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NEFROPATIA DIABÉTICA Doença renal crônica resultado das complicações macro/microvasculares do diabetes. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O INTRODUÇÃO • Incidência de Diabetes nos EUA: Evoluiu de 6 para 10% em 20 anos • Nefropatia diabética: 25-30% dos diabéticos e que vão à óbito antes dos estágios avançados da DRC. • 58 mil pessoas com DRC estádio V nos EUA tem diabetes: 50% dos pacientes tem essa associação. • Surgimento: A nefropatia diabética surge mais ou menos pelos 10 anos de DM estebelecida, em ambos os tipos e piora na DM2. • Dos pacientes que entraram em diálise: As principais causas são de nefroesclerose hipertensi- va e nefropatia diabética (30-304%) e esses sintomas muitas vezes se sobrepõem. FISIOPATOLOGIA • Quando temos glicemia muito elevada (160-180) o indivíduo começa a ter um grau de glicosúria: Ultrapassa o limiar de reabsorção de glicose pelos rins. • O problema são os AGE (produtos avançados da glicolisação): Vão gerar ativação de proteínas que vão causar espessamento da membrana basal glomerular, expansão mesangial, que leva à glomeruloesclerose e fibrose intersticial. • Dentro da céluka → Estresse oxidativo: Ativação de vias de NAD e FADM diminuir a biodisponibili- dade de óxido nítrico, ativando genes pró- inflamatórios que vão causar crescimento celular, inflamação, angiogênese e disfunção endotelial. • Resultado da união de fatores fisiopatológicos: Hemodinâmicos, metabólicos, inflamatórios e fibróti-cos culminam na transcrição de fatores com aumento do NF-kB, gerando hipertrofia glomerular, expansão do mesângio, fibrose tubular, glomeruloesclerose (irreversível) e fibrose renal (irreversível). • O DM é uma das causas de doença renal crônica com os rins de tamanho normal! V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O • O aparelho justaglomerular é o que dá o controle fino da dilatação e constricção das arteríolas renais aferentes e eferentes • Na nefropatia diabética, temos uma gama de fatores que promovem vasodilatação aferente e vasoconstricção eferente: Como no quadro abaixo , o que leva a um estado de hiperfiltração renal. • Glomérulo diabético: Espessamento da membrana basal (em verde), redução do número de podócitos e menos pontos de processo podocitário, células endoteliais inflamadas e aumento das células mesangiais (como no esquema abaixo). • Lesão tubular: Inúmeros fatores! RESUMINDO ESSA FISIOPATOLOGIA • Arteríola aferente vasodilatada e eferente em vasoconstricção: Glomérulo hiperfiltrando. • Aumento da reabsorção: De sódio, glicose, etc. • Redução do feedback tubuloglomerular *O que é feedback tubuloglomerular: O aparelho jus- taglomerular e a mácula densa estão em pleno contato com o túbulo contorcido distal, eles informam o cloro que passa na região, dizendo pra arteríola filtrar mais ou menos sódio e cloro. No diabético, a filtração já tá alta, mas chega pouco sódio no túbulo distal (o NaCl é absorvido junto com a glicose no proximal), o que acarreta em mais feedback para aumentar a filtração. PATOLOGIA: A→ D (do normal para o anormal) Disfunção glomerular na nefropatia diabética Disfunção tubular na nefropatia diabética FATORES DE RISCO V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O • Demográficos: Idade avançada, sexo masculino e raça negra, indiana ou hispânica aumentam a sus- ceptibilidade de desenvolver nefropatia DM, • Hereditariedade: História familiar de nefropatia diabética e genética ajudam a susceptibilidade e favorecem o início. • Condições sistêmicas: Hiperglicemia, obesidade, hipertensão. • Dano renal: Pielonefrite aguda, toxinas, tabaco. • Fatores dietéticos: Dieta rica em proteínas! AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA • Anamnese e exame físico: História prévia de DM de longa data, tabagismo, obesidade, medicações nefrotóxicas. • Glicemia, GPP, HbA1c, insulina • Uréia e creatinina • Sumário de urina: Imprescindível! Dá pra ver como rastreio se o paciente tem proteinúria ou não. • Avaliação de proteinúria: Proteinúria de 24h, Relação Albumina Creatinina, RPC, etc. • USG de rins e vias urinárias: Pensar em nefropatia em rins de tamanho normal no DRC. ALBUMINÚRIA E PROTEINÚRIA • Avaliação de albuminúria e proteinúria: o Normal: Albumina < 30, proteinúria < 150 o Moderadamente aumentado: Albumina de 30-300 ou proteinúria de 150-500. o Severamente aumentado: Albumina > 300 e proteinúria > 500. *Quanto menor o clearence e maior a proteinúria, maior a incidência de DRC e morte por causas cardiovascular. CLASSIFICAÇÃO (TFG + ALBUMINÚRIA) HISTÓRIA NATURAL • Hiperglicemia: Primeira coisa que aparece e que perdura até a morte do paciente. • Lesão celular: Passa a surgir 2 anos depois, que evolui para expansão mesangial, glomeruloescle- rose, fibrose tubular e inflamação. • Albuminúria: Surge microalbuminúria em 7-10 anos de diabetes, que começa como micro e vira macroalbuminúria (proteinúria) depois de 20 anos. • Hipertensão: Surge junto com a albuminúria, com disfunção do sistema renina-angiotensina e aumento da TFG. • Doença cardiovascular e complicações renais: Nos 20 anos de doença, aproximadamente. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL → QUANDO PENSAR EM OUTRA COISA QUE NÃO SEJA DIABETES? • Albuminúria em DM1 com menos de 5 anos de dç • Proteinúria precedendo o diagnóstico de DM2 • Hematúria dismórfica no sumário de urina: Significa que a hemácia passou pelo glomérulo, significa que o problema é glomerular. • Presença de LES, Mieloma Múltiplo e outras patologias • Aumento súbito de proteinúria ou rápido declínio da TFG sem causa aparente: Elevação da albumina em 5-10x ou perdas > 5 ml/min/ano de TFG. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O BIÓPSIA RENAL • Quando indicar? Em dúvida diagnóstica! • O que enxergar? Glomeruloesclerose nodular! TRATAMENTO MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA • Parar de fumar: Alto grau de evidência (1B). • Dieta com menos proteína: Cerca de 0,8g/kg/d • Diminuir a ingesta de sódio: < 2g de sódio ou < 5g de sal (cloreto de sódio) (evidência 2C). • Atividade física moderada: Pelo menos 150 minutos dividido por semana (3, 4x por semana). • Introduzir o paciente em um programa educacio- nal de diabetes e nefropatia diabética TRATAMENTO MEDICAMENTOSO → BRA/IECA • Todos os pacientes que não tiverem contraindi- cação absoluta devem fazer uso de BRA ou IECA • O que fazem os BRA/IECA: Vão dilatar a arteríola eferente que estava contraída, diminuindo a hiper- filtração glomerular e a pressão na área, porque bloqueiam o sistema renina-angiotensina que, no diabetes, está aumentado. • Monitorar a creatinina e potássio com 2-4 semanas depois de começar a tratar: o Potássio normal com aumento de creati- nina < 30%: Aumenta até a dose máxima. o Hipercalemia: Olhar as drogas, considerar associar alguma droga que diminui o K+. o Aumento > 30% da creatinina: Revisar causas, corrigir volume. *Nos casos de hipercalemia e aumento da creatinina, só suspender IECA e BRA em última hipótese! CONTROLE GLICÊMICO • Usar a HbA1c: Evidência 1C, não pede só jejum. • Avaliação individualizada: Entre < 6,5% e 8% em pacientes não dialíticos. • Todo paciente com TFG > 30 devem estar usando metformina: Clearence abaixo desse aumenta muito o risco de acidose lática. • Todo paciente com TFG < 30 devem estar usando inibidores da SGLT2: Evidência 1A! • Em casos de falha terapêutica com metformina ou SGLT2, recomendamos os análogosdo GLP-1 INIBIDORES DA SGLT2 • O que é SGLT2? No túbulo contorcido proximal (segmento S1), são co-transportadores de sódio e glicose e reabsorvem 90% da glicose, os outros 10% são reabsorvidos no segmento S3 pela SGLT1. • E qual a finalidade de inibir a SGLT2? Inibindo essa área, mais sódio vai passar no túbulo contorcido distal, aumentando o feedback tubuloglomerular e diminuindo a hiperfiltração renal. • Principal exemplo: Dapaglifozina! V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O RESUMO DO CONTROLE GLICÊMICO RESUMINDO A ABORDAGEM DO DIABETES COM DRC
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