Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Choque Síndrome clínica devido à hipoperfusão tecidual, levando a hipóxia celular (por oferta inadequada de O2 ou necessidade tecidual aumentada). Inicialmente as alterações são reversíveis, evoluindo para irreversíveis, disfunção orgânica, falência múltipla de órgãos e óbito Choque hipovolêmico Choque Cardiogênico Choque Obstrutivo Choque distributivo Choque séptico Choque Anafilático Choque neurogênico Definições PA=DC x Resistência periférica Tipos de choque DC= V.sistólico x FC Valor da empunhadura do capilar pulmonar PVC- Pressão venosa central Tromboembolismo pulmonar (TEP) Ocorre falha do ventrículo direito (ele não consegue vencer a alta resistência vascular pulmonar) Tamponamento pericárdico - Tríade de Beck: Hipotensão, turgência jugular e bulhas cardíacas abafadas Pneumotórax hipertensivo: ↓expansibilidade do tórax, ↓murmúrio. vesicular, ↑frêmito tóraco vocal Sepse + hipotensão- Necessita de drogas vasopressoras para manter a PAM>65 mmHg e níveis de lactato>2 mmol/L apesar de terapia adequada Vasodilatação importante- ↓ pressão no capilar pulmonar Falha da bomba cardíaca- coração não funciona normalmente Hipersensibilidade tipo I- IgE mediado, com degranulação de mastócitos e/ou basófilos e liberação de histamina Vítimas de traumatismo cranioencefálico grave e lesão da medula espinhal.Desregulação do SN autônomo (simpático e parassimpático) -Vasodilatação importante, com sangue acumulado nas extremidades (extremidades quentes) - Choque medular- arreflexia completa da medula Hemorrágico: - Comum no trauma, hemorragia varicosa, hematoquesia, Rotura de aneurisma, cisto de ovário roto, gravidez ectópica Não hemorrágico: - perda de fluídos que não sangue, depleção de volume por perda de sódio, perdas gastrointestinais (diarréia, vômitos), grandes queimados, - Miocardiopatia- IAM, exacerbação da ICC - Arritmias: taqui ou bradiarritmias -Mecânica: Insuficiência valvar aórtica ou mitral aguda, ruptura do septo interventricular Vasodilatação grave e diminuição da resistência vascular sistêmica Por disfunção mitocondrial Choque por cianeto ou CO Crise addisoniana e coma mixedematoso Choque endócrino Em patologias que diminuem a quantidade que chega no ventrículo como hipovolemia, DC↓ A hipotensão é explicada pelo DC diminuído, o que acontece em quase todos os mecanismos de choque Um valor aumentado pode refletir TEP ou capilares com volume de sangue (falha da bomba) Relaciona-se com a pré-carga Pressão de enchimento do ventrículo direito- Representa a capacidade relativa do coração em bombear sangue venoso- Limitação ao retorno venoso - Pressão de oclusão da artéria pulmonar ↓ - Débito cardíaco ↓ - Pós carga (resistência vascular sistêmica) ↑ (faz vasoconstrição para tentar compensar) - Pressão de oclusão da artéria pulmonar ↑ (coração não consegue bombear e “puxar” o sangue da artéria) - Débito cardíaco ↓ - Pós carga (resistência vascular sistêmica) ↑ (faz vasoconstrição para tentar compensar) - Pressão de oclusão da artéria pulmonar ↑ (coração não consegue “puxar” o sangue) - Débito cardíaco ↓ - resistência periférica ↑ - Pressão de oclusão da artéria pulmonar ↓ - Débito cardíaco ↓ - resistência periférica ↑ Palidez, taquicardia, sudorese Pode ter sobreposição de mais um tipo de choque (choque misto) ou a etiologia ser desconhecida (choque indiferenciado) Referência:: -Medicina de emergência : abordagem prática / editores Irineu Tadeu Velasco ... [et al.]. - 14. ed., rev., atual. e ampl. Barueri [SP] : Manole, 2020. Sinais de hipoperfusão: pele fria e úmida, tempo de enchimento periférico >2 s, débito urinário <0,5 ml/kg/h, alteração do nível de consciência (Avaliar com Glasgow) Choque diagnóstico Critérios diagnósticos (D. Sindrômico) Critérios Clínicos Critérios Hemodinâmicos Critérios laboratoriais - Pressão arterial sistólica (PAS) <90 mmHg - ou Pressão arterial média (PAM) <65 mmHg ou <70 mmHg + taquicardia Lactato >1,5 mmol/L Diagnóstico Etiológico Protocolo RUSH Janela 1- Paraesternal eixo longo Janela 2- Apical Janela 3- Veia cava inferior Janela 4- Quadrante superior direito Janela 5- Quadrante superior esquerdo Janela 6- Suprapúbico Janela 7- Janelas aórticas Janela 8- Visão de pneumotórax Janela 9- Visão de pneumotórax - Ver se há Tamponamento pericárdico: Líquido pericárdico, colapso AD e VD na diástole - Ventrículo esquerdo: Se diferença <30% do ventrículo entre sístole e diástole- função gravemente reduzida; se >90% indica estado hiperdinâmico (hipovolemia ou sepse) - Ver funcionamento do VD: Dilatação aguda sugere TEP ou IAM de VD, Sinal de McConnell (redução da mobilidade da parede livre poupando o ápice- sugere TEP) Diâmetro <1,5 cm com colapso inspiratório indica responsividade a volume FAST- Ver líquido livre, que pode sugerir ascite maciça, rotura de vísceras, sangramento intra-abdominal, aneurisma de aorta roto ou gravidez ectópica Sinal da estratosfera no modo M sugere pneumotórax Diâmetro da aorta > 5 cm sugere o diagnóstico de aorta abdominal roto Diagnóstico Tipo de choque - Hemorragia (hipovolêmico), pneumotórax ou tamponamento (obstrutivo) ou neurogênico (distributivo) Trauma? Sangramento TGI, vômitos ou diarréia? - Hemorragia ou choque hipovolêmico não hemorrágico Febre, hipotermia? - Sepse IAM, TEP Dor torácica? Fatores de risco de SCA ou ECG com AVR - Intoxicação, hipotireoidismo, insuficiência adrenal Bradicardia e hipotensão inexplicada? Hipoxemia? - TEP Dor abdominal ou lombar? - Peritonite, rotura de aorta Edema? - Anafilaxia Não Não Não Não Não Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim USG Choque Tratamento (geral) Paciente com suspeita de choque Diagnóstico precoce (pode ser apenas o sindrômico) Exames- Hemoculturas, lactato, eletrólitos, gasometria.... MOV Monitoração (cardioscopia, pressão arterial invasiva), oxigênio e veia (acesso venoso) ou cateter venoso se necessidade de drogas vasoconstritoras, eletrocardiograma Suporte hemodinâmico Investigar etiologia e corrigir Oxigênio Repor cristalóides: Otimizar Pré-carga - Ringer Lactato- Contraindicado em quadros com aumento do K, choque com hipotermia e cuidar em diabéticos (induz glicogenose). Está associado a alcalose metabólica (lactato é metabolizado em BIC no fígado) - OU soro Fisiológico 0,9%- Cuidar com excesso de SF que o excesso de Cl leva a uma maior excreção de bicarbonato (BIC) e pode fazer acidose Avaliar necessidade de hemotransfusão (Alvo: Hb>7) Alvos - PAM >65 mmHg - Enchimento capilar <3s - Diurese >0,5 mL/kg/h - Pele, mucosas e extremidades bem perfundidas - DC otimizado Avaliar se paciente responsivo a volume - Elevar MMII de forma passiva- se aumento 15% do DC o paciente é responsivo (pode administrar mais volume) Suporte ventilatório precoce (em geral máscara com reservatório ou VNI ou IOT) - Alvo: Sat O2>90% Choque hipovolêmico - 1L de cristalóides + (se hipotenso) hemocomponentes - Grau III e IV já começa com cristalóides e hemocomponentes Choque Séptico - Ringer lactato se mostrou superior - 30 mL/kg nas 3 primeiras horas Otimizar pós carga- Vasopressores - Norepinefrina (0,1-2mcg/kg/min) - Epinefrina (1-20 mcg/min)- choque anafilático principalmente - Vasopressina- (0,01-0,04 UI/min) principalmente em estados hiperdinâmicos como sepse (2a droga de escolha) Otimização do débito cardíaco - Dobutamina 2 mg/kg Ainda hipotensão? Protocolo RUSH Reduzir consumo periférico de O2 - Evitar hipertermia -Antitérmico se necessário - Controlar a dor- Analgésicos se necessário - Reduzir a ansiedade- Ansiolíticos se necessário - Reduzir trabalho respiratório- Ventilação mecânica bem ajustada Choque hipovolêmico - Controle do foco do sangramento, controle da cetoacidose diabética Choque distributivo -Controle do foco do foco da infecção (Sepse) - corticóide (Adrenal) - Epinefrina (Anafilático) - Suporte e estabilização cervical (neurogênico) Choque cardiogênico - Angioplastia (isquemia), antiarrítmicos (arritmia) e cirugia (valvulopatia) Choque Obstrutivo - Anticoagulação e trombólise (TEP) - Pericardiocentese (tamponamento cardíaco) - Toracocentese de alívio e drenagem de tórax (pneumotórax hipertensivo) Cuidar volumes maciços: Edema pulmonar, distúrbios hidroeletrolíticos Cuidar com a reposição volêmica no choque cardiogênico, já que a bomba não funciona de maneira adequada. Fazer alíquotas menores (250ml) e ausculta pulmonar frequente (edema pulmonar). Caso o edema ocorra, dar furosemida ou fazer diálise *(doentes renais) Choque Hipovolêmico Avaliação inicial + identificação da etiologia (Hipovolêmico) Choque hemorrágico Choque não hemorrágico Reposição volêmica: - Cristalóide 1L EV - PAS >70mmHg até controle do foco de sangramento - Vasopressor - Manter vias aéreas pérvias, garantir ventilação (repor oxigênio ), 2 acessos venosos periféricos calibrosos, monitorar pressão arterial, fazer cardioscopia - Exames laboratoriais: tipagem sanguínea e fator Rh (em caso de choque tipo IV infundir tipagem O-), hemograma, eletrólitos, uréia, creatinina, gasometria arterial, TP/TPP, fibrinogênio, lactato Quadros Graves? - Transfusão maciça (Hb 7-9) - Transamin 1g EV até 3h do choque e em seguida 1g EV em 8h - Monitorar temperatura, pH e cálcio Reposição volêmica: - Cristalóide em alíquotas de 250-500 mL EV - reavaliar necessidade e resposta ao volume - Vasopressor (hipotensão) Foco: Pele - Evitar hipotermia ou hipertermia - tratamento de lesões dermatológica s graves Foco: Renal - Suspender diuréticos - Tratamento do cetoacidose diabética, síndrome perdedora de sal cerebral e hipoaldosteronismo Foco: Trato gastrointestinal - Checar eletrólitos - Checar débito da sonda nasogástrica ou nasoenteral - Tratar gastroenterite Foco: 3° espaço - Cirróticos: repor albumina após paracentese (>5l) - tratar obstrução intestinal - tratar pancreatite aguda Referência:: -Medicina de emergência : abordagem prática / editores Irineu Tadeu Velasco ... [et al.]. - 14. ed., rev., atual. e ampl. Barueri [SP] : Manole, 2020. Furosemida 40 mg EV em bolus (Se o paciente já usar furosemida, usar o dobro da dose usual dele) Avaliação inicial + identificação da etiologia (Cardiogênico) - Sinais de hipoperfusão sistêmica, hipotensão arterial e congestão pulmonar - Monitorização cardíaca contínua, EEG e marcadores de necrose miocárdica seriados, RX de tórax, gasometría com lactato, hemograma e laboratório para avaliar disfunção orgânica - Eletrocardiograma ou ecocardiograma transtorácico Choque Cardiogênico Cor: Anêmico Hemotransfusão Arritmias Controle do ritmo ou da FC - Tratamento específico para arritmias (antiarrítmicos, cardioversores, ablação...) Insuficiência mitral ou aórtica agudas ou dissecção aguda de aorta - Cirurgia - considerar suporte mecânico como ponte Disfunção sistólica conhecida - Suspender BB (betabloqueador) - Se PAS<80 mmHg: noradrenalina e/ou dobutamina -Se PAS>80 dobutamina - Se PAS normal sem sinais de hipoperfusão- iniciar vasodilatadores EV Disfunção Diastólica conhecida - Se obstrução da via de saída do VE- BB EV, cristalóides (se não tiver edema pulmonar) - Evitar inotrópicos e vasodilatadores - Procurar insuficiência mitral/ aórtica Status cardíaco desconhecido Edema pulmonar com sinais de choque e hipotensão Edema pulmonar sem sinais de hipotensão e sinais de choque PAS<80- noradrenalina +/- dobutamina PAS>80- dobutamina - avaliar necessidade de suporte mecânico - Vasodilatadores EV Referência:: -Medicina de emergência : abordagem prática / editores Irineu Tadeu Velasco ... [et al.]. - 14. ed., rev., atual. e ampl. Barueri [SP] : Manole, 2020. Choque Obstrutivo Avaliação inicial + identificação da etiologia (Choque obstrutivo) - Manter vias aéreas pérvias, garantir ventilação (repor oxigênio ), 2 acessos venosos periféricos calibrosos, monitorar pressão arterial, fazer cardioscopia, eletrocardiograma - Exames laboratoriais: tipagem sanguínea e fator Rh, hemograma, eletrólitos, uréia, creatinina, gasometria arterial, TP/TPP, fibrinogênio, lactato Exame físico: Estase jugular, bulhas abafadas, hipotensão, pulso paradoxal, pulmão limpo, veia cava inferior (VCI) ingurgitada, USG com colabamento do VD Exame físico: Estase jugular, hipotensão, ausculta pulmonar assimétrica com timpanismo, traqueia desviada, VCI ingurgitada, USG sem deslizamento pleural + sinal da estratosfera Exame físico: Anamnese história + fator de risco, hipoxemia + taquicardia - Pulmão limpo, VCI ingurgitada - USG com ventrículo direito dilatado Identificar causa Tamponamento pericárdico - Cristalóide e noradrenalina - Janela pericárdica - Marfan guiado por USG se janela for demorar ou estiver indisponível - Toracocentese de alívio - Drenagem de tórax logo após Pneumotórax hipertensivo Tromboembolismo pulmonar - Reposição de cristalóides- Em pouco volume ( máximo 500 mL de cristalóides EV) - Inotrópico se necessário - Trombólise + Heparina não fracionada EV Referência:: -Medicina de emergência : abordagem prática / editores Irineu Tadeu Velasco ... [et al.]. - 14. ed., rev., atual. e ampl. Barueri [SP] : Manole, 2020. - Medir nível de lactato (medir novamente se >2 mmol/L) - Obter hemocultura antes de iniciar ATB (amplo aspecto) - Ressuscitação volêmica com 30 ml/kg de cristalóide para hipotensão ou lactato>4 mmol/L - Iniciar vasopressores de paciente hipotenso durante ou após a ressuscitação volêmica para manter PAM >65 mmHg Avaliação inicial + identificação da etiologia (Sepse) - Manter vias aéreas pérvias, garantir ventilação (repor oxigênio ), 2 acessos venosos periféricos calibrosos, monitorar pressão arterial, fazer cardioscopia, eletrocardiograma - Exames laboratoriais: tipagem sanguínea e fator Rh, hemograma, eletrólitos, uréia, creatinina, gasometria arterial, TP/TPP, fibrinogênio, lactato - 2 hemoculturas (sítios diferentes, antes de iniciar antibióticos) Pacote de 1 hora PAM= (PAS + 2 PAD)/3 - Pressão arterial média= Pressão arterial sistólica + 2x pressão arterial diastólica /3 Choque Séptico Estabilização hemodinâmica (cristalóides 30ml/kg nas 3 primeiras horas ) - Manter PAM>65 mmHg Iniciar Antibioticoterapia empírica (considerar sítio da cultura) PAM < 65mmHg apesar da terapia adequada? - Iniciar drogas vasoativas (noradrenalina 5-10 mcg/min e aumentar a cada 5 min se necessário ) Necessidade frequente de aumento da noradrenalina? - Associar hidrocortisona 50 mg EV 6/6h, se dose de noradrenalina >0,25 mcg/kg/min - Associar Vasopressina 0,01-0,04 U/min se dose de noradrenalina > 0,5 mcg/kg/min Pneumonia - Ceftriaxona 2g IV 1x/dia +Azitromicina 500 mg IV 1x/dia - 5 a 7 dias Infecção trato urinário - Ciprofloxacino 500mg IV 12/12 horas Abdome agudo inflamatório - Ceftriaxona 2g IV 1x/dia +Metronidazo l 500 mg IV 8/8h Meningite - Ceftriaxona 2g IV 12/12 horas +/- Ampicilina 2g IV 4/4 horas - 5 a 7 dias Fasceíte necrosante - Meropenem 2g IV 12/12 h +Vancomicina 1g IV 12/12h Infecção de cateter/diálise - Ceftazidima 2g IV 12/12 h +Vancomicina 1g IV 12/12h - 7- 14 dias Referência:: -Medicina de emergência : abordagem prática / editores Irineu Tadeu Velasco ... [et al.]. - 14. ed., rev., atual. e ampl. Barueri [SP] : Manole, 2020. Usar métodos de triagem e/ou SOFA + suspeita de infecção ou infecção confirmada
Compartilhar