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Tutorial 04 – Módulo XI Anemia Falciforme Essa anemia é caracterizada por ter uma apresentação chamada de “traço falciforme”, onde o pcte apenas carrega consigo o gene recessivo, mas não manifesta, e a “anemia falciforme” em si, onde manifesta ela. Integra um grupo de distúrbios da hemoglobina em que B-globina possui uma alteração genética, que altera a morfologia do eritrócito, expressando ela em B-globina S (sickle – foice). Quando manifestada, representa nível de Hb < 10- 7g/dL, VCM entre 80-100fL (aumentado moderadamente) e uma eletroforese de Hb 100/0 (20-25%). EPIDEMIOLOGIA: doença comum na África, onde 30% dos africanos do oeste possuem o traço falciforme, ou seja, são heterozigotos pra anemia, tendo uma parte das hemácias sendo falciformes e outra normal. Isso confere proteção contra a malária (bloqueia o transporte do parasita). Mais comum na etnia negra, no Brasil representa 8% dos negros totais. FISIOPATOLOGIA: ocorre uma alteração genética que causa a substituição do ácido glutâmico por valina na posição 6 da síntese proteica da cadeia B. Ou seja, o códon que era pra ser GAG, passa a ser GTG, gerando a Hb S. Esse tipo de hemoglobina é insolúvel, sofrendo polimerização em baixas pressões de oxigênio, e assim a membrana da hemácia fica enrijecida, aumentando a viscosidade células, junto de desidratação. O extravasamento de K e influxo de Ca levam também o formato afilado da hemácia. Assim ficam deformadas em tipo falciforme/drepanócitos, podendo ocluir varias regiões por causa da membrana viscosa anormal, podendo ter isquemia das regiões afetadas. É um caso genético ligado ao sexo (cromossomo X) e de co-dominância, pois os dois genes são dominantes, tanto o A da Hb normal, quanto o S da Hb afetada. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: é variável conforme a expressão genética e a quantidade de genes no pcte. A anemia em si não é um fator de alta gravidade, pois a Hb S consegue liberar o oxigênio nos tecidos até com maior facilidade do que a Hb A, pois a curva de dissociação é desviada pra direita, gerando quadros menos perceptíveis de anemia. »Heterozigose e Homozigose pra Hb S = por ser uma doença hereditária autossômica, um gene vem do pai e outro da mãe. Heterozigose = o pcte tem traço falciforme, sendo assintomático/benigno, e apenas algumas hemácias vao ser falciformes (25-45%). Homozigose = apresenta anemia falciforme em si, expressando Hb SS de forma variável, podendo ter vida quase normal, sem muitas crises vasoclusivas, ou pode ter morte prematura na infância, ou adulto jovem. »Crises Vasoclusivas Dolorosas = mais frequentes, esporádicas e imprevisíveis, ou podem ser precipitadas por fatores de infecção, acidose, desidratação e desoxigenação (diminui a oxigenação sanguínea). Comum acontecerem infartos dolorosos em ossos (quadril, ombros e vertebras), síndrome mão-pé (dactilite dolorosa), sendo a primeira apresentação da doença. Viscerais = causada pela deformação falciforme que oclui os vasos, causando retenção sanguínea nos órgãos, associada a exacerbação do quadro, geralmente recidivante e frequente. Isso pode causar síndrome falcêmica torácica, causa mais comum de morte nos pctes falcêmicos, apresentada com dispneia, queda da PO2, dor torácica e infiltrados pulmonares. Pode também ocorrer crise de sequestro de sangue no fígado, na bacia e no baço, gerando crises graves que precisam de exsanguineotransfusão. Danos hepáticos e renais são complicações comuns devido a pequenos infartos. »Crises Aplásticas = pode ser por infecção do parvovírus ou deficiência de folato, tendo queda subta da Hb junto com contagem de reticulocitos, exigindo transfusão. »Crises Hemolíticas = aumento do ritmo da hemólise, diminuição da Hb associada a aumento dos reticulocitos circulantes, acompanhada de crises dolorosas. »Dano a outros órgãos = ocorre por conta das associações das crises, grave quando acomete o cérebro, causando AVC em 7% dos pctes (normal criança ter antes dos 6 anos), e quando acomete a medula espinhal. Essas complicações são evitadas com transfusões sanguíneas regulares. Úlceras nas extremidades da pernas são comuns, causadas por estase vascular e isquemia local. Pode ter HP, retinopatia proliferativa e priapismo, esplenomegalia autolimitada, lesão crônica do fígado, cálculos vesiculares de pigmento (bilirrubina), lesão crônica de rins por microinfarto (incapacidade de concentrar urina gera desidratação e agrava as crises). DIAGNÓSTICO: realizado por meio do enquadramento das manifestações clinicas junto de achados laboratoriais. Hemoglobinemia < 6-9g/dL, porem com sintomatologia leve de anemia. Eritrocitos falciformes (drepanocitos) e células-alvo. Exames de triagem positivos quando o sangue fica desoxigenado. HPLC ou eletroforese de Hb positivo pra Hb S e quantidades de Hb F variando entre 5-15%. TRATAMENTO: consiste em profilaxia e tratamento durante as crises. Profilaxia é evitar fatores que causam/precipitam as crises, como desidratação, anoxia, infecções, estase da circulação e resfriamento da pele. Indicado realização de administração ou consumo de 5mg de folato por semana. Realização de vacinas contra pneumococo, haemophilus e meningococos. Realização da Antibioticoterapia com penicilina ate os 5 anos de idade. Nas crises é preciso tratar com repouso, aquecimento, hidratação vira oral ou IV e ATB, caso houver infecções. Analgesia com paracetamol, AINEs e opiáceos. Transfusão sanguínea feita se houver sinais e sintomas óbvios de anemia. Exsanguineotransfusao (sangue removido e trocado por outro) pode ser feita nos casos de dano neurológico, crise de sequestro visceral ou crises dolorosas repetidas. Hidroxicarbamida (hydrea) pode ser utilizada pra aumentar níveis de Hb F, melhorando evolução clinica de crianças e adultos, indicada nos casos graves- moderados. Transplante de células-tronco pode levar a cura em 80% dos casos, mortalidade < 10%, indicada nos casos mais graves possíveis. Na síndrome falcêmica torácica aguda, o tratamento é realizado com analgesia, oxigenioterapia, exsanguineotransfusão e suporte ventilatório, caso necessário. Anemias Hemolíticas São anemias que ocorrem por causa do aumento da destruição dos eritrócitos, geralmente acontecendo por mecanismos de compensação como hiperplasia eritropoética e extensão anatômica da MO, a qual vai ser notada se a sobrevida das hemácias seja < 30 dias (normal é 120 dias). A destruição normal ocorre dentro do sistema reticuloendotelial na MO, baço e fígado, liberando a hemoglobina, que é metabolizada em heme, para liberação da do ferro, e globina que é transformada em bilirrubina para ser transformada e excretada. Caso ela seja destruída na circulação, existe no plasma as Haptoglobinas, que se ligam na Hb pra remover ela, pois ela é toxica. CLASSIFICAÇÃO DAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS: Hereditárias = defeito intrínseco dos eritrócitos. Adquiridas = alterações extracorpusculares ou ambientais que levam a hemólise. A exceção disso é a Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) em que é um distúrbio adquirido, mas leva a um defeito intrínseco. ASPECTOS CLÍNICOS GERAIS: é comum os pctes apresentaram palidez de mucosas, icterícia leve flutuante e esplenomegalia. Não é encontrado bilirrubina na urina, mas é normal que ela esteja escura por conta do excesso de urobilinogênio. Geralmente o pcte possui cálculos vesiculares de pigmento, por conta do excesso que fica depositado e forma cristais precursores de calculo. Em alguns pctes pode ocorrer crises aplásticas por infecção do parvovírus, interrompendo a eritropoese subitamente durante um período. ACHADOSLABORATORIAIS GERAIS: »Sinais de aumento da destruição eritroide Aumento da bilirrubina serica, não conjugada e ligada a albumina (bilirrubina indireta). Aumento do urobilinogênio urinário. Haptoglobina serica ausente, pois ficam saturadas com Hb e removida da circulação pelo sistema reticuloendotelial. »Sinais de aumento da produção eritroide Reticulocitose Hiperplasia eritroide na MO, alterando a relação Mieloide-eritroide pra 1:1 (o normal era 2:1-12:1). »Sinais de dano aos eritrócitos Morfologia anormal = microesferócitos, eliptócitos, drepanocitos, fragmentos eritroides. Fragilidade osmótica Testes pra enzimas especificas, proteínas ou DNA. MECANISMOS DE HEMÓLISE: existem dois Hemólise extravascular = excesso de remoção de eritrócitos por macrófagos do sistema RE. Hemólise intravascular = destruição direta dos eritrócitos na circulação, liberando Hb no plasma, satura rapidamente as haptoglobina e o excesso filtrado nos glomérulos. Caso a hemólise sature a reabsorção tubular renal, o excesso de Hb é excretado na urina, que gera características clássicas como Hemoglobinemia e Hemoglobinúria, Hemossiderinúria e meta albuminemia. ANEMIAS HEMOLÍTICAS HEREDITÁRIAS POR DEFEITOS NA MEMBRANA Esferocitose Hereditária É uma doença hereditária autossômica dominante que possui expressão variável, podendo se manifestar em qualquer idade, sendo o tipo mais comum de anemia hemolítica entre os norte-europeus. FISIOPATOLOGIA: causada por defeitos nas proteínas envolvidas na interação vertical entre citoesqueleto e bicamada lipídica na membrana dos eritrócitos. A MO produz eritrócitos normais, porem aos poucos eles vao perdendo porções da membrana que não estão devidamente sustentadas pelo citoesqueleto e ficando mais esféricos conforme passam pelo baço e sistema RE, até perderam a capacidade de passar pela circulação esplênica e se rompem prematuramente. ASPECTOS CLÍNICOS: o primeiro sinal geralmente é a icterícia, tendo um caráter flutuante que pode acentuar caso haja concomitância com a síndrome de Gilbert (defeito genética da conjugação hepática da bilirrubina). Tambem é comum encontrar esplenomegalia e cálculos vesiculares de pigmento. Caso tenha infecção por parvovírus, pode ter crise aplástica, intensificando a anemia subitamente. ACHADOS LABORATORIAIS: anemia é o achado mais comum, mas a gravidade é variável, sendo semelhante dentro da mesma família. Apresenta reticulocitose de 5-20%, podendo ter microesferócitos densamente corados com diâmetro menor. DIAGNÓSTICO: feito através de uma analise de citometria de fluxo pra eosina-5-maleimida (EMA) ligada aos eritrócitos. A detecção exata do defeito não é necessária pro diagnostico, mas a eletroforese das proteínas de membrana pode ser realizada em casos difíceis. Antes o teste era feito pela detecção da fragilidade osmótico, colocando eritrócitos dos pctes em soluções salinas diluídas pra avaliar se ele era extremamente frágil. O teste de Coombs direto é negativo, excluindo causa imune de Esferocitose. TRATAMENTO: principal forme é a esplenectomia, porem só é feito com indicação clinica em pcte anêmicos, com litíase biliar, ulceras de perna ou retardo do crescimento. Possibilidade de sepse pós- esplenectomia aumenta, principalmente durante infância. Isso geralmente normaliza a hemoglobina, apenar da persistência de esferócitos, pois é no baço que eles são destruídos. Eliptocitose Hereditária Semelhante é Esferocitose herditaria, diferenciada apenas pela morfologia dos eritrócitos em elipses. É mais leve clinicamente, porem quando os pctes são homozigóticos, ocorre uma anemia hemolítica agravada, denominada piropecilocitose hereditária. FISIOPATOLOGIA: ocorre defeito na associação de heterodímeros de espectrina pra formação dos heretotetrameros, e isso faz com que a hemácia perca seu formato de disco bicancavo e passe a ter um formato elipsoidal. DIAGNÓSTICO: descoberta ao acaso quando realizada a microscopia do hemograma, sem evidencias de hemólise. TRATAMENTO: poucos pctes precisam da esplenectomia. ANEMIAS HEMOLÍTICAS POR DEFEITO NO METABOLISMO ERITROCITÁRIO Deficiência de Glicose-6-Fosfato-Desidrogenase A G6PD é responsável pela redução da NADP, sendo essa enzima a única fonte de NADPH nos eritrócitos. O NADPH produz glutationa reduzida, e quando a glutationa falta, o eritrócito se torna mais suscetível ao estresse oxidativo, diminuindo sua sobrevida. EPIDEMIOLOGIA: essa enzima G6PD possui varias variantes normal, sendo a mais comum as do tipo B em pessoas ocidentais e as do tipo A em africanos. FISIOPATOLOGIA: é uma doença em que o gene que produz a G6PD é deficiente, sendo hereditária ligada ao sexo, que acomete mais homens e carreada por mulheres. Essa deficiência heterozigoita nas mulheres atribui uma vantagem de resistência ao P. falciparum (malária). O grau da deficiência da G6PD varia conforme a etnia afetada: Leve em negros africanos. Grave em povos do oriente médio e sul da Ásia, e em brancos em geral. Muito grave nos mediterrâneos (< 10% da atividade normal da enzima). ETIOLOGIA: a causa mais comum a deficiência da enzima é genética, porem alguns agentes farmacológicos e infecciosos podem agravar o quadro, levando a uma crise anêmica hemolítica. Infecções e outras doenças agudas oxidativas, como cetoacidose diabética. Farmacos antimaláricos (primaquina, cloroquina, fansidar, maloprim). Sulfonamidas e sulfonas Alguns antibacterianos (nitrofuranos, Cloranfenicol). Analgesicos como AAS. Anti-helminticos Feijão fava = contem oxidante químico que agrava a oxidação. ASPECTOS CLÍNICOS: em geral é assintomática, tendo um hemograma normal entre crises de hemólises, tendo sintomas como: Anemia hemolítica aguda = em resposta ao estresse oxidativo de fármacos, infecções ou ingestão de favas. Ocorre hemólise intravascular rapidamente progressiva com hemoglobinúria, sendo autolimitada, pois novos eritrócitos são formados com níveis enzimáticos normais. Icterícia neonatal Anemia hemolítica congênita não esferocítica em raros casos. DIAGNÓSTICO: o hemograma do pcte é normal entre as crises, e isso dificuldade o achado ao acaso. Entao, a deficiência enzimática é achada por vários exames de triagem ou por dosagem direta da enzima nos eritrocitose. Caso o hemograma seja feito durante uma crise, pode ser encontrado células contraídas e fragmentadas, como se estivessem mordidas e vesiculadas. Também é possível encontrar sinais bioquímicos de hemólise intravascular, ajudando a confirmação. Devido ao nível mais alto da enzima D6PD em eritrócitos jovens, a dosagem da enzima nos eritrócitos pode fornecer um “falso” nível normal na fase aguda da hemólise que tem grande resposta reticulocitária. Porém se for feita a dosagem depois da fase aguda, é possível encontrar a baixa atividade de G6PD, que é patognomônica da deficiência. TRATAMENTO: deve-se suspender algum fármaco lesivo ou tratar infecções subjacentes.. Nos bebes com icteria neonatal, que ocorre por comprometimento da função normal do fígado neonatal pela deficiência de G6PD, deve-se fazer fototerapia e exsanguineotransufsao. ANEMIAS HEMOLÍTICAS ADQUIRIDAS – ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE São causadas por produção de anticorpos que atuam contra os eritrócitos do próprio corpo, caracterizados pelo teste direto de antiglobulina (teste de coombs direto) positivo. Dividido entre “quentes” e “frios”, de acordo com a temperatura em que os anticorpos reagem mais fortemente. Anemia Hemolítica Autoimune por Anticorpos Quentes Causada por doença autoimune de gravidade variável que tem maior sintomatologia emtemperaturas > 36ºC. Pode ocorrer em qualquer idade, afetando igualmente ambos os sexos. FISIOPATOLOGIA: os eritrócitos são cobertos por imunoglobulina IgG, podendo estar isolada ou com complemento associado. Assim, os eritrócitos são ingeridos pelos macrófagos do sistema RE, que possuem receptores pro fragmento Fc de Ig. Nesse momento, parte da membrana revestida pelos IgG é perdida, fazendo com que a celula se torne progressivamente mais esférica, tentando manter o mesmo volume, ate que seja prematuramente destruída no baço. Quando os eritrócitos são revestidos por IgG e por complemento (C3d) a destruição é disseminada no sistema RE. ASPECTOS CLÍNICOS: ocorre esplenomegalia por conta da destruição constante de hemácias, tendo sinais clássicos de anemia. Quando associada a purpura trombocitopênica idiopática (PTI), que é condição autoimune das plaquetas, é chamada de Síndrome de Evans. DIAGNÓSTICO: confirmado por meio de achados laboratoriais que diferenciam a anemia autoimune de outras anemias hemolíticas. Achados de hemólise extravascular Esferocitose e policromatocitose Teste de Coombs direto é positivo por conta da fixação de IgG e complemento, ou IgA nos eritrócitos, revelando o caráter autoimune. Teste de anticorpos livres no plasma (teste de Coombs indireto) detectados na T > 37ºC, revelando caráter quente. TRATAMENTO: caso esteja presente alguma causa subjacente ou doença, deve ser tratada e eliminada, como a metildopa, leucemia e linfoma. Deve ser feita terapia com suporte com folato pra compensar excesso de consumo por conta da hemólise grave, caso presente. Pode ser realizada transfusão sanguínea se pcte tiver sintomatologia grave de anemia. Iniciar tratamento com corticoesteroides, geralmente prednisolona 1mg/kg/dia. IgG responde bem ao tratamento, mas o complemento associado não e nem a esplenectomia. O anticorpo monoclonal anti-CD20 (rituximabe) pode ser usado pra provocar remissões prolongadas. Caso nada tenha efeito, pode ser feita imunossupressão por anti-CD52 (alentuzumabe), azatioprina, ciclofosfamida, clorambucil, ciclosporina e micofenolato de mofetil. Se nada funcionar, faz esplenectomia. Anemia Hemolítica Autoimune por Anticorpos Frios (Crioaglutininas) Definida por anemia que ocorre por hemólise causada por crioaglutininas, que são Ac IgM, que provocam aglutinação em temperaturas abaixo de 10ºC. FISIOPATOLOGIA: o auto-Ac IgM se liga aos eritrócitos principalmente na circulação periférica, onde a temperatura sanguínea é mais baixa, causando dano na membrana celular, que passa ter uma sobrevida reduzida. O Ac pode ser monoclonal, como na síndrome idiopática ou associado a distúrbios linfoproliferativos, ou policlonal transiente, como ocorre após uma infecção (mononucleose infecciosa ou pneumonia por Mycoplasma). ASPECTOS CLÍNICOS: o pcte apresenta anemia hemolítica crônica, que se agrava durante estações de frio, associada a hemólise intravascular. Icteria aparece na forma leve, associada a esplenomegalia quando presente. Pode ter acrocianose na ponta do nariz, orelhas e dedos, por conta da aglutinação dos eritrócitos nos pequenos vasos, causando deficiência circulatória e redução da oxigenação nesses locais. DIAGNÓSTICO: é realizado por meio de exames laboratoriais, sendo que os achados são semelhantes ao tipo quente. Esferocitose mais sutil. Exame de Coombs direto revela somente complemento C3d na superfície dos eritrócitos, dando o caráter frio. Na biopsia da MO da pra ver nódulos de população monoclonal de linfócitos B. TRATAMENTO: manter pctes aquecido, evitando locais de inverno rigoroso. Usar agentes alquilantes (clorambucil) ou nucleotidios de purina (fludarabina). Caso não tenham efeito, pode usar o rituximabe. Esplenectomia não é indicada, apenas se o baço estiver aumentado. Corticoides não fundionam.
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