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Aula 02 Redes temáticas de atenção à saúde Tipos: - Rede cegonha - Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) - Rede de Atenção Psicossocial - Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência - Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas Definição: - organizações poliarquicas de conjuntos de serviços de saúde e outros serviços sociais, além dos próprios recursos comunitários e familiares, vinculados entre si por uma missão única, por objetivos comuns e por uma ação cooperativa e interdependente, que permitem ofertar uma atenção contínua e integral a determinada população. Objetivo: - promover a integração sistêmica de ações e serviços de saúde com provisão de atenção contínua integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária, e eficiência econômica. Antes x depois: °AC- alta complexidade °MC- media complexidade °APS- atenção primária à saúde Principais características: - formação de relações horizontais entre os pontos de atenção (tendo a Atenção Básica como o centro de comunicação) - centralidade nas necessidades de saúde da população - responsabilização por atenção contínua e integral - cuidado multiprofissional - compartilhamento de objetos - compromisso com resultados sanitários e econômicos Redes de Atenção à Saúde (RAS) - 3 componentes principais: população, estrutura operacional e modelos de atenção à saúde População: - vive em territórios sanitários singulares - organiza-se socialmente em famílias - cadastrada e registrada em subpopulações por riscos sociosanitários - o conhecimento da população de uma rede de atenção à saúde envolve um processo complexo, estruturado em vários momentos, sob a responsabilidade fundamental da atenção primária. - elemento básico que torna possível romper com a gestão baseada na oferta - características dos sistemas fragmentados, e instituir a gestão baseada nas necessidades de saúde da população (e não somente da demanda que tende a favorecer populações mais abastadas em detrimento de populações vulneráveis), com uma gestão de base populacional, elemento essencial da RAS. Estrutura operacional - constituída pelos pontos da rede e pelas ligações materiais e imateriais que comunicam esses diferentes nós. 1) Centro de comunicação, a Atenção básica - nó intercambiador no qual se coordenam os fluxos e os contrafluxos do sistema de atenção à saúde e é constituído pela Atenção básica 2) Pontos de atenção à saúde secundários e terciários - pontos de atenção: espaços onde se ofertam determinados serviços de saúde, por meio de uma produção singular. Eles se diferenciam por suas respectivas densidades tecnológicas, sendo os pontos de atenção terciários mais densos tecnologicamente que os pontos de atenção secundários e, por essa razão, tendem a ser mais concentrados espacialmente. 3) Sistemas de apoio - lugares institucionais das redes em que se prestam serviços comuns a todos os pontos de atenção à saúde, nos campos do apoio diagnóstico e terapêutico, da assistência farmacêutica e dos sistemas de informações em saúde. 4) Sistemas logístico - soluções tecnológicas, fortemente ancoradas nas tecnologias de informação, garantem organização racional dos fluxos e contrafluxos de informações, produtos e pessoas nas RAS, permitindo um sistema eficaz de referência e contrarreferência das pessoas e trocas eficientes de produtos e informações ao longo dos pontos de atenção à saúde e dos sistemas de apoio nessas redes. 5) Sistemas de governança - governa as relações entre a Atenção Primária /Básica e Atenção Especializada Ambulatorial e Hospitalar, os sistemas de apoio e os sistemas logísticos, de modo a articulá-los em função da missão, da visão e dos objetivos comuns das redes Modelos de atenção à saúde Redes de atenção à saúde (RAS): - sistemas lógicos que organizam o funcionamento das redes de atenção à saúde, articulando, de forma singular, as relações entre a população e suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções sanitárias, definidos em função da visão prevalecente da saúde, das situações demográfica e epidemiológica e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade. Há modelos de atenção à saúde para todas as condições agudas e crônicas. - portaria n°4279, 30 de dezembro de 2010 - estabelece diretrizes para a organização das RAS no âmbito do SUS. PACTUAÇÃO CIT Rede Cegonha (RC) 5 de maio de 2011 Rede de Urgência e Emergência (RUE) 16 de junho de 2011 Rede de Atenção Psicossocial (Raps) 24 de novembro de 2011 Rede de Cuidado à Pessoa com deficiência (RCPD) 16 de fevereiro de 2012 Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas (RPDC) 22 de novembro de 2012 1) Rede Cegonha - toda mulher tem o direito ao planejamento reprodutivo e atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério (pós-parto), bem como as crianças têm o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. - finalidade: estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no país e esta sendo implantada, gradativamente, em todo o território nacional - a implantação e a expansão do programa segue critério epidemiológico, taxa de mortalidade infantil e razão mortalidade materna e densidade populacional. Objetivos: - novo modelo de atenção ao parto, nascimento e a saúde da criança - rede de atenção que garanta acesso, acolhimento e resolutividade - redução da mortalidade materna e neonatal Diretrizes: 1. Garantia do acolhimento com classificação de risco, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal 2. Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro 3. Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento 4. Garantia da atenção à saúde nas crianças de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade 5. Garantia da ampliação do acesso ao planejamento produtivo Componentes: I- Pré-natal II- Parto e nascimento III- Puerpério e atenção integral à saúde da criança IV- Sistema logístico (transporte sanitário e regulação) Ações: - implantação de Centros de Partos Normais (CPN), onde a mulher é acompanhada por uma enfermeira obstetra ou obstetriz, num ambiente preparado para que possa exercer as suas escolhas, como se movimentar livremente, ter acesso a métodos não farmacológicos de alívio da dor 2) Rede de Atenção às Urgências e Emergências Objetivo: reordenar a atenção à saúde em situações de urgência e emergência de forma coordenada entre os diferentes pontos de atenção que a compõem, de forma a melhor organizar a assistência, definindo fluxos e as referências adequadas Complexidade: necessidade do atendimento 24 horas as diferentes condições de saúde: agudas ou crônicas agudizadas, sendo elas de natureza clínica, cirúrgica, traumatológica, entre outras. 3) Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) - propõe um novo modelo de atenção em saúde mental, a partir do acesso e a promoção de direitos das pessoas, baseado na convivência dentro da sociedade - além de mais acessível, a rede ainda tem como objetivo articular ações e serviços de saúde em diferentes níveis de complexidade - os principais atendimentos em saúde mental são realizados nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) que existem no país, onde o usuário recebe atendimento próximo da família com assistência multiprofissional e cuidado terapêutico conforme o quadro de saúde de cada paciente - nesses locais também há possibilidade de acolhimento noturno e/ou cuidado contínuo em situações de maior complexidade Diretrizes: - respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia, a liberdade e o exercício da cidadania - promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde - garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar- ênfase em serviços de base territorial e comunitária, diversificando as estratégias de cuidado, com participação e controle social dos usuários e de seus familiares - organização dos serviços em RAS regionalizada, com estabelecimento de ações intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado - desenvolvimento da lógica do cuidado centrado nas necessidades das pessoas com transtornos mentais, incluídos os decorrentes do uso de substâncias psicoativas Componentes: - eixo 1: ampliação do acesso a Rede de Atenção Integral de Saúde aos usuários de álcool, crack e outras drogas - eixo 2: qualificação da Rede de Atenção Integral de Saúde - eixo 3: ações intersetoriais para reinserção social e reabilitação - eixo 4: ações de prevenção e de redução de danos - eixo 5: operacionalização da rede 4) Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência - no âmbito do SUS, parte da necessidade de ampliar, qualificar e diversificar as estratégias para a atenção às pessoas com deficiência física, auditiva, intelectual, visual, ostomia e múltiplas deficiências, por meio de uma rede de serviços integrada articulada e efetiva nos diferentes pontos de atenção para atender as pessoas com deficiência, assim como iniciar precocemente as ações de reabilitação e de prevenção precoce de incapacidade. Objetivos: - ampliar o acesso e qualificar o atendimento às pessoas com deficiência temporária ou permanente, progressiva, regressiva ou estável, intermitente ou contínua no SUS - promover a vinculação das pessoas com deficiência auditiva, física, intelectual, estomia e com múltiplas deficiências e suas famílias aos pontos de atenção - garantir a articulação e a integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento e classificação de risco Componentes: 1) Atenção especializada em reabilitação auditiva, física, intelectual, visual, ostomia e em múltiplas deficiências: - Centros especializados em reabilitação (CER) - Estabelecimentos de saúde habilitados em apenas um serviço de reabilitação - Oficinas ortopédicas - Centros de especialidades odontológicas (CEO) 2) Atenção Básica: - núcleos de apoio a saúde da família - unidades básicas de saúde - atenção odontológica - atenção hospitalar e de urgência e emergência - leitos de cuidado prolongado - centros cirúrgicos qualificados para atenção odontológica a pessoas com deficiência 5) Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças crônicas - doenças crônicas: doenças que apresentam início gradual, com duração longa ou incerta, que, em geral, apresentam múltiplas causas e cujo tratamento envolve mudanças de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo que usualmente não leva a cura Objetivo: - fomentar a mudança do modelo de atenção à saúde, fortalecendo o cuidado às pessoas com doenças crônicas - garantir o cuidado integral às pessoas com doenças crônicas - impactar positivamente nos indicadores relacionados às doenças crônicas - contribuir para a promoção da saúde da população e prevenir o desenvolvimento das doenças crônicas e suas complicações Inclui: - doenças renocardiovasculares - diabetes - obesidade - doenças respiratórias crônicas - câncer (de mama e de colo de útero) Componentes: I) Atenção Básica II) Atenção Especializada a) Ambulatorial especializado b) Hospitalar c) Urgência e emergência III) Sistemas de apoio IV) Sistemas logísticos V) Regulação VI) Governança