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MONITORIA HAM I: ✓ Temáticas: -Técnicas de precaução e lavagem das mãos (biossegurança) -Prontuário médico -Alguns termos médicos - Anamnese -Sinais vitais -Noções de exame físico geral - Facies patológicas - Marchas patológicas - Lesões elementares - Exame Físico do Sistema Cardiovascular - Exame físico do Sistema Respiratório -Exame físico do Sistema Digestório BIOSSEGURANÇA EM SAÚDE: Biossegurança é definida como o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Devem ser tomadas medidas de precaução padrão, independente de suspeitar-se de uma doença transmissível ou não, protegendo, desse modo, os profissionais e o paciente. Essas medidas englobam: - Adequada higienização das mãos, com água e sabão ou gel alcóolico; -Uso de luvas quando há qualquer tipo de risco de contato com fluidos corpóreos; -Uso de avental/jaleco, quando também há um risco de contato do profissional da saúde com fluidos corporais do paciente; -Prevenção de acidentes com materiais pérfuro- cortantes; -Descontaminação do ambiente após a alta do paciente; -Limpeza, desinfecção ou esterilização de todos os artigos e equipamentos antes de serem utilizados em outros pacientes. Assim, o emprego de práticas seguras, como o uso do jaleco, reduz significativamente o risco de acidente ocupacional, sendo importante também a conscientização dos profissionais para utilização de técnicas assépticas e o estabelecimento de normas, conduta e procedimentos que garantam ao profissional e ao paciente um tratamento sem risco de contaminação. Infecções em saúde: As infecções relacionadas à assistência à saúde continuam a se apresentar como um grave problema de saúde pública no país, aumentando a morbidade e a mortalidade entre os pacientes, além de elevar os custos hospitalares. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dentro de suas atribuições, vem desenvolvendo várias atividades preventivas com o objetivo de aperfeiçoar a segurança dos pacientes e reduzir os riscos nos serviços de saúde, em todo o território nacional. Para regularizar a situação dos profissionais, foi criado e implementado o sistema de Equipamento de Proteção Individual (EPI). Esse sistema visa proteger coletivamente e individualmente os profissionais da área de saúde e de muitas outras áreas. Tipos de EPI (Equipamento de Proteção Individual): • Máscara PFF2/N95 – indicada para a proteção de doenças por transmissão aérea [tuberculose, varicela,sarampo e SARG (síndrome aguda respiratória grave)]. • Luva de borracha – proteção da pele à exposição de material biológico e produtos químicos. Deve possuir cano longo quando se prevê uma exposição até antebraço. • Óculos de acrílico –proteção de mucosa ocular. Deve ser de material acrílico que não interfira com a acuidade visual do profissional e permita uma perfeita adaptação à face. Deve oferecer proteção lateral e com dispositivo que evite embaçar. • Protetor facial de acrílico –proteção da face. Deve ser de material acrílico que não interfira com a acuidade visual do profissional e permita uma perfeita adaptação à face. Deve oferecer proteção lateral. Indicado durante a limpeza mecânica de instrumentais (Central de Esterilização, Expurgos), área de necrópsia e laboratórios. • Avental impermeável, Capote de manga comprida –para a proteção da roupa e pele do profissional. • Bota ou sapato fechado impermeável –proteção da pele do profissional, em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante (centros cirúrgicos, expurgos, central de esterilização, áreas de necrópsia, situações de limpeza ambiental e outros). Apesar de não possuir registro como EPI, na assistência à saúde a máscara cirúrgica e o gorro são considerados dispositivos que asseguram, também, a proteção do profissional • Máscara cirúrgica –indicada para proteção da mucosa oro-nasal bem como para a proteção ambiental de secreções respiratórias do profissional. A máscara deve possuir gramatura que garanta uma efetiva barreira, tem sido recomendada que seja confeccionada com no mínimo três camadas. • Gorro –proteção de exposição dos cabelos e couro cabeludo à matéria orgânica ou produtos químicos, bem como proteção ambiental à escamas do couro cabeludo e cabelos. Além da proteção por meio de equipamentos, existe também a proteção pela adoção de práticas que visem a segurança do profissional. Entre essas práticas está a lavagem correta das mãos. Embora a ação seja simples, o não cumprimento desta prática, pelos profissionais de saúde, ainda é considerado um desafio no controle de infecção cruzada dos serviços de saúde. LAVAGEM DAS MÃOS: Qual a finalidade da lavagem das mãos? -Prevenir infecções; -Evitar contaminações; -Evitar a transmissão de contaminações; -Manter a higiene pessoal; Quando lavar as mãos? -No início e no fim de turno de trabalho; -Antes e após o uso de luvas; -Após utilizar o banheiro; -Antes e depois de contato com pacientes; -Depois de manusear material contaminado, mesmo que as luvas sejam estéreis; -Após o contato direto com secreções e matéria orgânica; -Após o contato com superfícies e artigos contaminados; -Entre os diversos procedimentos realizados no mesmo paciente; -Quando as mãos forem contaminadas, em caso de acidente; -Após coçar ou assoar nariz, pentear os cabelos, cobrir a boca para espirrar, manusear dinheiro; -Antes de comer, beber e manusear alimentos; -Após manusear quaisquer resíduos; -Ao término de cada tarefa; -Ao término da jornada de trabalho. Técnica de lavagem das mãos 1. Retirar anéis, pulseiras e relógio. 2.Abrir a torneira e molhar as mãos sem encostar na pia. 3.Colocar nas mãos aproximadamente 3 a 5 ml de sabão. O sabão deve ser, de preferência, líquido e hipoalergênico. 4. Ensaboar as mãos friccionando-as por aproximadamente 15 segundos. 5.Friccionar a palma, o dorso das mãos com movimentos circulares, espaços interdigitais, articulações, polegar e extremidades dos dedos (o uso de escovas deverá ser feito com atenção). 6.Enxaguar as mãos em água corrente abundante, retirando totalmente o resíduo do sabão. 7.Enxugar as mãos com papel toalha. 8.Fechar a torneira acionando o pedal, com o cotovelo ou utilizar o papel toalha; ou ainda, sem nenhum toque, se a torneira for fotoelétrica. Nunca use as mãos. Lembretes técnicos -Utilize sempre os equipamentos de proteção individual; -O uso de luvas não exclui a lavagem das mãos; -Manter líquidos antissépticos para uso, caso não exista lavatório no local; -Manter as unhas curtas e limpas; -Deve-se evitar lesionar as mãos. Caso as luvas sejam rasgadas ou puncionadas durante quaisquer procedimentos, elas devem ser removidas imediatamente, e as mãos devem ser lavadas cuidadosamente; -Profissionais com lesões nas mãos ou dermatites devem abster-se de cuidar de pacientes e de manipular instrumentos, aparelhos ou quaisquer materiais potencialmente contaminados. Tipos de Precaução: Precauções Padrão: aplicada no atendimento de todos os pacientes, independente do seu estado de saúde. Utiliza-se jaleco, luvas, óculos e mascara quando correr o risco de contato com sangue ou secreções. Descarta-se utensílios usados em lixo próprio para perfuro-cortantes Precauções Específicas: devem ser adotadas quando a doença possui algum modo de transmissão específico. A) CONTATO: Infecção ou presença de bactérias multirresistentes, varicela, lesões de pele ou tecidos molescom secreções não contidas. Quando disponível, utilizar quarto privativo, quando não a distância entre pacientes deve ser de no mínimo 1 metro. SEMPRE utilizar jaleco e luvas e descarta-las logo após o atendimento. Esfigmo, termômetro devem ser de uso exclusivo do paciente. B) GOTÍCULAS: Transmissão respiratória por meio de gotículas, como tosse, espirro ou fala, meningites bacterianas, coqueluche, influenza. Quando disponível utilizar quarto privativo, quando não, devem ser internados na mesma sala pacientes infectados pelo mesmo agente. Além das precauções comuns, o médico deve utilizar mascará cirúrgica durante o atendimento, e o paciente quando necessário transporte. C) AEROSSÓIS: transmissão seja por via respiratória, por aerossóis (minúsculas partículas que permanecem suspensas no ar). Manter a porta sempre fechada, quando disponível utilizar quarto privativo, quando não, devem ser internados na mesma sala pacientes infectados pelo mesmo agente. O médico deve utilizar a máscara N- 95/PFF2 e o paciente a cirúrgica quando for transportado. PRONTUÁRIO MÉDICO: O documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo e considerado de elaboração obrigatória pelo Código de Ética Médica (Artigo 69). O prontuário médico é um documento elaborado pelo profissional e é uma ferramenta fundamental para seu trabalho. Apesar do termo ”prontuário médico”, este documento é de propriedade do paciente, que tem total direito de acesso e pode solicitar cópia. Cabe ao médico e ao estabelecimento de saúde a sua elaboração e a guarda. O prontuário do paciente é um direito do paciente e nele deve conter: -Identificação do paciente; Anamnese; Plano terapêutico; Resultados (laudos) de exames; Prescrição médica; Evolução médica e da enfermagem; Termos de consentimentos; Sumário de transferência; alta ou óbito; Documentos diversos específicos. O prontuário do paciente é tão valioso, sigiloso e legal, que qualquer extravio deve ser comunicado à autoridade policial, para abrir um Boletim de Ocorrência. O seu sigilo só pode ser quebrado caso houver autorização expressa do paciente, tanto na solicitação como em documento diverso, o médico poderá encaminhar a ficha ou prontuário médico diretamente à autoridade requisitante, ou ao CFM/CRM. Mas também, o médico poderá apresentar a ficha ou prontuário médico à autoridade competente, para sua defesa, solicitando que a matéria seja mantida em segredo de justiça. Apesar de ser uma linguagem técnica, o prontuário pertence ao paciente, ajuda a esclarecer dúvidas sobre exames e condutas terapêuticas que o mesmo deve seguir, e serve principalmente para facilitar a comunicação entre os profissionais da saúde, seus pacientes e familiares. Os 10 mandamentos do prontuário: – Fazer todo o registro de maneira clara, objetiva e legível; -Fazer somente anotações referentes ao paciente; -Todas as evoluções e prescrições devem ser diariamente atualizadas (Data, hora, assinatura e carimbo); -Caso não tenha carimbo, o nome do profissional e sua inscrição no CRM devem estar de forma legível; -Todas as folhas do prontuário devem ter identificação do paciente (nome completo e número do prontuário); -Espaços em branco devem ser anulados com um traço; -Todo o procedimento deve ser registrado pelo profissional que a realizou; -É proibido usar lápis, fita e corretivo líquido; -É proibido rasurar as anotações; –É proibido o uso de abreviações. OBS: O prontuário é guardado pelo hospital/clínica ou pelo médico, apenas a sua cópia deve ser entregue ao paciente se este solicitar. O documento é obrigatoriamente guardado até 20 anos depois da sua última atualização. O médico não pode se contrapor a entregar a cópia ao paciente. TERMOS MÉDICOS: Astenia: sensação de fraqueza. Cefaleia: dor na cabeça. Diplopia: visão dupla. Xantopsia: visão amarelada. Fotofobia: hipersensibilidade a luz. Mistagmo: movimento repetitivo dos olhos. Escotomas: manchas ou pontos escuros no campo visual. Otorréia: saída de líquido pelo ouvido. Otorragia: perda de sangue pelo ouvido. Vertigem: objetiva: objetos girando em volta da pessoa; subjetiva: a pessoa girando em volta dos objetos. Rinorréia: escoamento de fluído pelo nariz. Epistaxe: hemorragia nasal. Dispneia: dificuldade de respirar. Hiposmia: diminuição da sensibilidade olfativa. Anosmia: perda de sensibilidade olfativa. Cacosmia: sensação de cheiro ruim sem motivo. Parosmia: alteração do sentido do olfato. Sialose: excessiva produção salivar. Halitose: mau hálito. Disfagia: dificuldade ou dor ao deglutir. Pigarro: ato de raspar a garganta. Apneia: suspensão momentânea da respiração. Hemoptiase: eliminação de sangue pela boca. Vômica: expectoração purulenta oriunda das vias aéreas inferiores. Cornagem: ruído grave provocado pela passagem de ar pelas vias respiratórias altas. Estridor: respiração ruidosa. Tiragem: aumento da retração dos espaços intercostais. Sincope: perda da consciência. Cianose: coloração azulada da pele. Odinofagia: dor retroesternal ao deglutir. Pirose: também chamada de azia, é a sensação de ardor, ou queimação, que tem inicio na parte posterior do esterno (retroesternal) por refluxo gastroesofágico de material ácido. Esteatorréia: presença de gordura nas fezes. Enterorragia: hemorragia digestiva. Oligúria: diminuição da produção de urina. Anúria: não eliminação de urina. Poliúria: eliminação de volume excessivo de urina. Disúria: dor ao urinar. Noctúria: vontade de urinar em intervalos noturnos. Poliaciúria: aumento no número de micções. Hematúria: perda de sangue pela urina. Priapismo: ereção persistente. Hemospermia: sangue encontrado no esperma. Dispareunia: dor no ato sexual. Polimenorreia: ciclo menstrual curto. Oligomenorreia: ciclo menstrual longo. Amenorreia: ausência de menstruação por mais de 3 meses. Hipomenorréia: diminuição da quantidade e da duração do fluxo menstrual. Dismenorreia: cólicas antes ou durante a menstruação. Palpitação: percepção, não habitual, da pulsação cardíaca. Enurese: emissão involuntária de urina, sem causa orgânica. Briquismo: ranger de dentes. Regurgitacão: é a expulsão de alimentos vindos do esôfago ou estômago, sem náuseas. Parestesia: é a sensação ou combinação anormal de sensações, comumente descrita como dormência ou formigamento. Metrorragia: sangramento uterino que ocorre de irregular entre períodos menstruais. Menorragia: sangramento menstrual de intensidade ou duração anormal que ocorre como um episódio isolado ou crônico. Climatério: período de transição fisiológica da fase reprodutiva para a não reprodutiva. Tenesmo: contração espasmódica do esfíncter anal, podendo ter urgência para defecar. Prurido: sensação de coceira na pele. Vômitos: expulsão forçada do conteúdo gástrico, normalmente acompanhada por náuseas. Melena: passagem de fezes escuras devido à sangue digerido (hemorragia digestiva alta) Dispepsia: sensação incômoda de má digestão. Distensão abdominal: presença de gases em excesso no trato gastrointestinal (TGI). Hematêmese: vômitos de sangue vivo ou borra de café ANAMNESE: ✓ Identificação Nome; sexo; idade; etnia; estado civil; profissão atual e anterior; religião; procedência; naturalidade; residência atual e anterior. ✓ Queixa principal Com as palavras do paciente, registra-se o que levou o paciente a buscar ajuda; duração da queixa. ✓ História da doença atualSintoma: sensação subjetiva anormal sentida pelo paciente e não visualizada pelo examinador. Ex: dor. Sinal: dado objetivo que pode ser visto pelo examinador. Ex: sinais flogísticos. Síndrome: conjunto de sinais e sintomas. Sintoma-guia: sintoma ou sinal que nos permite guiar a história da doença atual, normalmente é o que mais incomoda o paciente dentro de uma síndrome, por exemplo. É importante lembrar que a HDA não é um registro puro do que o paciente diz. Deve ser escrita em ordem cronológica, com termos técnicos dos sinais e sintomas, além de excluir dados inúteis para a história em si. Descrever cada sintoma com: duração, modo de início, localização e irradiação, característica, severidade (intensidade), fatores de melhora, fatores de melhora e sintomas associados. ✓ Interrogatório sintomatológico Anamnese especial. Este interrogatório deve ser feito para cada sistema específica do corpo, dando ênfase aos sistemas em que o paciente refere queixas. Olhos: Acuidade visual, prurido, nistagmo e escotomas. Ouvidos: otalgia, otorreia, otorragia, zumbido, acuidade auditiva e vertigem. Nariz e cavidades nasais: prurido, dor, espirros, cacosmia, parosmia, epistaxe. Boca, dentes e orofaringe: dor de garganta, dispneia, ronco, halitose, diafagia. Hematológico: anemia, dificuldade em controlar sangramentos, manchas na pele (vasculo- sanguineas) Mamas: dor, tumorações, descarga papilar. Tórax: dor, alterações de forma, expectoração (mucoide, serosa, purulenta, hemoptoica, vômica), cornagem, tiragem. Coração: dor, palpitações, dispneia, tosse, hemoptise, alterações do sonom, cianose, edema, astenia. Abdome: forma do abdome, distensão, dor, tumorações, abaulamentos, retrações.Cólon, reto e anus: tenesmo, diarreis, constipação, hematoquezia, enterorragia, prurido. Urinário: dor, alterações miccionais, urgência miccional, dor, oliguria, anuria, poliuria, nocturia, polaciúria. Genitais: ciclo menstrual, corrimento, prurido, hérnia, dst, ulceras. ✓ Antecedentes pessoais fisiológicos Condições de gestação, nascimento, desenvolvimento psicomotor e neural, desenvolvimento sexual (menarca, sexarca). ✓ Antecedentes pessoais patológicos Doenças da infância, alergias, cirurgias, transfusões sanguíneas, traumas, história obstétrica, imunizações. ✓ Antecedentes familiares Comorbidades dos familiares, histórico de câncer, alergias e dermatites, HAS, DM. ✓ Condições socio-economicas e hábitos de vida Condições da moradia (tipo, com quantas pessoas mora, numero de compartimentos), acesso a saneamento básico, nível de escolaridade, vida conjugal, tabagista (tipo de cigarro, numero de cigarros por dia/semana), etilista (tipo de bebida, quantidade e frequência), drogas ilícitas, alimentação (normolipidica, vitaminas, frutas, bebidas). OBS: existem informações que são registradas na identificação, mas que podem ser registradas no tópico das condições socioeconômicas. Cuidado para não registrar dados repetidos e, assim, perder a oportunidade de coletar outras informações que seriam de maior relevância para a delimitação do diagnóstico. ANTROPOMETRIA: Avaliar e acompanhar o desenvolvimento físico do paciente: Altura, massa, perímetro cefálico (até 3 anos), perímetro abdominal, perímetro torácico, relação cintura quadril (perímetro abdominal/perímetro do quadril), envergadura (deve ser igual ou aproximadamente o valor da altura), distancia pubo-vertice e distancia pubo- plantar. IMC = massa (kg)/(altura)² Perímetro cefálico: fita métrica dando a volta na cabeça pela proeminência occipital e o arco das sobrancelhas. Perímetro abdominal: fita métrica dando a volta no abdome pela cicatriz umbilical. Normal: mulheres <88 (ideal 80); homens < 102 (ideal 94). Perímetro torácico: fita métrica dando a volta no tórax pela linha dos mamilos (braços abaixados) Relação cintura-quadril (RCQ): Homens < 0,90; Mulheres < 0,80 Envergadura:abdução em 90º dos braços, fita métrica vai da ponta do dedo médio direito à ponta do dedo médio esquerdo; ideal ser o mesmo valor da altura, ou pelo menos um valor aproximado. SINAIS VITAIS Correspondem à frequência respiratória, frequência cardíaca (pulso), pressão arterial e temperatura. •Pressão arterial: ideal 120x80 •Frequência cardíaca: 60-100 bpm •Frequência respiratória: 12-20 irpm •Temperatura: ideal 36ºC PRESSÃO ARTERIAL: ESFIGMOMANÔMETRO: aferição da pressão arterial. 1: manguito + bolsa pneumática; 2: manômetro; 3: pêra + válvula; 4: tubos de borracha. ESTETOSCÓPIO: ausculta cardíaca e pulmonar diafragma: sons de alta frequência; campanula: sons de baixa frequência. Pressão Arterial: PA= DÉBITO CARDÍACO (FC x VS) x RESISTÊNCIA PERIFÉRICA DOS VASOS Pressão sistólica ou máxima: é a força exercida pelo coração para bombear o sangue pelas artérias. Pressão diastólica ou mínima: é a força que as artérias oferecem a passagem do sangue. Verificação da pressão arterial -Passos para aprendizagem PREPARO DO PACIENTE Inicie apresentando-se ao seu paciente (acolhimento) 1.Explicar o procedimento ao paciente 2.Repouso de pelo menos 5 minutos em ambiente calmo 3.Evitar bexiga cheia 4.Não praticar exercícios físicos 60 a90 minutos antes 5.Não ingerir bebida alcoólica, café ou alimentos e não fumar 30 minutos antes 6.Manter pernas descruzadas, pés apoiados no chão,dorso recostado na cadeira e relaxado 7.Remover roupas do braço no qual será colocado o manguito 8.Posicionar o braço na altura do coração (quarto espaço intercostal ou nível médio do esterno), apoiado com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido 9.Solicitar para que não fale durante a medida PROCEDIMENTO 1. Higienize as mãos; 2. Prepare o material; 3. Explique o procedimento ao paciente; 4. Remova as roupas do braço no qual será colocado o manguito; 5. Posicione o braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima; 6. Selecione o manguito de tamanho adequado ao braço; 7. Centralize o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial; 8. Solicite que o paciente não fale durante a mensuração; 9. Palpe a artéria braquial e coloque o estetoscópio sobre ela sem comprimi-la excessivamente; 10. Insufle o manguito até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica ( ponto de desaparecimento do pulso radial); 11. Proceda à deflação lentamente; 12. Informe o valor da pressão arterial medido ao paciente; 13. Registre o valor obtido, sem arredondamento. Ex: 120x80 mmHg TEMPERATURA Termômetro digital: aferição de temperatura axilar, principalmente. Composto por bulbo, estrangulamento, visor digital, botão de liga/desliga. SEMPRE limpar o bulbo com algodão e álcool antes de aferir a temperatura. NUNCA pegar no bulbo. Procedimento de verificação da temperatura axilar 1.Explicar o procedimento ao paciente; 2.Secar a axila do paciente; 3.Realizar a limpeza do termômetro com álcool á 70% sem pegar no bulbo; 4.Posicionar o termômetro na região do oco axilar com o bulbo em contato com a pele do paciente; 5.Realizar a leitura; 6.Registrar no prontuário; Valores normais da temperatura: -Axilar: 35,5 ºC a 37ºC -Bucal: 36ºC a 37,4ºC -Anal: 36ºC a 37,5ºC PULSO Refere-se ao número de batimentos por minuto (bpm). Também corresponde à frequência cardíaca. Cada batimento cardíaco corresponde à sístole e à diástole dos átrios e ventrículos do coração, sendo sístole +diástole o chamado ciclo cardíaco. O pulso também varia com a idade do paciente, além de outros fatores, como hemorragias, prática de exercícios físicos, emoções, alimentação, fármacos, etc. Principais locais para verificar o pulso: -Artéria Carótida;-Artéria Poplítea (atrás do joelho); -Artéria temporal (acima da ATM) -Artéria Braquial (dentro da fossa cubital do braço); -Artéria Radial (dentro da fossa radial do antebraço); -Artéria Femural (região inguinocrural, logo abaixo do ligamento inguinal); -Artéria Pediosa ou dorsal do pé; Variações aceitáveis dos batimentos cardíacos: -Bebês: 100-160 bpm -Crianças: 80-120 bpm -Adultos: 60-100 bpm Terminologia: -Normocardia: pulso dentro do intervalo aceitável; -Taquicardia: pulso acima do aceitável; -Bradicardia: pulso abaixo do aceitável; Procedimento de Verificação da frequência cardíaca 1. Lavar as mãos; 2. Orientar o paciente quanto ao procedimento; 3. Colocar o paciente em posição confortável, sentado ou deitado, a depender do pulso que você irá aferir; 4. Realizar o procedimento de verificação: I. Identificar o pulso, II. Contar durante 01 minuto; III. Anotar no prontuário, o valor em BPM (batimentos por minuto). Atenção: evite aferir o pulso em membros afetados por lesões neurológicas e ou vasculares; Não verificar em membros com fistulas; Não verificar com as mãos frias; Não fazer pressão digital forte sobre a artéria; Na dúvida repita a contagem; FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA -Bebês: 30-60 irpm -Crianças (acima de 2 anos): 20-30 irpm -Adultos: 12-20 irpm Caráter da respiração: -Superficial; -Moderada; -Profunda. Ritmo: -Regular ou irregular. OBS: alterações no padrão respiratório. -Apneia = parada respiratória -Bradipneia = respiração lenta -Taquipneia = respiração acelerada -Dispneia = respiração difícil Procedimento para verificação de frequência respiratória 1. Lavar as mãos; 2. Não deixar que o paciente perceba que esta verificação está sendo realizada; 3. Paciente preferencialmente em decúbito dorsal; 4. Realizar a contagem dos movimentos respiratórios (inspiração e expiração) que o paciente realiza durante 1 minuto; 5. Registrar no prontuário EXAME FÍSICO GERAL OU ECTOSCOPIA OU SOMATOSCOPIA: Inclui: ✓ Avaliação do estado geral ✓ Avaliação do nível de consciência ✓ Fala e linguagem ✓ Avaliação do estado de hidratação ✓ Altura e outras medidas antropométricas ✓ Avaliação do estado nutricional ✓ Desenvolvimento físico ✓ Fácies ✓ Atitude e decúbito preferido no leito ✓ Mucosas ✓ Pele, fâneros ✓ Tecido celular subcutâneo e panículo adiposo ✓ Musculatura ✓ Movimentos involuntários ✓ Enfisema subcutâneo ✓ Exame dos linfonodos ✓ Veias superficiais ✓ Circulação colateral ✓ Edema ✓ Temperatura corporal ✓ Postura ou atitude na posição de pé ✓ Biotipo ou tipo morfológico ✓ Marcha. Estado geral: o que aparenta ❖ Bom (BEG) ❖ Regular (REG) ❖ Mau (MEG) Nível de consciência: avaliação neurológica e psiquiátrica. ❖ Consciente (ou estado de vigília) ❖ Obnubilação: estado de alerta é moderadamente comprometido, possui redução da percepção sensorial e lentidão na compressão. ❖ Sonolência: paciente é facilmente despertado, responde mais ou menos apropriadamente e volta logo a dormir. ❖ Confusão mental: perda de atenção, o pensamento não é claro, as respostas são lentas e não há percepção normal do ponto de vista temporoespacial, podendo surgir alucinações, ilusão e agitação. ❖ Torporoso: o paciente só é despertado por estímulos mais fortes, tem movimentos espontâneos e não abre os olhos ❖ Comatoso: o paciente não desperta com estímulos fortes e não tem movimentos espontâneos. Escala de GLASGOW: -Trauma leve:13-15, trauma moderado: 9-12, trauma grave:3-8. Menor ou igual a 8: Intubação. -Pupila e o fundo do olho: Avalia de forma indireta o tronco cerebral. Relembrando: simpático- midríase e parassimpático- miose. A reatividade pupilar está em análise para adentrar a escala de Glasgow, fato que alteraria o mín de pontos dados na análise: 2 pontos a menos se ambas as pupilas não reagem ao estímulo de luz. 1 ponto a menos se uma pupila não reage ao estímulo de luz. Não soma e nem subtrai pontos se as 2 pupilas tem reação ao estímulo de luz. Então com esse novo critério o min seria 1 e o máximo 15. Fala e linguagem: ❖ Disfonia/Afonia – voz rouca, fanhosa ou bitonal; ❖ Dislalia – Troca de letras e distúrbios no ritmo da fala (como gagueira); ❖ Disartria – voz arrastada, baixa, monótona e lenta (ou paralisia); ❖ Disfasia – não entende o que é dito ou entende, mas não consegue se expressar. Avaliação do estado de hidratação: nessa ocasião será analisado: ❖ Alteração abrupta do peso ❖ Alterações da pele quanto à umidade, à elasticidade e ao turgor ❖ Alterações das mucosas quanto à umidade ❖ Alterações oculares ❖ Estado geral ❖ Fontanelas (no caso de crianças). Sinais de desidratação: Sede, diminuição abrupta do peso, pele seca-com elasticidade e turgor diminuídos, mucosas secas, olhos afundados (enoftalmia) e hipotônicos, estado geral comprometido, excitação psíquica ou abatimento, oligúria, fontanelas deprimidas no caso de crianças. Para se classificar a desidratação quanto à osmolaridade, característica útil para reposição de água e eletrólitos, toma-se o nível sanguíneo de sódio como elemento-guia: ◗ Isotônica: quando o sódio está nos limites normais (130 a 150 mEq/ℓ) ◗ Hipotônica: quando o sódio está baixo (< 130 mEq/ℓ) ◗ Hipertônica: quando o sódio está acima dos limites normais (> 150 mEq/ℓ). Altura e outras medidas antropométricas: ❖ Altura ou estatura: Quando o paciente é capaz de ficar em posição ortostática, a altura é aferida em balança com estadiômetro ou com fita métrica inextensível com precisão de 0,1 cm, afixada em superfície lisa, vertical e sem rodapé. ❖ Peso corporal: A leitura do peso é realizada com o avaliador à frente da balança e à esquerda do paciente. IMC: 1. Baixo peso – menor que 19,99kg/m²; 2. Normal – de 20 a 24,99kg/m²; 3. Sobrepeso – de 25 a 29,99kg/m²; 4. Obesidade – de 30 a 39,99kg/m²; 5. Obesidade mórbida – acima de 40kg/m². Circunferência abdominal – é medida logo acima da crista ilíaca, na altura da cicatriz umbilical e é um procedimento simples e útil na avaliação de risco de doença mesmo com peso corporal normal. Usada para diagnosticar obesidade abdominal- conteúdo de gordura visceral- associado à síndrome metabólica, doenças cardiovasculares, dislipidemias, diabetes tipo 2 e IAM. Os valores normais são: 1. Homens – até 102cm; 2. Mulheres – até 88cm. Na Relação cintura- quadril (RCQ) os valores de referência são: 1. Homens: 2. Mulheres – até 88cm. ❖ Perímetro cefálico (PC): Importante para acompanhamento da criança do nascimento até 2 anos de idade. Avaliação do estado nutricional: identificar distúrbios e/ou agravos ligados à alimentação e à doença de base. Obs: O kwashiorkor e o marasmo são formas clínicas especiais, relacionadas a baixa ingestão de proteínas. Obs2: Em qualquer grau, a desnutrição aumenta o risco de infecções de diversas naturezas, com elevado índice de mortalidade. Obs3: Existe desnutrição marasmática (aspecto magro,debilitado) e proteica (aspecto de inchaço,edematoso). Desenvolvimento físico: ❖ Desenvolvimento normal ❖ Hiperdesenvolvimento ❖ Hipodesenvolvimento ❖ Hábito grácil ❖ Infantilismo. Fácies: ❖ Normal ou atípica: comporta muitas variações ❖ Acromegálica: aumento do hormônio do crescimento, hipertrofia dos ossos e partes moles ❖ Mixedematosa: constituída por um rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, espessada e com acentuação de seus sulcos. As pálpebras tornam-se infiltradas e enrugadas. Os supercílios são escassos e os cabelos secos e sem brilho. Doença: hipotireoidismo. ❖ Basedowiana ou degraves: exoftalmia e olhos brilhantes, rosto magro, aspecto de espanto e ansiedade. Doença: hipertiroidismo ❖ Renal: edema periorbital, palidez cutânea, ocorre em doenças como: síndrome nefrótica e nas glomerulonefrites ❖ Parkinsoniana, cérea ou em máscara: caracteriza-se por ser inexpressiva, com rigidez facial, cabeça inclinada e permanece imóvel, olhar fixo ❖ Hipocrática: olhos fundos e inexpressivos, nariz afilado, palidez, cianose labial, doenças graves e crônicas. Ex: Aids e anorexia ❖ Leonina: pele espessa, lepromas confluentes causados pela lepra, lábios mais grossos, os supercílios caem. Doença: mal de Hansen. ❖ cushingoide ou de lua cheia: arredondamento do rosto, com atenuação dos traços faciais, aparecimento de acne. Ocorre na síndrome de Cushing por hiperfunção do córtex suprarrenal. Pode ocorrer também nos pacientes que fazem uso prolongado de corticoides ❖ Adenoidiana: boca sempre entreaberta nariz pequeno e afilado ❖ Pseudo bulbar: súbitas crises de choro e riso involuntárias ❖ miastênica ou de Hutchinson: caracterizada por ptose palpebral bilateral que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça. Ocorre na miastenia gravis e em outras miopatias que comprometem os músculos da pálpebra superior. ❖ Downiana ou mongoloide: apresenta fenda palpebral, e seu elemento característico: é uma prega cutânea (epicanto) que torna os olhos oblíquos, bem distantes um do outro, lembrando o tipo de olhos dos chineses. Acessoriamente, nota- se um rosto redondo, boca quase sempre entreaberta e uma expressão fisionômica de pouca inteligência. É observada no mongolismo ou trissomia do par 21 ou síndrome de Down Coloração da Pele: Observar mucosas ocular, oral, palma das mãos, etc. O paciente pode estar: 1. Hipercorado – mais avermelhado; 2. Normocorado – coloração normal; 3. Hipocorado – descorado/pálido; 4. Cianótico – azulado/arroxeado; 5. Acianótico – não azulado; 6. Ictérico – coloração amarela. É avaliado na escala de cruzes: de uma a quatro cruzes MOVIMENTO INVOLUNTÁRIO: ❖ Tremores ❖ Movimentos coreicos (coreia) ❖ Movimentos atetósicos (atetose) ❖ Pseudoatetose ❖ Hemibalismo ❖ Mioclonias ❖ Mioquinias ❖ Asterix (flapping) ❖ Tiques ❖ Convulsões ❖ Tetania ❖ Fasciculações ❖ Bradicinesia ❖ Discinesias orofaciais ❖ Distonias Hemibalismo: São movimentos abruptos, violentos, de grande amplitude, rápidos e geralmente limitados a uma metade do corpo. São extremamente raros e decorrem de lesões extrapiramidais. Convulsões: as convulsões são movimentos musculares súbitos e incoordenados, involuntários e paroxísticos, que ocorrem de maneira generalizada ou apenas em segmentos do corpo. Classificação das convulsões: ✓ Tônicas: caracterizam-se por serem mantidas por longo tempo e imobilizarem as articulações ✓ Clônicas: são rítmicas, alternando-se contrações e relaxamentos musculares em ritmo mais ou menos rápido ✓ Tônico-clônicas: esse tipo soma as características de ambas. As convulsões surgem em muitas condições clínicas, mas todas têm um denominador comum: descargas bioelétricas originadas em alguma área cerebral com imediata estimulação motora. O exemplo clássico são as várias formas de epilepsia (grande mal, pequeno mal, psicomotora, Bravais-jacksoniana). Aparecem também no tétano, estados hipoglicêmicos, intoxicações exógenas (álcool, estricnina, inseticidas), tumores cerebrais, meningites, síndrome de Adams-Stokes ou durante episódios febris em crianças. Tetania: crises exclusivamente tônicas quase sempre localizadas nas mãos e pés, por isso denominados “espasmos carpopodais”. Temperatura: a temperatura do interior do corpo permanece quase constante, mesmo quando o indivíduo fica exposto a extremos de frio ou calor. É possível verificar a temperatura na região axilar, bucal, retal e timpânica (local de eluçao para mensurar temperatura central). Normalmente, mede-se a temperatura axilar e as outras podem variar 0,5 ºC da axilar. Valores da temperatura corporal axilar: 1. Normal – de 35,5ºC até 37ºC 2. Hipotermia – abaixo de 35,5ºC; 3. Hipertermia/Febre – Acima de 37ºC. Axilar: 35,5ºC até 37ºC Bucal: de 36ºC até 37,4ºC Retal: de 36ºC até 37,5ºC Valores de referência: ❖ Febre leve ou febrícula: até 37,5 ºC ❖ Febre moderada: 37,6 ate 38,5 ºC ❖ Febre elevada: acima de 38,6 ºC Postura: Cifose, lordose e escoliose. Tipo morfológico: ❖ Brevilíneo: ✓ Pescoço curto e grosso ✓ Tórax alargado e volumoso ✓ Membros curtos em relação ao tronco ✓ Ângulo de Charpy (costal) maior que 90° ✓ Musculatura desenvolvida e panículo adiposo espesso ✓ Tendência para baixa estatura ❖ Mediolíneo: ✓ Equilíbrio entre os membros e o tronco ✓ Desenvolvimento harmônico da musculatura e do panículo adiposo ✓ Ângulo de Charpy (costal) em torno de 90° ❖ Longilíneo: ✓ Pescoço longo e delgado ✓ Tórax afilado e chato ✓ Membros alongados com franco predomínio sobre o tronco ✓ Ângulo de Charpy (costal) menor que 90° ✓ Musculatura delgada e panículo adiposo pouco desenvolvido ✓ Tendência para estatura elevada. Marcha: ❖ Marcha helicópode, ceifante ou hemiplégica. Ao andar, o paciente mantém o membro superior fletido em 90° no cotovelo e em adução, e a mão fechada em leve pronação. O membro inferior do mesmo lado é espástico, e o joelho não flexiona. A perna se arrasta pelo chão, descrevendo um semicírculo quando o paciente troca o passo. ❖ Marcha anserina. Para caminhar, o paciente acentua a lordose lombar e inclina o tronco para a direita ou para a esquerda, lembrando o andar de um pato. É observada em doenças musculares e traduz uma diminuição da força dos músculos pélvicos e das coxas ❖ Marcha parkinsoniana. O paciente anda como um bloco, enrijecido, sem movimento dos braços. Ocorre na síndrome parkinsoniana ❖ Marcha claudicante. Ao caminhar, o paciente “manca” para um dos lados. Ocorre na insuficiência arterial periférica e em lesões do aparelho locomotor ❖ Cerebelar: Ao caminhar, o paciente ziguezagueia como um bêbado. Esse tipo de marcha traduz incoordenação de movimentos em decorrência de lesões do cerebelo. ❖ Tabética: Para se locomover, o paciente mantém o olhar fixo no chão, os membros inferiores são levantados abrupta e explosivamente e, ao serem recolocados no chão, os calcanhares tocam o solo de modo intenso. Indica perda da sensibilidade proprioceptiva por lesão do cordão posterior da medula. Um exemplo é a tabes dorsalis (neurolues) ❖ De pequenos passos: É caracterizada pelo fato de o paciente dar passos muito curtos e, ao caminhar, arrastar os pés como se estivesse dançando "marchinha'. Ocorre na paralisia pseudobulbar e em doenças extrapiramidais ❖ vestibular ou em estrela: O paciente com lesão vestibular (labirinto) apresenta lateropulsão quando anda; é como se fosse empurrado para o lado quando tenta se mover em linha reta. ❖ espástica ou em tesoura: os pés se arrastam e as pernas se cruzam uma na frente da outra Este tipo de marcha é bastante frequente nas formas espásticas da paralisia cerebral Lesões elementares: Características – Classificatórias: ❖ 1. Alterações de cor ❖ 2. Formações sólidas ❖ 3. Coleções líquidas ❖ 4. Alterações de espessura ❖ 5. Perdas e reparações Alterações de cor: Mancha x Mácula Alterações na cor da pele sem relevo ou depressão. Manchas Vásculo-sanguíneas Eritema x Púrpura (Petéquia x equimose) ❖ Ocorrem por vasodilatação, constrição, ou pelo extravasamento de hemácias. ❖ Eritema: Mancha vermelha porvasodilatação, que desaparece com digito ou vitropressão. ❖ Púrpura: Mancha vermelha por extravasamento de hemácias, não desaparece com vitropressão. Muda de coloração de acordo com o tempo por alteração da hemoglobina tornando-se arroxeada e depois verde-amarelada. ❖ É chamada de petéquia quando possui até 1cm e de equimose quando possui mais de 1cm Manchas Pigmentares: ❖ Resultam de diminuição ou aumento de melanina ou depósitos de outros pigmentos: ❖ Leucodermia: mancha branca por diminuição ou ausência de melanina. ❖ Hipocromia: redução da pigmentação. ❖ Acromia: ausência completa de pigmentação. ❖ Hipercromia: Cor variável por aumento de melanina ou outros pigmentos como sais biliares e carotenóides. Formações Sólidas: Resultantes de processo inflamatório que atinge isoladamente ou conjuntamente epiderme, derme e hipoderme. ❖ Pápula: lesão sólida, circunscrita, elevada e menor que 1 cm. ❖ Placa: lesão elevada, de superfície geralmente plana, maior que 1 cm, pode apresentar superfície descamativa, crostosa ou queratinizada, pode ser formada pela confluência de pápulas. ❖ Nódulo: lesão sólida, circunscrita, saliente ou não de 1 a 3 cm de tamanho. ❖ Nodosidade ou tumor: lesão sólida, circunscrita e maior que 3 cm, o termo tumor é utilizado preferencialmente para neoplasia. ❖ Goma: nódulo ou nodosidade que se liquefaz na porção central, podendo ulcerar e eliminar material necrótico. ❖ Vegetação: Lesão sólida e pedunculada, com aspecto de couve-flor e superfície friável. ❖ Verrucosidade: Lesão sólida, elevada, de superfície dura e inelástica, formada por hiperqueratose. Coleções Líquidas: Lesões de conteúdo líquido que pode ser serosidade, sangue ou pus. ❖ Vesícula: elevação circunscrita de até 1cm, com conteúdo claro (seroso) que pode se tornar turvo (purulento) ou rubro (hemorrágico). ❖ Bolha ou Flictena: difere-se da vesícula apenas pelo tamanho, que é maior que 1cm. ❖ Pústula: elevação de até 1cm e de conteúdo purulento. ❖ Abscesso: possui tamanho variável, é formado por coleção purulenta da pele ou tecidos subjacentes. Sinais flogísticos podem estar presentes:edema, dor, rubor, calor. ❖ Hematoma: formada por derrame de sangue na pele ou tecidos subjacentes, difere-se da equimose por haver alteração de espessura. Pode infectar e haver presença de sinais flogísticos, e o conteúdo hemorrágico pode tornar-se purulento. Alterações de Espessura ❖ Queratose: espessamento da pele por aumento da camada córnea, tornando-se áspera e com a superfície amarelada. ❖ Liquenificação: espessamento da pele com acentuação dos sulcos e da cor própria, apresentando aspecto quadriculado. ❖ Edema: aumento de espessura, depressível, cor da própria pele ou rósea-avermelhada por extravasamento de plasma. ❖ Atrofia. Ex: estria Perdas e Reparações Teciduais: Lesões oriundas da eliminação ou destruição patológicas e de reparações em tecidos subcutâneos. ❖ Escama: massa furfurácea, micácea ou foliácea que se desprende as superfície cutânea por alteração de queratinização. ❖ Ulceração: perda circunscrita de epiderme e derme, podendo atingir hipoderme e tecidos subjacentes. ❖ Fissura: perda linear da epiderme e derme, no contorno de orifícios naturais ou em áreas de pregas e dobras. ❖ Crosta: concreção de cor amarela, esverdeada ou vermelha escura, que se forma em área de perda tecidual. Resulta do dessecamento da serosidade, pus ou sangue misturado a restos epiteliais. ❖ Cicatriz: lesão de aspecto variável, pode ser saliente ou deprimida, móvel ou aderente. Não possui poros ou anexos cutâneos. Resulta da reparação de processo destrutivo da pele, associado a atrofia, fibrose e discromia. ❖ Escara- necrose Ulcerações: ex- aftas Macula e mancha hipocromica: ex- vitiligo, hanseníase Macula e mancha hipercromica: ex- pelagra, melasma Escamas: ex- caspa, psoríase Resumo produtivo: Exame de linfonodos: -Normal: ausência de adenomegalias -Patológico: presença de adenomegalias; Classificar em CLAMSTQ (consistência –e coloração, caso haja mudança), localização, alterações de pele, mobilidade, sensibilidade, temperatura e quantidade. SEMPRE inspecionar antes!!! CADEIA OCCIPITAL: abaixo da protuberância occipital, movimento circulares; posição à frente ou atrás do pacientes. Responsavél pela drenagem de couro cabeludo, pavilhão auricular e orelha interna CADEIRAS PRÉ E RETROAURICULARES: à frente do lóbulo da orelha e atrás do lóbulo da orelha, respectivamente. Movimentos circulares. Responsável pela drenagem de couro cabeludo, pavilhão auricular e orelha interna. CADEIA SUBMENTONIANA: mão em garra, polegar apoiado no mento e indicador + dedo médio fazem movimento circulares abaixo do mento. Drenagem de orofaringe, cavidade oral e glândulas salivares. CADEIA SUBMANDIBULAR:mão em garra, polegar apoiado na mandíbula do paciente, dedos percorrem abaixo da mandíbula em direção linear antero-posterior. CADEIA CERVICAL SUPERFICIAL: localização do musculo esterno-cleidomastoideo, palpação circular ou linear, anterior e posterior ao musculo. CADEIA SUPRACLAVICULAR: mãos estendidas, movimentos circulares na fossa cervical (saboneteira). Pode haver a presença do NODULO DE VIRCHOW: adenomegalia referente a neoplasia gástrica. Drenagem de orgãoes intratorácicos e abdominais. CADEIA AXILAR: palpação da fosse axilar (linhas axilares anterior, média e posterior) em movimento lineares, de baixo pra cima, mãos em garra. Drenagem de parede torácica, órgãos intratorácicos, mama e membros superiores. Paciente EM PÉ. CADEIA TROCLEAR/EPITROCLEAR:sulco troclear, movimento de deslizamento latero- lateral, mãos em garra. Drenagem de membros superiores. CADEIA INGUINAL:ligamento inguinal – espinha ilíaca; palpação próximo à virilha, respeitando os pudores do paciente. Drenagem de órgãos genitais externos e internos, períneo e anus. Paciente em decúbito dorsal, examinador do lado direito. CADEIA POPLITEA:fosse poplítea, paciente em decúbito dorsal, examinador à direita do paciente e perna semi fletida. Mão em garra, movimento de deslizamento medialmente aos tendões dos músculos da perna. Padrão Respiratório: Paciente pode ter dificulda-des para respirar ou estar usando força excessiva para inspirar. O paciente pode estar: 1. Eupneico – com respiração normal; 2. Dispneico – com dificuldade para respirar. Critérios do Exame Quantitativo: Avalia-se as- pectos mensuráveis do paciente, como medidas de pressão arterial, peso, altura, IMC, circunferência abdominal, frequência cardíaca, pulsação e fre- quência respiratória. Os sinais vitais são estatísticas fisiológicas que avaliam as funções corporais bási-cas necessárias à vida do paciente. Frequência Cardíaca e Pulso: Avaliação do ritmo dos batimentos cardíacos. Para aferição do pulso, normalmente se palpa a artéria radial com o 2º e 3º dedos, contando os batimentos em 1 minuto. Na palpação do pulso deve-se verificar o ritmo. A unidade de medida utilizada é batimentos por minuto (bpm). A frequência do pulso varia com a idade e com diversas outras condições fisiológicas. Em pessoas adultas em repouso, considera-se: 1. Taquisfigmia/Taquicardia: Acima de 100bpm; 2. Normocardia – de 60 a 100bpm; 3. Bradisfigmia/Bradicardia – Abaixo de 60bpm; 4. Pulso regular – as pulsações ocorrem com inter-valos iguais; 5. Pulso irregular – irregularidade do pulso, o pulso irregular traduz arritmia cardíaca. (pulso filiforme ou cheio) Quando o número de pulsações for menorque a FC, denomina-se déficit de pulso. Valores de referência: ❖ Lactente: 100-160 ❖ Criança: 80-120 ❖ Adulto: 60-100 Pressão Arterial (PA): medida em milímetros de mercúrio, é transcrita primeiro com a utilização do valor da pressão sistólica, seguido do valor relativo à pressão diastólica. É observado os sons de Korot-koff, que possui várias fases. • • Fase I – aparecimento do som, o primeiro “tum”, é o momento em que a pressão no manguito se iguala à maior pressão na artéria braquial, que corresponde à pressão sistólica. • • Fase V – ocorre o desaparecimento dos sons, a pressão no manguito se iguala à menor pressão na artéria, que corresponde à pressão diastólica. É possível uma pessoa ter apenas um tipo de hipertensão, como por exemplo, 130/90mmHg, a pessoa está apenas com hiper- tensão diastólica. Em indivíduos adultos, consi- dera-se: • 1. Hipertensão (Alta) – A partir de 140/90mmHg; • 2. Normal – valores normais máx: 140/90 e mín: 80/50 • 3. Hipotensão (Baixa) – de 100/60mmHg (vê-se principalmente o estado do paciente). Frequência Respiratória (FR): É caracterizado pelos movimentos respiratórios do paciente. Em pes-soas adultas considera-se: 1. Taquipneia – acima de 20 respirações por mi- nuto; 2. Eupneia (normal) – de 16 a 20 respirações por minuto; 3. Bradipneia – abaixo de 16 respirações por mi- nuto; 4. Dispneia – respiração ampla e quase sempre desconfortáveis para o paciente; 5. Apneia – parada da respiração. 6. Ortopneia - dificuldade para respirar na posição deitada, o que obriga o paciente a ficar sentado ou semissentado Valores de referência: ❖ Recém-nascidos 40 a 45 irpm ❖ Lactentes 25 a 35 irpm ❖ Pré-escolares 20 a 35 irpm ❖ Escolares 18 a 35 irpm ❖ Adultos 12 a 20 irpm Choques: ❖ Choque hipovolemico: hemorragias, diarreia, vomitos, queimaduras, cetoacidose diabetica, ileo paralitico, pancreatite aguda, infarto agudo do miocardio, miocardite, arritmias, tamponamento cardiaco, insolacao (hot syndrome) ❖ Choque septico: infeccoes em qualquer regiao, principalmente por gram-negativos, tratamento com imunossupressores, quimioterapicos, pulsoterapia ❖ Choque anafilatico: picada de insetos, medicamentos, alimentos ❖ Choque neurogenico: lesoes do SNC, trauma raquimedular, bloqueio anestesico. Dor: É uma desagradável experiência sensorial e emocional associada a uma lesão tecidual já exis- tente ou potencial, ou relatada como se a lesão existisse. 1. Dor aguda – é uma importantíssima modalidade sensorial, desempenhando, entre outros, o papel de alerta, comunicando ao cérebro que algo está errado. Acompanha-se de manifestações neurovegetativas e desaparece com a remoção do fator causal e resolução do processo patológico. 2. Dor crônica – é a que persiste por um período superior àquele necessário para a cura de um processe mórbido ou aquela associada a afec-ções crônicas (câncer, artrite, reumatoide, alte-rações degenerativas da coluna) ou, ainda, a decorrente de lesão do sistema nervoso. Não tem qualquer função de alerta e determina acentuado estresse, sofrimento e perda na qua-lidade de vida. 3. Localização – Refere-se à região onde o pa- ciente sente dor. Descrições como “dor na vesí- cula” carecem de valor semiótico e devem ser desencorajadas, pois dependem da imagem corporal que o paciente tem, a qual pode ser completamente equivocada. 4. Fatores atenuantes –como algumas funções orgânicas, posturas ou atitudes que resguardam a estrutura ou órgão onde este é originada, distração, ambientes apropriados, medicamentos, fisioterapia, acupuntura, bloqueios anestésicos e procedi-mentos cirúrgicos. 5. Fatores desencadeantes ou agravadores –São exemplos: os alimentos ácidos e picantes, bebida alcoólica, cigarro, luminosi-dade excessiva, entre outros. 6. Intensidade – É um componente extremamente relevante da dor. Resulta da interpretação global dos aspectos sensoriais, emocionais e culturais. Determina o grau (leve, moderado, intenso) ou uma escala de 0 a 10 de interferência da dor no estado físico, mental do paciente. 7. Qualidade – Para que seja definida a qualidade ou o caráter da dor, o paciente é solicitado a descrevê-la ou dizer que tipo de sensação e emoção ela lhe traz. Tempo de sangria: indicada para contagem de plaquetas e funcionalidade da hemostasia ❖ Normal: 1 a 3min ❖ Alterado: superior a 3 min Hematócrito: indica a % de células vermelhas ❖ Homem: normal entre 42 e 64% ❖ Mulher: normal entre 36 e 46% Gasometria: ❖ PH: (acidose) 7,35 a 7,45 (alcalose) ❖ Pressão parcial de CO2: (alcalose) 35 a 45 (acidose) ❖ HCO3 (bicarbonato): (acidose) 22 a 26 (alcalose) EXAME FÍSICO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR: ✓ Inspeção e Palpação No sistema cardiovascular a inspeção e a palpação são realizadas simultaneamente. Os parâmetros avaliados são: -Abaulamentos: Normalmente, são provocados por hipertrofia do ventrículo direito, já que é este que constitui a faceanterior do coração, a qual se projeta na caixa torácica. São mais frequentes em crianças e devem ser analisados de frente – com o examinador junto aos pés do paciente deitado e tangencialmente –examinador em pé do lado direito do paciente. Abaulamento desta região pode indicar a ocorrência de aneurisma da aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico e alterações da própria caixa torácica. -Ictus cordis: O ictus cordis representa a projeção do ápice do coração na caixa torácica, a sua localização varia de acordo com o biótipo do paciente: -Mediolíneos: No cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com o 5 espaço intercostal; -Brevilíneos:desloca-se aproximadamente 2 em para fora e para cima, situando-se no 4espaço intercostal -Longilíneos: costuma estar no 6 espaço, 1 ou 2 em para dentro da linha hemiclavicular. O deslocamento do ictus cordis indica dilatação e/ ou hipertrofia do ventrículo esquerdo, como ocorre na estenose aórtica, insuficiência aórtica, insuficiência mitral, hipertensão arterial, miocardiosclerose, miocardiopatias e algumas cardiopatias congênitas. Ele é avaliado por diversas perspectivas, as quais são: -Extensão: quantas polpas digitais são necessárias para cobri-lo. Normal: 1 ou 2. -Mobilidade: marca-se o ictus do paciente em decúbito dorsal e depois em decúbitos laterais, direito e esquerdo, normalmente ele se desloca 1 ou 2 cm para os lados na mudança de posição. -Intensidade: avalia-se a “força” do ictus cordis sobre a palma da mão do examinador. Isso é bem variável de paciente para paciente, no entanto na hipertrofia ventricular esquerda é onde se encontra o ictus cordus mais intenso. Fala-se em ictus cordis difuso quando sua área corresponde a 3 ou mais polpas digitais; e ictus cordis propulsivo, quando a mão que o palpa é levantada a cada contração, a primeira indicando dilatação e a segunda, hipertrofia. -Frêmitos: São vibrações sentidas na caixa torácica, correspondentes á sopros. Ao encontrar- se um frêmito, 3 características precisam ser investigadas: -localização, usando-se como referência as áreas de ausculta; -situação no ciclo cardíaco, diferenciando-se, então, pela coincidência ou não com o ictus cordis ou o pulso carotídeo, os frêmitos sistólico, diastólico e sistodiastólico e -intensidade. Ausculta: O primeiro passo para a ausculta cardíaca é o reconhecimento dos focos e identificação das bulhas cardíacas. Focos: Foco Aórtico: localiza-se no segundo espaço intercostal direito, justoesternal (junto ao esterno). Foco Pulmonar: localiza-se no segundo espaço intercostal esquerdo, justoesternal. Foco Tricúspide: localiza-se na base do apêndice xifoide, levemente a esquerda (xifoide significa ponta da espada). Foco Mitral: localiza-se no ictus cordis (pontado coração), no quinto espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular. (Aproximadamente dois dedos abaixo do mamilo). Bulhas: B1: Corresponde ao fechamento das valvas atrioventriculares (Tricúspide e mital) na sístole,quando a pressão ventricular supera a atrial e força o fechamento. Ele é o TUM, um som mais grave e de maior duração. B2:Corresponde ao fechamento das valvas aórtica e pulmonar, no final da sístole, quando a pressão dos ventrículos fica menor do que os grandes vasos devido a ejeção do sangue por eles. Ele é o TÁ, um som mais agudo e de menor duração. Com isso, percebe-se que B1 inicia a sístole e B2 termina. B3: Ela é consequência da ejeção atrial, resultado da coluna de sangue que se concentrou nos átrios, se chocando com a parede dos ventrículos. É audível em algumas pessoas, principalmente jovens. Ela se encontra entre a B2 e a B1. B4: Não se tem uma definição ainda, mas encontra-se durante a contração atrial um pouco antes de iniciar a sístole. Débito e Ciclo Cardíaco: é a quantidade de sangue bombeado para a aorta a cada minuto (5L) pelo coração. Também é a quantidade de sangue que flui pela circulação. 𝐷𝐶= 𝑉𝑆× 𝐹𝐶 VS-Volume sistólico FC –Frequência cardíaca Sopro cardíacos: São gerados basicamente de duas formas, seja por uma mudança sanguínea, aumento da velocidade ou redução da viscosidade, seja por um problema valva, no qual ela não se abre ou não se fecha adequadamente. Se ela não se abre por completo, é denominado de estenose, no qual o sangue não flui perfeitamente pela valva o que faz com que o sangue se choque com as paredes do local. Já quando ela não se fecha por completo, é denominado de insuficiência, isso por que provoca uma regurgitação, deixa o sangue voltar. EXAME FÍSICO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO: Inspeção: Antes de se iniciar o exame físico do sistema respiratório é necessário que o médico já tenha realizado o exame físico geral, juntamente com a anamnese pois isso irá lhe ajudar a direcionar e detalhar o do sistema respiratório. A fase da inspeção é dividida em duas, a inspeção estática e a inspeção dinâmica. Na estática, observa-se a morfologia do tórax, a presença ou não de má formações, de cicatrizes ou lesões elementares, se esta é simétrica, difusas. Tipos de tórax: Este é o tórax normal. Sabe-se que este varia de acordo com o biótipo do paciente, cuja caracterização leva em conta a abertura do ângulo formado pelas últimas costelas (ângulo de Charpy). No normolíneo, o ângulo de Charpy é igual a 90°; no longilíneo, menor que 90°; e no brevilíneo, maior que 90°. Tórax Tonel ou Globoso pectus excavatum) Caracterizado pelo aumento do diâmetro antero-posterior, as costelas mais horizontais e abaulamento da coluna dorsal. Muito comum em pacientes com DPOC. Tórax escavado ou infundibuliforme Caracterizado por uma depressão na parte inferior do esterno. Geralmente tem causa congênita. Tórax cariniforme (pectus carinatum)Caracterizado pela elevação do esterno e por costelas mais horizontais. Também popularmente, chamado de peito de bombo/ave. Geralmente tem origem congênita, mas pode ser provocado por raquitismo na infância. Escoliose Caracterizado por um desvio para o lado da coluna vertebral, muito relacionado a má postura. Tórax Cifótico Caracterizado por uma deformação na coluna que forma gibosidade, “cupim”, pode ter origem congênita ou ser adquirida, por mal postura, tuberculose óssea, osteomielite ou neoplasia. Já na dinâmica, é observado os movimentos da caixa torácica. Para isso, é necessário se ater aos padrões de respiração, os quais podem ser de origem abdominal, torácica ou mista. Ele varia de acordo com a postura, sentado e em pé tende a ser torácico e deitado, abdominal. Outro fator importante a ser analisador é em relação ao esforço respiratório que o paciente está tendo, e isso é possível pela observação da utilização dos músculos respiratórios acessórios (esternocleidomastoideo e escaleno). A observação do tipo respiratório tem importância no diagnóstico da fadiga e da paralisia diafragmática, condições em que a parede abdominal tende a se retrair na inspiração, ao contrário do que ocorre na respiração diafragmática normal. Outro parâmetro a ser analisado é o ritmo respiratório, o qual possui três características: frequência, profundidade e regularidade, então variações em qualquer um desses quesitos indica uma anormalidade. Existem alguns tipos típicos de ritmos respiratórios, que podem ser observados através dos seguintes gráficos: Tipos de Ritmos Normal: Com ondas equidistantes e iguais o que indica regularidade e tempo de inspiração igual ao de expiração. Bradipnéia: Respiração mais profundas e com pausas maiores. Taquipneia: Respiração rápida e superficial Chayne-Stoke: É um ritmo no qual há um aumento gradativo da profundidade seguido de apneia. As causas mais frequentes deste tipo de respiração são a insuficiência cardíaca, a hipertensão intracraniana, os acidentes vasculares cerebrais e os traumatismos cranioencefálicos. Biot: O interessante dessa respiração é que ela justamente não tem um padrão. Relacionada há um grande comprometimento do comando respiratório cerebral. Suspirosa: uma respiração normal que em alguns momentos ocorre incursões mais profundas Kussmaul: É uma taquipneia profunda. Característica de acidose, principalmente a diabética. Em alguns pacientes, quando há obstrução brônquica, o parênquima correspondente àquele brônquio entra em colapso e a pressão negativa daquela área torna-se ainda maior, provocando assim a retração dos espaços intercostais, o que é visível e denominado de tiragem. Palpação A palpação do tórax tem três objetivos: verificar a presença de sensibilidade dolorosa, expansibilidade e frêmitos toraco-vocal. Sensibilidade Momento no qual vai ser analisado a sensibilidade dolorosa do paciente, palpação dos linfonodos também é importante para suspeita de algumas patologias. Expansibilidade Serve para analisar a amplitude e principalmente a simetria entre os hemitorax Durante uma respiração profunda do paciente você observa se os dedos de afastam ou se aproximam de forma simétrica. Frêmito toraco-vocal Frêmito é uma vibração percebida por meio da palpação, ela representa a vibração provocada pela passagem do som através da caixa torácica. No exame físico é um parâmetro importante porque suas alterações podem indicar algumas patologias. Por exemplo, quando está aumentado é indicativo delíquido nos pulmões, umapneumonia lobar, já que o som se propaga melhor no líquido. Já no caso de diminuição ou desaparecimento dos frêmitos é indicativo de derrame pleural, porque houve afastamento das pleuras e assim impossibilita a passagem da vibração. Para se sentir melhor os frêmitos, pede-se para o paciente repetir a palavra “trinta e três”. Percussão Técnica do exame físico geral na qual apoia-se um dedo médio isoladamente sobra a área percutida, enquanto o dedo médio da outra mão realiza golpes rápidos-utilizando a articulação do punho e não do antebraço –sobre as falanges distais do dedo repousado. (É meio confuso mais é isso, só vendo para entender mesmo) Esse processo serve para provocar uma onda sonora que irá fazer os tecidos abaixo da área percutida vibrar e também liberar um som, o qual é característico de cada tipo de tecido, logo se houver alteração no tipo específico daquele tecido será indicativo de determinadas patologias. A percussão do tóraxé realizada na face posterior de cima para baixo, simetricamente, comparando os dois hemitorax e entre as costelas. Os sons obtidos serão: -Som claro pulmonar: Caso o pulmão esteja integro, ou seja, preenchido de ar. -Maciço: Se tiver preenchido, seja líquido ou sólido. -Timpânico: Caso o parênquima pulmonar esteja comprometido, como em um enfisema pulmonar, o volume de ar será maior que o normal, provocando um som ainda mais alto. Ausculta A ausculta é o método semiológico básico no exame físico dos pulmões. Utilizando o estetoscópio será possível analisar os sons produzidos e diferencia-los de fisiológico e patológico. Devido a diferença na resistência á passagem de ar, das vias condutoras respiratórios, os sons auscultados também serão diferentes, existem três tipos de sons fisiológicos: -Brônquico: Ele é auscultado na região do manúbrio esternal, corresponde a passagem do som pelos brônquios principais e traqueia, por essa área representar uma grande resistência o som aqui é bem intenso e claro. A expiração é mais longa que a inspiração. -Murmúrio vesicular: Ouvindo em quase todo o tórax, mas mais presente na periferia pulmonar provocado pela passagem de ar pelos bronquíolos, logo é menos intenso e mais abafado. A inspiração é mais intensa e mais longa que a expiração. -Broncovesicular: É na verdade um som intermediário entre os dois supracitados, onde os sons expiratórios e inspiratórios possuem praticamente a mesma duração. Já quando se trata de sons patológicos são divididos em três tipos de grupos sonoros: -Estertores: São sons descontínuos, decorrentes de anormalidades pulmonares,como a fibrose, ou das vias respiratórias, como a bronquite. São dividido em finos –os creptos, que se assemelha aos sons produzidos pelo atrito de cabelos perto do ouvido, e não se alteram com a tosse –e grosseiros –também denominados de bolhosos que são mais duradouros e graves. Os outros dois são contínuos, ou seja, permanecem durante todo o ciclo respiratório, apesar de serem mais audíveisna expiração. -Roncos: Os quais sugerem secreções na vias aéreas e são bem mais graves -Sibilos: São decorrentes do estreitamento das vias respiratórias, sendo mais agudos. Quando provocados por enfermidades que comprometem a árvore brônquica, como acontece na asma e na bronquite. Quando os sibilos são localizados em determinada região, indicam semiobstrução por neoplasia ou corpo estranho.
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