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1 Caique André e Felipe Palma– TUT 16 Farmacologia / Aula (06.1) Imunossupressores ➢ Resposta Imune ➢ Imunossupressores ➢ Antimetabólitos ➢ Inibidores da Calcineurina ➢ Nefrotoxicidade ➢ Anti-Proliferativo Imunossupressão TIPOS DE RESPOSTAS IMUNES • Imunidade Inata e Adaptativa • Inata: Resposta Rápida [0 a 12 horas] • Adaptativa: Resposta Lenta [ Dias ] Obs: Imagem mostrando apenas a relação do tempo RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA: Etapas: → Reconhecimento do Antígeno (APC na imagem) → Ativação ( CD4 e CD8 Naives ) → Expansão Clonal ( Clones se sí mesmo ) → Diferenciação ( Celulas CD4 e CD8 ) *Obs: Essas etapas ocorrem nos Órgãos Línfoides e a Atividade nos Tecidos Periféricos TRANSPLANTES: Tipos de Transplantes: • Autotransplante: • Retirado de uma parte do tecido do Individuo e passado para ele mesmo • Ex: Tira das costas e coloca no braço • Alotransplante: • Pessoas diferentes, porém da mesma espécie • Ex: Transplante de coração • Xenotransplante: • Transplante de tecidos de espécies diferentes Índice Caique André Realce Caique André Realce Caique André Realce Caique André Realce Caique André Realce Caique André Realce Caique André Realce Caique André Realce Caique André Realce Caique André Realce 2 Caique André e Felipe Palma – TUT 16 Farmacologia / Aula (06.1) IMPORTÂNCIA DOS LINFÓCITOS CD4 E CD8: Legenda: • Acompanhamento de um tecido transplantado por 60 dias • Nesses casos os cientistas utilizaram Anticorpos Anti-Linfocitos (ex: Anti-CD8 = Eliminaram o CD8 ) • No primeiro caso (roxo), após utilizarem o Anti CD8 e retirarem ele, a taxa de vida do enxerto durou apenas 15 dias • No segundo caso (azul), a retirada do Anti-CD4 fez durar até 30 dias • E no terceiro caso (verde), retirando os dois com Anti-CD4 e Anti-CD8 durou 60 dias RESPOSTA IMUNE EFETORA Legenda: • Parte de baixo em marrom é um tecido transplantado • Vai ter ação de Macrófagos nesse tecido, contribuindo com Enzimas para a Lise desse tecido. • Vai ter aumento da expressão de MHC • Vai ter ações Citotóxica direta • Vai ter Danos a Membrana (MHC 1 e 2) • Vai ter ação do Complemento • Vai ter a Citotóxica via células • Em Resumo: Vai ter ataque de todo canto nesse tecido transplantado • DESTAQUE: A Citocina IL-2 vai está presente em todos inícios desses ataques IMUNOSSUPRESSORES • Drogas que por diversos mecanismos Inibem a Resposta Imune Adaptativa, modificando o curso das doenças APLICAÇÃO TERAPÊUTICA • Transplantes de Órgãos e Tecidos: • Renal, Cardíaco, Hepático e Pancreático • Doenças Autoimunes: • AR (Artrite reumatoide), Psoríase grave, uveíte, miastenia gravis, síndrome nefrótica e glomerulonefrite, lupus, etcs. CLASSES: → Glicocorticoides: Prednisolona → Inibidores da Calcineurina: Ciclosporina e Tacrolimus → Anti-proliferativos: Sirolimo → Antimetabólitos: Azatioprina, Leflunomide, Metotrexato, Ácido micofenólicos → Imunobiológicos: Muromonab-CD3, Basiliximabe e Daclizumabe ANTIMETABÓLITOS AZATIOPRINA - Primeira Droga Imunossupressora utilizada para Transplante - É um Pró-farmaco, Análogo da Purina, que reage de forma não-enzimática com compostos sulfidrílicos, como a glutationa formando 6-mercaptopurina (Metabolito Ativo) - Principais Usos: Transplantes, RA, LES Caique André Realce 3 Caique André e Felipe Palma – TUT 16 Farmacologia / Aula (06.1) EFEITO DA AZATIOPRINA NO ENXERTO DE PELE • Primeiro testado em animais • Mostrando a orelha do coelho em uma rejeição de tecido e em outra o aceitamento com a utilização da Azatioprina Legenda: • Relação de Dose e Efeito • Mostrando que Coelhos que receberam o transplante em até 8 dias já tinha rejeitado o transplante • E a cada dose aplicada do fármaco os dias iam aumentando o tempo de vida do enxerto MECANISMO DE AÇÃO • Via Inibição da Produção de Purinas (Adenina e Guanina) • A enzima HPRT é a que vai transformar IMP em AMP-s e XMP que posteriormente vai virar ATP e GTP • Se ela é inibida, não vai ter formação delas (AMP-S e XMP) , não tendo ATP nem GTP Pergunta do Professor: Como a diminuição de Purinas vai afetar os Linfócitos? Resposta: Primeiro na produção de DNA. Segundo, na fase da resposta imune adaptativa EXPANSÃO CLONAL, que vai diminuir. Legenda: • Outra imagem do mesmo mecanismo • Mostrando que há outras Enzimas para outros meios FARMACOCINÉTICA • Absorção: Bem absorvida por via oral e atinge Concentração Plasmatica Maxima 1 a 2 horas (Cmax) • Metabolismo: Metabolização Hepática pela Xantina Oxidase (XO), resultando no Ácido Tioúrico (6-TU) • Interação Medicamentosa com Alopurinol (inibidor da XO), aumentando a toxicidade hepática • Excreção: Principalmente por via Renal EFEITOS ADVERSOS • Supressão da Medula Óssea • Por redução da oferta da Purina • Hepatotoxicidade INIBIDORES DA CALCINEURINA HISTÓRICO E DEFINIÇÕES • O uso combinado de Azatioprina (Antimetabólito) e Prednisona (Corticóide) foi a base de esquema imunossupressor entre 1960 e 1983 • A Imunossupressão inadequada e sem monitorização sanguínea, sendo responsáveis por um grande número de rejeições agudas • Ciclosporina foi descoberta na década de 70, mas foi aprovada pelo FDA somente em 1983 • Ciclosporina é um Poliptidio Cíclico produzido por um fungo de solo encontrado na Noruega (Beauvaria nivea) Caique André Realce Caique André Realce 4 Caique André e Felipe Palma – TUT 16 Farmacologia / Aula (06.1) HISTÓRICO TACROLIMUS • Tracolimus (FK506) é um Macrolídeo derivado do fungo Streptomyces tsukabaensis • Tacrolimus foi aprovado pelo FDA em 1994 • Tacrolimus é 100 vezes mais potente que a Ciclosporina, porém também apresenta maior toxicidade MECANISMO DE AÇÃO Legenda: • Imagem de um Linfócito T recebendo um sinal de uma Célula Apresentadora de Antígeno • Após a ativação desse Linfócito T ele dispara mecanismos intracelulares • Esse mecanismo depende da molécula CaN (Calcineurina) • Essa CaN (Calcineurina) ativa fator de transcrição nuclear chamado NF-ATc que acessa o núcleo • E vai se ligar a uma região do DNA do LInfocito T que codifica e expressa IL-2 • E com o IL-2 ativo, expressa a cascata de reação imune → Já que se trata de Inibidores a diferença vai ser os alvos → CsA: Ciclosporinas → FK506: Tacrolimus → Ambos inibindo CaN (Calcineurina), porém por ligações diferentes → Ligam-se a imunofilinas específicas presentes nos linfócitos T → CsA (Ciclosporina) vai se ligar ao CpN formando o Complexo CsA-CpN que vai inibir a CaN (Calcineurina) → Já o FK506 (Tacrolimus) vai se ligar ao FKBP inibindo a CaN (Calcineurina) → No Final inibindo a expressão do IL-2 FARMACOCINÉTICA • Absorção da CsA e do Tacrolimus é Variável e Incompleta, com Biodisponibilidade que varia entre 4% e 89%, sendo em média de 20% a 25% • Concentração Max (Cmax) de CsA e Tacrolimus é alcançada em 1-4h e circulaligada a proteínas plasmáticas, linfócitos e hemácias • CsA e Tacrolimus Sofrem Metabolização Hepática (CYP3A) resultando emmais de 15 metabólitos • Excreção Hepática (biliar pelas fezes) somente cerca de 6% é excretado por via renal Caique André Realce Caique André Realce Caique André Realce Caique André Realce FARMACOCINÉTICA • Absorção da Ciclosporina (CsA) e do Tacrolimus é variável e incompleta, com biodisponibilidade que varia entre 4% e 89%, sendo em média de 20% a 25% • Vai depender de muitos parâmetros, como: trânsito intestinal da pessoa, estado de hidratação, condição de uma doença anti-absortiva. • A concentração máxima (Cmáx) de CsA e Tacrolimus é alcançada em 1-4h e circula no sangue ligada a proteínas plasmáticas, linfócitos e hemácias • CsA e Tacrolimus sofrem metabolização hepática (CYP3A), resultando em mais de 15 metabólitos • A Excreção também é hepática (biliar pelas fezes) e somente cerca de 6% é excretado por via renal. MONITORAMENTO FARMACOCINÉTICO NA IMUNOSSUPRESSÃO • A CsA possui uma ação terapêutica estreita (250ug/ml de variação), mas ainda possui uma ferramenta importante na clínica que é a monitorização sérica • Se a concentração da CsA for abaixo de 150ug/ml há uma chance muito grande de rejeição do tecido (falando de um paciente transplantado) • Se a concentração for acima de 400 ug/ml há um risco muito grande de nefrotoxicidade • Portanto, é necessário manter o nível de concentração plasmática média ( 150 & 400ug/ml) • Um estudo de 2007 demonstrou a administração de uma dose de CsA nos pacientes e fizeram medições ao longo do tempo para descobrir qual era a biodisponibilidade média • OBS* - Cada linha (vermelha e preta) corresponde a um paciente em estudo. • Foi vista uma grande variabilidade: Houve paciente com uma biodisponibilidade muito elevada (chegando a 1400 ug/ml no pico de 1h) e paciente com a biodisponibilidade muito baixa (200ug/ml) • Logo, uma variabilidade tão grande e incompleta não é satisfatória para toda a comunidade médico/paciente. • Os padrões aquedados para monitoramento farmacocinético da CsA e Tacrolimus no paciente • Ciclosporina (CsA): • Concentração < 150ng/mL → Rejeição • Concentração > 400ng/mL → Toxicidade • Tacrolimus: • Concentração < 5ng/mL → Rejeição • Concentração > 15ng/mL → Toxicidade INTERAÇÃO DE DROGAS • O clearance (liberação) da CsA e Tacrolimus é aumentado quando administrados com indutores do CYP p450. • EX: Fenobarbitúricos, Fenitoína ou Rifampicina. • Pode levar a Rejeição • O clearance da CsA e Tacrolimus é diminuído, quando administrado com inibidores do CYP p450: Eritromicina ou Cetoconazol • Pode levar a Nefrotoxicidade • Essas informações são importantes pois os fármacos CsA e Tacrolimus possuem ação terapêutica estreita, portanto, qualquer alteração pode gerar rejeição do enxerto quando muito baixa ou gerar nefrotoxicidade quando muito alta. NEFROTOXICIDADE • Os glomérulos mostrados na imagem foram coletados de camundongos que receberam salina como tratamento (controle) • Glomérulo sadio • Glomérulo de um camundongo que foi tratado por 14 dias com Ciclosporina • É possível observar o calibre da arteríola aferente (EM VERMELHO), onde a controle possui um calibre bem maior, com uma pressão de perfusão bem maior. NEFROTOXICIDADE REVERSÍVEL • A discussão acima pode ser bem evidenciada no gráfico abaixo, que mostra pacientes que foram acompanhados por 10 anos usando CsA a nível de função renal. • OBS*: Eixo X – Tempo | Eixo Y – Creatina sérica. • É possível observar a cretina sérica aumentando gradativamente até a função renal perder quase toda sua força. Com a retirada da CsA, a função renal voltou ao normal • Portanto, é possível que a quebra da toxicidade aconteça, pois ela pode ter acontecido por: Interação medicamentosa, uso de doses convencionais ao longo de anos e existem alguns tratamentos que a torna reversível. • CONTEXTO: No gráfico acima se tem uma elevação sérica para 3,5mg/dl (o que já é absurda), mas e se fosse pra níveis mais extremos ainda? É o que veremos a seguir. PERGUNTA: Se a Creatina aumentar para níveis extremos (7;8;9), ainda sim seria reversível? RESPOSTA: O mais importante não é o nível que chegou pós uma medição e sim a duração da lesão. EX: Numa situação hipotética onde é receitada a CsA para um paciente, é imprescindível o exame da função renal em tempos. Logo, se a Função Renal alterou, tira-se a CsA. Quando se tira a CsA, o paciente precisa melhorar. Porém, quando ele não melhora e continua com os níveis séricos do imunossupressor, aí sim é o problema, pois o paciente vai entrar em deficiência renal crônica. Portanto não é um único valor, e sim o processo todo. USO TERAPÊUTICO • Rejeição aguda a transplantes sólidos: • Renal, cardíaco, hepático, pancreático, pulmonar etc. • Doenças Autoimunes: • Psoríase grave, uveíte, síndrome nefrótica, artrite reumatoide, glomerulonefrite, DM1 etc. PSOARÍASE • A imagem abaixo demonstra o ANTES/DEPOIS de um paciente que utilizou o INIBIDOR DA CALCINEURINA Sirolimo (Rapamicina) • Agente ANTI-PROLIFERATIVO (diminui a proliferação do Linfócito 2) • Diminuição da formação de elementos necessários para progressão do ciclo (visto nos tópicos seguintes) • Portanto, se o Sirolimo não promove o ciclo celular (EM AZUL), ele é ANTI-PROLIFERATIVO. • Macrolídeo derivado do Streptomyces hygroscopicus com estrutura similar ao Tacrolimus. • Apresenta um sinergismo potente quando associado a outros imunossupressores MECANISMO DE AÇÃO • Liga-se a uma imunofilina da família FK, mas não inibe a calcineurina (diferente do Tacrolimus) • Fármaco de molécula química parecida com o Tacrolimus, se liga a mesma proteína (FKBP), porém, o complexo formado não possui afinidade pela Calcineurina e sim pela mTOR • O Sirolimo vai inibir a enzima mTOR, uma serina- treonina quinase, que é crítica para a transdução da sinalização da IL-2 • Ele também induz* a proliferação e diferenciação dos linfócitos T em p70 S6 quinase e PHAS-1, que são produtos importantes para que o ciclo celular aconteça. • O complexo Sirolimo FKBP bloqueia a enzima mTOR, e com essa via da mTOR bloqueada há uma menor progressão do ciclo celular. • Essa é a principal diferença entre o SIROLIMO e o TACROLIMOS. • OBS*: A palavra ‘’ INDUZ ‘’ está em asterisco pois o professor falou INDUZ, porém no slide está ‘’INIBE’’. • PERGUNTA: O que explicaria o fato do Sirolimo + FKBP se ligar ao mTOR e o Tacrolimos + FKBP se ligar a Calcineurina? • RESPOSTA: O complexo formado Sirolimo + FKBP é estruturalmente diferente ao complexo formado Tacrolimos FKBP. Portanto, as duas tem afinidade por moléculas diferentes. USO TERAPÊUTICO • Rejeição aguda a transplantes sólidos: • Renal e cardíaco • Ação sinérgica com ciclosporina • PERGUNTA: Por que o Sirolimo tem ação sinérgica com a ciclosporina e não tem com o Tacrolimos? • RESPOSTA: • 1°: O Sirolimo tem ação sinérgica com a ciclosporina pois agem em proteínas diferentes, mas que possuem o mesmo objetivo, que é: Reduzir a produção de IL-2. Caique André Realce Caique André Realce Caique André Realce • 2°: O Sirolimo não tem ação sinérgica com os Tacrolimos pois agem no mesmo sítio de ação (FKBP), havendo competição. ATENÇÃO : PROFESSOR FALOU QUE ERA QUESTÃO DE PROVA!!!! FARMACOCINÉTICA • Baixa absorção oral • Metabolismo hepático pelo CYP450 3A4 (Interação com drogas similares aos inibidores de calcineurina) • Meia vida longa (60h) EFEITOS ADVERSOS • Trombocitopenia • Leucopenia • Hiperlipidemia (aumento de colesterol e triglicerídeos) • Disfunção gastrointestinal • Hepatotoxicidade • Apresenta baixa toxicidade renal • No gráfico abaixo está sendo demonstradouma comparação entre a Nefrotoxicidade do Sirolimo VS Ciclosporina em pacientes com transplante renal. • O acompanhamento foi feito dentro de 104 semanas • Logo após o transplante é perceptível a mesma ‘’ nefrotoxicidade ‘’ • Quem usava Sirolimo, a Nefrotoxicidade foi caindo até que praticamente voltou ao normal • Quem usava CsA, a creatina sérica ficou sempre mais alta, inclusive no final é visível uma piora abrupta do quadro. QUESTÃO DE PROVA • PERGUNTA: Por que o Sirolimo é anti- proliferativo e os Inibidores da Calcineurina não são anti-proliferativos? • RESPOSTA: O Sirolimo quando forma o complexo com o FKBP inibe a mTOR, e a mTOR não está envolvida na expressão de IL-2, e sim na indução de produtos de outras proteínas que vão induzir a divisão celular, sendo uma ação proliferativa DIRETA! • Já os Inibidores da Calcineurina impedem que a Calcineurina ative uma proteína que iria agir no núcleo. Essa ativação gera IL-2, e o IL-2 induz a divisão dos linfócitos e ativa linfócitos. L IGANTES DE IMUNOFILINAS • Os ligantes de imunofilinas (Inibidores da Calcineurina) • Os antimetabólitos e o Sirolimo se fala da etapa de expansão (EM AZUL) Caique André Realce Caique André Realce
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