boa aceitação dos apetrechos de monta e pressão das 
pernas na equitação. Nos membros, facilita o manejo dos cascos, facilitando levantar 
cada pata. Pode-se também colocar repetidamente o dedo na boca do potro, até que 
ele aceite, pois facilitará a aceitação da embocadura (ANDRADE, 2021). 
3.CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Por fim, é notável a importância da doma racional visto que respeita a natureza 
dos cavalos em vez de forçá-los a fazer algo. Podemos observar que a doma tradicional 
teve grande participação no aumento da relação homem-cavalo e que ainda é muito 
utilizada, apesar de suas técnicas serem agressivas. É necessário sabermos que, assim 
como os seres humanos, os cavalos também são capazes de sentir dor, estresse e 
medo, da mesma forma que têm sensações de prazer, sendo de grande valia 
entendermos sobre seu comportamento para sabermos quando demonstram tais 
sentimentos. As técnicas de doma racional mencionadas mostraram que é possível 
submetê-los a atividades sem uso de qualquer tipo de violência, visando o bem estar. 
Dentre elas, nesse aspecto, a que possui maior destaque é a Imprinting, visto que o 
contato com o animal se inicia desde potro e a relação de confiança é estabelecida mais 
cedo. Desse modo, através das atividades diárias promovidas, o potro vê no ser humano 
segurança e sente conforto ao ter aproximação, o que facilita grandemente os futuros 
passos da doma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BORGES, Camila Assunção. DOMA RACIONAL E MANEJO DOS EQUINOS 
DA CAVALARIA DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ. Orientador: 
Gabrimar Araújo Martins. 2015. 52 p. Relatório (Zootecnia) - Universidade 
federal do ceará, Fortaleza, 2015. 
O ARGENTINO OSCAR SCARPATI É O CRIADOR DA DOMA ÍNDIA. 
Disponível em: < https://cavalus.com.br/geral/o-argentino-oscar-scarpati-e-o-
criador-da-doma-india/>. Acessado em 21 set. 2021 
 
HERING, Cássia Bars. DA DOMINAÇÃO À TENTATIVA DE COMUNICAÇÃO:UMA ANÁLISE DOS MÉTODOS DE DOMA PARA EQUITAÇÃO. Revista 
latinoamericana de estudios críticos animales, [S. l.], ano VII, v. 1, p. 276-314, 16 
jun. 2020. 
 
ANDRADE, Lucio Sergio. OS BENEFÍCIOS DO IMPRINTING. Revista Horse, [s. 
l.], ed. 85, 7 jan. 2021. Disponível 
em:https://www.revistahorse.com.br/imprensa/os-beneficios-do-
imprinting/20210107-144705-T531. Acesso em: 18 set. 2021. 
 
DOMA ÍNDIA - LEALDADE E TRABALHO EM GRUPO. Disponível em< 
https://sistemafaeg.com.br/senar/noticias/tecnica-de-confianca/doma-india-
lealdade-e-trabalho-em-grupo>. Acessado em 21 set. 2021 
ARAÚJO, Bruno Henrique B. (coord.). EQUIDEOCULTURA: DOMA 
RACIONAL. Brasília: SENAR, 2017. 100 p. 
 
PIRES, Lílian Helen Vidal. VOCÊ REALMENTE CONHECE OS BENEFÍCIOS 
DA DOMA NATURAL NA VIDA DE UM EQUINO?. In: Infoequestre. [S. l.], 2 
mar. 2020. Disponível em: https://infoequestre.vet/vida-de-um-equino/. Acesso 
em: 21 set. 2021. 
 
 
 
	O ARGENTINO OSCAR SCARPATI É O CRIADOR DA DOMA ÍNDIA. Disponível em: < https://cavalus.com.br/geral/o-argentino-oscar-scarpati-e-o-criador-da-doma-india/>. Acessado em 21 set. 2021

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