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UNIDADE I VÍDEO E REDES SOCIAIS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM 2 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Edição, revisão e diagramação: Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD _____________________________________________________________________ Cavalcanti, Eduardo. Vídeo e Redes Sociais no Processo de Ensino Aprendizagem: Unidade 1 Recife: Grupo Ser Educacional, 2019. ____________________________________________________________________ Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 3 Sumário orientaçõeS da diSciplina .................................................................................. 4 aS tecnoloGiaS diGitaiS como inStrumentoS culturaiS de aprendiZaGem ........................................................................................................... 5 cultura de convergência ................................................................................................................... 6 ciberespaço ......................................................................................................................................... 8 a dialogicidade ................................................................................................................................... 9 cultura selfie ........................................................................................................................................ 12 a noVa BaSe nacional comum curricular ................................................ 14 4 VÍdeo e redeS SociaiS no proceSSo de enSino aprendiZaGem unidade 1 orientaçõeS da diSciplina Seja bem-vindo (a) a disciplina Vídeos e Redes Sociais no processo Ensino Aprendizagem, prezado (a) aluno (a)! Nesta disciplina, falaremos um pouco sobre a evolução dos recursos tecnológicos aplicáveis a educação, mas também, sobre o uso desses elementos tecnológicos nas relações sociais. Atualmente, o Brasil possui mais de um celular por habitante e, até 2018 já eram mais de 220 milhões smartphones. Esses aparelhos já fazem parte do dia a dia da população e são utilizados para uma série de atividades, como diversão, trabalho e educação. Esses portáteis equipamentos multimídia criaram uma demanda cada vez maior por conteúdo e permitem uma relação mais próxima e individualizada com o seu consumo. Se a TV era um centro de entretenimento ao redor do qual se reunia toda a família, o celular é um equipamento individual que atende aos anseios e necessidades do seu dono ou usuário. O celular também tem seu papel reforçado ao ser a principal porta de conexão com a internet, especialmente no Brasil, sendo assim, ele também é um dos principais parceiros das redes sociais, onde o brasileiro já passa diariamente, em média, mais de três horas. Neste cenário, a educação não poderia deixar de se apropriar destes recursos para mediar o processo de ensino e aprendizagem, seja no ambiente formal, seja no ambiente informal. Para trabalhar melhor esses outros temas, organizamos a disciplina em quatro unidades, listadas abaixo, e oferecemos, para a construção do conhecimento, um livro-texto, quatro guias de estudo, um conjunto de vídeo aulas, duas webconferências e uma série de atividades dentro do ambiente virtual de aprendizagem. Unidade 1 ü As tecnologias digitais como instrumentos culturais de aprendizagem. ü Sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem. Unidade 2 ü Planejamento, produção e compartilhamento de vídeos para ensino-aprendizagem. Unidade 3 ü A sociedade em rede. ü A cultura no ciberespaço e nas cidades via mediação digital, pelas tecnologias da informa- ção e comunicação (TIC). 5 Unidade 4 ü Connective Learning ü As redes sociais e sua influência na construção do saber ü Edmodo ü Google classroom ü Socretive palaVraS do profeSSor Vamos começar nossos estudos, caro (a) estudante? Nesta unidade estudaremos saberes e práticas na sociedade midiatizada através do entendimento das tecnologias digitais, como instrumentos culturais de aprendizagem e o da Sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem. Essa unidade traz conceitos e características da cultura da convergência e mostrará como se manifesta a inteligência coletiva. Considerando as tecnologias digitais como instrumentos culturais de aprendizagem na sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem e os saberes e práticas na sociedade midiatizada. Quando você finalizar a unidade 1, entenderá como a sociedade tornou-se midiatizada, bem como as tecnologias digitais tornaram-se instrumentos culturais de aprendizagem. Por fim, saiba que essa unidade pretende guiar você a uma reflexão prática sobre os conceitos aqui apresentados. Vamos lá?! aS tecnoloGiaS diGitaiS como inStrumentoS culturaiS de aprendiZaGem Você já pensou que a maneira como as pessoas aprendiam na década de 1990, não é igual ao modo como elas aprendem hoje? Não é verdade? Pois bem, mudanças significativas ocorreram nesse intervalo, tornando a sociedade interligada como resultado da consolidação da internet, a popularização dos celulares e o surgimento das redes sociais. E todas essas mudanças refletiram como a sociedade vive hoje, sendo ela mais rápida na aquisição da informação, trazendo o desafio de transformar os fundamentos do processo de ensino/aprendizagem. Na sociedade atual, a cultura da convergência é a melhor expressão da comunicação e da interatividade. 6 Cultura da convergência é um fenômeno da pós-modernidade, definida como uma representação cultural da relação entre a forma como procuramos informações e as produzimos e representa a transformação cultural, à medida que consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos de mídia dispersos. A cultura de convergência se apropria do ciberespaço, no qual observamos experiências imbricadas e imersas numa cultura participativa que nos orienta numa relação bem mais autônoma e criativa. Em que cada meio faz o que faz de melhor, construindo uma rede de consumo de informação, produto e serviço denominado de Narrativa Transmídia. Nesse universo, é comum que as tecnologias da inteligência funcionem como artefatos, remodelando comportamentos, nossas capacidades de comunicação e gestão da informação. A inteligência coletiva, destacada por Paulo Freire, carrega consigo características essenciais de uma sociedade cada vez mais imersa em tecnologias digitais e cunhada no saber distribuído. Gravamos, filmamos, fotografamos e modelamos nossas ações por meio de uma linguagem interativa e tecnológica, basta perceber o smartphone que representa o melhor dispositivo da sociedade conectada e da cultura selfie. Nessa perspectiva, a relação com o saber deve ser compreendida como um axioma. Ninguém sabe tudo; da mesma maneira, todos sabem alguma coisa, o que nos leva a pensar que a construção dos saberes sociais, bem como sua manutenção, se constitui em rede. cultura de convergência Cultura de convergência refere-se ao fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam. Segundo Henry Jenkins, em seu livro Cultura da Convergência, publicado em 2009 pela Editora Aleph, este conceito teria ganhado repercussão depois que uma montagem criada pelo estudante secundarista filipino-americano Dino Ignário, utilizando o aplicativo Photoshop, ter aparecido numa transmissão da CNN durante a cobertura de protestos antiamericanos logoapós o 11 de setembro. A imagem mostrava o personagem Beto, do Vila Sésamo, interagindo com o terrorista Osama Bin Laden e foi utilizada por um editor de Bangladesh, que encontrou a foto, quando procurava na internet imagens de Bin Laden para produzir cartazes para o protesto e não reconheceu o personagem infantil, apenas acreditando que a foto era uma boa representação do líder da Al-Qaeda. A trajetória desta foto que percorreu em diversas redes e diversos meios de comunicação, chegou a desencadear uma controvérsia internacional, e tudo começou no quarto de Dino. Pense nas redes as quais as imagens de “Beto é do Mal” viajaram da Vila Sésamo ao Photoshop, além da rede mundial de computadores, oriundas do quarto de Ignacio para uma gráfica em Bangladesh, cujos pôsteres foram empunhados por manifestantes antiamericanos e capturados pela CNN às salas das pessoas ao redor do mundo. Toda essa divulgação dependeu de estratégias empresariais, como a adaptação de Vila Sésamo ou a cobertura global da CNN. Parte da circulação dependeu da tática de 7 apropriação popular, seja na América do Norte ou no Oriente Médio. Essa circulação do conteúdo, por diversas mídias, hoje pode depender apenas dos usuários dessas redes. Nesse sentido, “a cultura de convergência pode ser entendida como uma transformação cultural, à medida que consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos de mídia dispersos”. (JENKINS, 2009) Se no passado os geradores e difusores de conteúdo eram apenas os membros da mídia formal e as ditas celebridades, hoje qualquer indivíduo pode lançar uma informação na rede e fazê-la propagar para todo o planeta, de forma rápida e direta, sem a interferência dos veículos tradicionais. ViSite a páGina Para conhecer a história completa desta imagem, a dica é conferir o livro Cultura da Convergência, de Henry Jenkins. LINK dica Vale lembrar que existe diferença entre o conhecimento compartilhado e inteligência coletiva. O conhecimento compartilhado nada mais é que informações tidas como verdadeiras e conhecidas pelo grupo inteiro. Já inteligência coletiva é definida como a soma total de informações retidas individualmente pelos membros do grupo e que podem ser acessadas em resposta a uma pergunta específica. Veja o VÍdeo! Assista ao vídeo - Cultura de convergência: 5 Conceitos de Henry Jenkins, com duração de cinco minutos e quarenta e um segundos, do MC Kekel. Prepare-se porque o vídeo é criativo! LINK http://www2.eca.usp.br/Ciencias.Linguagem/L3JenkinsConvergencia.pdf https://youtu.be/kh95chIbryk 8 ciberespaço Ciberespaço é todo espaço virtual no qual acontecem as interações das relações digitais. O termo foi referenciado pela primeira vez pelo escritor de ficção científica Willian Gibson em 1984, em seu livro Neuromancer. No livro, o autor trata de um engendramento de um conjunto de tecnologias, que estaria de tal forma arraigada na sociedade humana, resultando na mudança das estruturas, nos princípios da sociedade e até mesmo do próprio homem. Com a criação da definição foi possível listar as principais mudanças envolvidas na aglutinação do ciberespaço, sendo elas: a) Mudança da tecnologia da informática: a tela do computador não é espaço de irradiação, mas ambiente de adrentamento e manipulação com janelas móveis e abertas a múltiplas conexões; b) Mudança na esfera social: um novo espectador menos passivo à mensagem menos aberta a sua intervenção. Ele aprendeu com o joystick do videogame, com mouse do computador e agora aprende com o smartphone, o que significa um emergente espectador. c) Mudança no cenário comunicacional: ocorreu a mudança da lógica da distribuição de conteúdo (transmissão) para a lógica da comunicação (interatividade). Isso resulta na mudança da forma como se acessa a informação, que em seu esquema clássico da comunicação baseado em emissor-mensagem- receptor. Saiba que todas essas mudanças provocaram uma “revolução” na forma de se conectar, comunicar e acessar a informação, isso quer dizer que a cultura digital quebrou a sociedade industrial transformando-a em uma sociedade em rede, não é verdade? Quando se pensa nas mudanças ocorridas pela revolução digital, pode imaginar, de maneira mais ampla, em uma sociedade sem dono. Ou seja, o controle do ciberespaço acontece através dos servidores que interligam a internet e controlam a privacidade de seus usuários por meio de tecnologias de rastreamento de dados e controle de fluxo de sites para conhecer as preferências e tendências de uso da informação de seus internautas. leitura complementar Para enriquecer seu conhecimento sobre o tema ciberespaço, indicamos o link a seguir. Trata-se do artigo: LIBERDADE E CONTROLE NO CIBERESPAÇO: UMA ANÁLISE DO MARCO CIVIL DA INTERNET E DO GOVERNO ELETRÔNICO. LINK https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciberespa%C3%A7o http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=1f9caf93105becc0 9 para refletir Agora faça a leitura do seu livro texto 3-7 e perceba a reflexão que trata da Dialogicidade. Em especial, olhe com carinho sobre a teoria defendida por Paulo Freire em 1987, que acaba sendo levada ao contexto atual da sociedade midiatizada no contexto do ensino-aprendizagem. a dialogicidade “Façam silêncio!” “Aluno bom é aluno calado e quieto” “Turma boa é aquela que deixa o professor dar aula em paz” “Professor bom é aquele que tem moral, ou seja, se impõe como figura de autoridade” Durante muitos anos perpetuamos esses jargões em nossas salas de aula e que o silêncio era o melhor meio de garantir a aprendizagem. Esse paradigma vem sendo quebrado, apesar de ainda ser prática em algumas salas de aula em diferentes regiões do Brasil. Na obra Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire afirma que o diálogo é essencial ao processo de ensino- aprendizagem. Através do uso da palavra que é possível promover a movimentação e interpenetrar outras palavras e no ir e vir das falas vivas, promover o encontro dos seres que se dispõem a falar, ouvir, escutar, que se daria, por excelência o ensino-aprendizagem, a educação. A Educação só tem sentido como dialogicidade, como encontro de falas que gera vida comum, convivência, harmonia na alteridade, entendimento entre seres diversos. O diálogo pode ser demonstrando a partir da capacidade dialética e dialógica dos seres humanos na construção de conceitos e na compreensão de questões indispensáveis para a vida. Outra característica fundamental do diálogo é a persistência e a paciência, evitando que se avance nas discussões quando ainda houver algum ponto da questão pouco claro para alguém. Ao tratar o diálogo, Sócrates parte sempre do concreto ao abstrato, validando a ideia de que os argumentos devem se sustentar em exemplos palpáveis e sólidos. Nesse tipo de ação o papel do moderador (professor) é ajudar no processo de clarificação e justificação de diferentes posições, sem arbitrariedades. O objetivo do diálogo socrático é promover o pensamento autônomo e crítico dos cidadãos. Guarde eSSa ideia! Mas como as mídias sociais estão inseridas na perspectiva da teoria freiriana da dialogicidade? Como um conceito estabelecido na década de 1987, torna-se tão atual? 10 Para a professora Maria de Jesus dos Santos, em artigo publicado em 2014, “Mesmo na pós-modernidade, Freire defende uma proposta político-pedagógica, em que educandos e educadores constroem e reconstroem o conhecimento mediatizados pelo mundo vivido, ou seja, seu referencial epistemológico advém de um processo de construção dialético e possui como objetivo prático a transformação da sociedade, o estabelecimento da justiça, da democracia e da igualdade.” Com o aumento do uso das tecnologias na educação, as mídias sociais passaram a ser um espaço constantemente utilizado para aquisição de informação, troca e diálogo sobre temas atuais e até mesmo polêmicos. A famosa Live tem auxiliado na construção de redes de difusão e diálogos de conteúdos no ambiente virtual. A Live éuma forma de audiência gravada e distribuída ao vivo pelas redes sociais (Facebook, Instagram, YouTube, entre outros), sendo o Instagram um dos maiores canais de propagação desse modelo. No entanto, o fato de você realizar uma live, não quer dizer que esteja acontecendo um aprendizado, pois, segundo defendido por Sócrates e a própria visão freiriana, necessita-se do diálogo para que a teoria da inteligência coletiva seja aplicada. Mas o que é inteligência coletiva? É um tipo de inteligência compartilhada e criada pela colaboração entre os sujeitos de uma sociedade. Ela é distribuída e dinâmica e mobiliza competências numa metamorfose de aprendizado constante entre os sujeitos. Essa dialogicidade na construção da inteligência coletiva, ela é essencial quando aplicada em sala de aula, então, nesse sentido, o professor deverá ser o interlocutor, o filtro entre o ambiente virtual e o estudante. O desafio da geração Y está em saber lidar com excesso de informação e por este motivo são constantemente bombardeados de maneira superficial, acreditando nos conteúdos divulgados nas mídias sociais. O problema desse compartilhamento de informação é que geralmente o estudante não faz uma pesquisa mais aprofundada, ou mesmo, filtra a informação; consequentemente, ele muitas vezes apenas repete a informação que recebeu. Nesse aspecto, cabe ao professor ser o filtro quando essas informações são trazidas para sala de aula, promovendo o diálogo e a curiosidade em se aprofundar mais sobre o assunto. Isso vem bem na corrente de Freire, onde a aprendizagem acontece quando o professor cria possibilidades para produção e construção. O perfil dos jovens de hoje pode ser definido como jovens com experiências de alienação e isolamento, que se apresentam cada vez mais calados como reflexo do uso excessivo das redes sociais. Segundo Gadamer, esse é um dos problemas do diálogo na pós-modernidade, ou seja, para o estudioso é para trazer esse diálogo para sala de aula, uma vez que os alunos parecem desconectados do meio físico, parece uma quebra de paradigma para o professor. Essa geração já dominada pelos ambientes cibernéticos e virtuais, vivenciando novos contextos de diálogos trazem algumas reflexões: ü Estar conectado é dialogar? ü Estar conectado irá nos fazer perder a fala? ü O que ocorre no mundo virtual é conversa? Já estaríamos conversando sem falar? ü Isso ainda é diálogo? ü O que você pensa sobre isso?? 11 leitura complementar Aproveite outro conteúdo que indicamos para você, estimado (a) aluno! A DIALOGICIDADE NO PENSAMENTO DE PAULO FREIRE E DE HANS GEORG GADAMER E IMPLICAÇÕES NA CULTURA ESCOLAR BRASILEIRA. LINK Boa leitura! praticando Vamos colocar em prática? Dialogicidade é o sujeito “ter voz e vez”, em ambientes pedagógicos é uma possibilidade de os sujeitos se apropriarem de algum tipo de poder, o que pode ocorrer em consequência da efetividade da dialogicidade. Vamos pôr em prática esse diálogo através de uma atividade pedagógica? Então, siga as instruções: 1. Em sua sala de aula, divida a classe em pequenos grupos de 5 a 6 indivíduos. Pegue a temática da aula anterior e coloque como desafio para cada grupo, para eles discutirem sobre um dos tópicos da aula. Esse tópico deverá ser entregue no formato de pergunta. 2. Divida os grupos em duas categorias: A) grupo onde os alunos irão dialogar entre si oralmente, e B) grupo onde os alunos só poderão dialogar através de uma rede social, através da escrita. No segundo caso, sugerimos o uso do WhatsApp ou Instagram. Regras da atividade: § Esse diálogo é uma investigação em grupo orientada pelo professor que não irá interferir no con- teúdo do diálogo, agindo como interlocutor; § O interlocutor ao final do tempo deverá verificar se o objetivo de responder a uma pergunta defi- nida para cada grupo foi apresentada da forma mais rigorosa e justificada possível; § Inicia pela pergunta geral, clara e bem formulada, sugerida pelo moderador, pelo interlocutor ou pelo grupo; § Pode considerar experiências pessoais e solicita-se aos participantes relatos breves de experiên- cias pessoais relevantes para a pergunta. § Deverá ocorrer a análise em que se escolhe uma dessas experiências para avaliar. § Deve haver clareza, brevidade e concisão e, http://www.ojs.ufpi.br/index.php/pet/article/view/3271/2225 12 § Quem estiver envolvido no diálogo não pode concentrar-se apenas nos seus pensamentos, mas, ao contrário, deve ouvir e procurar compreender totalmente as ideias e argumentos dos outros. § Para os alunos que irão utilizar a mídia social, pedir para eles fazerem print’s das principais dis- cussões do grupo e apresentar na hora da socialização. 3. Ao final, o professor deverá fazer uma avaliação em relação aos seguintes aspectos: Para os alunos: avaliar os grupos através da oralidade nas respostas, e os grupos que utilizaram as redes sociais, avaliar a escrita e construção dos argumentos apresentados nos prints das conversas. Os objetivos de aprendizagem aos grupos foram cumpridos nos diferentes grupos? As regras foram cumpridas pelos participantes? Houve diálogo independente da forma como ela ocorreu? Passada essa experiência em sala de aula, você é capaz de me responder se as questões elencadas por Gadamer fazem sentido? De fato, as mídias sociais impedem o diálogo entre os participantes? A qualidade da expressão comunicativa em uma rede de relacionamento coloca os sujeitos na condição de protagonistas, pois é a partir das trocas autônomas e coparticipativas que novos saberes são constituídos. Para Freire, o ato de dialogar envolve muito mais do que a emissão e recepção de informações. Em essência, isso quer dizer que somos coautores num universo inteligente e coletivo no qual precisamos assumir papéis e interagir por diversos canais e mídias. Sem a compreensão crítica de uso desses canais e de quem somos no mundo, ficamos subjugados a meros receptores, reprodutores de opinião e reféns dos meios de comunicação. cultura selfie A cultura selfie é a mais recorrente expressão individual do ciberespaço. O termo “selfie” ficou conhecido no início de 2013, impulsionado por uma série de artigos que apontam o dedo na auto-fotografia conectada. Á época referia-se ao narcisismo de jovens entusiastas da rede social, com base em empréstimos em obras psicológicas populares e no questionamento moral do papel da imagem nas sociedades modernas. Hoje, a cultura selfie pode ser empregada mais além, trata-se da influência desses mesmos jovens nas redes sociais onde passam a ser protagonistas, criadores, reprodutores, porta-vozes da informação. No último trimestre de 2014, o número de assinaturas de telefonia inteligente em todo o mundo cresceu mais de 20% em mercados subpenetrado tais como: China, Índia, Indonésia, Brasil e Rússia. E você deve estar se perguntando o que essas pessoas andam fazendo com esses celulares? 13 Segundo os dados do Google para o ano de 2014, mais de 93 milhões selfies são postadas por dia apenas em Android. Eles constroem suas próprias narrativas e concebem a coautoria como parte do seu dia a dia e também são responsáveis por provocarem mudança. Um pequeno vídeo editado no celular pode percorrer o mundo em minutos e transformar uma brincadeira em tragédia. Da mesma forma, conseguem ganhar a opinião pública para uma causa social, criando assim os tão conhecidos videomakers, blogueiros e produtores de conteúdos virtuais, que surgiram de um dia para o outro tornando-se representantes de uma nova tendência. para peSquiSar Agora faça a leitura do seu livro texto 5-7 e perceba a reflexão que trata do uso das selfies nas redes sociais. Atente em refletir como as redes sociais são essenciais nesse processo de acesso à informação e no ensino-aprendizagem. leitura complementar What Does the Selfie Say? LINK praticando Vamos colocar em prática? Desta vez um estudo de caso. Veja o exemplo a seguir: Esse estudo de caso se baseia no artigo “Girlpower and ‘selfie humanitarianism´” publicado em 2015 no Journal od media & Cultural Studies. Nesse artigo, Offra Kofman e colaboradores mostraram como o uso das selfies pode ser utilizada em campanhas humanitárias e para o desenvolvimento global contemporâneo. Na ocasião eles visavam trabalhar a questão do empoderamento feminino através do caso de grande repercussão de campanhas em torno de Malala, Chime for Change e o empoderamento feminino. Na ocasião, artistas e marcas famosas como Beyoncé e Gucci aderiram à campanha que resultou em milhares de dólares para estimular o empoderamento feminino. Pensando nesta ação, e supondo que você é o responsável pelo projeto, qual o próximo passo que você propõe para que a temática continue em evidência, sem cair em um “lugar comum”? https://ijoc.org/index.php/ijoc/article/viewFile/4067/1387 14 Na construção da sua proposta, descreva um plano de ação estratégico, indicando o tipo de uso da rede social, as ações específicas propostas, os resultados esperados e o prazo para uma nova avaliação do processo. Outro exemplo... Tomando como exemplo o case apresentado, vamos voltar a reflexão para a realidade do professor em sua sala de aula, ou no dia a dia da sua escola. Nesse contexto, temos vários tópicos que poderiam ser utilizados para envolver e mobilizar pessoas, como por exemplo: uma campanha para ajudar a levar estu- dantes para a Olímpiada Brasileira de História, uma campanha para ajudar a realizar uma horta na escola ou ainda uma campanha anti-bullying. Várias são as situações e temáticas que você vive em seu cotidiano escolar que poderá envolver seus alunos e os participantes de sua rede social. Nesse estudo de caso, você deverá em equipe criar uma temática para ser trabalhada em sua rede so- cial que aplique o conceito da cultura selfie em uma temática escolar. Podem ser usados temáticas não humanitárias e conteudistas da sua disciplina. Por exemplo, se você é professor de biologia, falar sobre crimes ambientais como o rompimento das barragens em Brumadinho em janeiro de 2019, e se professor de matemática, falar como os números se expressam na música. O importante desse case é você criar através de selfies uma história para ser vendida aos seus seguidores, que seja imbuída de significado. a noVa BaSe nacional comum curricular Segundo a introdução da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ela é definida como sendo “uma norma que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE)”. Ela foi construída seguindo os fundamentos das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação básica e aprovada pelo Conselho Nacional de Educação em dezembro de 2018. Com esta nova normativa, uma das competências a ser construída com os alunos dos diferentes níveis é que eles consigam compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas escolares. O uso dessas tecnologias estará voltado para que os alunos se alfabetizem digitalmente, que eles possam se comunicar por meio das diferentes linguagens e mídias, produzam conhecimentos, resolvam problemas e desenvolvam projetos autorais e coletivos. É fácil perceber que o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) democratizaram- se de tal modo que podemos falar que uma sociedade não apenas de informações e conhecimentos compartilhados, mas de múltiplas possibilidades de aprendizados compartilhados, não é verdade? 15 Nessa perspectiva, o papel das instituições de ensino e do professor, já não podem se restringir à transmissão (or) de conteúdo. O perfil do aluno na sala de aula, mudou! As novas gerações são interativas, dialógicas, e portam uma nova racionalidade cognitiva em que o aprender se faz descentrado e difuso, consequentemente, são gerações competentes para acessar e processar um conjunto simultâneo de informações, conhecimentos e experiências. Na condição de aprendentes, circulam por espaços concretos e reais e também por meios e circuitos virtuais como: twitter, instagram, facebook, celulares e outros. Cabe ao professor se adaptar a esse novo perfil de aluno, bem como novos espaços de aprendizagem. Na nova BNCC as tecnologias além de ser uma competência a ser desenvolvida nos mais diferentes níveis educacionais, ela vem atrelada as habilidades que deverão ser trabalhadas com os estudantes nas diferentes ciências. Na perspectiva da BNCC, as habilidades não são desenvolvidas de forma genérica e descontextualizadas, mas são trabalhadas por meio de leitura de textos, situações problemas e contextualização sobre os diversos campos da atividade humana. Veja o VÍdeo! Assista ao vídeo: As dez competências da BNCC, com duração de aproximadamente de seis minutos: LINK leitura complementar LINK https://youtu.be/pq0ieMDrHr8?t=3 http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf 16 Por fim, mostraremos o último estudo de caso... Uma professora de português do 5º ano tentando adequar suas aulas às regras da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), começou a montar seu plano de aula pautado nas competências e habilidades que deverão ser desenvolvidas nos estudantes, segundo a tabela abaixo. Com base no quadro abaixo, elabore um plano de aula que garanta o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação nessa aula. Competência Habilidade Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais para expandir as formas de produzir sentidos (nos processos de compreensão e produção), aprender e refletir sobre o mundo e realizar diferentes projetos autorais. (EF15 LP01) Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa cotidianamente (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecendo para que foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam. Modelo de Plano de Aula PLANO DE AULA TEMA: OBJETIVOS GERAL ESPECÍFICOS CONTEÚDO METODOLOGIA AVALIAÇÃO 17 REFERÊNCIAS · Básica · Complementar palaVraS finaiS do profeSSor Querido (a) aluno (a), chegamos ao fim da nossa primeira unidade. Convido você para revisar o conteúdo, inclusive acompanhando as videoaulas disponíveis no seu ambiente virtual de aprendizagem, e também, a visitar a biblioteca para fazer leituras complementares. Fique atento (a) aos prazos dos exercícios e avaliações. Até a próxima unidade! referênciaS BiBlioGráficaS SANTOS, Maria de Jesus dos. A DIALOGICIDADE NO PENSAMENTO DE PAULO FREIRE E DE HANS GEORG GADAMER E IMPLICAÇÕES NA CULTURA ESCOLAR BRASILEIRA. Cadernos do PET Filosofia, Vol. 05, n. 10, jul-dez 2014. p.01-11 BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 29 abr. 2019 Brasil. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/ BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em 01 de maio de 2019 SENFT, Theresa M. e BAYM, Nancy K. WHAT DOES THE SELFIE SAY? International Journal of Communication 9 (2015) Disponível em: < https://ijoc.org/index.php/ijoc/article/viewFile/4067/1387>. Acesso em: 10 abr. 2019 JENKINS, Henry. CULTURA DA CONVERGÊNCIA – Editora Aleph; Edição: Nova Edição - Ampliada e atualizada (outubro de 2009) BRASIL. Lei no 12.965, Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 jul. 2014. LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. EISENBERG, José. Internet, democracia e República. Dados, v. 46, n. 3, p. 491-511, 2003. _GoBack Orientações da DisciplinaAS TECNOLOGIAS DIGITAIS COMO INSTRUMENTOS CULTURAIS DE APRENDIZAGEM Cultura de Convergência Ciberespaço A Dialogicidade Cultura selfie A NOVA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR