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1 Disciplina: As novas TICs e a organização escolar Autores: M.e Wanderlane Gurgel do Amaral Revisão de Conteúdos: Esp. Larissa Carla Costa Revisão Ortográfica: Ana Carolina Freitag Ano: 2018 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 2 Wanderlane Gurgel do Amaral As novas TICs e a organização escolar 1ª Edição 2018 Curitiba, PR Editora São Braz 3 FICHA CATALOGRÁFICA AMARAL, Wanderlane Gurgel do. As novas TICs e a organização escolar / Wanderlane Gurgel do Amaral. – Curitiba, 2018. 43 p. Revisão de Conteúdos: Larissa Carla Costa. Revisão Ortográfica: Ana Carolina Oliveira Freitag. Material didático da disciplina: As novas TICs e a organização escolar – Faculdade São Braz (FSB), 2018. ISBN: 978-85-5475-150-0 4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro (a) aluno (a), Seja bem-vindo (a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do país e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 5 Apresentação da disciplina Nesta disciplina serão estudadas as novas TICs aplicadas na organização escolar, iniciando pela aula 1, estudando o conceito de identificação das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC), os aspectos históricos das TICs, a sala de aula interativa e seus desafios e a importância da formação do professor para a utilização das tecnologias em sala de aula. Na aula 2 serão estudados políticas educativas e as NTIC, a importância da gestão escolar e como ser um tutor para professores e estudantes. Na aula 3 será vista a avaliação crítica entre a relação da educação e as novas tecnologias, a comunicação e informação entre pais e escola, o poder da comunicação eficiente entre escola e os responsáveis pelos alunos e será feita uma análise crítica entre a escola e as NTIC. Na aula 4 serão vistos os limites e possibilidades das TICs na escola pública, os obstáculos que as escolas públicas enfrentam, o porquê que as tecnologias educativas devem estar presentes e as tecnologias como práticas pedagógicas. 6 Aula 1 - Conceito e identificação das novas tecnologias Apresentação da aula 1 Nesta aula, serão apresentados os conceitos de tecnologias, o que são, como pode-se aplica-las no ambiente escolar e quais os prós e contras com relação ao seu uso neste espaço. 1.1 Conceito de Novas Tecnologias da Comunicação e Informação (NTIC) Fonte:https://image.freepik.com/free-photo/review-increase-rating-or-ranking- evaluation-and-classification-concept-businessman-draw-five-yellow-star-to-increase- rating-of-his-company_1212-719.jpg Falar de tecnologias atualmente se tornou mais fácil do que falar delas em outras décadas. No Brasil por exemplo, em 1990 que os computadores pessoais (PC) começaram a entrar nos lares. A partir do surgimento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), entrou-se na era do conhecimento, pois antes delas, tanto o conhecimento, quanto os equipamentos eletrônicos demoravam décadas para serem atualizados. Um exemplo prático: a televisão surgiu na década de 1920 nos Estados Unidos (inventada por um russo), porém, só chegou ao Brasil 30 anos depois, na década de 1950, quando foi criado o primeiro canal de televisão brasileiro. Atualmente esse tempo encurtou consideravelmente, pois, em espaços de meses, mudam-se tanto a informação quanto as tecnologias. 7 Vivencia-se tecnologias todos os dias e em todos os momentos, nas coisas mais simples até nas mais complexas. As Novas Tecnologias da Informação e Comunicação estão presentes no nosso dia a dia e em quase todas as esferas da sociedade. Elas facilitam as tarefas mais simples até às mais complexas e, por isso, as NTIC são Ferramentas que auxiliam o homem no desenvolvimento de tarefas e na comunicação. Mas afinal, o que são essas tecnologias? Para responder essa pergunta, será visto o que alguns pesquisadores têm argumentado sobre esse desenvolvimento. Segundo Brito e Purificação (2011) as tecnologias estão relacionadas à ciência, ou seja, essas duas áreas se associaram e criaram formas de melhorar a vida do homem, seja na medicina, no campo, no convívio com a família, e no dia a dia das pessoas. Para as autoras “a presença das tecnologias em todos os setores da sociedade, constitui um dos argumentos que comprovam a necessidade de sua presença na escola” (BRITO e PURIFICAÇÃO, 2011 p. 22 apud BASTOS, 2000). Para Arruda (2004, p. 53) as novas tecnologias estão vinculadas ao desenvolvimento da sociedade, uma vez que “[...] a tecnologia possui uma relação entre o homem e o seu projeto de mundo. Historicamente, passa a ter correlação muito estreita com o desenvolvimento da sociedade”. Assim pode-se dizer que as NTIC são tecnologias que englobam todas as inovações tecnológicas, que visam “facilitar” e/ou melhorar a comunidade, além de mediar o processo de comunicação da sociedade em geral, ou seja, é um agrupamento de invenções tecnológicas que se integram para um objetivo comum. 1.1.1 Aspectos históricos das TICs Falar de NTIC parece redundante na era globalizada, mas nem sempre foi assim, o processo de transição da era mecânica para a era eletrônica foi lento, mas, a passagem da era eletrônica para a era virtual proporcionou inovações e interatividade aos aparelhos. Por exemplo, atualmente uma marca popular de aparelhos eletroeletrônicos desenvolveu uma tecnologia onde suas máquinas podem interagir entre si. Pelo celular você pode: se conectar com seu banco, ligar e desligar as luzes de um ambiente, encher a banheira quando ainda estiver 8 no seu trabalho, ligar a TV, enfim, permite a comunicação de dois indivíduos que possuem a mesma tecnologia. Assim sendo, isso já é uma realidade. Com a chegada dos computadores muitas pessoas acreditavam que estavam vivendo “os sinais do tempo”, ou seja, não haveria mais emprego, nem haveria espaço para o ser humano no mundo do trabalho, uma vez que as máquinas iriam substituir a mão de obra do trabalhador. Então chega-se à década dos anos 2000 e começa-se a perceber que quanto mais tecnologias o homem produzia, mais emprego era gerado, visto que, é necessária a intervenção do homem para produzi-las e, além disso, cada vez mais elas fazem parte do cotidiano. Sobre isto Brito e Purificação (2011, p. 22) apontam: “o homem criou ciência e tecnologia (desde a roda até o computador)”. O computador saiu da mera função de realizar cálculos de grandes proporçõese com grande velocidade, para a interação com a ciência, já que “a tecnologia é a aplicação do conhecimento científico para se obter um resultado prático” (BRITO e PURIFICAÇÃO, 2011, p. 22). Mediante todo o falado, não dá para deixar a escola de fora, principalmente porque é por meio do conhecimento que se faz e se desenvolvem tecnologias. Saiba Mais Você sabia que Pernambuco é um dos estados brasileiros que vêm se destacando no desenvolvimento de tecnologias e, que os estudantes da rede pública deste estado têm ganhado prêmios no Brasil e no exterior? É a partir deste cenário que as NTIC tomaram proporções gigantescas, já que, hoje é praticamente impossível pensar no mundo sem as facilidades que elas trazem. Mas, nem tudo são flores, precisa-se dizer que neste cenário há prós e contras e um deles é saber como utilizá-las. 9 1.2 As Novas Tecnologias da Informação e Comunicação no ambiente escolar Falar das NTIC nos remete ao tempo dos estudantes da década de 1970 a 1990, em que eles se juntavam com amigos para irem à Biblioteca Central copiar páginas e páginas no caderno para depois passarem literalmente para o papel almaço, mas, hoje imagina-se quais os critérios de avaliação para um trabalho que foi literalmente retirado de um livro, sem ao menos saber o que se estava fazendo. Uma bela capa e uma caligrafia impecável faziam toda a diferença na hora de avaliar. Porém, a justificativa era sempre de que o importante era o que se aprendia ao escrever, afinal de contas escrevia-se duas vezes: uma ao transcrever do livro para o caderno e a outra ao passar a limpo no papel almaço. Isso funcionou durante anos, do início da segunda etapa do Ensino Fundamental até o final do Ensino Médio e, o que pode-se dizer com toda certeza, é que o mundo sem tecnologia funcionou muito bem quando ela não era conhecida. Isto não quer dizer que naquela época tudo era ruim, muito pelo contrário, andar com o walkman na cintura ouvindo música na fita cassete, rebobinar a fita de vídeo com uma caneta e assistir desenho animado eram as tecnologias favoritas de muitas pessoas. A escola era divertida e os professores, para mediarem o conhecimento, utilizavam as tecnologias da época, que eram: o giz, a lousa, os cartazes o ábaco, dentre outros para mediarem o conhecimento. Vocabula rio Ábaco: objeto de madeira retangular com bastões na posição horizontal. Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/historiag/abaco.htm Os computadores e videogames começaram a tomar força nos lares a partir da década de 1990, e passaram a ser chamados de microcomputadores 10 ou computador pessoal (PC), essas máquinas ocupavam andares inteiros de um prédio. Com o microcomputador, veio também a internet e com esta, a globalização. A globalização é a universalização de informações e produtos, com ela as pessoas ficam sabendo o que acontece no Brasil e no mundo em tempo real. Esse advento trouxe inovações para todas as áreas. 1.2.1 A sala de aula interativa A palavra interatividade apareceu pela primeira vez em meados dos anos 70, porém, só teve algum tipo de notoriedade uma década depois. A sala de aula ainda estava longe de utilizar o PC, porém, surgiam novas possibilidades no processo de ensinar-aprender, mas, o principal desafio hoje é formar professores para atuarem no século XXI, uma vez que muito se fala de tecnologias, mas, pouco se ensina como utilizá-las em sala de aula. É fato que mesmo sem tecnologias, aprende-se, conhece-se e desenvolve-se, pois, a mediação didático-pedagógica utilizada em um determinado período podia ser utilizada por anos. Na era globalizada a velocidade da informação é tão grande, que é impossível hoje dar uma aula, por exemplo, sobre tecnologias, sem que daqui a dois meses essa mesma aula não tenha que ser reformulada/revista. Para melhor compreensão, cita-se um exemplo de um estudante do Ensino Médio que tirou nota 5 em uma prova de Geografia e mostra seu exame para sua vó: Ao ver aquela nota sua avó lhe disse: - Filho, que nota horrível, na minha época eu só tirava 10 em Geografia. ” Ao passo que o estudante olhou para a avó e replicou: - “Vó, na sua época havia 50 anos a menos de história.” Com este exemplo reforçam-se dois aspectos: a velocidade com que as informações chegam até as pessoas e a importância de se manter sempre atualizado. 11 Hoje a realidade do aluno que chega no ambiente escolar é a de um indivíduo que está acostumado a realizar várias atividades simultaneamente, por exemplo: ao mesmo tempo que se lê é possível assistir TV, jogar vídeo game, ouvir música, falar por aplicativo no celular. Isso já ocorre na sala de aula onde muitas vezes o aluno é um ser passivo, obrigado a ficar em fileira e em silêncio. “E como o professor deve trabalhar em sala de aula? ” “Qual didática utilizar? ” Estes são questionamentos que despontam ao longo dos anos e que muitas vezes ficam sem respostas. Balsemão (1994, p. 282), já na década de 90 disse que cada vez mais se produz informação e que, há pessoas cujo trabalho é informar e com isto cresce também o número de pessoas que dependem da informação para trabalhar e viver. Por isso, daquela época para cá é crescente o número de docentes que procuraram adaptar-se ao novo formato da sala de aula, pois, o aumento do conhecimento não é somente quantitativo, mas, é também qualitativo. É preciso pensar que na contemporaneidade os meios de comunicação medeiam o conhecimento e transmitem mensagens a uma plateia que não é mais considerada uniforme, elas permitem a comunicação em massa para um público com interesses diversificados e que aprendem de formas variadas. Atualmente a necessidade de se modificar a forma de se comunicar vem sendo um desafio para a educação. 1.2.2 Desafios da sala de aula É comum ouvir na sala dos professores, frases como: “esses alunos não saem do celular”; “não aguento mais a indiferença dos estudantes que só querem ficar no celular”. A pergunta que precisa ser feita perante essas falas é: “o que tenho feito para atrair meus alunos para a aprendizagem? ” Como professor, sabe-se que quanto mais se aprende, melhor se ensina, e, para que se possa mediar o conhecimento dos nativos digitais, precisa-se entender como eles pensam, como eles aprendem e como mediar essa aprendizagem. Impor ao imigrante digital uma metodologia em sala de aula que não faz parte do seu cotidiano, é impor que ele volte a um passado em que ele nunca vivenciou. 12 1.2.3 Celular x sala de aula Fonte:https://br.freepik.com/fotos-gratis/materiais-escolares- organizados_1194311.htm#term=celular escola&page=3&position=28 Ficar no celular o tempo todo em sala de aula, não é algo que acontece somente com adolescentes do ensino fundamental e médio, muito pelo contrário, isto acontece principalmente nos cursos da educação superior. Saber dos filhos, responder algo do trabalho, falar com o esposo, a esposa, são justificativas comuns utilizadas pelos estudantes para permanecerem conectados. Em alguns casos, esta situação atrapalha o professor e a professora que não conseguem lidar com este fato e, muitas vezes não sabem o que fazer para modificar esta situação. Para saber como agir nestes casos, antes de tudo precisa-se saber que a aprendizagem só faz sentido para o aprendente quanto este se envolve, se aproxima e tem experiência com ela. Há um provérbio chinês, cuja autoria é atribuída a Confúcio, que diz: “o que ouço, esqueço. O que vejo, recordo. O que faço, aprendo. ” Assim sendo, quando o estudante se envolve em uma atividade, acontece o processo indutivo, ou seja, o conhecimento adquirido aconteceu a partir de uma simples observação, de uma experiência com o objeto de aprendizagem. Com base nisso, pode-se dizer que o celular precisa serutilizado a favor da aprendizagem na sala de aula. Para que isso ocorra, é mencionado a seguir algumas dicas: 13 Fonte: Elaborado pela autora e adaptado pelo DI (2018). São várias as possibilidades e oportunidades que podem ser utilizadas com os celulares dos alunos, assim eles se envolverão no assunto pesquisado e dará mais sentido para eles, porque estarão utilizando o concreto, estarão utilizando a experiência e a vivência da pesquisa, além é claro, de utilizarem o equipamento que na atualidade é o mais desejado por eles, o celular. 1.3 A importância da formação do professor, para a utilização das tecnologias em sala de aula É de suma importância as possibilidades que as tecnologias trazem para a sala de aula, mas, além disso, o que há de mais novo nesta área. Quanto mais se conhece as tecnologias e as aulas EaD, mais saberá utilizar este conhecimento e também irá beneficiar os alunos com experiências inigualáveis. Mais e mais, professores estão tendo experiências positivas com a utilização de tecnologias na sala de aula, mas quando se fala aqui de Pedir para os estudantes fazerem uma pesquisa em sala de aula sobre o assunto a ser abordado, utilizando os seus celulares. Isso fará com que eles se animem a pesquisar. Elaborar uma atividade em grupos em que os estudantes devem pesquisar sobre determinado assunto, cuja resposta só é possível por meio da pesquisa. Pedir para o estudante que tem menos interesse em suas aulas, para pesquisar determinado assunto enquanto você explora este mesmo assunto com os demais alunos. Em seguida, peça para ele compartilhar com os colegas o que pesquisou. 14 tecnologias, não se está falando somente de aparatos tecnológicos, mas também de inovações da sua didática, de práticas pedagógicas inovadoras e que atendem seu público alvo: o nativo digital. Quem ainda não ouviu nas salas de aula de formação de professores, ou nas salas de professores das escolas, que os alunos sabem “mexer” melhor no computador do que os próprios professores? Esse mexer é o manusear o computador, o smartphone, o tablet com propriedade e os estudantes aprendem facilmente porque utilizam, porque manuseiam estes equipamentos eletrônicos, por isso, sabem utilizar com propriedade. Daí a importância de saber, para poder “saber ensinar” aqueles que já sabem muitas coisas que estão sendo ensinadas. Ao estudar e conhecer mais, certamente as aulas serão mais atrativas e com uma grande probabilidade de ter alunos muitos mais antenados com o que se está mediando. Quando não se conhece algo, alguém conhece por você, quando se trata de ensino/aprendizagem, o estudante espera que o professor o incentive a conhecer mais, porém, este incentivo só poderá ser dado se souber os limites e possibilidades, ou seja, só poderá pedir para alguém subir mais um degrau em uma escada, se souber quantos degraus ela tem. Como diz o poema de Rubem Alves: Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes. (ALVES, 2009, s/p.) 15 Rubem Alves explica poeticamente que ensinar vai muito além de saber algo, ensinar é saber o porquê, é ter competência para ir além, ensinar é fazer junto, mas, principalmente é despertar o interesse, a curiosidade no estudante a ponto de ele pedir para ser ensinado. Resumo da aula 1 Nesta aula conheceu-se as NTIC e as possibilidades que elas proporcionam em sala de aula, as aulas interativas, os desafios frente a tantas tecnologias e a importância da formação e disposição dos professores em colocar em práticas seus conhecimentos na mediação da aprendizagem. Atividade de Aprendizagem Discorra sobre a importância da formação do professor para os desafios em sala de aula e as novas tecnologias. Aula 2 - Políticas educativas e as NTIC Apresentação da aula 2 Nesta aula serão estudadas as políticas públicas que tratam das novas tecnologias da informação e comunicação (NTIC) no ambiente escolar, assim como a gestão escolar, que pode aproximar estudantes, professores e diretores. 2.1 Políticas educativas e as TIC “O que é o Marco Civil da Internet?” Trata-se da Lei nº 12.965 de 23 de abril de 2014. Esta Lei estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil, além de determinar as diretrizes para a atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em relação à matéria. 16 Fonte:https://www.freepik.com/free-photo/multi-ethnic-group-of-young-people-studying- together-on-white-de_1174219.htm No artigo 2º da referida lei, dispõe sobre os seus fundamentos que é o respeito à liberdade de expressão e, especificamente no parágrafo II “os direitos humanos, o desenvolvimento da personalidade e o exercício da cidadania em meios digitais” são alguns desses fundamentos (BRASIL, 2014). Mas, o que isto tem a ver com a escola? Tem tudo a ver, pois conforme a Conferência Nacional de Educação (2013) no item que trata da educação, do trabalho e desenvolvimento sustentável: cultura, ciência, tecnologia, saúde e meio ambiente, especificamente no subitem 2.7 dispõe que é dever da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos municípios: “Garantir instalações escolares que atendam aos padrões mínimos de qualidade, com ambientes, tecnologias educacionais e recursos pedagógicos adequados às atividades de ensino, lazer, recreação, cultural e outras” (CONAE, 2013, p. 43). Voltando à Lei nº 12.965, o Artigo 26 dispõe que: O cumprimento do dever constitucional do Estado na prestação da educação, em todos os níveis de ensino, inclui a capacitação, integrada a outras práticas educacionais, para o uso seguro, consciente e responsável da internet como ferramenta para o exercício da cidadania, a promoção da cultura e o desenvolvimento tecnológico. (BRASIL, 2014) É por isto, que as escolas devem incluir às suas práticas educativas a capacitação dos estudantes a fim de que estes utilizem a internet de forma segura. Esta capacitação deve ser integrada com as demais disciplinas para o pleno desenvolvimento deles. Apesar da existência desta Lei, poucos gestores das escolas a conhecem, porém, conforme Pinto (2018) é a partir dela que serão estabelecidas as 17 diretrizes para a utilização da rede mundial de computadores, incluindo leis e projetos. E por ser parte fundamental na formação do cidadão, a escola não poderia ficar fora destas diretrizes. Por outro lado, o CONAE (Conferência Nacional de Educação) propõe assegurar condições adequadas de funcionamento das instituições públicas no qual um dos princípios é “garantir instalações escolares que atendam aos padrões mínimos de qualidade com ambientes, tecnologias educacionais [...] adequados” (CONAE, 2018, p. 42). O Marco Civil da Internet tem procurado estabelecer parâmetros para o bom uso da rede mundial de computadores e o CONAE procura garantir recursos e ambientes tecnológicos para a educação brasileira. O debate do Marco Civil da Internet focou em três pilares: a neutralidade, cuja intenção é que as empresas ofertem pacotes de dados iguais para todos os usuários; privacidade, que foca na guarda de dados pelas empresas e prevê que os provedores de internet armazenem os logs em servidores no Brasil e retirada de conteúdo. Vocabula rio Logs: são registros, como data, horário e duração do acesso à internet,por um ano. (PINTO, 2018, S/p.). O CONAE traz em sua redação oito eixos que tratam especificamente da educação, cujo o Eixo III fala sobre tecnologias, além de sustentabilidade que envolve: cultura, saúde e meio ambiente. Foi a partir dos apontamentos do CONAE que foram elaboradas as diretrizes e estratégias do novo Plano Nacional de Educação (PNE) (ZUIN, 2010, p. 961). Assim, pode-se perceber que é irreversível a utilização de tecnologias nas Instituições de Ensino (IES), pois, é preciso formar cidadãos que saibam interagir com os meios tecnológicos e, professores que saibam mediar tais conhecimentos, não somente para atender o mundo do trabalho, mas 18 principalmente para mantê-los conectados com a realidade das sociedades atuais. Ao refletir as diretrizes para o uso das tecnologias no ambiente escolar, muitas vezes o gestor busca conhecê-las e implementá-las nas IES, mas nem sempre tem êxito, e isto acontece por vários motivos: falta de motivação por parte de alguns professores, falta de infraestrutura adequada para os laboratórios de informática, falta de conhecimento de como envolver professores e estudantes, dentre outros. 2.2 Gestão escolar que aproxima professores, estudantes e gestores A evolução tecnológica tem mudando o panorama da gestão escolar no Brasil e o ambiente escolar sofreu profundas transformações. Isto aconteceu a partir das tomadas de decisões, na comunicação com os pais e nas trocas de informações entre professores e estudantes. Um dos fatores que possibilitaram as mudanças deste cenário é a forma como os dados são tratados e os recursos disponibilizados por meio das tecnologias, pois, uma tarefa que antes para ser realizada demandava equipes inteiras, hoje com apenas alguns cliques elas são facilmente realizadas. O desenvolvimento tecnológico trazido pela popularização dos equipamentos eletroeletrônicos na escola, como os smartphones, tablets, notebooks, dentre outros, facilitou a execução de algumas tarefas que antes levavam dias para serem realizadas manualmente e mobilizavam uma equipe inteira, agora pode-se diminuir o tempo e a demanda de funcionários. Aos poucos a sociedade em geral, incluindo a escola, passou a integrar e a incorporar as tecnologias no seu cotidiano. Isso permitiu que a escola ultrapassasse seus muros e, tanto professores e estudantes passaram a atuar também fora dela, quando outros profissionais passaram a atuar dentro das escolas, como é o caso dos profissionais de Tecnologia da Informação, designers gráficos, designers instrucionais, dentro outros. Três fatos importantes ocorrem quando as novas tecnologias da informação e comunicação são utilizadas: 19 1. Métodos e plataformas que facilitam os estudantes nos seus estudos; 2. Correções de exercícios e dinamização das aulas pelos professores; 3. Facilidade na gestão de dados e elaboração de documentos pelos gestores. Esses fatos, muitas vezes são ignorados na escola, porque para que se consiga implementar tecnologias educacionais, é necessário conhecer todas as possibilidades e viabilidades que ela tem, porém, não esquecendo que nem tudo são flores e essas tecnologias não são a solução para os problemas. Elas são ferramentas que podem influenciar em diversos aspectos da gestão escolar, mas para isso, precisa ser muito bem administrada pelo gestor. 2.2.1 Acompanhar de perto o trabalho dos professores Muitas vezes os afazeres do gestor escolar são tão intensos e volumosos que ele acabada dando prioridade para a parte burocrática e não prioriza o pilar da escola: o professor. Não é difícil encontrar professores desmotivados e, seus trabalhos, muitas vezes têm mais dissabores do que alegrias. “Os dados oficiais sobre o magistério no Brasil mostram como a rotina de um professor é distante daquela que deveria ser a ideal. ” (APP PROVA, PROVA FÁCIL, 2017, p. 7). A isso também se aplica principalmente a falta de formação que por lei, é essencial para a atuação em sala de aula. Este problema acaba por acarretar professores cansados e sem motivação para adquirir novos conhecimentos, inovar em sala de aula e criar oportunidades de aprendizado para os estudantes. Por essa razão é extremamente necessário que o gestor acompanhe de perto o trabalho dos professores. O senso de 2015 e pesquisa do Instituto Anísio Teixeira (INEP) aponta que 40% dos professores têm entre 50 e 400 alunos, considerando que nesta porcentagem estão professores que trabalham em dois turnos, duas etapas, duas escolas. Tamanho é o trabalho do gestor, que também tem que administrar muitos professores, muitos alunos, sem contar os demais colaboradores. Mas, 20 considerando que na era da globalização e da informação, as empresas e instituições de ensino buscam profissionais “multitarefas”, que têm várias habilidades para realizarem diferentes atividades - a escola precisa pensar em meios para formar futuros profissionais que atendam a esta exigência do mundo do trabalho. Para que isto aconteça, deve-se começar pela mudança de cultura, de pensamento da gestão, pois, em qualquer área, espera-se que o líder seja aquele que fará a orientação, a liderança de um projeto, ainda que a ideia ou proposta não seja necessariamente dele. Na escola é o gestor que deve buscar meios para as mudanças, por isso, é importante procurar saber o que e como os professores estão trabalhando em sala de aula, o que eles estão fazendo para formar cidadãos aptos para atuarem no mundo do trabalho. Trazendo para a realidade das escolas brasileiras, a melhor forma de se trabalhar esta aproximação é o acompanhamento da equipe pedagógica, envolvendo pedagogos, coordenadores, orientadores escolares. Porém, deve considerar-se que este acompanhamento não é “controle da ação dos professores”, trata-se de ajuda, de orientação, de trabalho em conjunto. Um exemplo prático: Fonte: Elaborado pela autora, adaptado pelo DI (2018). Após as observações, a equipe pedagógica fará a seguinte análise: 21 Fonte: Elaborado pela autora e adaptado pelo DI (2018). Após estas análises, a equipe deverá apresentar um relatório com propostas e soluções para a unificação da metodologia. O foco é a utilização das tecnologias em sala de aula. É importante que nesse processo também sejam consideradas as ações dos professores, que já estão inovando no processo de ensino/aprendizagem, ou seja, a equipe pedagógica se baseará nelas para ajudar os demais professores a seguirem o mesmo caminho. Esta ação ajudará o gestor a: ➢ Acompanhar de perto os seus professores; ➢ Propor formação continuada para os professores; ➢ Melhorar a formação dos estudantes; ➢ Proporcionar melhorias na sua própria gestão. 2.2.2 Ser um tutor para professores e estudantes Ao começar este subitem, se falará da motivação para a aprendizagem dos estudantes, fazendo uma pergunta: “Como pode-se exigir bom rendimento dos estudantes, se eles têm como mediadores professores cansados e desmotivados? ” A realidade dos professores é tão difícil que pode-se chegar a pensar que é impossível pôr em prática tudo o que se propõe nas aulas, mas, é possível começar aos poucos, com planejamento, com ações que farão a diferença ao longo da gestão. 22 Neste cenário, o gestor precisa saber que seu papel vai além de administrar uma escola, pois, é sua função ser “um maestro que dá o tom do que deve ser feito ao longo do desenvolvimento das estratégias para o ano” (APP PROVA, PROVA FÁCIL, 2017, p. 13). Considerando que como gestor, além de saber cobrar e exigir, ele deve principalmente saber ouvir, entender o que se passa dentro e fora da instituição de ensino e, quais estratégias precisa-se adotar (APP PROVA, PROVA FÁCIL, 2018). Um professor desmotivadodificilmente se sentirá atraído para novos desafios, pois, muitas vezes esta desmotivação faz com ele não se sinta parte da equipe atual. Porém, para evitar que um problema chegue a um posto de desgastes, o gestor deve saber motivar o professor. 2.2.3 Como motivar o professor A escola tem como principal missão promover o conhecimento às pessoas. Oferecer ensino de qualidade deve ser o objetivo principal para um diretor de ensino, por isto, a motivação deve começar pelo gestor. Se o gestor está motivado, está cheio de novas ideias e perspectivas, é isto que irá passar para os colaboradores no qual ele é líder, pois, “líderes têm a capacidade de espelhar seu modo de trabalho e suas crenças e valores profissionais nos trabalhadores que o cercam” (APP PROVA, PROVA FÁCIL, 2017, p. 15). A seguir alguns passos para incentivar a motivação: ➢ Reuniões individuais – quando se percebe desmotivação, excesso de faltas, constantes afastamentos por doenças, esta é a hora de ajudar o professor, procure conversar com ele, isto fará com que se sinta importante e ajudará na elevação da autoestima. ➢ Feedbacks – é muito importante, porque quando se tem consciência de como está se atuando e quais são os pontos fracos e pontos fortes, mesmo que haja resistência, procura-se fazer alguns ajustes. Ao dar um feedback baseado no princípio de que se está procurando melhoria para a escola e para a qualidade de vida profissional por consequência, o feedback começa a fazer sentido, 23 porque possivelmente o professor terá mais engajamento e motivação. ➢ Pedir feedbacks – ao pedir feedback, faz com que o professor se sinta importante, já que sua opinião e visão está sendo valorizada e principalmente quando a solicitação é realizada pelo gestor lhe ajudará a também elevar a autoestima do professor, bem como lhe ajudará enquanto gestor, pois o feedback também é importante para você saber aonde precisa melhorar. Lembrando que ao conhecer possíveis falhas, é importante admitir os pontos que precisam-se melhorar. Em casos de feedbacks negativos, procurar agir normalmente e não se assustar, nem se justificar. Primeiramente agradecer e em seguida, refletir sobre o que foi falado. É preciso ver o feedback com bons olhos. ➢ Investir na formação continuada – a formação do professor é um dos fatores mais importantes para a sua atuação. Quanto mais o professor conhece, mais ele saberá mediar o conhecimento, mais ficará por dentro do que há de novo na educação, sem contar que isto trará mais qualidade para o ensino na sua escola. ➢ Reforçar os laços – Em muitos casos os professores só se encontram para conversar nos momentos de planejamento no início ou no final do ano ou no ir e vir na sala dos professores, mas é muito importante que além dos rápidos momentos desses encontros, o professor também possa conhecer seus colegas, isso fará com que ele se sinta bem e trabalhe em equipe. Os passos anteriores só darão certo se trabalhar em sintonia e, se todos estiverem também em sintonia. Como uma orquestra só terá harmonia se além dos ensaios pessoais, ela faça seus ensaios em equipe, é assim que deve-se manter os professores, conectados entre si. 24 2.2.4 Como motivar o estudante Voltando à motivação dos professores, o gestor precisa saber que a motivação gera efeito cascata, ou seja, professores desmotivados “não conseguem passar conhecimento de qualidade e que faça diferença na vida dos alunos” (APP PROVA, PROVA FÁCIL, 2017, p. 20). Por outro lado, professores motivados estão sempre abertos para novos conhecimentos, novos saberes e no geral buscam novas práticas pedagógicas. Às vezes parece que a “culpa” recai toda sobre os professores, mas isto não é uma verdade, pois, mais que nunca se requer do estudante autonomia pela busca do conhecimento. Porém, estudantes desmotivados dificilmente vão ter ânimo para irem além da sala de aula. Por este motivo, a escola precisa estar “antenada” para novas possibilidades, novos horizontes e novas formas de ensinar/aprender. A seguir, cita-se alguns passos para incentivar a motivação dos estudantes: a) Estimular um ambiente criativo e inovador – o gestor pode começar abolindo as salas de aula mecânicas onde o professor fala e o aluno escuta, pois, os “professores de uma escola devem sentir-se à vontade para deixar os alunos explorar a participação, o senso crítico e perguntar o que quiser sobre o conteúdo que está sendo passado em sala de aula. ” (APP PROVA, PROVA FÁCIL, 2017, p. 21). Isto fará com que ele se envolva com aquilo que está aprendendo, além de ajudá-lo a vivenciar a experiência prática, pois o estudante deve entender porque ele está aprendendo determinado assunto e não somente aprender o conteúdo sem ter elementos para fazer associações com o seu cotidiano. b) Conhecer os alunos – é humanamente impossível conhecer todos os discentes de uma escola, mas, aqui entra novamente o trabalho em equipe. É por meios dos professores, coordenadores e colaboradores que o gestor pode conhecer as especificidades da maioria dos estudantes. Quando uma instituição consegue 25 reconhecer os estudantes como seres dotados de individualidades e especificidades, ela cumpre sua missão. c) Investir em tecnologias – a maioria dos estudantes da atualidade pertencem à Geração Z, Y e Alpha. Isso significa dizer que eles nunca conheceram o mundo sem tecnologias. Por isto, é importante que o gestor invista em tecnologias inovadoras, que atraiam os estudantes para a escola. Atualmente, inserir tecnologias não se tratam de diferencial, trata-se de necessidade. “Como preparar o estudante para conviver na sociedade atual, se ele não pode utilizar as ferramentas tecnológicas na sua vivencia escolar?” O estudante do presente século se diferencia do Século XX, por ser interativo, uma vez que suas características são principalmente agilidade e interatividade. Porém, antes de investir em tecnologias, o gestor precisa analisar dois pontos: 1) Qual é a necessidades dos estudantes e dos professores? 2) Como as tecnologias podem sanar essas necessidades? “Ao responder essas duas questões o gestor deixa de ser gerido pela tecnologia e passa a gerir com ajuda da tecnologia.” (APP PROVA, PROVA FÁCIL, 2017, p. 23). Com essas dicas o gestor escolar terá uma visão diferenciada de todas as áreas da escola e poderá atuar com mais clareza nas questões pedagógicas e administrativas. Resumo da aula 2 Nesta aula estudou-se as políticas públicas e as NTIC. Nela fez-se um paralelo com a gestão escolar que aproxima professores, estudantes e gestores. Estudou-se ainda o Marco Civil da Internet e o Conferência Nacional de Educação (CONAE) que deliberam sobre políticas para o uso consciente da rede 26 mundial de computadores. E por fim, relevou-se a importância de se trabalhar em equipe e quais os benefícios quando todos estão motivados. Atividade de Aprendizagem Discorra sobre como a evolução tecnológica tem mudado o panorama da gestão escolar. Aula 3 - Avaliação crítica entre a relação da educação e as novas tecnologias Apresentação da aula 3 Nesta aula será feita uma análise crítica entre a comunicação escolar e as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC) e as ferramentas de comunicação utilizadas nas instituições de ensino. 3.1 Comunicação e informação Fonte: https://www.freepik.com/free-vector/internet- business_981934.htm#term=comunicac%C3%A3o e informac%C3%A3o&page=1&position=13 27 Comunicação e informação são palavras de ordem na sociedade atual, afinal de contas, essa é a era globalizada em que as informações chegam instantaneamente até as pessoas de qualquer parte do mundo. Pagar boletos, fazer transferências, fazer chamadasde vídeo, comprar pacotes de viagens e muitos outros recursos são possíveis em apenas um toque no celular. Atualmente a sociedade desfruta de conveniências que em poucas décadas atrás nem se pensava ser possível existir. É comum ouvir dos mais experientes, como avós, que, ao verem o mundo totalmente diferente do mundo em que viveram em sua infância, argumentarem: “Na minha época não era assim, para nos comunicarmos com alguém levavam meses. ” Uma notícia que hoje chega em tempo real, antes da década de 1960, só chegava depois de uma longa viagem, e isso, quando as correspondências não se perdiam no caminho. 3.2 Comunicação entre pais e a escola A escola tem presenciado uma nova modalidade de comunicação com os pais por meio de grupos de aplicativos. Mas, “será que esta comunicação tem dado certo? ” Não se precisa fazer uma pesquisa acurada para saber que na maioria dos grupos de comunicação em massa, sempre há no meio das discussões, correntes, piadas, vídeos, indignação política, dentre outros. É nesse cenário podem-se deparar com os ruídos de comunicação que, em vez de ajudar, acabam por atrapalhar, pois, em meio a tanta informação, uma pergunta fica sem resposta, uma notícia importante não é vista e uma dica importante é deixada para trás. Isso não seria tão grave se acontecesse em um grupo informal de amigos, mas, quando ocorre em grupos formados para dar informações importantes, as consequências são graves. Então, “como a equipe pedagógica pode fazer uso de aplicativos como o WhatsApp sem que haja ruídos na comunicação? ” É muito importante que o gestor escolar, antes de adotar a utilização deste tipo de comunicação, analise por esse ponto de vista, porque por um lado, os pais querem praticidade, não querem se comunicar por agendas ou telefones, 28 querem utilizar a mesma ferramenta que utilizam no seu dia a dia. Por outro lado, a escola pode perder o controle da comunicação e ainda correr o risco de ter problemas com vários pais em vez de um. 3.3 Como a escola tem se comunicado na era da informação Falou-se no item anterior que os pais querem praticidade e agilidade. “Como era a comunicação antes de existir o celular? ” “Difícil até de imaginar? ” Sim, difícil, porque nunca foi tão fácil a comunicação. A escola que ainda se comunica somente por meio das agendas, não permite que os pais saibam como está sendo o dia da criança, ou que não registra nenhum momento desse dia. Principalmente na rede de ensino particular, isso é praticamente impossível, pois, os próprios pais querem esta interação. Há escolas que além de usarem aplicativos, também utilizam uma espécie de reality show para mostrarem como está sendo o dia a dia da criança na escola. Mas, até que ponto isso é bom ou ruim? Analisa-se esta pergunta por meio de cinco fatores: ➢ Produtividade X retorno instantâneo – pensando no fato de que se utiliza atualmente mais mensagens de texto do que a própria fala para a comunicação nos aparelhos móveis, os pais certamente não ficariam de fora desse meio de comunicação. Porém, ao utilizarem o WhatsApp, eles exigem retorno instantâneo e, isso significa que a equipe pedagógica e/ou os professores interrompem suas atividades para responderam ‘imediatamente’ aos pais, que nem sempre lembram que o professor, ao interromper as aulas, fazem os alunos perderem o foco. Essa situação acaba criando a cultura do retorno instantâneo e, quando o retorno não pode ser dado imediatamente, acaba gerando conflitos entre os pais e a escola. ➢ Profissional X pessoal – ao se comunicar com os pais por meio de grupos do WhatsApp, a escola abre exceções que podem causar graves problemas. Por exemplo, a facilidade de se comunicar está ao alcance de todos e não é raro receber 29 mensagens de madrugada, nas primeiras horas da manhã, a noite, na janta ou na hora do almoço. Pode acontecer, enquanto gestor, na hora do descanso ou lazer, receber chamadas de pais ávidos por informações escolares dos seus filhos, nesses horários. Isso se agrava quando ocorre nos finais de semana. ➢ Feedbacks X informações perdidas - esse fator é um dos mais importantes para se dar atenção. É comum ver gestores com problemas nos grupos do WhatsApp e, mais ainda entre pais e professores e entre os próprios pais, principalmente quando um grupo de pessoas utiliza esta ferramenta para falar mal da escola ou da sua gestão e dos professores. Pode acontecer de um número de celular ser removido ou que se retire e isso acontece muitas vezes por falta de comunicação. Uma conversa que começa pacífica, acaba gerando um problema que antes não existia e uma conversa puxa outra e, quando se vê, o ‘estrago’ está feito, pois o gestor não estava acompanhando a discussão e acaba deixando de defender os ideais da escola ou de apaziguar tal situação. Sem contar que alguns pais decidem algo pela escola, combinam entre si que será de tal forma como se o gestor tivesse participado desta decisão, afinal de contas ele está no grupo e deveria acompanhar tudo o que foi falado. Assim sendo, acompanhar um grupo requer tempo, porém, se administrar bem as discussões, neutralizando-as, poderá ter e dar feedbacks positivos para os pais, por isso, antes de criar um grupo para comunicação, pode-se utilizar as seguintes estratégias: 30 Fonte: Elaborado pela autora e adaptado pelo DI (2018). Estas ações ajudarão a manter a intenção original do grupo, a comunicação entre pais e a escola, mas precisam ser realizadas e observadas, porque conversas pelo WhatsApp, atualmente têm validade jurídica, ou seja, são consideradas como prova para determinadas ações (veja o Marco Civil da Internet, falado na aula 2 desta disciplina) e, o que certamente não se quer, é sofrer algum tipo de pena ou sanções por algo que muitas vezes nem se tem conhecimento. ➢ Ruídos na comunicação X telefone sem fio – o gestor não pode perder a visão dos acontecimentos, por exemplo, se um aluno briga com o outro e os pais trocam farpas pelo grupo, todos ficarão sabendo e o que poderia ser resolvido pela coordenação acaba virando uma bola de neve que não pode ser controlada. Sem contar na exposição dos alunos que poderá levar a um processo jurídico. 31 ➢ Como reverter esta situação – ao falar de todas as armadilhas que a comunicação na era digital proporciona, analisa-se agora como se pode administrar a comunicação entre a escola e os pais. O primeiro passo é escolher um canal adequado para a comunicação. Atualmente há várias plataformas que permitem que a comunicação seja dada por um meio oficial de comunicação, aonde o gestor poderá realizar esta comunicação para melhoria da instituição. Também há plataformas digitais disponibilizadas pelas secretarias de educação de alguns estados, bem como as gratuitas que podem ser utilizadas nas redes sociais. Só é preciso ter cuidado e garantir que as fontes são confiáveis antes de utilizá-las. Após todas estas considerações, a utilização do aplicativo WhatsApp pela escola é viável desde que seja minuciosamente observado todos os prós e contras. É importante conhecer o público alvo da escola, como está atualmente a sua comunicação enquanto gestor fora desse aplicativo com os pais, quais relações há entre a escola e os pais e, claro se o gestor conseguir administrar os grupos, pois, certamente serão muitos por causa do número de alunos espalhados pelos diversos turnos. Uma forma de conseguir administrar é trabalhando em equipe, porque enquanto se resolve um determinado assunto, a equipe pedagógica dará apoio nos demais, além de usufruir de várias cabeças pensando em prol da qualidade da comunicação e da informação entre as escolas e os pais. 3.4 O poder da comunicação eficiente É certoque as escolas precisam se atualizar e, não podem ficar alheias às inovações tecnológicas que cercam todas as esferas das sociedades do Brasil e do mundo. Por isso, ao pensar na escola o gestor precisa entender que formar cidadãos para atuarem no mundo do trabalho, é muito mais do que ensinar os códigos das letras. Atualmente ensinar requer habilidades do mundo tecnológico, habilidades estas que se utilizam tanto de aparelhos eletroeletrônicos quanto de ferramentas e aplicativos. 32 Na era da comunicação, a informação se tornou uma ferramenta muito poderosa no mundo dos negócios e compreende-las não é mais questão de ser atual e sim, uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Na escola este é um passo que precisa ser muito bem trabalhado, pois por um lado há os ruídos da comunicação e a falta de tempo para administrar as conversas entre muitos pais que, mais que nunca, querem saber se a escola atende as necessidades educativas dos seus filhos, por outro lado, há a realidade de hoje com relação à comunicação. Analisa-se o seguinte fato: a professora ou a pedagoga envia um bilhete para os pais informando alguma ‘infração’ cometida pelo filho e, nunca ele fica sabendo deste bilhete, porque o filho escondeu ou perdeu o bilhete enviado para os pais. Outra situação é quando há uma programação para atividade extraescolar, como passeios fora da escola e, alguma criança não vai porque não trouxe a autorização dos pais, isso porque eles não viram o aviso na agenda. Há muitas outras situações, como os casos de pais divorciados em que apenas um sabe como está a vida escolar do filho, porque a agenda vai somente para um deles. Analisando por esta ótica, fica mais fácil entender que conforme mudam as tecnologias, muda-se também a forma de pensar e agir das pessoas e que, por mais resistência que possa haver, a escola precisa se atualizar para acompanhar o estudante de forma que este não fique alienado dentro da escola. Uma vez que, fora dela o aluno vive em um mundo totalmente diferente daquele que ele vivencia em sala de aula. 3.5 Análise crítica entre a escola e as NTIC Acompanhar todas as tendências pedagógicas na atualidade não é possível, nem viável, visto que elas se modificam em curto espaço de tempo, mas deixá-las de lado, não é a melhor opção. Analisa-se a seguir, como a escola pode se relacionar com as NTIC sem que isso acarrete custos. Recentemente houve uma reportagem de uma professora do interior de Minas Gerais que conseguiu inovar suas aulas e usar as tecnologias disponíveis a favor do conhecimento da matemática dos seus alunos. Três deles foram campões de olimpíadas de matemática no Brasil e fora do país. 33 A professora não precisou de aparatos tecnológicos, mas de inovações na sua forma de ensinar e aprender. O celular foi um importante aliado neste processo de inovação, mas, o que mais chamou a atenção foi o empreendedorismo da professora ao perceber o potencial dos seus alunos que ao se envolverem com o processo de ensino-aprendizagem, não só tiveram êxito quanto motivaram toda a escola a também ter sucesso. Outro exemplo de inovação no processo ensino-aprendizagem foi o caso de uma professora que ao analisar seus alunos na hora do lanche, percebeu um grande índice de desperdício da merenda escolar. Não satisfeita, procurou estudar uma forma de reverter esta situação. A professora começou pela sua sala, entre seus alunos, com um projeto em que seria pesado tudo o que sobrava no prato deles. O que menos desperdiçasse seria recompensado com uma medalha. Essa atitude foi observada pelos demais professores, mas o mais importante, foi observada pelos demais alunos da escola que logo quiseram participar. Hoje toda a escola participa e a pesagem não é mais feita por estudante e sim, por turma e, isso significa que são equipes trabalhando em prol de evitar o desperdício de alimentação. Este fato mudou toda a relação da escola com várias áreas, dentre elas o desperdício de alimentos e a preservação do meio ambiente. Nesses dois exemplos a intenção é chamar sua atenção para o fato de que as NTIC são viáveis utilizando recursos que você tem na escola, mas para que isto aconteça você precisa envolver a equipe pedagógica, os professores e funcionários da escola, porque ignorar as tecnologias implica em: a) Alunos que não terão espaços no mundo do trabalho; b) Alunos que não terão oportunidades de interação com as tecnologias atuais. As tendências pedagógicas atuais impedem de continuar somente nas aulas expositivas em que só o professor participa. É preciso inovar, incentivar os professores a buscarem informações e experimentar as tecnologias ao seu favor. 34 Há ainda muito a se fazer, porque ainda há muito a se aprender sobre as tecnologias, mas, em um futuro não muito longe, esta será uma tendência que a escola não poderá mais fingir que não existe. Pesquisar e buscar exemplos de relações das NTIC com a escola e incentivar toda a sua equipe e alunos a utilizarem essas ferramentas a favor do conhecimento, faz toda a diferença no aprendizado significativo. Resumo da aula 3 Nesta aula estudou-se a comunicação e informação, como elas estão a favor da escola e como podem acontecer. Estudou-se ainda a comunicação entre pais e a escola e como a escola tem se comunicado na era da informação. O poder da comunicação eficiente e a análise crítica entre a escola e as NTIC também foram pontos importantes vistos nessa aula. Atividade de Aprendizagem Quais os pontos positivos e negativos (se houver) de se usar as novas tecnologias na gestão da escola? Cite exemplos. Aula 4 - Limites e possibilidades das TICs na escola pública Apresentação da aula 4 Nesta aula serão estudados os limites e possibilidades da utilização das Novas Tecnologias da Comunicação e Informação (NTIC) nas escolas públicas e também algumas razões para as unidades de ensino se manterem por dentro das novas tecnologias. 35 4.1 Os obstáculos que as escolas públicas enfrentam Fonte:https://www.freepik.com/free-photo/back-to-school-concept-with-pile-of- books_1218370.htm#term=escola&page=3&position=20 As NTIC estão relacionadas diretamente com a vida do estudante e é por isso que elas se firmam como ferramenta indispensável no processo ensino- aprendizagem. Por este motivo é preciso que a escola também busque meios para inserir em seu cotidiano, tecnologias educativas que contextualizem com a realidade dos seus alunos. Recentemente em uma pequena cidade do interior de um município brasileiro, alunas relataram que a Secretaria de Educação local disponibilizou para as escolas municipais, equipamentos para a Sala de Aula de Recursos Multifuncionais. Trata-se de computadores, teclados adaptados, cadeiras de rodas adaptadas, dentro outros equipamentos tecnológicos que são utilizados por alunos com necessidades educativas especiais. O problema não estava somente em saber aonde pôr os equipamentos, mas, como utilizá-los. Um dos problemas que as escolas públicas vêm enfrentando é a falta de formação de professores para o uso das tecnologias, sejam elas adaptativas ou não. O Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC), em 2016 organizou uma pesquisa sobre os obstáculos que as escolas públicas enfrentam com relação ao uso das tecnologias: a) Falta de infraestrutura nas escolas – nem sempre esse fator é levado em consideração pelos programas estaduais, municipais e federais, que visam a informatização da escola, pois, muitas vezes eles não são coerentes com a realidade das escolas e, principalmente 36 por não serem consideradas as especificidades delas, esses equipamentos acabam se perdendo por falta de uso. Tais especificidades são a falta de internet, luz, oufalta de professores preparados para utilizarem estas tecnologias a favor da educação; b) Baixa ou não existência de internet – algumas escolas estão situadas em locais que, por causa da baixa renda, algumas empresas de telecomunicações não oferecem conexão com a internet. Esta é uma realidade que poucos conhecem, porém é uma realidade no Brasil; c) Falta de familiaridade dos professores com os dispositivos – este é um problema bastante visto na disciplina, e é o papel do gestor de incentivar seus professores a se manterem atualizados, a se conectarem com o mundo tecnológico, pois, se eles mesmos não buscarem este conhecimento, a própria forma de ensinar e aprender será difícil. “Ser assistida por políticas públicas é muito importante para as escolas públicas, mas, mais do que isso, é preciso acompanhamento e planejamento para que haja uma gestão completa das novas ferramentas. ” (APP PROVA, PROVA FÁCIL, 2017, p. 2). Por isso o gestor precisa acompanhar de perto estas políticas públicas. 4.2 Por que as tecnologias educativas devem estar presentes As tecnologias educativas devem estar presentes no contexto escolar principalmente, porque, os estudantes nasceram em um contexto tecnológico. As pessoas que nasceram depois da geração Y não conheceram o mundo sem tecnologias. Isto significa que quanto mais jovem a geração, mais antenados eles estão com as tecnologias. Como as NTIC influenciam o contexto escolar, elas também “têm impacto direto nos resultados de rendimento das turmas, por isso, é muito importante que 37 todos — professores, diretores e alunos — estejam alinhados e capacitados para as novas ferramentas.” (APP PROVA, PROVA FÁCIL, 2017, p. 2). Porém, para que estas ferramentas sejam utilizadas é importante que os professores saibam utilizá-las. Por isso todo profissional precisa estar atualizado para exercer sua profissão. Com o professor não é diferente e nem deve ser uma exceção. Manter um corpo docente atualizado fará com que seus alunos tenham novas formas de aprender e a qualidade do ensino da sua escola estará entre as melhores do país. Quanto maior for o conhecimento do professor, maior será a qualidade do ensino. Por isso é importante investir na formação dos professores, para que eles inovem em sala de aula, para utilizarem as facilidades e possibilidades que as tecnologias educativas oferecem. As tecnologias e os aparatos tecnológicos são ferramentas que medeiam e que ajudam o professor a se manter e a manter seus alunos atualizados. Assim sendo, para que sua escola forme cidadãos preparados para o mundo do trabalho atual, não basta apenas investir em tecnologias, deve-se investir, além delas, na formação de professores, na boa utilização dos equipamentos disponíveis e, principalmente no incentivo à inovação da prática do professor em sala de aula. 4.3 Tecnologias como práticas pedagógicas A escola deve incluir as NTIC como práticas pedagógicas em sala de aula. Um dos motivos para isso está no modo como a evolução tecnológica vem mudando formas de pensar e agir das pessoas. É difícil imaginar a vida sem elas. Na realidade, não a muito tempo, utilizavam-se vários aparelhos para realizar-se várias ações. Hoje, tem-se músicas, fotos, mensagens de textos e de voz em um só aparelho, que é alimentado por baterias e não mais com pilhas que logo acabavam. As vagas de emprego para estudante descrevem dentre outras qualidades, as seguintes: conhecimento de tecnologias – essencial; dinamismo, facilidade para realizar diversas tarefas – indispensável; formação na área – desejável. Ou seja, é desejável ter conhecimento na área, mas, não é essencialmente necessário, caso o candidato possua as demais qualificações. 38 É por este motivo que se precisa urgentemente repensar a atuação da escola e adotar as tecnologias como práticas pedagógicas, porque é nela que se formam cidadãos preparados para atuarem no mundo do trabalho. 4.4 Razões para as escolas estarem por dentro das tecnologias educacionais Dentre algumas razões para as escolas estarem por dentro das tecnologias educacionais, a primeira delas é o fato de que os alunos já estão adaptados a ela. “De acordo com a pesquisa TIC Kids Online, 85% das crianças e adolescentes brasileiros que utilizam a internet, mantêm um acesso regular de pelo menos uma vez por semana e, 47% afirma acessá-la todos os dias”. (APP PROVA, PROVA FÁCIL, 2017, p. 1). Nesse parâmetro entre as muitas interações, a realização de tarefas escolares aparecem com 82% na pesquisa. Essa é uma razão mais que comprovada, as crianças e adolescentes passam mais tempo no computador do que em outras atividades lúdicas. A segunda razão é de que pais procuram escolas que utilizam tecnologias nas atividades pedagógicas. Sem dúvida esta é uma razão para as escolas se manterem conectadas e antenadas com as novas tecnologias. Os pais ao procurarem uma escola para seus filhos, buscarão metodologias modernas, escolas que tenham equipamentos de ponta e que utilizam as tecnologias em sua proposta pedagógica e, com certeza, este será um divisor de águas na hora dessa escolha. A terceira razão é preparar os alunos para o mundo do trabalho, pois este está em constante mudança e as exigências para ocupar uma vaga está cada vez maior, por isso, “preparar os jovens para lidar com essa realidade é uma das funções das escolas, que precisam estar atentas às habilidades que devem ser trabalhadas para que seus estudantes se destaquem no futuro.” (APP PROVA, PROVA FÁCIL, 2017, p. 2). A quarta razão é manter os professores atualizados. Fala-se bastante da importância da formação dos professores. Para que os professores possam mediar o conhecimento com propriedade, primeiro é preciso dar a devida importância à formação deles próprios. Os professores só saberão aproveitar o 39 potencial das NTIC se as conhecerem, se souberem como utilizá-las e este é o atual problema da educação no Brasil, os professores desconhecem as tendências pedagógicas e ao falarem, por exemplo, de assuntos como educação a distância, falam como se esta fosse uma metodologia inviável, porém, ela é tendência mundial. Daí começa a falta de interesse em conhecê-las, porém, atualmente, muitas pessoas têm buscado não só conhecer, mas, também utilizar as tecnologias educacionais em sala de aula e fora dela na modalidade EaD. A quinta razão é que as escolas consideradas as melhores do mundo, são inovadoras e não é preciso sair do Brasil para conhece-las. Essas instituições buscam envolver seus alunos em projetos que rendem prêmios nacionais e internacionais, como é o caso dos exemplos dados no decorrer das aulas. Segundo pesquisas do NMC Horizont Report - entidade que examina as tecnologias emergentes e seu potencial de impacto e de uso para o ensino, aprendizagem e investigação criativa em escolas - os países cujas instituições são consideradas as que têm melhor qualidade de ensino no mundo, são as que utilizam tecnologias educacionais em sala de aula. (APP PROVA, PROVA FÁCIL, 2017) Por isso, esta é mais que uma razão para o gestor, começar a pensar meios de implantar novas formas de ensinar e aprender, utilizando os recursos disponíveis, mas principalmente utilizando as tecnologias a favor da educação de qualidade. Após conhecer as possibilidades de tecnologias na escola, restam algumas perguntas: Fonte: Elaborado pela autora e adaptado pelo DI (2018). Estes assuntos já estão no meio acadêmico há muito tempo e já acontecem nas escolas particulares de ensino de alguns estados do Brasil. 40 Para Refletir Por que por diversas vezes é perceptível nos acessos à internet a apresentação de assuntos pesquisados anteriormente? Isso ocorre porque houve uma pesquisa anterior na internet a qual pode ser rastreada por empresas específicaspara posteriormente serem comercializados os IPs dos usuários para ações de marketing direcionado. Esse recurso do Google chama-se BIG Data, o qual adentrou-se nos ambientes escolares, ou seja, na sala de aula (as pesquisas dos estudantes são detectadas e assuntos relacionados aos seus estudos são encaminhados como dica por onde o mesmo navegou). Os MOOCs são cursos em massa nos quais têm cursos gratuitos em qualquer universidade do mundo de graça, basta se cadastrar. Os MOOCs alcançam um número muito grande de estudantes para um curso, porém, eles não têm certificados. Algo que o professor, a professora pode inovar, é a sala de aula invertida. Funciona assim: o estudante leva para casa a tarefa de ler o material, assunto da aula, pesquisa na internet, busca conhecimento e faz atividades em sala de aula. Sabe-se que esta é uma cultura que precisa ser muito bem trabalhada, pois, os alunos estão acostumados com o método tradicional. Para começar, é interessante fazer um teste com uma turma de uma determinada série, ou com um grupo de estudantes de séries diferentes, até conseguir implantar em toda a escola. Os alunos aprenderão muito mais desta forma, porque buscarão a pesquisa e se envolverão com a sua aprendizagem. Implementar tecnologias na escola não é difícil. As mudanças não ocorrerão do dia para a noite, certamente haverá resistências tanto de professores quanto de alunos, mas o importante é dar o primeiro passo. Resumo da aula 4 Nesta aula estudou-se os limites e as possibilidades da escola pública com relação ao uso das NTIC e também se conheceu algumas razões pelas quais as escolas precisam se manter por dentro das tecnologias, além de 41 algumas possibilidades de tecnologias educacionais para serem implantadas na escola. Atividade de Aprendizagem O Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC), em 2016 organizou uma pesquisa sobre os obstáculos que as escolas públicas enfrentam com relação ao uso das tecnologias, cite dois deles e discorra sobre o assunto. 42 Resumo da disciplina Nesta disciplina foram abordados os conceitos das novas tecnologias, as políticas públicas voltadas para a utilização das NTIC na sala de aula, a comunicação entre pais e professores, no qual fez-se uma análise crítica entre a educação e as tecnologias e, por fim, conheceu-se os limites e possibilidades das NTIC na escola pública onde abordou-se também, algumas razões pelas quais a escola deve adotar as tecnologias em seu cotidiano. 43 Referências ALVES, R. Primeiro a magia da história, depois a magia do be-a-bá. Almanaque da Cultura popular, São Paulo, 2009 in: GONÇALVES. Lôyde do Nascimento; MARTINS, Ana Suellen. A contribuição dos gêneros textuais como objeto de ensino na alfabetização de um aluno com síndrome do x–frágil. Disponível em: http://alb.org.br/arquivo- morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem19/COLE_4098.pdf. Acesso em: 22 jan. 2017. ARRUDA, Euclidio Pimenta. Ciberprofessor – novas tecnologias, ensino e trabalho docente. Belo Horizonte: Autêntica/FCH-fumec, 2004. BRASIL, LEI nº 12.965, de 23 de abril de 2014. Princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Brasília-DF, 2014 abril. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm BALSEMÃO, Francisco P. La cultura Del zapeo. In: Apuntes de La sociedad interactiva: autopistas inteligentes y negocios multimedia. FUNDESCO (org). Cuenca (Espanha): UIMP, 1994. BRITO, Gláucia da Silva; PURIFICAÇÃO, Ivonélia da. Educação e novas tecnologias – um (re)pensar. Curitiba: Intersaberes, 2011. CONAE 2014: Conferência Nacional de Educação: documento – referência / [elaborado pelo] Fórum Nacional de Educação. – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria Executiva Adjunta, [2013]. 96 p.: il. ___________ Gestão Escolar para aproximar Aluno, Professor e Diretor. Prova Fácil. App prova. E-book. Não impresso. São Paulo: 2017. ___________ Novas Tecnologias na Educação: Entenda como elas estão sendo adotadas nas escolas públicas. Prova Fácil. App prova. E-book. Não impresso. São Paulo: 2017. PINTO, Tales dos Santos. "Debate sobre o Marco Civil da Internet"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/historiab/debate-sobre- marco-civil-internet.htm>. Acesso em 26 de janeiro de 2018. SILVA, Marco. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet, 3ª Ed. 2002. ___________ Você conhece os riscos dos grupos de WhatsApp entre pais e professores? Disponível em: <https://www.clipescola.com/voce-conhece-os- riscos-dos-grupos-de-whatsapp-entre-pais-e-professores/>. Acesso em: 02 jan. 2018. Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. http://alb.org.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem19/COLE_4098.pdf http://alb.org.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem19/COLE_4098.pdf http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.965-2014?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm https://www.clipescola.com/voce-conhece-os-riscos-dos-grupos-de-whatsapp-entre-pais-e-professores/ https://www.clipescola.com/voce-conhece-os-riscos-dos-grupos-de-whatsapp-entre-pais-e-professores/
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