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Ana Clara Silva Freitas CURSO DE MEDICINA PINESC IV 2021.2 CASO CLÍNICO DO IDOSO Em cumprimento ao Eixo Idoso, os alunos de medicina da UNIME programaram o primeiro DIA “D” DO IDOSO, na UBS Cidade Nova. A iniciativa que teve parceria de toda a equipe da ESF e equipe multiprofissional de apoio. Afim, de manter os padrões de proteção contra o coronavírus, os atendimentos foram organizados individualmente em consultórios, em sala de espera com distanciamento adequado. Os idosos receberão orientações sobre prevenção à queda, violências, ISTs, passarão por avaliação nutricional, clínico funcional, além de outras atividades. Ao chegar à ESF, os idosos já estavam assentados, distribuídos nos consultórios. Os alunos se organizam para iniciar os atendimentos. CASO CLÍNICO 01 Sra Ana, 70 anos, acompanhada pela neta, refere que teve AVC isquêmico antigo, sem sequelas, faz uso de furosemida, mesma dosagem há 10 anos, além do uso de Diazepam “para conseguir dormir”. Informa queda da própria altura ao se deslocar para o banheiro, sem consequências graves. Nega arritmias e convulsão, febre, dispneia _ Passo o dia inteiro desanimada, deitada, sonolenta, minha neta tem ajudado nas atividades diárias como cortar uma carne, mas consigo caminhar mais, as vezes, apoiando nos móveis. Consigo dormir poucas horas durante à noite. Foi a primeira vez que caí, estava escuro e levantei rápido para ir ao banheiro urinar... Sorte que não bati a cabeça e quebrei um osso. Agora, estou preocupada e com mais medo de fazer minhas atividades. 1- Quais os problemas que podem ter contribuído para minha queda? Porque? 2- Quais os fatores de risco para queda em idosos, e quais prevenções? Os fatores de risco que mais se associam às quedas são: idade avançada (80 anos ou mais); sexo feminino; história prévia de quedas; imobilidade; baixa aptidão física; fraqueza muscular de membros inferiores; fraqueza do aperto de mão; equilíbrio diminuído; marcha lenta com passos curtos; dano cognitivo; doença de Parkinson; sedativos, hipnóticos, ansiolíticos e polifarmácia. Atividades e comportamentos de risco e ambientes inseguros aumentam a probabilidade de cair, pois levam as pessoas a escorregar, tropeçar, errar o passo, pisar em falso, trombar, criando, assim, desafios ao equilíbrio. Os riscos dependem da frequência de exposição ao ambiente inseguro e do estado funcional do idoso. Ana Clara Silva Freitas CASO CLÍNICO 02 Sra Fátima, 58 anos, menopausa aos 50 anos, não realizou reposição hormonal, refere fratura em casa há alguns anos. Nega HAS, Diabetes, febre e calafrios. IMC 19. _Venho sentindo dores, sem horário certo, nas articulações das mãos, joelhos, coluna que dificulta até andar.... Estou aguardando para fazer o exame de densiometria óssea, radiografia e exame de laboratorial. 3- O que será que tenho? Quais são os fatores de riscos? A densitometria óssea é um exame de imagem muito utilizado para fazer o diagnóstico de osteoporose, pois permite avaliar a densidade dos ossos, verificando se houve perda óssea. A densitometria óssea é indicada pelo médico quando a pessoa apresenta fatores de risco para osteoporose, como menopausa, alcoolismo, envelhecimento ou sedentarismo, por exemplo. 4- Existe alguma prevenção? CASO CLÍNICO 03 Josefa 75 anos, tem 1 filha e 2 netos, que residem consigo, em uma pequena casa própria. Aposentada, hipertensa, apresentou quadro de emagrecimento importante nos últimos 02 meses. Acompanhada pela Agente Comunitária de Saúde. Ao ser questionada se recebe algum tipo de ajuda dos familiares mostrou-se bastante ansiosa e incomodada: _ Olha doutor, minha filha já trabalha demais, então prefiro não pedir favores, fica bastante nervosa. Prefiro fazer tudo devagar e calada... Além disso, meus netos não têm paciência comigo. Sobrevivo com o que sobra da minha pensão, porque pago dois empréstimos. Precisei fazer, eles pediram tanto...! Não quero falar mais nada...! (Começa a chorar). A Agente Comunitária de Saúde que acompanha o relato, traz um copo com água para Sra Josefá, e questiona: Ana Clara Silva Freitas 5- Que relato complicado, doutor! Será que isto configura algum tipo de violência? Qual tipo? As violências contra a pessoa idosa podem ser visíveis ou invisíveis: as visíveis são as mortes e lesões; as invisíveis são aquelas que ocorrem sem machucar o corpo, mas provocam sofrimento, desesperança, depressão e medo. A maioria dessas últimas é incontável. Ainda, a violência contra a pessoa idosa pode assumir várias formas e ocorrer em diferentes situações. Por diferentes motivos, entretanto, é impossível dimensioná-la em toda a sua abrangência, pois ela é subdiagnosticada e subnotificada. Abaixo são elencados os tipos de violência praticada contra a pessoa idosa: Violência Física; Violência Psicológica; Negligência; Violência Institucional; Abuso financeiro; Violência patrimonial; Violência sexual; Discriminação. 6- Qual será nossa conduta? A Lei 12.461 de 26 de julho de 2011 que reformula o artigo 19 do Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 01 de outubro de 2003) ressaltou a obrigatoriedade da notificação dos profissionais de saúde, de instituições públicas ou privadas, às autoridades sanitárias quando constatarem casos de suspeita ou confirmação de violência contra pessoas idosas, bem como a sua comunicação aos seguintes órgãos: Autoridade Policial; Ministério Público; Conselho Municipal do Idoso; Conselho Estadual do Idoso; Conselho Nacional do Idoso. Falamos, pois, de violências visíveis e invisíveis. CASO CLÍNICO 04 José 70 anos, aposentado, hipertenso e diabético de longa data (compensadas), acompanhado pelo filho. Em uso de Losartana 50 mg (1-0-1), hidroclorotiazida 25 mg (1- 0-1) e metformina 500 mg (1-1-1). Não faz uso de complexos vitamínicos. O filho refere que “está esquecido demais” de fatos recentes, com piora progressiva. Ana Clara Silva Freitas _ Doutor, trouxe meu pai para fazer uma avaliação, ele consegue realizar as atividades básicas, porém está muito esquecido e não quer sair para fazer compras sozinho, por dificuldade de fazer cálculos. 7- O que meu pai tem? Qual a finalidade deste teste? Teste: Sistema Rápido de Avaliação da Demência" (QDRS, na sigla em inglês). O questionário do médico inclui dez perguntas de múltipla escolha, com cinco opções de resposta cada, descrevendo sintomas que vão desde envelhecimento normal até demência severa (veja abaixo). Cada pergunta cobre áreas diferentes - de memória a comunicação, orientação, higiene, atenção e concentração, entre outras. A pontuação final vai de 0 a 30, e números mais elevados indicam um maior impedimento cognitivo. 8- Qual a conduta após avaliação? Com nossa família pode ajudar? CASO CLÍNICO 05 Alice 65 anos, aproveitou o evento na ESF e trouxe o cartão de vacina para ser avaliado. Nele, consta 01 dose Febre amarela. Refere que tem mais de 20 anos que não é administrado qualquer vacina e não tem outro cartão de vacina em casa. 9- _ Doutor, preciso tomar alguma vacina? Para que serve? Pode tomar tudo de vez? Posso ter algum efeito colateral? Vacinação de idosos: Influenza: +60 anos; toma uma vez por ano, no outono (abril/maio), quando acontece a campanha nacional de vacinação do idoso. Pneumococo: Pessoas com mais de sessenta anos que vivem em instituições fechadas como asilos, hospitais e casas de repouso, por apresentarem mais riscos de contrair pneumonias. Deve ser tomada durante as campanhas de vacinação destinadas aos idosos, em abril/maio. Lembrar que é preciso uma única dose de reforço cinco anos após a primeira dose. DT (difteria e tétano): +60 anos; Adultos que nunca tomaram a vacina podem tomar em qualquer idade e devem tomar o quanto antes. É necessário tomar uma nova dose de reforço a cada dez anos. Quem tomou a última dose há mais de dez anos deve tomaruma dose de reforço e a cada dez anos. Ana Clara Silva Freitas CASO CLÍNICO 06 Dona Laura 68 anos, 05 filhos, HAS, refere que começou a perder pequena quantidade de urina ao tossir, espirrar ou ao se levantar de manhã com a bexiga cheia. Não usava furosemida (antidiurético) quando tinha que sair de casa de manhã e andava recusando convites para encontros sociais. Trouxe exames, descartando infecções, doença neurológica e injurias renais. _ Doutor tem uns meses que isto vem acontecendo, não estou indo a igreja por causa do cheiro que fica. Consigo interromper voluntariamente. 10- _O que tenho pode ter cura? Existe algum tratamento não farmacológico? Vou precisar de ir em outro médico? Ana Clara Silva Freitas CASO CLÍNICO 07 Sr Francisco 68 anos, aposentado, portador de Hipertensão, divorciado, tem 6 filhos, tem histórico de frequência ativa as consultas na ESF, porém não compareceu nas últimas consultas. Expressa cansaço e tristeza, e queixa de cefaleia, mal- estar, múltiplas manchas avermelhadas nos MMSS e MMII. _ Doutor, Estou tendo estes sintomas há 1 semana, além destas lesões palma das mãos e planta dos pés. Na verdade, nestes últimos 06 meses apareceu um machucado na glande, mas era indolor, nódulos na região inguinal, mas desapareceu tem uns 02 meses. E para piorar, descobri que minha ex companheira tem HIV, e nunca usei preservativos. Estou muito preocupado. Me responda doutor: 11- Estou com alguma doença séria, qual a suspeita? Como transmite? Como posso prevenir? Suspeita diagnóstica: sífilis secundária. 12- Preciso de fazer exames e tomar medicação? Tem no Posto? Tem relação da Sífilis e HIV, posso estar contaminado?
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