Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Educação das Relações Étnico-raciais UNIDADE 2 2 EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS UNIDADE 2 PARA INíCIO DE CONvERSA Olá, caro(a) aluno(a), como vai? Seja muito bem-vindo(a) a nossa unidade II do curso de graduação à distância – EAD da UNINASSAU. A disciplina Educação para Relações Étnico-Raciais trata de um assunto de extrema relevância para a construção do respeito à diversidade em nossa sociedade, e também do respeito e reconhecimento da importância das diferentes culturas que existem no Brasil. Mas, antes de começar, peço que você reflita sobre quais os motivos que nos levam a ter que estudar Educação para Relações Étnico-Raciais. Já parou para pensar? Alguns poderiam me responder que as questões raciais estão ligadas aos direitos hu- manos, mas nesse caso, indo mais longe, por que estudar e ensinar o respeito aos direitos humanos? Nesse processo da reflexão, gostaria que você pensasse na importância do respeito ao próximo e às diferenças. Gostaria também que pensasse no quanto isso pode influen- ciar no exercício da sua profissão, na prática da sua vida profissional, principalmen- te, tratando com educadores, no seu dia a dia de trabalho, na formação de cidadãos melhores e, consequentemente, de uma sociedade mais justa. PALAvRAS DO PROfESSOR Pessoalmente, posso afirmar que vejo os momentos em que discuto esses assuntos como oportunidades de mudar, ou melhorar, pelo menos um pouco a sociedade em que vivemos. Faz parte de acreditar no amanhã, ver nosso trabalho como um indutor de mudanças, não acha? É exatamente por cada um desses motivos que posso te afirmar que essa disciplina será fundamental para você, no exercício de sua profissão, e quem sabe na mudança de alguns pontos de vista. 3 DIREITOS HUMANOS Antes de tudo, como falei anteriormente, gostaria de esclarecer um pouco sobre Direitos Humanos. Mas, por que falar de direitos humanos ao tratar de relações étnico-raciais? Talvez por que a grande maioria das perseguições, massacres e genocídios da humanidade tenham ocor- rido, entre outros motivos, por questões ligadas ao preconceito quanto a alguma etnia ou raça. Vamos esclarecer o que significam Etnia e Raça? Etnia é um termo que trata de um grupo de indivíduos que compartilham tradições, conheci- mentos, língua e comportamento, entre outras características culturais. O termo Raça encontra-se normalmente ligado a fatores físicos, como: cor da pele, consti- tuição física, entre outros. Então, abordamos Direitos Humanos em nossa disciplina, pois creio que esse tema e as relações étni- co-raciais estão intrinsecamente ligados. Não existe tratar de Etnias, Raças, e Diversidade, sem antes lembrar que: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de cons- ciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. Querido(a) estudante, esse texto é o artigo nº 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organi- zação - DUDH da Organização das Nações Unidas – ONU. Essa declaração é um documento que marca a história dos direitos humanos e foi escrita por representantes de todas as regiões do mundo, tendo sido divulgada, em 10 de dezembro de 1948, como norma a ser observada, por todos os povos e nações, em busca do respeito mútuo e da igualdade entre os seres humanos. GUARDE ESSA IDEIA! Acredito que este é um dos textos mundiais mais importantes na construção de uma sociedade igualitária e justa. E que todas as pessoas deveriam, pelo menos uma vez na vida, refletir sobre a sua importância para o mundo. vISITE A PáGINA A Declaração Universal dos Direitos Humanos pode ser lida na integra no site a seguir: LINK Ao ler o texto, você poderá observar que nele existem 30 itens, todos de grande importância, mas gosta- ria de ressaltar e abordar aqui os dois artigos que acho fundamentais e que esclarecem o teor de nossa discussão. O artigo nº 1, já citado acima, e o de nº 2, que diz: http://www.dudh.org.br/wp-content/uploads/2014/12/dudh.pdf 4 Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. O artigo extingue, ou tenta extinguir, qualquer tipo de preconceito e discriminação, e estabelece que todos os direitos e liberdades devessem ser assegurados aos seres humanos, independente de qualquer diferenciação que possa existir entre estes. Ou seja, não importa sua raça, crença, religião, você merece ser respeitado em sua individualidade, sem nenhum tipo de segregação ou preconceito. Simples assim, não é caro(a) aluno(a)? E, indo um pouco mais longe, precisamos ter em mente que não deveríamos dar ao outro o que não dese- jamos que nos seja dado. Concorda? Mas será que isso é observado? Quais são os direitos estabelecidos e qual a abrangência desta declara- ção? Vamos em frente! HISTÓRIA DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO Prezado(a) aluno(a), falar de Direitos Humanos é difícil, pois para contar a história dos Direitos Humanos no mundo é necessário viajar no tempo e buscar os primórdios de nosso tempo, e, consequentemente, buscar entender e abordar as primeiras discussões quanto aos direitos dos seres humanos no mundo moderno. Lembrando, que o desrespeito ao próximo é um fato que está intrinsecamente ligado à história da huma- nidade. Mas, como essa discussão seria extremamente longa, vamos nos ater a fatos mais atuais. GUARDE ESSA IDEIA! Para falar de Direitos Humanos precisamos pensar em grande marcos da humanidade, para citar alguns podemos falar de escravidão, lembrando que a escravidão na Mauri- tânia só foi extinta em 1981, das perseguições políticas, como as que afligiram o Brasil durante a Ditadura Militar, das grandes guerras mundiais, que foram as principais pro- pulsoras da Declaração dos Direitos Humanos. Esses e outros fatos que são marcantes e foram os responsáveis pela construção da história como conhe- cemos hoje. E como os Direitos Humanos foram promulgados em decorrência das grandes guerras é preciso relembrar um pouco da história para entender o contexto político da época. Lembra que você já estudou isso? 5 Provavelmente na disciplina de história geral, você deve ter estudado as duas grandes guerras mundiais, não é mesmo? Relembrando... PARA RESUMIR A primeira grande guerra mundial aconteceu no período entre 1914 e 1918. Essa guerra foi consequência da grande euforia vivida na Europa, em uma época conhecida como Belle Epóque, um período resultante de um grande progresso econômico e tecnológico, onde ocorria a industrialização de muitos países euro- peus, causando uma grande rivalidade entre estes. Dessa fase é possível afirmar que havia uma grande expectativa dos países ricos de dominarem os países pobres, o que gerou as fortes tensões que seriam responsáveis pelo inicio daquela que seria a Grande Guerra, ou a Primeira Guerra Mundial. Esse clima de rivalidade e tensões entre os países europeus criou uma divisão clara. A partir da assinatura de acordos, os países europeus foram divididos em dois grupos distintos: Tríplice Aliança: Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro; Tríplice Entente: Rússia, França e Inglaterra. Em 1917, os Estados Unidos da América - EUA entrou na guerra, ao lado da Tríplice Entente. Motivada por interesses comerciais e financeiros, a participação dos EUA foi fundamental para a vitória do grupo formado pela Rússia, França e Inglaterra . A Primeira Grande Guerra Mundial teve sérias consequências para os países envolvidos, entre elas, apro- ximadamente 20 milhões de mortos, a ascensão econômica dos Estados Unidos da América – EUA e o crescimento do desemprego em toda a Europa. PARA PESqUISAR Mais detalhes sobre essa guerra podem ser encontrados no site a seguir: LINK vEjA O víDEO! Aluno(a), para entender melhor o contexto político da Primeira GuerraMundial é inte- ressante assistir ao documentário “Primeira Guerra Mundial - o fim de uma era”, com uma hora e meia de duração. Ele relata a conjuntura política da época e mostra essa guerra influenciou os fatos que levaram a Segunda Guerra Mundial, que pode ser en- contrado no link a seguir: LINK http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial https://www.youtube.com/watch?v=s25JGNCSu4M 6 Já a Segunda Grande Guerra Mundial teve um impacto ainda maior sobre a humanidade, com mais de 50 milhões de mortos e em torno de 28 milhões de mutilados, essa guerra deixou inúmeros registros de atrocidades inimagináveis. Essa guerra ocorreu entre 1939 e 1945 e envolveu vários países da Europa e de várias outras partes do mundo. Um dos principais motivos para o começo desta guerra foram os projetos de crescimento, poder e ex- pansão que alguns países, a Alemanha, a Itália e o Japão, tentavam implantá-los na Europa e no mundo. Nesta Guerra, a exemplo da primeira, houve a divisão dos países envolvidos em dois grupos: Eixo: composto pela Alemanha, Itália e Japão; Aliados: formado por França, Inglaterra, União Soviética, Estados Unidos, Brasil, entre outros. Um dos fatos mais marcante dessa guerra foram os ataques devastadores as cidades de Hiroshima e de Nagasaki, localizadas no Japão, mas o ataque a estas cidades deixou para trás uma destruição total, com marcas que permanecem até os dias de hoje. vISITE AS PáGINAS Maiores detalhes podem ser encontrados no site a seguir: LINK Outra face nefasta desta guerra, e que precisa ser registrado como um dos piores horrores que atingiram a humanidade foi o Nazismo. Nas mãos de Hitler e de seus seguidores milhares de pessoas foram presas, mortas e/ou mutiladas em nome da superioridade da raça ariana. Um horror sem tamanho cujos registros, ainda hoje, causam perplexidade. Foi realmente um marco histórico e com grande carga de mortes e atrocidades. Mais sobre o nazismo pode ser lido no site Brasil Escola. Neste site, você acompanhará detalhes das datas e dos principais fatos que levaram ao crescimento desse regime. Acesse o LINK vEjA O víDEO! Outro material de pesquisa bem completo é o vídeo “O Apocalipse Nazista De Adolf a Hitler na segunda guerra Documentário completo”, com quarenta e sete minutos de duração. Ele mostra uma parte desse terrível regime e relata detalhes da história de Hitler e de sua ascensão ao poder. O documentário pode ser visto na integra no LINK. vISITE A PáGINA Outras informações sobre o Nazismo devem ser acessadas na página Enciclopédia do Holocausto, neste site você encontrará registros históricos, fotos, dados e depoimentos sobre o Nazismo. LINK http://pt.wikipedia.org/wiki/Bombardeamentos_de_Hiroshima_e_Nagasaki http://www.brasilescola.com/historiag/nazismo.htm https://www.youtube.com/watch?v=l3tQJhi2YCw http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=1000514 7 Enquanto a guerra tomava seu curso, representantes de vários países debatiam e buscavam a paz, e neste intento, ou seja, na busca pelo fim da guerra e preparação do futuro pacifico, em junho de 1941, houve a Declaração do Palácio de St. James, a qual foi resultado da reunião de vários governos para discutir formas de buscar a paz e de estabelecer um futuro no pós-guerra. No dia 14 agosto do mesmo ano, houve a publicação da Carta do Atlântico, que foi negociada pelo primei- ro-ministro britânico Winston Churchill e pelo presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt. Tratava- se de oito pontos que foram negociados para o período de pós-guerra mundial e que estabeleceriam a nova organização mundial. Era um movimento em busca da paz mundial, mas um marco ainda maior nessa busca aconteceu em 1 de janeiro de 1942, quando foi proclamada a Declaração das Nações Unidas. Em junho de 1945, foi assinada por diversas nações a Carta das Nações Unidas. Essa carta é o principal documento da Organização das Nações Unidas e tem em seu artigo 103: No caso de conflito entre as obrigações dos membros das Nações Unidas, em virtude da presente Carta e as obrigações resultantes de qualquer outro acordo internacional, prevalecerão as obrigações assumidas em virtude da presente Carta. Ou seja, em caso de conflitos o que reza a Carta das Nações Unidas tem valor supremo. As Nações Unidas, no entanto, têm sua fundação oficial em 24 de outubro de 1945, após assinatura da Carta das Nações Unidas por alguns países que não a haviam assinado em junho, entre eles: China, Esta- dos Unidos, França, Reino Unido e a ex-União Soviética. vISITE A PáGINA A Carta da ONU pode ser baixada em pdf no LINK. Mas, é interessante ressaltar que em seu preâmbulo a Carta fala da igualdade entre os povos, e ressalta que tem por objetivo preservar as gerações futuras dos flagelos da guerra e dos sofrimentos: Nós, os povos das nações unidas, resolvidos a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra, que por duas vezes, no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direito dos homens e das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacio- nal possam ser mantidos, e a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade ampla. http://www.un.org/en/aboutun/history/declaration.shtml https://nacoesunidas.org/carta/ 8 E para tais fins, praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos, e unir as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, e a garantir, pela aceitação de princípios e a instituição dos métodos, que a força armada não será usada a não ser no interesse comum, a empregar um mecanismo internacional para promover o progresso econômico e social de todos os povos. A Carta da ONU cria esse organismo internacional e em seus artigos institui os procedimentos a serem seguidos pelos componentes, e em 1948 a ONU vem a promulgar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que uma norma a ser seguida por todos os povos e nações, que estabelece a proteção universal dos direitos humanos. Esses são os fatos mais atuais, dos quais nos lembramos de ou que ouvimos de nossos pais e avós. Mas, se para o Japão o grande peso está em Hiroshima e Nagazaki, no Brasil a mácula social causada pela desigualdade e pelo desrespeito ao próximo é marcado por fatos que aconteceram nos primórdios de sua colonização. Vamos lembrar os fatos? HISTÓRIA DO BRASIL Falamos muito dos fatos que levaram à Declaração dos Direitos Humanos. A grande maioria dos fatos aconteceu longe das nossas fronteiras e não nos afetou diretamente, mas a história do Brasil não é isenta de máculas. Na lista de fatos que levaram sofrimento, segregação e dor a vários povos do mundo não podemos nos esquecer dos males que atingiram diretamente ao Brasil. Vamos dar um salto para o passado, quem sabe viajar a 1500, no descobrimento e colonização do Brasil? História do Povo Indígena no Brasil Voltando no tempo para o ano de 1500, e aportando com Cabral e sua tripulação em terras brasileiras, precisamos lembrar-nos dos índios brasileiros. Os índios, primeiros habitantes do Brasil, que foram também os primeiros brasileiros a sofrer com o pre- conceito e a segregação racial. O pequeno trecho abaixo retirado da Carta de Pêro Vaz de Caminha ao Rei Dom Manuel de Portugal, na ocasião do descobrimento do Brasil, já deixa bem clara a estranheza com que foram vistos os índios pelos portugueses que chegaram ao Brasil. Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta;e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma. Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da largura de dois dedos. 9 vOCê SABIA? Com o inicio da colonização muitos índios foram levados a fugir para o interior do Brasil, outros foram vitimados pelas doenças trazidas pelos portugueses, visto que os índios não apresentavam imunidade aos males dos homens brancos, entre eles a gripe e o sarampo. Em alguns casos, essas doenças foram responsáveis pela extinção de comunidades inteiras. Outras mortes foram causadas pela própria tentativa de colonização, uma vez que os índios, dada sua natureza livre, não se adaptavam com facilidade à escravidão e ao modo de vida dos colonizadores. É perturbador pensar que, talvez por terem consciência dos males e da interferência que já apresentavam nas vidas dos índios, desde 1549 os portugueses instituíram, pelo menos no papel, a proteção legal do estado aos índios, tendo inclusive, em 1680, sido instituído o Indigenato, ou seja, o reconhecimento do direito dos povos indígenas, ou nativos, ao seu território, contudo, como vamos ver adiante, não houve nenhuma lei que realmente protegesse as comunidades indígenas. vISITE AS PáGINAS Na página que trata dos Povos indígenas do Brasil, link a seguir: LINK É possível observar mais detalhes sobre as legislações e sua história, além de informações sobre os povos indígenas e sua história e cultura. Neste texto, será possível relembrar detalhes sobre a importância do povo indígena na nossa culinária, na cultura brasileira e na composição da nossa população. Outro texto interessante, aliás, o site inteiro é interessante no estudo de nosso tema, é o texto: Índios do Brasil, que pode ser encontrado no site História do Brasil.net. LINK Neste texto, você poderá ler sobre os costumes dos Índios do Brasil antes da chegada dos portugueses e perceberá, entre outras coisas que os historiadores calculam que existiam, na época do descobrimento, entre 3 a 4 milhões de índios, espalhados pelos quatro cantos do Brasil. Outro texto a ser usado nesse estudo pode ser encontrado em: LINK Neste texto, os autores trazem resumidamente muitas informações interessantes sobre a história da população indígena. É bastante resumido, mas muito interessante e nele você terá informações sobre as rotinas e a vida dos povos indígenas. Vale a pena a leitura para compreender a dinâmica das populações indígenas. ??? http://pt.wikipedia.org/wiki/Povos_ind%C3%ADgenas_do_Brasil#Legisla.C3.A7.C3.A3o_e_pol.C3.ADtica http://www.historiadobrasil.net/indiosdobrasil/ http://www.brasilescola.com/historiab/indios-brasil.htm 10 vEjA O víDEO! Como complemento a essa leitura indicamos o vídeo: Povos Indígenas: Conhecer para valorizar, de aproximadamente 25 minutos de duração, que pode ser acessado no link a seguir: LINK ANALISANDO Assista e reflita sobre todos os erros que cometemos ao julgar a cultura e a população indígena brasileira. Lembrando que o povo e a cultura indígena não fazem parte de nos- so passado, é sim, parte viva da cultura de nosso país e será sempre uma parcela muito importante de nosso passado, presente e futuro. Reflita sobre isso. Pense no quanto herdamos dessa cultura e em quanto ela está presente na nossa vida. PARA RESUMIR Mas, resumindo tudo o que foi tratado acima, de um modo geral com a chegada dos portugueses ao Brasil, as populações existentes passaram a sofrer com doenças, pre- conceito, segregação. Além das questões apresentadas anteriormente, os brancos também interferiram na cultura das populações indígenas. Coube aos jesuítas, da Companhia de Jesus no Bra- sil, a função de catequizar os índios brasileiros. Sim, isso mesmo! Catequizar! Visto que desde as primeiras cartas de Caminha para Portugal, os índios foram vistos como um povo simples e de fácil conversão ao cristia- nismo. Visto isso, os habitantes naturais do Brasil - os indígenas - foram levados a vestir-se, cobrindo sua nudez natural, contraíram as doenças dos homens brancos e morreram em decorrências destas e, através da influência dos jesuítas, foram convertidos à religião dos brancos e levados também a começar a aprender o idioma e a cultura destes. Ou seja, pode-se afirmar que o preconceito e a intolerância com aquilo que considera- mos diferente, ou fora dos padrões, vêm do Brasil, desde o seu descobrimento. O pior é que com a influência do homem branco nas populações indígenas chegamos a um fato contundente, chegamos ao despovoamento indígena no Brasil. vISITE A PáGINA De acordo com Ronaldo Vainfas, historiador e professor brasileiro o texto Território Brasileiro e Povoamento – História Indígena, disponível no site do IBGE, link: LINK https://www.youtube.com/watch?v=MwMEuK-DfEw http://brasil500anos.ibge.gov.br/territorio-brasileiro-e-povoamento http://brasil500anos.ibge.gov.br/territorio-brasileiro-e-povoamento http://brasil500anos.ibge.gov.br/territorio-brasileiro-e-povoamento/historia-indigena 11 GUARDE ESSA IDEIA! Prezado(a) estudante, falar da história da população indígena do Brasil está mais para tratar do despo- voamento indígena brasileiro, uma vez que a população indígena brasileira, no descobrimento do Brasil, por volta de 1500, era da ordem de milhões de indivíduos, e está reduzida a algo em torno de 300 mil indivíduos, segundo dados do Censo de 2008. Ou seja, a população indígena atual representa apenas uma pequena parcela da sua população inicial, lembrando que foram considerados nesta contagem apenas os residentes em terras indígenas, ok? Já no censo de 2010 houve uma alteração nesses números. Neste censo, cerca de 817.963 brasileiros se autodeclararam indígenas, embora, seja necessário ressaltar que milhões de outros tenham algum sangue índio em suas veias. Esse número corresponde a 0,5% da população brasileira. E sempre que falamos em povos indígenas é importante perceber que apesar de haverem muitos repre- sentantes da população em localidades urbanas, há também uma grande parte desta população que vive em terras consideradas indígenas, onde cultivam seus hábitos e suas tradições. É, mas, infelizmente, não foram apenas os índios que sofreram maus tratos nas mãos dos colonizadores do Brasil, temos outra grande mácula em nossa história, a escravidão dos povos africanos. Vamos conhecer essa história, a partir de agora! História do Povo Africano no Brasil A história dos povos de matriz africana no Brasil se confunde com a história do desenvolvimento de nosso país. É uma história conturbada, repleta de sofrimentos, lutas e, sem dúvida, de muita dor. Os negros chegaram ao Brasil, ainda no período colonial, tendo sido arrastados para cá, para serem vendidos como mercadorias pelos portugueses. Eram simplesmente arrancados de suas terras de origem, entre elas: o Congo, São Tomé, Cabo Verde, Zimbábue e Açores, entre outras localidades. No Brasil, eram comercializados como objetos para serem utilizados como mão de obra barata e, o que é pior ainda, eram considerados propriedade dos homens brancos, seja como objetos que poderiam ser descartados, nego- ciados, ou por outra ótica, como animais, que poderiam ser usados, punidos e acoitados ao bel-prazer de seus donos e feitores. 12 vISITE A PáGINA Ao falar da escravidão em si, o texto - A Origem da Escravidão nos apresenta vários aspectos desse processo que transformou o ser humano em mercadoria e em moeda de troca. LINK Quanto às origens dos negros escravizados temos o texto “Origem dos escravos africa- nos”, que pode ser encontrado no link a seguir: LINK ANALISANDO Esse artigo nos apresenta detalhes quanto à proveniência dos negros escravizados, bem como, descreve pelos menos três grupos de origem destes povos:os sudane- ses, os guinenos-sudaneses muçulmanos e os bantus. Ainda segundo o texto, cada um desses grupos era oriundo de uma determinada região geográfica do continente africano e tinha como destino certo algum estado ou região do Brasil, entre eles: Pernambuco, Bahia e Maranhão. vISITE A PáGINA No site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, link a seguir, é possível encontrar mais detalhes sobre a origem e etnias dos africanos trazidos para o Brasil como escravos, são vários textos bem esclarecedores, que ilustram as características desses grupos e através dos quais podemos entender como cada um deles influenciou a nossa cultura regional: LINK DICAS É importante ressaltar que cada um desses grupos possuía características próprias, relativas à cultura, ao idioma, à religiosidade e a todos os aspectos culturais que fazem a diferença entre os povos e os identificam com as suas especificidades. Mas, é muito importante ressaltar que esses negros, arrancados de suas terras, onde eram livres, e algumas vezes até reis e rainhas de seu povo, apesar de terem sido separados de suas famílias, afastados de suas raízes e que, apesar de toda a violência sofrida nas mãos dos traficantes e de terem sido transportados por meses em condições subumanas para o Brasil, SOBRE- VIVERAM. Apesar de tudo eram fortes em suas essências e, mais do que tudo, foram sobreviventes que com espírito de guerreiros lutaram por sua liberdade. http://www.dialetico.com/projeto_africa_3/projeto_africa_30.pdf http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/origem-dos-escravos-africanos/ http://brasil500anos.ibge.gov.br/territorio-brasileiro-e-povoamento/negros/o-trabalho-dos-negros-africanos 13 E quando falamos que os negros eram em transportados em navios negreiros, é preciso que os imagine- mos tratados como animais, comendo, dormindo e vivendo em condições extremas, sem nenhuma higiene e expostos às piores formas de tratamento possíveis e por meses a fio. Isso é o que nos reporta o poema “Navio Negreiro” de famoso poeta Castro Alves: “Era um sonho dantesco... O tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... Estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... O chicote estala. E voam mais e mais... Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri!” vISITE A PáGINA O poema Navio Negreiro, pode ser lido na íntegra, no LINK. Mas, como acontece em toda a história da humanidade, os tempos foram mudando, consequentemente as pessoas começaram a perceber as atrocidades as quais os negros eram submetidos; desta forma, na- turalmente, tiveram início, no Brasil e em outros países, alguns movimentos políticos e sociais que tinham como objetivo o fim da escravidão, eram os movimentos abolicionistas. https://docs.google.com/document/d/1JhybP7NGRYDtiQgl8BcBPRXRmh4pyALUldJ7gy6pVps/edit?hl=pt_BR&pli=1 14 Assim, querido(a) aluno(a), começava-se, então, a falar mundialmente em liberdade para os negros e haviam muitos grupos abolicionistas trabalhando por esse resultado em vários países do mundo desen- volvido. No Brasil, esses movimentos tiveram início na segunda metade do século XIX e teve em Joaquim Nabuco um dos seus principais nomes. No entanto, grande parte do progresso rumo à abolição da escravidão no Brasil foi motivada pela pres- são imposta pelo Governo da Inglaterra. Detentora do poder financeiro e com grande influência política na época, a Inglaterra pressionou bastante para que a mão de obra escrava não fosse mais utilizada no Brasil. Essa influência externa e a pressão dos movimentos abolicionistas foram tão importantes que, no dia 4 de setembro de 1850, foi aprovada a Lei Eusébio de Queirós, a primeira lei rumo à abolição, que determinava o fim do tráfico negreiro. vISITE A PáGINA Confira no link a seguir: LINK Uma lei que, apesar de refletir as movimentações políticas da época, não foi muito eficaz, pois não inibiu totalmente a movimentação dos traficantes, logo eles encontraram outras formas de praticar o tráfico de escravos e, nas décadas seguintes esse número voltou a crescer substancialmente. Contudo, passadas mais algumas décadas de sofrimento, para os negros, a coisa começou a mudar efeti- vamente e, no dia 28 de setembro de 1871, foi promulgada a Lei nº 2.040, conhecida como a Lei do Ventre Livre. Esta lei libertou todas as crianças, filhas de escravos, que nasceriam a partir dali. O artigo Lei do Ventre Livre traz o texto desta lei, mas também nos alerta para o fato de que esta lei deixava os “nascidos livres” até os 21 anos sob a “custódia” dos proprietários dos pais ou do estado, na grande maioria dos casos, servindo como “escravos” aos donos. É bem verdade, que essa lei não libertou ninguém, pois em 1888, antes de terem passados 21 anos de sua promulgação, foi assinada a Lei Áurea. http://www.historiabrasileira.com/escravidao-no-brasil/lei-eusebio-de-queiros/ 15 vISITE AS PáGINAS Acesse o LINK Mas, antes da Lei Áurea, houve a promulgação da lei n.º 3.270 ou Lei dos Sexagenários (Lei Saraiva-Cotegipe), de 28 de setembro de 1885, que garantia liberdade aos escra- vos que atingissem a idade de mais de 60 anos de idade. Vale lembrar que eram poucos os escravos que conseguiam atingir essa idade, e quando o faziam já estavam bastante alquebrados pelos anos de escravidão. LINK Passados mais ou menos 3 anos, em 13 de maio de 1888, foi promulgada a Lei Imperial n.º 3.353, ou, como é mais conhecida, a Lei Áurea. Conheça mais acessando o link a seguir: LINK Essa lei extinguia a escravidão no Brasil e, após várias discussões no congresso, foi assinada pela Princesa Isabel, que foi a última princesa imperial do Brasil e governou o Império Brasileiro por três ocasiões, substituindo o seu pai, o imperador Dom Pedro II. Desta forma, embora tardia, chegava, no ano de 1888, a abolição da escravatura e a liberdade para os negros no Brasil. Lembrando que o Brasil foi um dos últimos países do mundo a acabar com a escravidão. O último país do mundo a extinguir a escravidão foi à Mauritânia em 1981 (veja o artigo Mauritânia: A Face da Escravidão Moderna, localizada no link a seguir): LINK ANALISANDO No entanto, o fim da escravidão no Brasil, criou uma liberdade difícil e com inclusão social bastante com- plicada para os libertos. Diferente do que aconteceu nos Estados Unidos, onde os negros foram ampara- dos por leis que auxiliaram sua inserção na sociedade e uma parcial reparação para os anos de cativeiro, no Brasil, nada foi planejado e os negros foram largados à própria sorte, sem terras, dinheiro e, em sua grande maioria, analfabetos. Sem sequer ter planejado formas de auxiliar a inserção dos libertos, o governo do Brasil os deixou a pró- pria sorte e os antigos escravos, agora homens livres, tiveram mais uma grande batalha pela frente, a luta pela sobrevivência numa sociedade preconceituosa e que julgava o negro um mero objeto. Não houve, na época, nenhuma preocupação em reparar os danos causados pelos anos de cativeiro. LINK No entanto, ao contar a história dos escravos, não podemos nos furtar ao fato de que eles não foram passivos e não aceitaram simplesmente a escravidão, muitos destes lutaram por sua liberdade, fugiram e buscaram formas de viver livremente. O fato é que a vida de escravidão nunca foi aceita com passividade. Muito pelo contrário, os negros foram presos, torturados e sofreram toda a sorte de maus tratos para ser mantidos alquebrados e em cativeiro. http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/lei-do-ventre-livre/http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_dos_Sexagen%C3%A1rios http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_%C3%81urea http://pt.globalvoicesonline.org/2012/04/25/mauritania-a-cara-da-escravidao-moderna/ http://pt.globalvoicesonline.org/2012/04/25/mauritania-a-cara-da-escravidao-moderna/ http://www.escolakids.com/as-consequencias-do-fim-da-escravidao-no-brasil.htm 16 vEjA OS víDEOS! Um vídeo, chamado África-Brasil (Semente, Raiz e Tempo) 1° parte, link com onze mi- nutos e cinquenta e um segundos de duração, mostra com bastante detalhe a realidade da vida dos negros escravizados, desde a sua vinda ao Brasil até as fugas e a formação dos quilombos. LINK Na segunda etapa deste documentário, África-Brasil (Semente, Raiz e Tempo) 2° parte, link com dez minutos e vinte segundos de duração, é apresentada a importância e a for- ma como se deu a criação dos quilombos. O vídeo da ênfase ao Quilombo dos Palmares e conta a história de seu grande líder, Zumbi dos Palmares, um guerreiro que lutou pela própria vida e pela de seus companheiros. LINK É a história dos africanos no Brasil não foi fácil, mas o pior é que seus descendes con- tinuam sentido na pele os resquícios do preconceito e da intolerância racial, eles, em muitos momentos continuam a ser segregados e maltratados como resultado de uma história repleta de dor, sangue, suor e lágrimas de seus antepassados. PALAvRAS DO PROfESSOR Em suma... É exatamente por isso que voltamos a falar de direitos humanos, relembrando sua importância ao lembrar a todos que realmente somos iguais perante a lei, somos iguais perante a sociedade e que os Direitos Humanos são a mola mestra para que as engrenagens que fazem funcionar uma sociedade justa e igua- litária funcionem. Eles fazem com que deixemos de ser como nossos antepassados que se achavam tão superiores aos outros que os levavam ao tronco, ou, os queimavam em fogueiras. Para entender a história dos Direitos Humanos, indico o documentário de mesmo nome, localizado no link, com 9 minutos de duração: vEjA OS víDEOS! Acesse ao LINK Reconhecer todos os direitos humanos é como diz de forma bastante simples, o site da ONU, reconhecer que “Os direitos humanos são direitos inerentes a cada pessoa simplesmente por ela ser um humano”. Simples assim: cada pessoa, independentemente de qualquer coisa que a faça diferente das demais, é antes de tudo um ser humano, merece respeito a suas diferenças e a suas escolhas. https://www.youtube.com/watch?v=epj4tQOO0IM https://www.youtube.com/watch?v=Ib1xXn4UBVA http://www.humanrights.com/pt/what-are-human-rights.html 17 Na minha interpretação, é muito claro e simples que bastam ser “HUMANO” para ter todos os seus direitos humanos reconhecidos. É O SIMPLES: RESPEITAR E SER RESPEITADO. NÃO JULGAR PARA NÃO SER JULGADO. É TRATAR O OUTRO COMO GOSTARIA DE SER TRATADO! Assista ao vídeo da música UNITED, com 5 minutos de duração, que pode ser acessado no link a seguir: LINK ACESSE O AMBIENTE vIRTUAL Recomendo que leia e assista a cada um dos textos e vídeos indicados aqui, e que, além disso, leia os capítulos de seu livro texto, que abordam o tema em pauta, pois todos esses materiais podem ser abordados em nossas avaliações. Além disso, é es- sencial que visite o Ambiente Virtual e realize as atividades ali propostas, os tutores estão a sua disposição para apoiá-lo(a) nos estudos e tirar quaisquer dúvidas. Não se esqueça de que os questionários e as atividades são imprescindíveis para seu bom rendimento no curso, além de terem caráter avaliativo! Até breve! Espero nos encontrarmos na próxima unidade! http://www.humanrights.com/pt/what-are-human-rights.html _GoBack
Compartilhar