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'TCC SANDRA RENATA FERNANDES PARDO PEREIRA' com você

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A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
[Sandra Renata Fernandes Pardo Pereira]1 
[Glaucia Diniz Marques]2 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A música na Educação Infantil é considerada como uma valiosa e importante ferramenta para a 
prática pedagógica. Posto que é através dela, que a criança aprende e também interage, criando 
vínculos afetivos, bem como valorizando o companheirismo. Assim, a música abre, para o 
professor, excelentes oportunidades para que o mesmo possa trabalhar o lúdico no processo de 
ensino e aprendizagem, possibilitando uma gama de distintos reportórios que vão desde cantigas 
folclóricas até as músicas mais atuais. Para tanto, todo professor precisa estar atento aos seus alunos 
e também as suas experiências e vivências para criar um tipo de metodologia que sempre motive e 
desperte o real interesse. O objetivo geral do presente texto é analisar os benefícios proporcionados 
pela música no processo de ensino-aprendizagem na Educação infantil. A metodologia utilizada foi 
a revisão bibliográfica fundamentada em livros e artigo científicos sobre o tema. Os textos foram 
analisados bem como foram selecionados conforme os objetivos específicos, para poder responder 
a problemática que foi questionada. Seguiu-se após a seleção destas informações a elaboração deste 
estudo, ressaltando a importância e contribuição do ensino de música na Educação Infantil. 
Percebeu-se, portanto, que a música devido ao seu caráter interdisciplinar contribui de maneira 
bastante significativa para o ensino e aprendizado das crianças. 
 
 
Palavras-chaves: Música; Musicalização; Processo de ensino e aprendizagem; Educação Infantil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
 Graduando em Pedagogia pela UNESA – Universidade Estácio de Sá. E-mail: 
sandrarenatafernandes33@gmail.com 
 
2
 Professora orientadora Glaucia Diniz Marques UNESA – Universidade Estácio de Sá. 
 
2 
 
 
ABSTRACT 
 
Music in Early Childhood Education is considered to be a valuable and important tool for 
pedagogical practice. Since it is through it, the child learns and also interacts, creating affective 
bonds, as well as valuing companionship. Thus, music opens up, for the teacher, excellent 
opportunities for the teacher to work in the playful process of teaching and learning, enabling a 
range of different repertoires ranging from folk songs to the most current songs. Therefore, every 
teacher needs to be attentive to their students and also their experiences to create a type of 
methodology that always motivates and arouses real interest. The general objective of this text is 
to analyze the benefits provided by music in the teaching-learning process in early childhood 
education. The methodology used was a bibliographic review based on books and scientific articles 
on the subject. The texts were analyzed as well as selected according to the specific objectives, in 
order to be able to answer the problematic that was questioned. This study was followed after the 
selection of this information, emphasizing the importance and contribution of music education in 
Early Childhood Education. It was noticed, therefore, that music due to its interdisciplinary 
character contributes in a very significant way to the teaching and learning of children. 
 
 
Keywords: Music; Musicalization; Teaching and learning process; Child education. 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A música é um tipo de linguagem fundamental em que toda criança pode por sua vez, 
demonstrar seus valiosos sentimentos, seus pensamentos e também todas as suas sensações. Ela se 
encontra bastante presente em todas as culturas e similarmente em muitas situações como por 
exemplo em rituais religiosos, bem como em cerimônias, festas e comemorações, além de 
manifestações políticas, etc. Antes mesmo do seu próprio surgimento a criança já tem contato com 
a música, por meio de dos próprios sons que são provocados pelo corpo da mãe. 
É necessário que todo professor possa saber as inúmeras contribuições da música para poder 
reproduzir um bom trabalho dentro da própria sala de aula. A música dentro da educação infantil 
não visa somente a formação de músicos profissionais, porém procura poder buscar oferecer muitas 
atividades lúdicas que possam ajudar no pleno e permanente desenvolvimento físico e cognitivo 
da própria criança. 
Há ainda na docência, muita dificuldade de poder adicionar a música na educação infantil. 
Logo, alguns educadores alegam não ter formação, mais também incluem a música de uma forma 
 
 
bastante repetitiva e sem muita relevância. 
A música na Educação Infantil é uma excelente metodologia para a prática pedagógica, 
promovendo muitas oportunidades educativas, como, o efetivo desenvolvimento corporal e 
cognitivo, estímulo ao importante convívio social, a harmonia, a criatividade, além da imaginação, 
a percepção, a intuição, dentre outros sentimentos e sensações, que auxiliam a formação da própria 
criança. 
A problemática em questão é apontar quais os benefícios da música no processo de ensino-
aprendizagem de crianças na Educação Infantil? Observando-se a real importância da música em 
meio ao processo de ensino-aprendizagem é possível envolvê-la em atividades que levem a própria 
criança a perceber todo o ensinamento proposto. Entre os benefícios ofertados pela própria música 
está o uso da imaginação, criatividade e também a percepção; a oportunidade de socialização; o 
valioso desenvolvimento corporal e a compreensão do conhecimento transmitido pela música. 
É oportuno considerar a música como sendo um elemento muito importante e já incluída 
em meio a todo o espaço curricular nacional para Educação Infantil do Ministério da Educação e 
Cultura. Desta forma, o presente artigo justifica-se na necessidade de promover a música na 
Educação Infantil como fonte inesgotável de uma rica aprendizagem. A música em si disponibiliza 
inúmeras oportunidades para o seu uso na sala de aula, por meio de atividades lúdicas, levando o 
aluno a interagir com o mundo a sua volta. 
A temática por sua vez, parte da seguinte problemática: a música traz benefícios para as 
crianças dentro da Educação Infantil? Quais seriam esses benefícios? 
O objetivo geral deste artigo é analisar quais são os benefícios proporcionados pela música 
no processo de ensino-aprendizagem na Educação infantil. Logo, os objetivos específicos são: 
entender a história da música; conhecer a história da música na educação brasileira; entender a 
música como recurso pedagógico na Educação Infantil. 
A justificativa se dá pela grande importância do tema, uma vez que se nota que na grande 
maioria das escolas de Educação Infantil, a música é por sua vez, bastante utilizada de forma lúdica, 
valorizando e inclusive favorecendo o conhecimento dos próprios alunos. 
Segundo Zanella (2009), a metodologia é o caminho que todo pesquisador acaba 
percorrendo para poder compreender uma verdade, bem como um determinado fato, conhecer um 
fenômeno, de modo a conseguir atingir todos os seus objetivos, abarcando um conjunto de dadas 
abordagens como método, além do tipo de pesquisa e inclusive um conjunto de técnicas que 
4 
 
 
permitem coletar e em seguida analisar diversas informações acerca da própria realidade social que 
é estudada. 
Minayo (2009) explica que a metodologia necessita de conter o método, ou seja, a teoria da 
abordagem, as técnicas que correspondem aos diferentes instrumentos de operação do 
conhecimento e inclusive a criatividade de todo pesquisador, que envolve sua própria experiência, 
bem como a sua criatividade e também a sua plena capacidade. 
O artigo utiliza-se da metodologia de um levantamento bibliográfico, sendo de natureza 
qualitativa, aperfeiçoando conceitos, ideias e também entendimentos a partir de diversos padrões 
encontrados em determinados dados já concebidos. 
A pesquisa é possui caráter qualitativa, uma vez que não se pautará em utilizar instrumentosque são de estatística para poder estudar dados. A pesquisa qualitativa, conforme Minayo (2009), 
se preocupa dentro das ciências sociais, com um tipo de nível de realidade que por sua vez, não 
pode ser algo quantificado. 
Dessa forma, tal pesquisa sempre se relaciona com um amplo universo de inúmeros 
significados, aspirações, bem como de valores e atitudes, o que corresponde a um tipo de espaço 
mais profundo no que tange as relações, dos fenômenos e dos processos que não podem ser 
simplesmente reduzidos com a utilização de variáveis. 
Posto isto, o modo de coletar os dados ocorreu por meio de uma importante pesquisa 
bibliográfica e documental, porquanto possui como seu parâmetro o estudo, bem como o 
conhecimento que se encontra por sua vez, disponível em relevantes fontes e também em materiais 
bibliográficos, tais como em revistas, livros, além de artigos científicos, e também em materiais 
que se encontram disponíveis na internet e que são comprovados cientificamente. 
A pesquisa conta com importantes autores sobre a referida temática, os quais incluem: 
Arroyo, Brochado, Chiocheta, Costa, Cuervo, Ferreira, Frederico, Goiás, Hummes, Madalozzo, 
Nascimento, Romanelli, Sant’Ana, Santos, Tillmann, Toni, Wolffenbüttel, que por sua vez, 
abordam a referida temática aqui apresentada. 
 
 
 
2 CONHECENDO A MÚSICA E SEU VALIOSO CONTEXTO HISTÓRICO 
E EDUCACIONAL 
 
 
 
Percebe-se que nos últimos anos a Educação Infantil acabou ganhou uma atenção especial 
devido à real preocupação com a aprendizagem das crianças pequenas, somadas ao efetivo 
envolvimento da mulher dentro do mercado de trabalho. Tal preocupação baseava-se em dar à 
criança momentos ricos de aprendizagem, sem, no entanto, deixar de vivenciar a própria infância. 
Posto isto, a Educação Infantil apresenta então, metodologias de grande relevância que 
envolvem atividades de alfabetização, bem como atividades lúdicas, brincadeiras, músicas e 
inclusive jogos de movimentos, criando ricas oportunidades para a criança ser criativa, imaginativa, 
e também, descobrir o seu eu e socializar-se com seus pares. 
Dessa forma, a música passa a ser considerada como uma estratégia pedagógica, cujas 
especificidades sempre abrem um amplo leque para o educador poder desenvolver um trabalho 
lúdico com todos os seus alunos. 
 
 
2.1 A história da música 
 
 A música para Madalozzo (2015), pode ser compreendida como um espelho da cultura 
humana através dos tempos. Logo, todas as civilizações e povos no mundo possuem alguma forma 
de música e alguns dos artefatos mais antigos da humanidade são instrumentos musicais. Nos 
registros arqueológicos, a arte de se compor uma música precede a própria agricultura. Portanto, 
estudar a história da música é ao mesmo tempo uma valiosa maneira de se investigar as 
características socioculturais de cada período de toda a humanidade. 
Posto isto, é possível afirmar que a história da música se confunde um pouco com a história 
da própria humanidade. Assim que o ser humano deu início a sua caminhada rumo ao 
desenvolvimento sapiente, em outras palavras, quando ele começa a se interagir racionalmente com 
o próprio meio ambiente, buscando compreender como as coisas se manifestam tanto, no mundo 
racional quanto espiritual, em sua crescente vontade pela interação com todo o meio natural, inicia 
toda a sua produção sonora (GOIÁS, 2017). 
Para conseguir tal feito, utiliza-se artefatos encontrados no meio ambiente. Para melhor 
compreensão a história da música pode ser dividida em: primitiva, onde se encontra relacionada 
aos povos primevos, início das atividades laborais a partir da plena adaptação com a natureza e 
suas reais necessidades; cultural, que é relativa ao efetivo domínio de técnicas simples de 
6 
 
 
manipulação dos metais, englobando assim, a música antiga dos povos de média cultura como os 
caçadores, agricultores, dentre outros e os povos da alta cultura como os chineses, gregos, além de 
egípcios e indianos; científico-cultural – abrangendo os períodos medieval, renascença, barroco, 
clássico, romântico, bem como o pós-romântico, nacionalismo e contemporâneo (GOIÁS, 2017). 
Madalozzo (2015) explica que a música possui diversas e importantes especificidades que 
marcaram cada período de toda a sua trajetória, sendo a terceira era da música a que constituiu a 
expressão de muitos povos, partindo desde a música tradicional até a erudita, trazendo distintas e 
significativas contribuições como o desenvolvimento da notação musical e a partir de então, a 
própria instrução musical. Todos os fundamentos deste período formaram a base da educação e 
também da teorização musical em todo o mundo, sendo muitas criações daquele período até a época 
contemporânea a fundação da valiosa literatura musical mundial. Muitas criações acabaram se 
projetando na era atual. 
Muitos acreditam que a música como um tipo de ciência não se iniciou na pré-história, 
posto que os primeiros momentos de emissão sonora feito pelo próprio homem propositalmente 
tenha sido somente grunhidos e gritos, dessa forma, a origem da música foi sensorial e vocal. Em 
suma, o sensório é a parte do cérebro que é a responsável pelas sensações e quando estimulado por 
prazer ou por alegria, gera uma contração do peito, da laringe e inclusive das cordas vocais. Desta 
forma, a voz acaba agindo como um gesto e arte musical, consequentemente, foi originada de 
diversas exclamações que o homem primitivo utilizou como tipos de sinais (GOIÁS, 2017). 
Posto isto, alguns pesquisadores americanos e canadenses, no ano de 1998, como explica 
Goiás (2017) encontraram na Eslovênia, uma flauta rudimentar com quatro furos inventada a partir 
de um pedaço de fêmur de uma espécie de urso. Logo, calcula-se que este instrumento tenha 
aproximadamente 45 mil anos, portanto, conclui-se, nestas pesquisas que o homem de Neandertal 
seria provavelmente o criador do mais antigo instrumento musical, até então descoberto. 
É fato que existem poucos registros históricos acerca da música na antiguidade, como 
desenhos, esculturas, além de escritas iconográficas ou relatos bíblicos. Todavia, na história da 
música contemporânea, o seu início ocorreu a partir do cristianismo, depois da queda do Império 
Romano, responsável por difundir toda a cultura grega para o ocidente. Dessa forma, entre os 
séculos XV e XVII, inicia-se por sua vez, o período da Renascença, onde há o predomínio religioso, 
caracterizando todas as relações humanas pelo antropocentrismo por meio da filosofia e ciências 
para poder explicar todos os fenômenos naturais (GOIÁS, 2017). 
 
 
 
2.2 A história do ensino de música no Brasil 
 
De acordo com Wolffenbüttel (2017), a história do ensino musical dentro do Brasil possui 
seus primeiros indícios com o descobrimento, logo após a vinda dos jesuítas, porém música apenas 
com cunho religioso, na tentativa de catequisar os índios. Contudo, não se pode negar que existia 
alguma forma de ensino e também de aprendizagem musical entre os índios, anterior a própria 
descoberta do Brasil. 
Tillmann (2015, p. 25), destaca que Pero Vaz de Caminha no ano de 1500, relatou em carta 
a musicalidade dos próprios habitantes da terra que acabaram de descobrir: “além do rio, andavam 
muitos deles dançando e folgando, uns diante dos outros, sem se tomarem pelas mãos. E faziam-
no bem”. 
Sant’Ana (2014) explica que no Brasil, o ensino da música ocorreu a partir de três fontes, 
as quais incluem a religião, professor particular e em seguida, o professor nos cursos que foram 
oficialmente estabelecidos. A música sempre foi considerada como um importante elemento para 
a missa ou culto e muito utilizada para poder compor cerimonias religiosas, auxiliando na plena 
transmissão da mensagem falada. 
Posto isto, entre os séculos XVI ao XVII e até mesmo em parte do século XIX, a música 
era utilizada na plena celebração religiosa, tanto em igrejas como em mosteiros.Desta maneira, a 
música popular e folclórica, acabou surgindo ao lado da música considerada mais refinada, como 
a música erudita europeia. Dessa forma, no período colonial, com a vinda de D. João VI para a 
colônia, muitos artistas bem como músicos desembarcaram nas terras brasileiras, incentivando 
assim, o início do que viria a ser o professor de música institucional dentro da Academias das Belas 
Artes. Assim, sugiram também os professores de música particular. 
De acordo com Tillmann (2015), a música importada da Europa foi bastante difundida no 
território brasileiro e com isso vieram diversos profissionais habilitados para o ensino e trabalho 
musical. A música europeia era muito apreciada pelas próprias camadas mais abastadas e este fazer 
musical acabava por desconsiderar assim, a música produzida no Brasil. 
Assim, a vinda da família real em 1808, acabou ampliando o acesso à música, não obstante, 
apenas instituída oficialmente nas escolas a partir de 1854 e em 1890, passou a exigir que o 
professor tivesse formação específica como explica Tillmann (2015). 
8 
 
 
Segundo Cuervo (2010), no início do século XIX, algumas cidades, principalmente aquelas 
cidades que acolhiam os membros da Corte, a música sofria forte influência europeia, 
principalmente o modelo estético e intelectual francês. Assim, a regulamentação do ensino de 
música ocorreu no ano de 1854, através de um decreto do próprio governo federal, orientando as 
ações docentes e no ano seguinte, passou a exigir que toda a contratação de professores de música 
fosse por sua vez, realizada através de concurso público. 
 Toni (2017) explica que na década de 1920, Mário de Andrade era um dos defensores de 
todo o papel social da música e a importância do folclore e da música popular. Também acabaram 
se destacando neste período, Lorenzo Fernandes e inclusive Villa-Lobos, que durante a era Vargas 
foi convidado para realizar a estruturação de um determinado projeto de parâmetro nacional para 
o ensino de música, o canto orfeônico, a ser plenamente desenvolvido em todas as escolas da rede 
pública de ensino. 
Convém destacar, que segundo Romanelli (2013), que o canto orfeônico não é 
exclusivamente uma criação de Villa-Lobos. Tal proposta de ensino musical já existia na França e 
possuía algumas determinadas versões brasileiras indicadas por educadores brasileiros como 
Fabiano Lozano. Villa-Lobos também utilizou tal método e criou adaptações aos ideais do Estado 
Novo, contudo, o referido projeto declinou com o fim do governo de Vargas. 
Segundo Magalhães (2005), citado por Tillmann (2015), Villa-Lobos também trouxe 
inúmeras contribuições para o valioso ensino musical. 
 
Villa-Lobos, em suas viagens à Europa, tinha conhecido os métodos ativos de 
educação musical e se encantara com a proposta de Kodály, achando-a 
perfeitamente adequada às escolas brasileiras. As características do método que 
chamaram a atenção de Villa-Lobos foram: o uso de material folclórico e popular 
da própria terra; a ênfase no ensino da música por meio do canto coral, o que, sem 
dúvida, democratizava o acesso a essa arte; o uso do manossolfa – conjunto de 
sinais manuais destinados a exercitar a capacidade de solfejar dos alunos (p. 35). 
 
 
Entre os anos de 1931 a 1942, algumas reformas acabaram sendo realizadas na educação 
brasileira, entre elas a presença obrigatória do canto orfeônico em meio ao ensino primário e 
ginasial. O Decreto nº 24.794, de 1934, determinava que todas as instituições escolares por sua 
vez, deveriam instituir o canto orfeônico, considerando-o por sua vez, como meio de renovação e 
de formação moral e inclusive intelectual, é uma das mais eficazes maneiras de desenvolver dessa 
forma, os sentimentos patrióticos do povo. 
 
 
Percebe-se que com o início do período ditatorial, no ano de 1964, o nome canto orfeônico 
foi por sua vez, alterado para educação musical, porém no ano de 1971, o ensino de música foi 
excluído dos currículos escolares para poder ceder lugar à educação artística que abrangia artes 
plásticas, música, bem como teatro e dança. Neste mesmo ano foi promulgada a LDB nº 
5.692/1971, estabelecendo assim, a educação artística nos ensinos fundamental e médio de todo o 
país, retirando determinados conteúdos próprios da linguagem artística como a música. 
Dessa forma, a partir dos pareceres do Conselho Federal de Educação, nos anos de 1971 e 
1977, ficou estabelecido que mesmo que a LDB de 1971 não trouxesse por sua vez, uma linguagem 
mais clara sobre a música, ela deveria estar instituída dentro do amplo contexto da educação 
artística, assim como as artes plásticas, cénicas e desenho. Tal mudança seria realmente 
contemplada com a efetiva instituição de uma nova LDB, que ocorreria anos mais tarde 
(WOLFFENBÜTTEL, 2017). 
Para Toni (2017), a LDB 5.692/71 extinguiu a educação musical e dessa forma fez com que 
a música perdesse seu valioso espaço nas escolas para a educação artística, exigindo do professor 
a plena formação nesta área, o que consequentemente, reduziu todo o número de docentes 
especializados no próprio ensino de música. 
Segundo Brochado (2016), até o ano de 2008, a educação musical ainda não se encontrava 
instituída nos projetos pedagógicos conforme delegava a própria Lei nº 9.394 de 1996, intitulada 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação. 
Através da lei nº 11.769/2008 foi alterado o artigo 26 da LDB, acrescentando um sexto 
parágrafo, o qual cita que os currículos do ensino fundamental e médio devem por sua vez, possuir uma 
base nacional comum, a ser complementada, em cada um dos sistemas de ensino e estabelecimento escolar, 
por uma parte diversificada, exigida assim, pelas características regionais e locais da própria sociedade, da 
cultura, da economia e também da clientela (BRASIL, 1996). 
Assim, o ensino da arte constituirá como sendo um valioso componente curricular obrigatório, nos 
diversos níveis da própria educação básica, de forma a promover o rico desenvolvimento cultural dos 
próprios alunos. A música deverá ser por sua vez, conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do próprio 
componente curricular (BRASIL, 1996). 
Posto isto, apesar ser considerada obrigatória a referida inclusão da educação musical na 
grade curricular das escolas, ainda está implementada dentro das escolas. Em parte, é consequência 
segundo Wolffenbüttel (2017), da própria falta de profissionais formados em música. Muitas 
10 
 
 
secretarias de educação não conseguiram por sua vez, implementar o ensino de música dentro das 
escolas. 
Nascimento (2013), acaba destacando que refletir na organização curricular a partir da plena 
inclusão obrigatória da música na Educação Básica denota que ela seja dessa forma, incorporada 
no projeto pedagógico, baseando-se no princípio de todo o pluralismo de percepções pedagógicas. 
Desta forma, a organização curricular é direito e responsabilidade de cada escola, segundo todos 
os termos de Diretrizes Educacionais e de seu projeto pedagógico. 
Logo, significa, também que a organização curricular é por sua vez, uma prerrogativa e 
responsabilidade de cada instituição educacional, dentro dos termos de Diretrizes Educacionais e 
de seu projeto pedagógico (NASCIMENTO, 2013). 
Para Arroyo (2002), a educação musical acaba envolvendo muitos mais do que apenas a 
iniciação musical formal, ou seja, a educação musical é a introdução ao estudo formal da música e 
todo o método acadêmico que sempre o acompanha, abrangendo a plena graduação e pós-
graduação. O autor afirma também que a educação musical é todo o ensino e aprendizagem 
instrumental e também informal. Este termo abrange todas as situações cujo envolvimento seja 
ensino e também a aprendizagem de música, podendo tanto ser âmbito acadêmico, escolar ou até 
mesmo fora deles. 
Partindo do referido contexto, Nascimento (2013), destaca que o ato de reconhecer a real 
importância da música na educação étotalmente necessário, porém, não seria o suficiente. É 
preciso que exista o desenvolvimento de ações cujas dimensões sejam ainda maiores. 
A mudança necessária se revela urgente, mas não apenas como determinadas alterações nos 
currículos existentes e tempos escolares, muito menos na própria edição e publicação de normas 
legais, principalmente porque exige um tipo de esforço fora do comum de toda a comunidade 
educativa, além de exigir inclusive, novas e reais possibilidades, que devem ser tanto qualitativas 
como quantitativas, de formação de professores, seja formação inicial ou até mesmo formação 
continuada. 
Logo, é preciso afirmar que a formação de professores por sua não se restringe apenas aos 
que já estão envolvidos diretamente com o próprio ensino das artes e suas tipologias. A mudança 
a que se refere deve ser em escala global e que está efetivamente elencada em lei, implicando em 
uma escola inteiramente direcionada para a plena construção de múltiplos caminhos, para que 
assim, todo o coletivo possa ampliar suas possibilidades de ser e vir ser. Torna-se necessário a 
 
 
construção de um tipo de escola comprometida com todo o ciclo da vida, um lugar onde seja 
realizado ideais poéticos e também como um campo de valorização da humanidade como valor. 
Deste modo, cada educador deve ser participante ativo de tal construção. 
 
2.3 A relação entre a música e a Educação Infantil 
 
Sabe-se que em cada momento de vida da criança a música se encontra sempre presente. 
Posto que enquanto no ventre, a mãe canta para afagar a barriga à espera do próprio filho; quando 
o bebe nasce ouve diversas canções de ninar e palavras de afeto cantaroladas pelos pais e também 
pelos seus familiares; na medida em que cresce sempre ouve música em todos os lugares. 
Posto isto, quando finalmente chega à idade escolar, toda criança tem a participação da 
música ao entrar dentro da sala de aula, para lavar as mãos, bem como para lanchar, brincar e ir 
embora. Existem diversas músicas cantadas na escola para poder homenagear os pais, a família, a 
escola, bem como os professores, para comemorar datas especiais e inclusive uma série de outras 
motivações. Enfim, a música sempre se encontra em todo ambiente escolar. 
Para Chiocleta (2016), a criança pequena se encontrar inserida em um ambiente sonoro 
desde o seu nascimento, por meio de sua família e da paisagem sonoro a que está exposta em sua 
época. Logo, o seu convívio social e o contato com os meios de comunicação como televisão, rádio, 
dentre outros, ela irá construir o seu valioso repertório musical. 
Assim sendo, quando a criança vai pra escola, ela já possui músicas como também valiosas 
referências devido à influência do seu próprio ambiente sonoro. Contudo, na escola, principalmente 
em meio aos primeiros anos da Educação Infantil, o pleno contato com a música deve sempre 
representar a apreensão de dados movimentos corporais, sons, permitindo todo o aguçar a audição 
e emissão dos sons, cujas habilidades são tidas como sendo fundamentais para apreciação musical. 
A música em si é uma grande potencializadora e facilitadora de aprendizagem. 
Hummes (2004) cita que é necessário compreender como a música pode enriquecer o 
valioso processo de ensino-aprendizagem, assim, é necessário entender a importância da Educação 
Infantil como direito da própria criança pequena. Assim, a música pode contribuir para a plena 
formação global do próprio aluno, desenvolvendo a capacidade de se expressão por meio de uma 
linguagem não-verbal e os sentimentos bem como as emoções, a sensibilidade e o intelecto, o corpo 
e inclusive a personalidade, sempre favorecem várias áreas do desenvolvimento da própria criança, 
12 
 
 
incluindo a sensibilidade, motricidade e também o raciocínio, além é claro de resgatar elementos 
culturais. 
Segundo a UNESCO, todo o conceito de infância pode ser muito bem definido como um 
fator relacionado à fase da vida; onde ser criança acaba fazendo parte da vida, cujas características 
físicas, bem como psicológicas e educacionais são comuns a todos os indivíduos de zero a dez anos 
de idade. 
É ainda na infância que a criança por sua vez, começa a ter um pleno contato com os valores, 
com o conhecimento de mundo, com a própria realidade da família e inclusive da sociedade. Por 
isso, torna-se fundamental que as características físicas, emocionais e até mesmo psicológicas da 
criança sejam observadas e também preservadas durante o processo de aprendizagem. 
A criança não pode ter um desenvolvimento favorável se for tolhida em diversas atitudes 
propícias da sua infância. Por isso, a educação carece de priorizar esses momentos levando até ela 
tudo o que já está incutida na sua formação, seja por meio do conhecido lúdico, da música e até 
mesmo das brincadeiras. 
A Educação Infantil acaba reconhecendo sempre, toda a importância de se promover na 
criança pequena o valioso desenvolvimento da identidade e da autonomia fundamental para o rico 
processo de socialização. É necessário sempre desenvolver na criança a capacidade de ter confiança 
em si própria, ofertando segurança para a sua formação pessoal e social (BRASIL, 1998). 
A escola por sua vez, tem procurado valorizar todo o convívio social na perspectiva de 
formar bons cidadãos. Deste modo, a Educação Infantil encontra dentro da música uma excelente 
oportunidade de poder criar momentos de socialização, de trocas de afetos, de reconhecimento de 
espaço, de respeitar e sobretudo de valorizar a amizade. Um dos segmentos da Educação Infantil é 
sempre acreditar que não basta somente ministrar os conteúdos curriculares, mas também a efetiva 
preocupação com todas as peculiaridades da infância, onde está envolvido o próprio educar, o 
cuidar e, principalmente o ato de brincar. 
 De acordo com a própria interação que a criança estabelece com o meio em que está 
inserida, e a convivência com outros indivíduos, pode-se afirmar que esse é tido como o fator 
principal para a efetiva formação do pensamento, da linguagem e consequentemente da própria 
personalidade. 
Assim, a escola comprometida com o pleno e efetivo desenvolvimento do aluno precisa 
criar importantes condições para potencializar ao máximo todas estas capacidades que devem ser 
 
 
ampliadas a cada dia com as reais contribuições dos diferentes conteúdos escolares e através da 
plena inserção das atividades lúdicas e principalmente na própria autonomia que a música sempre 
proporciona. 
 A música é dessa forma, detentora de um papel fundamental no efetivo desenvolvimento 
emocional, cognitivo e social, possibilitando a estimulação da criatividade e o valioso 
desenvolvimento da autonomia, da linguagem e sobretudo de papéis sociais tidos como sendo 
fundamentais para a vida adulta, dotando a criança de maiores e relevantes capacidades para pensar 
e resolver divseros problemas. De fato, através do brincar, a criança vai-se familiarizando com 
distintas regras sociais e tomando contato com experiências novas. Assim, a mesma explora, 
pesquisa, bem como experimenta e também aprende (SANTOS, 2008). 
Logo, quando a criança canta, experimenta valiosos momentos de descontração, alegria e 
liberdade, porquanto, através dela pode soltar-se, deixando fluir toda a sua imaginação, o domínio 
sobre o próprio corpo e também sobre a mente. 
A criança está em constante desenvolvimento e aprendizagem, no entanto, é importante 
destacar que o lúdico é essencial para o valioso processo de ensino-aprendizagem. A música faz 
parte da Educação Infantil como grande colaboradora eficiente do processo de aprendizado. É 
imprescindível que toda criança aproveite os momentos comuns da infância, onde se encontram 
presentes a imaginação, a criatividade, a intuição e tantos outros tipos de sensações e sentimentos 
que auxiliam na sua efetiva formação. De acordo com Ferreira (2002), a música está ao acesso de 
todos e pode dentro da sala de aulasempre acelerar o processo de ensino-aprendizagem. 
 
Trata-se de uma arte extremamente rica e que dispõe de farto e vasto repertório 
acessível em qualquer lugar do nosso planeta. Como já afirmamos: nossa vida é 
cercada de sons e de músicas é preciso aprender a ouvir – e, se possível, também 
cantar e tocar. Daí que ensinar, ou aprender ouvindo música, é um acelerando 
(FERREIRA, 2002, p. 26). 
 
Posto isto, a música é acessível a todos e pode fazer parte do importante desenvolvimento 
das práticas pedagógicas, canalizando assim, todo o conhecimento em forma de canção, facilitando 
a aprendizagem da própria criança de forma ainda mais dinâmica. 
Segundo o conhecido Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), a 
música dentro da Educação Infantil atende a vários objetivos, entre eles a efetiva formação de 
hábitos, atitudes e também de comportamentos. 
14 
 
 
Porém, a música vem sendo tratada como sendo algo mecânico, já pronta para o uso e não 
utilizando-a em toda a sua grande amplitude, como uma linguagem cujo conhecimento sempre se 
constrói. 
“A música atende às mais variadas necessidades da criança (necessidades de aceitação do grupo; de 
segurança e satisfação; de dar e receber afeto; de auto-expressão e de criatividade); logo ela é, por si só, 
elemento altamente incentivador” (COSTA; VALLE, 1969, p. 13). 
Destaca-se ainda, que a inteligência musical acompanha toda criança durante todo o seu 
desenvolvimento, evoluindo e se adequando conforme o próprio ambiente em que está inserida. 
Muitas vezes essa inteligência é herdada dos próprios pais, assim como a preferência por certo 
ritmo ou um determinado estilo musical. 
Para Tillmann (2015), a escola, em sua grande maioria, não permite que um método em que 
seja usado saber adquirido pela própria experiência fora dos muros da escola e este bom emprego 
das vivências é fundamental para o valioso aprendizado, pois é preciso adquirir novos tipos de 
conceitos a partir das ricas experiências adquiridas na vida, novos significados que irão se 
incorporar à estrutura cognitiva do indivíduo. 
Especialmente, porque a diversidade cultural no país é muito grande e também com a 
música não seria diferente, o aluno não terá contato com ela apenas na escola, porém em todos os 
lugares em que convive. 
Dentro da Educação Infantil as músicas sempre acabam abordando temas específicos, algo 
que contribuía para a importante formação da criança. Porém essas músicas devem ser sempre 
apropriadas para a fase em que a criança se encontra. É fato que a música tem o poder de ensinar, 
de relacionar aprendizagem e brincadeira, favorecendo assim, a formação da criança e observando 
suas limitações e também os seus desejos. 
A música atua no efetivo desenvolvimento integral do educando, como também no aspecto, 
além dos inúmeros benefícios para a própria saúde, a música também direciona para a socialização. 
Assim, a música leva a criança a poder compreender a necessidade da cooperação e 
sobretudo do respeito ao próximo. Quando, por exemplo, a criança canta em grupo, a mesma 
percebe que todos fazem parte de um todo, sendo igualmente importantes. 
Em algumas músicas o conteúdo é próprio para poder estimular a convivência, além da 
amizade, o respeito aos pais e aos mais velhos, e ainda há aquelas que sempre valorizam a escola 
como um ambiente agradável e muito prazeroso. No aspecto psicológico a música pode ser 
 
 
utilizada para poder encontrar o equilíbrio emocional da criança, levando-a a concentrar-se, além 
de acalmar-se, sensibilizar-se com o mundo ao seu redor. 
Percebe-se que o educador, possui através da música, inúmeras opções que podem ser 
exploradas dentro do próprio conteúdo escolar. Entretanto, cabe a tal profissional, saber como e 
quando utilizá-las de modo que desperte no próprio aluno o interesse em participar dos ricos 
momentos de aprendizagem. 
A criança, de acordo com Tillmann (2015), é um ser curioso por natureza, usa a imaginação 
e também a inquietação, características próprias de artista e também cientista. A vontade e o real 
interesse por experimentar torna-se evidente e sempre se revela pela espontaneidade em suas ações. 
Logo, o problema é que a escola, às vezes, sufoca e acaba neutralizando esse 
comportamento tão natural, levando a criança a ter determinadas atitudes padronizadas e coletivas, 
recompensando-a metodicamente por ter contido e inclusive bloqueado a imaginação e 
criatividade. 
Brochado (2016) cita que o docente pode ser entendido como um articulador que por sua 
vez, desenvolverá os métodos de ensino musical, assegurando que em suas ações haja a correta 
manipulação e sobretudo o aprendizado musical através de conteúdos que os alunos vivenciam no 
seu pleno cotidiano; uma metodologia que envolva distintas atividades dinâmicas e variadas para 
poder motivar e aguçar o real interesse dos alunos, além de uma utilização ampla dos importantes 
recursos tecnológicos atuais, como computador, internet e as músicas que se encontram disponíveis 
dentro do mercado fonográfico. 
 
3 CONCLUSÃO 
 
 A criança sempre se encontra em constante desenvolvimento e perceptível a tudo o que 
ocorre ao seu redor. Posto isto, o seu aprendizado sempre se inicia com a família e as pessoas que 
compõem todas as suas relações sociais. Tudo ao seu redor acaba despertando a sua atenção e o 
seu real interesse, desde um simples rótulo de um objeto até as diferentes imagens e sons 
transmitidos pelos diversos aparelhos tecnológicos que se encontram disponíveis na sociedade. 
 Assim, a infância é considerada a fase mais importante dentro da vida de todo ser humano. 
Tudo o que a criança vivencia e inclusive aprende, servirão como grandes influenciadores para o 
seu desenvolvimento social, portanto, esta é tida como a melhor fase para aprender, onde o sensório 
16 
 
 
passa a sempre experimentar muitas das primeiras sensações da vida e que remeterão ao valioso 
aprendizado, podendo este ser significativo ou não. 
 Logo, a Educação Infantil é muito importante para toda criança. Através dela a criança é 
efetivamente inserida no processo de ensino e aprendizagem, mas observando-se e também 
respeitando todas as particularidades inerentes da própria infância, ou seja, a criança aprende, mas 
sem deixar de vivenciar valiosos momentos fundamentais para o seu efetivo desenvolvimento 
como o brincar. Dessa forma, metodologias e práticas pedagógicas que valorizem tais tipos de 
características são essenciais para respeitar o momento da criança para o rico aprendizado. 
 A música sempre entra como uma ferramenta dinâmica e lúdica, atrativa e sobretudo ao 
mesmo tempo motivadora. Possui uma gama de opções que podem por sua vez, ser trabalhadas em 
sala de aula, desde cantigas de rodas, cantigas folclóricas até músicas da atualidade. Possui desse 
modo, um reportório para agradar a todos os gostos musicais, contudo, para o trabalho com crianças 
pequenas, tão fáceis de serem influenciadas, torna-se necessário que o professor esteja atento ao 
conteúdo para não influenciar negativamente na plena construção do seu saber. 
 É comum sempre encontrar no mercado fonográfico músicas que por sua vez, fazem 
apologias ao consumo de drogas, violência, bem como ao preconceito, entre outros. Apesar de 
possuírem um arranjo musical que por sua vez, contagia com ritmos acelerados e marcantes, muitas 
músicas são péssimos exemplos para as crianças e, portanto, devem ser efetivamente evitadas. Daí 
a grande importância de o professor estar atento sobre qual o tipo que música que poderá utilizar, 
bem como as reais possibilidades de aprendizagem, levando-se em consideração que elas podem 
ser tanto positivas quanto também negativas, se não houver uma boa seleção do conteúdo a ser 
utilizado. 
 É fato que o Brasil é um país multicultural e, portanto, muitas destas culturas contribuem 
para a valiosa formação da nossa identidadesociocultural, portanto a escola deve ser um tipo de 
espaço multicultural democrático, mas sem, contudo, perder a real noção de que está formando 
alunos para serem bons cidadãos. 
Desta forma, todos os reais ensinamentos, mesmo os musicais, devem ensinar o respeito, 
bem como a tolerância, a igualdade e fraternidade. Assim, a escolha dos diversos métodos e do 
repertório musical para as aulas de música ou para as atividades que envolvam a música, deve ser 
analisada sempre em benefício da aprendizagem da criança, porém da construção da sua cidadania. 
 
 
 Todavia, percebe-se que infelizmente, conforme mencionado por alguns autores, a inclusão 
da música dentro da grade curricular do ensino brasileiro, caminha a passos muitos lentos, mesmo 
com a obrigatoriedade estabelecida em lei. 
Assim, cabe às autoridades governamentais incentivar a plena formação de profissionais 
nesta área, oferecendo bolsas de estudos e ainda, fornecendo as reais condições estruturais e 
materiais para que dessa forma, todas as escolas possam instituir a música em seu valioso cotidiano. 
 
 
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