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Tópicos Especiais de Engenharia de Produção Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Marcio Nunes Revisão Textual: Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos O Engenheiro e a Sociedade • Introdução • Em busca da criatividade • As fronteiras da engenharia • A responsabilidade social e a ética · O objetivo desta unidade é dar aos novos alunos de engenharia uma percepção inicial para a profissão que os espera, e assim procurar dar uma ideia do que sua futura carreira pode lhe parecer, assim como mostrar também quais os desafios a serem enfrentados. OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre um importante tema: “O Engenheiro e a Sociedade”. Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material complementar. Não esqueça! A leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas; por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor. Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades, você também encontrará as atividades de Avaliação, uma Atividade Reflexiva e a Videoaula. Cada material disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado; por favor, estude todos com atenção. ORIENTAÇÕES O Engenheiro e a Sociedade UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade Contextualização O futuro profissional de engenharia não somente irá se deparar com os problemas inerentes à profissão, mas também terá que lidar com pessoas, finanças, etc. É natural que, ao iniciar sua longa jornada pelas veredas da engenharia, o profissional tenha que tomar decisões que, quer queira, quer não queira, poderão influenciar o seu futuro. Todavia, tomar decisões em engenharia não significa colocar o pescoço a prêmio; e para que isso não aconteça de fato, o engenheiro deve saber conduzir os trabalhos. Os grandes engenheiros de sucesso souberam manipular adequadamente essa questão. Tomemos o caso, por exemplo, do arquiteto Oscar Niemeyer, responsável técnico pelo planejamento arquitetônico de vários prédios de Brasília, ou de Lucio Costa, outro arquiteto, mas o responsável pelo planejamento de Brasília. Foram homens que deixaram a sua marca porque souberam explorar sua atuação dentro dos limites, utilizando os recursos disponíveis. Ser engenheiro é isto: é saber não somente realizar as tarefas relativas à profissão, mas também entender bem o contexto em que está inserido. O sucesso de uma carreira em engenharia depende essencialmente disso. Hoje, neste mundo globalizado, a continuação dos estudos e o aperfeiçoamento da carreira, por exemplo, são uma necessidade. Quem não acompanhar o desenvolvimento não terá sucesso e acabará ficando para trás nessa corrida. 6 7 Introdução A escolha de uma profissão geralmente é baseada na aptidão, na posição social e na oportunidade. O aspecto econômico é sem dúvida um dos mais importantes, pois o fato de escolhermos uma profissão que nos ofereça uma boa renda e um papel importante na sociedade é altamente desejável, embora não seja esse o fator determinante na maioria dos casos. A aptidão tem um peso relevante na escolha, pois ela representa a nossa capacidade de realizarmos as tarefas relativas à profissão de nossa escolha com determinação e firmeza, conscientes de que devemos ir até o fim. Unir o útil ao agradável é sem dúvida a atitude ideal nesse caso. E a questão da oportunidade é indiscutível; sem ela, estaremos sujeitos ao sabor das ondas, ou seja, teríamos que nos contentar com aquilo que o destino nos providenciar. A engenharia é o desejo daqueles que almejam os principais requisitos de uma boa profissão: atrai relativamente uma boa renda e pode oferecer um lugar de respeito na sociedade. A pergunta que costumamos fazer é: será que temos condições de exercermos de fato a engenharia? A questão não é propriamente perguntar a si mesmo se você deve ou não ser engenheiro; antes é conveniente você se perguntar se tem em mente o ideal de ser de fato um(a) engenheiro(a) ou trata-se apenas de uma ideia que lhe passou pela cabeça. Se for esse último o caso, é melhor repensar a escolha. É claro que há uma grande possibilidade de que você tenha escolhido a engenharia porque você percebeu que ela pode lhe oferecer uma boa carreira, e porque você tem as habilidades que você considera adequadas para uma carreira de sucesso. No entanto, resta a possibilidade de que você não tenha uma ideia clara do que uma carreira em engenharia vai realmente lhe proporcionar. Os alunos muitas vezes têm conceitos errados sobre a carreira em engenharia. Eles muitas vezes subestimam certos aspectos inerentes à carreira, tais como a quantidade de relatórios que terão de escrever, a importância da comunicação e da negociação, ou ainda, não percebem a magnitude da responsabilidade que terão de ter, ao utilizarem seu próprio julgamento e tomarem suas próprias decisões, em vez de apenas fazer o que lhes é solicitado. É comum o aluno ingressante em um curso de engenharia perguntar ao professor, na aula inaugural: “Onde encontro as respostas acerca da profissão?” ou “Que livro devo ler?”, pergunta o aluno. A resposta do professor é sempre a mesma: “Você terá que buscar as respostas por si mesmo, na vida prática”. Engenharia envolve imaginação, pró-atividade e inovação. O objetivo deste curso é, portanto, dar aos novos alunos de engenharia uma percepção inicial para a profissão que os espera, e assim procurar dar uma ideia do que sua futura carreira pode lhe parecer, assim como mostrar também quais os desafios a serem enfrentados. 7 UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade Essencialmente, é importante compreender que os engenheiros são profissionais que não trabalham somente com máquinas, desenhos ou computadores. O exercício dessa profissão vai muito além disso, pois exige uma boa compreensão das ciências físicas e da matemática. A engenharia precisa também ser entendida no contexto do seu papel na sociedade, como um engenheiro tem de ser entendido no contexto do seu trabalho dentro de uma empresa e, finalmente, dentro da sociedade. Como engenheiro(a), você certamente estará envolvido(a) em negociações; você pode se tornar um(a) gerente que supervisiona o trabalho de uma equipe de engenheiros; ou você pode ter responsabilidades especiais para garantir que o trabalho humano seja seguro, ou para garantir que não é prejudicial ao meio ambiente. Você pode ter muita responsabilidade e ser obrigado muitas vezes a tomar decisões financeiras e participar de julgamentos éticos, bem como executar cálculos matemáticos. A engenharia vai além dos limites aprendidos na escola. Olhando pelo lado positivo, a engenharia poderá lhe trazer muitos benefícios. Sendo um(a) engenheiro(a) você acabará tendo uma mudança importante no modo de pensar e de encarar o mundo que lhe cerca. Nova visão, novos horizontes, novas oportunidades. Após o término da leitura desta unidade você poderá ter uma ideia se está ou não motivado a continuar. O esperado é que você continue até o fim. Afinal, ser engenheiro(a) lhe trará uma posição de status (de destaque) na sociedade, um reconhecimento de que todo seu esforço valeu a pena. Não desista. Você gosta de viajar? A carreira em engenharia lhe proporcionará muitas viagens, inclusive para o exterior, em muitos casos. Os engenheiros são considerados “resolvedores” de problemas, o que os tornam peças importantes dentro de uma corporação. E problemas sempre existirão. Mas para que tudo isso aconteça é preciso muita dedicação e empenho. Não se esqueça de que o nossomundo é globalizado, o que faz com as paredes sejam permeáveis, ou seja, há uma constante migração de oportunidades de um lado para o outro, há muita movimentação. Isso requer do profissional que ele esteja sempre atualizado, sempre disposto a se adaptar aos novos ventos que sopram de todos os lados; falar mais de um idioma é indispensável nesse caso. Deve haver uma busca incessante pelo aperfeiçoamento profissional. Isso é imprescindível na engenharia. Por exemplo, você sabia que hoje existem aviões comerciais que transportam 300 ou mais passageiros e que são feitos de plástico em lugar do alumínio? Trata-se do Boing 787 Dreamliner. Pois é, isso é realidade. O mundo avança, o engenheiro terá que acompanhá-lo. Este curso vai lhe dar condições de direcionar melhor a sua carreira em engenharia. Você terá uma visão diferente do que tinha até agora sobre sua escolha de querer ser engenheiro(a). 8 9 Em busca da criatividade Vamos iniciar o curso comentando sobre um dos principais pilares da sua nova profissão: trata-se da criatividade. Engenharia e criatividade andam juntas, uma não existe sem a outra. A engenharia pode ser definida também como sendo a arte da criação, é feita de ideias que se materializam. Por exemplo, Henry Ford criou a linha de montagem e Guglielmo Marconi criou a transmissão de radio, apenas para mencionar dois dos muitos criadores que trouxeram ideias para a vida cotidiana. É óbvio que você tem muitos e muitos outros casos como esses em mente. Além de serem criativos, os engenheiros são também implementadores de novas ideias. Engenheiros inventam novas tecnologias, como a telefonia móvel ou o chip de silício, por exemplo, e essas invenções ajudam outros engenheiros a tornar seu trabalho mais fácil. Pode-se citar como exemplo o fato de engenheiros estruturais e geotécnicos criarem soluções para que arquitetos e engenheiros civis possam projetar e construir edifícios; trata-se, portanto, de uma reação em cadeia. O trabalho criativo dos engenheiros nem sempre é visível à sociedade simplesmente porque funciona. Você já se deu conta de como seria a sua vida sem a energia elétrica? Enquanto ela está presente, tudo vai bem, até o instante em que ela falta. Nesse momento você se dá conta de que ela existe e é importante. Podem- se citar outros exemplos, como o tratamento da água que bebemos, as turbinas a gás que movimentam os geradores de energia elétrica e a rede de dados móvel. São exemplos de inovação criativa e de melhoria contínua realizados por engenheiros determinados, exemplos que fazem impulsionar a economia e implementar cada vez mais os nossos estilos de vida modernos. Como já foi mencionado, engenheiros são solucionadores criativos de problemas. Isso pode parecer uma surpresa para aqueles que imaginam a engenharia estereotipada da resolução de problemas; na realidade, os engenheiros enfrentam um problema, analisam-no e chegam a uma solução única. Muitos dos problemas que a sociedade e a engenharia enfrentam hoje são novos e complexos. Por exemplo, a sociedade nunca antes havia enfrentado o problema da alteração do clima produzida pelo próprio homem. Nunca antes se teve a capacidade de produzir e compartilhar tantos dados sobre nosso mundo, nossas vidas e nossas finanças, com a evolução da internet. Nunca antes se teve uma população humana de 7 bilhões de pessoas, todos precisando de comida, água, abrigo, educação, emprego e saúde. Em um mercado competitivo globalizado, os engenheiros devem inovar constantemente para criar novas soluções e inventar novas formas de resolver problemas. Engenheiros que oferecem sempre o mesmo padrão de respostas a um determinado problema que está em constante evolução em nosso mundo complexo, em breve estarão fora do mercado de trabalho; é preciso estar atento e inovar. 9 UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade De um modo geral, os engenheiros têm sido muito bem sucedidos na criação de sistemas técnicos complexos que tornam a vida moderna possível. Por outro lado, entretanto, há o lado negativo: infelizmente, eles têm tido menos sucesso em antecipar e abordar as consequências negativas de suas próprias criações. Criatividade está associada à responsabilidade. Os engenheiros criaram formas cada vez mais eficientes de extração de combustíveis fósseis a partir da Terra para queimá-los em benefício humano, e por isso devem assumir a responsabilidade para abordar os problemas decorrentes da mudança climática propondo medidas de eficiência energética e utilização de energias renováveis, por exemplo. Os engenheiros projetaram e construíram automóveis e estradas, e assim devem enfrentar agora os problemas sociais e ambientais dos congestionamentos, da expansão urbana, das emissões e dos elevados custos dos combustíveis. Os engenheiros construíram sistemas de fornecimento de água que oferecem suprimento a um número enorme de casas, apesar de a água doce ser um recurso escasso em muitos lugares; assim sendo, agora os engenheiros devem auxiliar as pessoas a encontrar maneiras de reduzir o desperdício de água. Os engenheiros criaram sistemas técnicos que transformaram a sociedade e o ambiente. Porém, ao mesmo tempo em que esses avanços são celebrados, também deverá haver reconhecimento das consequências negativas resultantes. A criatividade na engenharia tramita dentro dos limites das leis da física, das considerações comerciais, das necessidades dos clientes ou dos empregadores, da sociedade, da lei e da ética. Essas restrições limitam a atuação dos engenheiros na exploração dos problemas e na proposição das soluções de engenharia. Considerações éticas, em relação à segurança e ao meio ambiente, podem proporcionar oportunidades e inspiração aos engenheiros para o desenvolvimento de soluções inovadoras, dirigindo a sua criatividade para melhorar o desempenho das tecnologias e dos sistemas de engenharia. Preocupações éticas sobre alterações do clima levaram os engenheiros a conceber soluções criativas para o problema de fornecimento de energia, fazendo-os buscar soluções renováveis e mais baratas, como a energia solar e energia eólica. Preocupações éticas acerca da contaminação de lençóis freáticos com compostos de metais pesados a partir de descarte de pilhas e baterias em comunidades pobres levou os engenheiros a desenvolver novas tecnologias para o abastecimento de água e saneamento nas cidades. A ética na engenharia é uma restrição a uma prática ruim e uma inspiração para a inovação e a criatividade. Ao trabalhar para conceber soluções criativas para problemas complexos sociais, econômicos e ambientais, é vital que os engenheiros tenham uma boa compreensão do contexto dos problemas que eles estão tentando resolver. Isso requer que os engenheiros estejam em constante contato com clientes, usuários, comunidades e outras partes interessadas para estabelecer uma compreensão clara do impacto das necessidades, constrangimentos e potencialidades de todas as soluções propostas. Compreender as necessidades e exigências dos usuários, comunidades, sociedade e meio ambiente é tão importante para a ética na engenharia quanto às necessidades 10 11 dos clientes ou empregadores. Trabalhar com parcelas representativas das partes interessadas pode levar o engenheiro à proposição de restrições adicionais e à inspiração para o design criativo, levando a soluções que são mais propensas a fornecerem resultados positivos. Quando as necessidades de toda a comunidade e do meio ambiente estão em conflito com as exigências dos empregadores ou dos clientes, os engenheiros são confrontados com dilemas criativos e éticos. Em algumas circunstâncias, pode ser possível conceber soluções criativas que abordam aparentemente requisitos conflitantes. Por exemplo, a simples implementação do uso eficiente da energia na iluminação pode poupar recursos financeiros para o proprietáriodo edifício e reduzir as emissões de carbono. Em outras situações, no entanto, o engenheiro poderá precisar recorrer a projetos que impliquem o desrespeito da ética ao proporem soluções técnicas ou tecnologias prejudiciais ao meio ambiente para satisfazer seu cliente ou empregador. Porém, não há necessidade disso. Os engenheiros podem manter suas preocupações com seus empregadores ou clientes demonstrando o valor da prática ética; podem manifestar preocupações com organizações externas, tais como associações profissionais ou órgãos governamentais, e ainda podem optar por trabalhar apenas com clientes ou organizações eticamente aceitáveis. A criatividade na engenharia é muitas vezes subestimada e não reconhecida, inclusive pelos próprios engenheiros. A engenharia depende da ciência e de métodos de análise para garantir que seus projetos sejam seguros e confiáveis. A criatividade é geralmente associada à tomada de riscos, embora os engenheiros sejam justamente aqueles que procuram reduzir os riscos para o público, para o meio ambiente e para o sucesso comercial dos empreendimentos. No entanto, encontrar soluções inovadoras dentro dos limites de segurança, confiabilidade e eficiência requer criatividade considerável. Trabalhar com comunidades e clientes para oferecer soluções sustentáveis para o complexo social, econômico e problemas ambientais exige um conjunto diversificado de habilidades de engenharia. A criatividade é a chave para encontrar inspiração para novos projetos de engenharia e soluções de engenharia dentro dos limites da prática ética baseada em métodos científicos e normas que têm evoluído constantemente ao longo de gerações. 11 UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade As fronteiras da engenharia Agora você vai participar de uma discussão importante: quão abrangente a engenharia pode ser? Uma das principais fontes de confusão, especialmente entre aqueles que não são engenheiros ou cientistas, é a distinção entre ciência e engenharia, ou entre a academia e a tecnologia. Afinal, o engenheiro é ou não um cientista? Existe uma máxima que corre nos corredores das escolas de engenharia que diz que o engenheiro aplica o que o físico desenvolve. É sabido que o físico, ou o profissional que estuda as ciências físicas, é um cientista e busca sempre a observação e o estudo dos fenômenos da natureza que nos circundam. Não deixa de ser verdade que o engenheiro aplica o que o físico observa. Por outro lado, o engenheiro é também um conhecedor desses fenômenos da natureza, e assim, também pode ser considerado um cientista. Fica então a pergunta: onde está a fronteira entre a ciência e a técnica? O principal papel da ciência é desenvolver o conhecimento e a compreensão do universo físico. Uma distinção importante é que essa busca do conhecimento (ciência) pode ocorrer em grande parte sem levar em consideração a necessidade social (ou implicações sociais). Pode-se tomar como exemplo o desenvolvimento da bomba atômica nos anos 1940. Na época, os engenheiros e físicos, trabalhando em conjunto, produziram um artefato capaz de dizimar toda uma cidade em questão de segundos. Na realidade, não foram esses físicos e engenheiros que lançaram as duas primeiras bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki durante a segunda grande guerra, mas sim os militares sob as ordens do governo dos Estados Unidos. Se os desenvolvedores da bomba tivessem se preocupado com os possíveis impactos de uma explosão atômica (tinha-se uma boa noção disso na época), talvez não tivessem conduzido o projeto até o final. O país estava em guerra na época e havia o desejo de toda a sociedade norte-americana de que o armistício chegasse logo. A direção que a investigação científica segue tem sido descrita por alguns autores como sendo uma pesquisa baseada mais na curiosidade do que propriamente orientada pelos valores da sociedade. De um modo geral, os cientistas se interessam muito pelos fenômenos que estão observando e isso, aliado à vaidade pessoal, aguça a curiosidade. Valores sociais (e prioridades resultantes) não necessariamente definem limites, sentido ou alcance da curiosidade científica. Isso não é uma crítica à ciência, pois por definição, “fazer ciência” é “investigar”. Além disso, muitas vezes não é possível determinar a relevância de um determinado campo da investigação científica para as necessidades futuras da sociedade. Uma visão interessante sobre os aspectos que unem a engenharia à pesquisa científica e à sociedade é apresentada por Nichols e Weldon, em seu artigo intitulado Professional Responsabitily: The Role of Engineering in Society. Em seu estudo, eles observam que tem sido constatado que o aproveitamento do conhecimento científico ao longo do tempo é dividido em duas partes: uma delas é relevante e imediatamente coerente com as necessidades da sociedade, enquanto que a outra 12 13 é menos relevante, deixando de ser absorvida pela sociedade (a sociedade nem sempre consegue perceber a relevância de uma determinada investigação científica). Nichols e Weldon observam também que embora a interação entre as necessidades sociais com o conhecimento científico seja muito mais complexa do que o indicado neste texto, pode-se representá-la em um diagrama de Venn para o propósito dessa discussão, como visto na figura 1. Essa sobreposição entre o conhecimento científico e a necessidade social, mais especificamente a aplicação do conhecimento científico para as necessidades da sociedade, constitui o que chamamos de domínio da engenharia. Obviamente, a extensão do empreendimento humano é muito mais complexa do que aqui representada. Se, por exemplo, for do interesse da sociedade aumentar o nosso estoque de conhecimento científico, isso leva engenheiros e cientistas a aumentar seu trâmite nas fronteiras da pesquisa científica e assim procuram suprir essa necessidade social. No entanto, é conveniente ressaltar que o foco central da profissão engenharia é a aplicação do conhecimento científico para atender às necessidades da sociedade. Figura 1 – A engenharia e o conhecimento científi co Necessidades da sociedade Engenharia Conhecimento cientí�co Essa analogia pode ser estendida por meio da sobreposição entre a criatividade versus o aspecto analítico do empreendimento humano. Pode-se representar esse aspecto do intelecto humano por outro diagrama de Venn mostrado na figura 2. Como indicado nesse diagrama, pode-se desenvolver a criatividade sem, contudo, envolver as habilidades analíticas, e também, da mesma forma, é possível aplicar as habilidades analíticas sem entrar no domínio da criatividade. Por exemplo, a utilização pelos engenheiros de um software comercial para a solução de um problema de engenharia faz com que a aplicação de habilidades analíticas, por si só, envolva pouca ou nenhuma criatividade. 13 UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade Figura 2 – A criatividade e o processo analítico Análise Criatividade Sobrepondo esses dois diagramas de Venn mostrados nas figuras 1 e 2 acima, surge o diagrama mostrado na figura 3. Esse diagrama resultante pode, então, ser utilizado para explicar o empreendimento “engenharia”, conforme descrito a seguir. Figura 3 – A visão da engenharia no contexto atual proposta por Nichols e Weldon. Análise Criatividade Necessidades da sociedade 1 2 3 Conhecimento cientí�co A B C Engenharia Considerando-se a intersecção do conhecimento científico com a necessidade social (o que é designado como o domínio da engenharia), surgem três setores, indicados como A, B e C na figura 3. O Setor A representa a intersecção de talentos puramente analíticos com o domínio da engenharia. Isso pode ser utilizado para representar a engenharia como uma ciência, descrita como acapacidade de modelar sistemas complexos e prever a sua resposta a várias solicitações externas e sob várias condições. Esse segmento da engenharia tem sido objeto de intenso desenvolvimento ao longo do último meio século, principalmente porque nesse meio tempo esse setor foi beneficiado pela grande disponibilidade de sistemas computacionais mais baratos e precisos. Os computadores foram os grandes 14 15 responsáveis pelo aumento da velocidade com que os projetos de engenharia saíram do papel. É conveniente lembrar que computação não significa apenas velocidade, mas também precisão nos cálculos. Quanto ao Setor C, a intersecção da capacidade criativa humana com o domínio da engenharia pode ser vista como representando os saltos intuitivos repentinos observados no nosso cotidiano, muitas vezes responsáveis por avanços revolucionários na tecnologia, denominados “novidades significativas”, por alguns autores. Como exemplo, podem-se mencionar os plásticos da engenharia, os chamados compósitos, que estão revolucionando a técnica da construção. Também podem representar os aspectos da engenharia que ainda não foram totalmente equacionados pela ciência da engenharia, permanecendo assim em um estado mais embrionário do que científico. O terceiro setor, B (o cruzamento do conhecimento com as capacidades criativa e analítica), pode ser usado para representar o projeto de engenharia e resolução de problemas no nosso mundo real. Esse setor inclui atividades que vão desde o desenvolvimento de produtos e processos inovadores, como, por exemplo, a criação de uma ponte com design inovador, até o desenvolvimento de um novo processo de controle para a produção petroquímica. Essa é a visão do projeto de engenharia proposta por muitos pesquisadores. A abordagem atual para o ensino de engenharia nas escolas de muitos países tem sido mais voltada para o desenvolvimento de habilidades analíticas (setor A do diagrama da figura 3) do que para as habilidades criativas. A entidade norte-americana denominada ABET - Accreditation Board for Engineering and Technology postula a engenharia como sendo “a profissão em que o conhecimento das ciências matemáticas e naturais obtidos pelo estudo, experiência e prática é aplicado de maneira coerente para desenvolver maneiras de utilizar economicamente os materiais e as forças de natureza em benefício da humanidade”. A ABET reforça as últimas palavras, “em benefício da humanidade”. Essa entidade propõe ainda que o principal objetivo a ser atingido na formação de um engenheiro pelas escolas de engenharia deva ser o grau em que a escola prepara o graduado para seguir uma carreira de engenharia produtiva, caracterizada pelo crescimento profissional contínuo. Isso significa que o recém graduado em engenharia deverá continuar estudando, acumulando conhecimento a cada instante. Pode-se concluir, então, que as habilidades analíticas, embora consideradas ferramentas essenciais na formação dos engenheiros, não são suficientes para um ensino de engenharia completo. Um processo educacional que utiliza em sala de aula apenas problemas resolvidos de engenharia, em que todas as variáveis são conhecidas com precisão e que resultam em apenas uma única resposta correta, não apenas distorce a realidade com que os futuros engenheiros se depararão na vida prática, como também pouco estimula a criatividade. A tendência de se utilizar em sala de aula problemas de engenharia não resolvidos é um passo saudável na direção de uma educação mais completa e relevante em engenharia. 15 UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade Essa representação dos quatro círculos do esforço humano, conforme mostrado na figura 3, também oferece uma perspectiva útil para outras profissões. O Setor 1, representado pela intersecção das habilidades analíticas com as necessidades sociais fora dos limites do conhecimento científico, pode ser aplicado nas áreas da economia e da filosofia, enquanto o setor 3 pode ser estendido às artes. O Setor 2 pode ser usado para representar essas necessidades sociais fora dos limites do conhecimento científico que exigiam ambas as habilidades analíticas e criativas, talvez incluindo políticas públicas, administração de empresas e música. O ponto de vista da engenharia apresentado nesse estudo de Nichols e Weldon difere da visão da maioria dos educadores. É comum os professores de engenharia limitarem as atividades apenas à criação de um determinado produto. Aqui se deve interpretar o termo “produto” em sentido amplo, considerando que incluem processos também. A abordagem proposta por Nichols e Weldon é inserir a engenharia em um contexto mais amplo, resultando na interação do engenheiro com a sociedade e, consequentemente, com o meio ambiente. A responsabilidade social e a ética Nichols e Weldon ponderam também sobre um assunto muitas vezes tratado como polêmico: a ética na engenharia. No Brasil pouco se tem falado acerca desse tópico, tão importante quanto o estudo das ciências. Quando se pensa em ética profissional, o primeiro pensamento recai sobre os aspectos políticos que acabam recaindo sobre as decisões em engenharia, ou até mesmo sobre aspectos de relacionamento profissional. O recente caso que envolveu a Volkswagen na programação deliberadamente incorreta de seus sistemas eletrônicos de controle de poluição ambiental nos automóveis que produz é um exemplo de como a ética é importante para que haja um desenvolvimento contínuo e sustentável no mundo em que vivemos. A justificativa para o ensino de ética para engenheiros parece bastante óbvia: o trabalho do engenheiro envolve desenvolvimento, concepção e aplicação de tecnologias e isso tem um enorme impacto sobre a sociedade. Toda atividade profissional que envolve pessoas se defronta inevitavelmente com a ética. A discussão sobre a interação de um engenheiro com a sociedade e com suas necessidades leva naturalmente a uma grande responsabilidade. O ensino, de um modo geral, tem feito progressos significativos em desenvolver as ciências básicas nos cursos de engenharia, incluindo a matemática, a química e a física. Mas o que essas escolas têm oferecido aos estudantes no tocante ao profissionalismo no exercício de suas futuras profissões? Nada contra as escolas se aprofundarem no ensino das ciências. O desenvolvimento de uma ciência leva ao desenvolvimento de outra, tornando um processo em cadeia. Pode-se tomar como exemplo o surgimento dos computadores: no início da computação moderna, no século 18, quando Babbage idealizou a Máquina das Diferenças, ele, por ser matemático, 16 17 encomendou a fabricação de sua máquina para os engenheiros, que a construíram e a aperfeiçoaram. Pode-se deduzir daí que os computadores surgiram mais por necessidade dos matemáticos do que dos engenheiros. Nichols e Weldon insistem em que o ensino da engenharia em qualquer parte do mundo deva vir acompanhado do ensino do desenvolvimento do profissionalismo. As tendências recentes apontam para o aumento da discussão de profissionalismo nas salas de aula. Não obstante, temas acerca da responsabilidade profissional em engenharia têm recebido surpreendentemente pouca atenção no ensino da engenharia ao longo das últimas décadas. Muitos educadores da atualidade temem que a responsabilidade profissional também tenha sido subestimada na prática da engenharia. Nesse sentido, há discussões entre os pesquisadores em que estes concordam que, além das matérias essenciais para o curso de engenharia, também sejam ministrados tópicos, tais como: » segurança e bem-estar social; » éticas profissionais; » obrigações legais de engenheiros; » responsabilidades ambientais; » qualidade; » comunicações. Cada um desses tópicos refere-se à interação dos engenheiros para com clientes, para com a sociedade, empregadores, empregados e profissionais de engenharia. Em relaçãoà ética na engenharia, Nichols e Weldon argumentam que os engenheiros devem estudar a ética na engenharia a partir da perspectiva de um agente moral em oposição a um juiz moral. Os pesquisadores concordam plenamente com essa abordagem, não só para o ensino de ética na engenharia, mas também para ensinar essa prática em outras áreas de responsabilidade profissional. Para os engenheiros, engenharia ética não é um tópico separado da engenharia, mas sim parte da essência da engenharia no que se refere às responsabilidades profissionais que o engenheiro tem para com a sociedade. Os educadores nas universidades ensinam os alunos a projetarem equipamentos e dispositivos, porém não os ensinam a colocá-los no mercado. Mas, afinal, o curso é para engenheiros ou para profissionais de marketing? A resposta está na própria conduta dos futuros engenheiros, que muitas vezes terão a tarefa de participarem ativamente da comercialização dos produtos gerados na corporação em que trabalham. Uma parcela significativa de novos engenheiros recorre urgentemente a cursos de especialização em comércio e finanças por causa do seu novo trabalho como engenheiro em uma corporação. Então, por que não inserir nos cursos de engenharia matérias relativas à comercialização? É claro que as metodologias de ensino utilizadas pelas escolas podem ser modificadas a qualquer momento. Uma metodologia bastante aderente ao nosso tempo poderia ser a seguinte: 17 UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade » entender o mercado (definição do problema: necessidade social); » especificação do projeto (especificando as necessidades); » concepção do projeto; » detalhamento do projeto; » fabricação; » comercialização. Essa abordagem é mais abrangente que as convencionais e concentra- se no design do produto, também levando em consideração as aplicações no desenvolvimento de processos e na resolução geral de problemas. Engenheiros experientes não teriam logicamente que posicionar a consideração das questões econômicas para uma etapa após a conclusão do projeto. A análise de possíveis compensações econômicas e de desempenho é essencial para a avaliação global de modelos alternativos a serem analisados no âmbito do projeto. As abordagens sobre a ética, a segurança, responsabilidade civil, ambiental, qualidade e problemas de comunicação pelos engenheiros são muito importantes e devem ser vistas na primeira etapa do processo de design, ao invés de deixá-las para as etapas finais. Isso permite que os engenheiros possam abordar e analisar os possíveis problemas acerca do lançamento de um produto ou serviço para o cliente. Também permite que os engenheiros possam integrar ao projeto, antes do lançamento no mercado, a consideração das preocupações éticas e outros questionamentos, visando à elaboração de soluções alternativas para eliminar ou reduzir os problemas, em vez de simplesmente reagir aos problemas que surgirão, que é a prática usual. Você estará preparado(a) para tomar decisões em nome da empresa em que trabalhará? O processo de concepção de um sistema, componente ou processo para atender às necessidades desejadas é um processo de tomada de decisões (muitas vezes iterativa), em que as ciências físicas e a matemática básica são aplicadas para converter os recursos de forma ideal para atender a um determinado objetivo. Por isso é essencial incluir nos projetos de engenharia uma variedade de restrições realistas, como fatores econômicos, segurança, confiabilidade, estética, ética e impacto social. Essa definição ampla do projeto de engenharia inclui a maior parte das atividades de engenharia que envolvem interação social. Devido a suas interações com a sociedade, os engenheiros assumem responsabilidades inerentes a tais interações. Outra entidade internacional, o NRC - National Research Council canadense reconhece também a importância da engenharia na sociedade. No entanto, os engenheiros frequentemente dão pouca atenção aos códigos que orientam a sua interação com a sociedade. Skooglund define a ética profissional como sendo a maneira com que nós concordamos durante o nosso relacionamento. Essa definição pragmática de ética profissional pode ser útil para procurar entender como os engenheiros enxergam os seus códigos de conduta. 18 19 O desenvolvimento de novas ementas dos cursos de engenharia ao redor do mundo na última década tem permitido o surgimento de programas de graduação de engenharia que expandem a oferta de cursos nas áreas de responsabilidade profissional. Além disso, os professores têm desenvolvido problemas para os cursos de análise que incluem questões de responsabilidade profissional, permitindo aos alunos terem contato com a realidade em que estarão vivenciando no futuro. Embora esse desenvolvimento de suporte à capacidade de um engenheiro para abordar as áreas de responsabilidade profissional sejam encorajadores, Nichols e Weldon ainda acreditam que a maioria dos programas acadêmicos de graduação atualmente ainda estejam produzindo engenheiros que não entendem suas responsabilidades profissionais para com a sociedade. Observações de Vandenburg e Khan apoiam essas preocupações. Estes afirmam: “Dadas as tendências e políticas econômicas, sociais e ambientais atuais, o estudo aponta para motivos de profunda preocupação”. As escolas de engenharia deveriam não só proporcionar aos seus graduados o desenvolvimento intelectual e capacidades técnicas excelentes, mas também, seguindo o exemplo da indústria, educar seus alunos para trabalharem em conjunto, comunicarem-se bem e compreenderem o contexto econômico, social, ambiental e internacional de suas atividades profissionais. Os engenheiros devem desenvolver uma compreensão fundamental das suas responsabilidades profissionais. Alguns engenheiros têm oportunidade, no entanto, para desenvolver ou contribuir para o desenvolvimento de um código de ética profissional. Caso não desenvolvam seu próprio código de ética, correrão o risco de estarem “a reboque” da situação, com procedimentos ditados por outros no exercício da engenharia. Você pode comparar isso com o processo pelo qual os advogados normalmente desenvolvem códigos profissionais que visam regular suas condutas; entidades de classe e seus membros desenvolvem e reveem periodicamente os seus códigos de conduta profissional. É interessante que essa discussão vá avante, tendo em mente o exemplo dos advogados, que seguem seus códigos de conduta no relacionamento com seus clientes, tribunais, o público e outros advogados. Nichols e Weldon não sugerem que o modelo da profissão de engenharia seja semelhante ao modelo da profissão de advogado; na advocacia é frequente a ocorrência de diferenças regionais, que podem trazer alguns inconvenientes caso um advogado que atua em uma região passe a atuar em outra. Em vez disso, sugerem que os engenheiros analisem e adotem as “melhores práticas” no desenvolvimento de suas normas de conduta profissional de forma a incentivar outros engenheiros a compreender e interiorizar os seus códigos profissionais. Engenheiros precisam desenvolver ampla compreensão das suas responsabilidades profissionais. Nichols e Weldon acreditam que deve existir pelo menos uma escola de engenharia em que os estudantes desenvolvem seus próprios códigos de conduta (como eles vão se relacionar entre si e com a universidade) para a sua carreira acadêmica. Essa experiência oferece aos alunos um envolvimento com códigos de conduta profissional necessários na profissão de engenharia. Esses alunos têm a oportunidade de integrar o seu “código profissional” no próprio exercício diário 19 UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade como estudantes de engenharia. Isso permite que os alunos possam internalizar as suas responsabilidadesprofissionais e desenvolver uma compreensão fundamental das suas obrigações e das consequências resultantes. Isso seria salutar e incentivaria também estudantes de outras universidades a aprenderem com as experiências desses alunos que desenvolveram seu próprio código. A tarefa de desenvolver seu próprio código profissional é bastante difícil para os estudantes de engenharia e assim acaba acontecendo que os novos profissionais se espelhem nos engenheiros mais experientes no seu desenvolvimento profissional. É por esse motivo que muitas grandes corporações desenvolvem seus próprios códigos de conduta profissional e treinam seus empregados dentro dessas empresas. Essas empresas inserem em seus cursos tópicos como proteção ao meio ambiente, preocupação com a saúde e com a segurança, entre outros. Outras empresas vão além, incutindo a sua própria cultura entre seus profissionais. Este texto deixa claro a você, caro(a) aluno(a), que o mecanismo mais eficaz para o seu desenvolvimento profissional é o seu próprio envolvimento na integração de temas como segurança e bem-estar do público, ética profissional, considerações legais, responsabilidades ambientais, qualidade e comunicação nas metodologias de engenharia para abordar e resolver problemas no curso normal da prática. Isso poderia ser considerado como uma extensão natural da chamada “Engenharia Simultânea”, na qual os elementos de design, fabricação e outras questões técnicas são considerados simultaneamente na metodologia de engenharia. A metodologia simultânea significa incluir o projeto de fabricação, de confiabilidade, de manutenção, de montagem, de proteção ao meio ambiente, de segurança, de economia, etc. Isso apoia a abordagem adaptada por Pugh em seu conceito de “Engenharia Total”. Além disso, você ficou sabendo que as grandes corporações possuem seus próprios códigos profissionais e de conduta, e, caso você acabe trabalhando em uma empresa dessa natureza, terá de se adaptar. Aliás, vale a pena ler este artigo elaborado por Pugh (veja na referência). Assim, terminamos esta unidade esperando que você tenha tido uma ideia inicial do que a carreira de engenheiro lhe poderá proporcionar. 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Guia da Carreira - Engenharia http://goo.gl/Qhq9Vq PORTNOI, Marcos. O que é engenharia? http://goo.gl/s71Loy Livros BAZZO, W. A.; PEREIRA, L. T. V. Introdução à Engenharia: conceitos, ferramentas e comportamentos. Editora da UFSC: 2006 Leitura PEREIRA, Luiz Teixeira do Vale; BAZZO, Walter Antonio. Introdução à Engenharia: conceitos, ferramentas e comportamentos. http://goo.gl/hmMqJH 21 Referências ABET - Accreditation Board for Engineering and Technology. Baltimore, MD, USA - <http://www.abet.org/about-abet/publications/historical-documents/> NRC - National Research Council (1991). Improving Engineering Design: Designing for Competitive Advantage. National Academy Press, Washington, D. C. - <http://www.nrc-cnrc.gc.ca/eng/> NICHOLS, S. P. and WELDON, W. F. Professional Responsability: The Role of Engineering in Society. Center for Electromechanics - The University of Texas at Austin, USA. - <http://www.me.utexas.edu/~srdesign/paper/> PUGH, S. (1991). Total Design, Integrated Methods for Successful Product Engineering. Addison Wesley Publishing Company, Reading, MA. SKOOGLUND, C. El Paso Faculty Workshop On Ethics & Professionalism, Texas State Board of Registration for Professional Engineers and the Murdough Center for Engineering Professionalism. April, 15-16, 1993. This is one in a series of workshops developed by Professor Jimmy Smith to provide focus and experience to faculty members in the integration of the discussion of ethics into the engineering curriculum. VANDENBURG, W. H., and KHAN, N. (1994). How Well is Engineering Education Incorporating Societal Issues. Journal of Engineering Education, 83: 357-61. 22
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