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TUMORES GINECOLÓGICOS CA DE COLO DE ÚTERO Epidemiologia Terceiro tumor mais frequente na população feminina brasileira, atrás do CA de mama e colorretal. Quarta causa de morte de mulheres por CA no BR. Fatores de risco · HPV, principalmente o 16, 18, 33, 35. · Início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros. · Parceiro sexual de alto risco. · História de DST. · Hx de neoplasia intraepitelial escamosa ou câncer vulvar ou vaginal. · Tabagismo. · Uso de ACHO. Patologia · Carcinoma escamocelular em 70% · Adenocarcinoma/adenoescamoso 25% (adenocarcinoma é um pouco mais agressivo) · Outras: linfomas, neuroendócrinos, sarcomas, melanoma 5% · Infecção pelo HPV esta associada somente as histologias mais comuns Estadiamento Exames de estadiamento · Pélvico · Raio-x de tórax · TC ou RNM de abdome e pelve a partir do estádio IB · Considerar PET-TC em estádios IB3 · Cistoscopia e/ou retossigmoidoscopia se suspeita de invasão de reto ou bexiga. Rastreamento e prevenção · Mulheres com vida sexual ativa entre 25 a 64 anos uma vez ao ano e após 2 exames anuais consecutivos negativos a cada 3 anos · Vacina quadrivalente contra o HPV: 9 a 14 anos pra meninas e 11 a 14 anos para meninos. Protege contra 6, 11, 16, 18. Apresentação clínica · Fase inicial assintomática · Sangramento anormal ou pós coito · Dor pélvica · Corrimento vaginal · Hematúria ou incontinência vaginal · Tríade de extensão para parede pélvica: dor ciática, edema de membro inferior e hidronefrose. · Constipação intestinal: compressão extrínseca ou invasão do reto. Tratamento Normalmente ve-se diagnóstico tardio/avançado · Estadio IA1: conização ou histerectomia extrafascial a depender do desejo reprodutivo da pcte. Em caso de invasão linfovascular, realizar pesquisa de linfonodo sentinela (LNS)/linfadenectomia pélvica. Em pacientes com múltiplas comorbidades, a radioterapia isolada (braquiterapia) pode ser uma opção de tratamento. · Estadio IA2, IB1 e IB2: histerectomia radical com LNS/linfadenectomia pélvica. Conização (IA2) ou taquelectomia associada a LNS/linfadenectomia pélvica em pacientes com tumores até 2 cm sem invasão linfovascular e que desejam preservar fertilidade. Outra opção é o tto definitivo com radioterapia externa seguida de braquiterapia (com ou sem quimioterapia) Avaliação após cx · Estadios patológicos precoces de risco intermediário (tumor>4cm, invasão estromal>2/3 ou invasão linfovascular presente): tto adjuvante com RT externa, com ou sem braquiterapia. Considerar tto com quimiorradioterapia principalmente se maior risco. · Estadios patológicos de alto risco – metástases linfonodais, envolvimento de paramétrios e/ou margens cirúrgicas comprometidas: tto adjuvante com RT externa (com ou sem braquiterapia) concomitante a quimioterapia baseada em platina. Opções possíveis: cisplatina e 5-fluorouracil, 2 ciclos durante e 2 ciclos após a RT. Cisplatina semanal concomitante a RT. · Estadios IB3 e IIA: Radio externa concomitante a quimioterapia com cisplatina 40 mg/m2 semanal, durante as 6 semanas de radioterapia seguido de braquiterapia. Conduta discutível: histerectomia Radical com linfadenectomia pélvica bilateral. Conduta discutível. · Estadios IIB, III e IVA: Radio externa (IMRT) concomitante a quimioterapia com cisplatina 40 mg/m2 semanal, durante as 6 semanas de radioterapia (iniciando no D1 da RT externa) seguido de braquiterapia. Em geral chance grande de induzirmos menopausa por serem mulheres jovens. Reduzir risco de osteoporose, observar riscos a longo prazo: sinéquia, retite e cistite actinica a longo prazo, secura vaginal. · Estadio IVB: basicamente quimioterapia CA DE ENDOMÉTRIO Epidemiologia · 2º tumor ginecológico mais comum no BR · 7º em incidência e 3º em mortalidade. · 75% é dx em estádio precoce (I-III) · Tumor de países com IDH mais alto · 75% em mulheres >50 anos, pós menopausa. Patologia e fatores de risco Quadro clínico · Sangramento vaginal pós menopausa · Sangramento anormal na pré menopausa · Papanicolau anormal com células glandulares atípicas · Outros sintomas que representem doença metastática – ascite, massa abdominal. Rastreamento · Não há programa de rastreamento · Não indicado USTV e biopsia endometrial de rotina para usuárias de tamoxifeno (que causam mais pólipos benignos). · S. de Lynch: USTV e amostragem endometrial anual, iniciando aos 30-35 anos. Estadiamento · Dx por biópsia ou curetagem endometrial · Cx conforme figo – laparoscopia. · RNM ou TC abdome/pelve · Rx ou TC de tórax · CA-125 útil para predizer metástases extrauterinas. Tratamento Cirurgia · Histerectomia total · Salpingo-ooforectomia bilateral · Avaliação linfonodal e extrauterina · Omentectomia – seroso-papilífero, células claras, carcinossarcomas · Lavado peritoneal (não altera estadiamento) Via cx · Laparotomia · Vaginal (evitada, pois não há avaliação linfonodal) · Minimamente invasiva (preferencial) Doença localizada · I baixo risco: apenas cx · I intermediário, intermediário-alto: braquiterapia · I risco alto/II: radioterapia · III/ IVA: carboplatina + paclitaxel (x6) Avançada · Quimioterapia baseada em carboplatina e paclitaxel · Avaliar receptores hormonais e HER-2 · Imunoterapia e terapia alvo em segunda linha CA DE OVÁRIO Epidemiologia · Predominante em países desenvolvidos. · Tumor de pacientes mais idosas · 8ª causa de CA nas mulheres · No Brasil a sobrevida em 5 anos é de 46,5% Fatores de risco · >idade · Nulípara · Menarca precoce · Menopausa tardia · Obesidade · HMF positiva em parentes de 1º grau com CA de ovário (risco aumentado 2 vezes) · Mutação de BRCA-1 tem risco de 15-25% e BRCA-2 tem risco de 10-20% Reduzem o risco: múltiplas gestações, amamentação, contraceptivos orais, laqueadura tubária. Patologia · 80-90% epiteliais · Carcinoma seroso de alto grau em 70-80% dos casos · Disgerminoma: se comporta como os tumores de testículos dos homens; Carcinogênese · Células com alterações neoplásicas que descamam da tuba uterina se implantam na sup ovariana e dão origem ao Ca de ovário. Laqueadura portanto, reduz chance desse câncer. · Serosos de alto grau: origem nessas células da superfície uterina. · Serosos de baixo grau: origem de cistos de inclusão do processo ovulatório, cistoadenoma sofre mutações e vira carcinoma seroso. · Células claras/endometrioides: endometriose, risco de menstruação retrógada predispõe esses tumores. Estadiamento · TC/ rx de tórax · RNM ou TC de abdome total · Dosagem sérica CA-125 III – carcinomatose peritoneal IV – metástase. Rastreamento e prevenção · Seguimento com CA-125 e USTV não se mostraram efetivos · Sem indicação de realização de exames de rastreamento · Mulheres com risco alto – referenciar para aconselhamento genético · 90% relacionado a BRCA · S. de Lynch 10 a 12% · Cx redutora de risco: SOB entre 35 e 40 anos após prole constituída. · Mutação BRCA-2: avaliação de SOB entre 40-45 anos · Salpingectomia não é padrão · Rastreamento com img de CA-125 não se mostrou efetivo. Apresentação clínica Quadro indolente, dor abdominal, perda ponderal, aumento do volume abdominal por ascite, massa pélvica ao exame físico Estadiamento cx/tto · Cx preferencialmente por cx especializado em cx oncoginecológica · Avaliar status de mutação de BRCA o mais precoce possível. · Citorredução ótima · Histologia mucinosa: avaliar apendicectomia e investigação TGI
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