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Giulia Picciola bordoni AULA 01 As Organizações e a Administração: “O sucesso ou o insucesso das organizações depende da qualidade de sua administração”. A Organização As organizações advêm como resposta à necessidade dos indivíduos para alcançar metas mais ambiciosas, que são impossíveis de ser atingida individualmente, com uma estrutura que define e delimita qual é o papel, a autoridade e quais são as responsabilidades de cada um dos seus membros. Podem ser formais ou informais, mas sempre têm um propósito ou uma finalidade, de modo que se devem tomar decisões com relação aos objetivos, realizar um conjunto de tarefas de forma a alcançar, sob a lógica das leis de mercado, condicionadas por variáveis ambientais que interagem com seu desenvolvimento, satisfazendo as necessidades de todos os stakeholders. O stakeholders é uma pessoa ou um grupo, que legitima as ações de uma organização e que tem um papel direto ou indireto na gestão e resultados dessa mesma organização. Um stakeholder pode ser afetado positivamente ou negativamente, dependendo das suas políticas e forma de atuação. A Administração: Necessidade de administrar as organizações; Processo: a administração é um processo. Consiste em um conjunto de atividades e tarefas relacionadas a fim de atingir um objetivo em comum. Coordenação: coordenação do trabalho e dos recursos organizacionais para garantir que partes interdependentes funcionem como um todo, procurando alcançar a coerência entre os processos e os objetivos. A eficiência consiste em fazer as coisas certas se preocupando com os fins, para maximizar os objetivos alcançados e dar ênfase nos resultados pela escolha dos objetivos mais apropriados. Já a eficácia consiste em fazer bem as coisas se preocupando com os meios, a fim de minimizar os recursos utilizados e dar ênfase nos processos com ausência de desperdícios. Os Gestores Os gestores têm função administrativa e de tomar decisões e coordenar o trabalho de outros de forma a alcançar os objetivos organizacionais, sendo distinguido dos outros membros da organização por coordenarem as atividades de outros que prestam contas do seu trabalho. Muitas pessoas da estrutura hierárquica têm funções de administração, como os gerentes, supervisores, os líderes de equipe. Níveis organizacionais A classificação é feita pelo nível que ocupam na organização e pelo âmbito das atividades pelas quais são responsáveis – gestores gerais ou funcionais, de forma que a integração e a coordenação das ações dos gestores dos três níveis hierárquicos auxiliam na garantia do sucesso organizacional. O nível estratégico se baseia em administradores estão no topo da “pirâmide”, de modo que sua atuação estratégica abrange toda a organização; No nível tático, os gerentes estão na parte intermediária da “pirâmide”, de modo que a atuação tática tem foco na unidade ou área funcional. E o operacional as supervisões de 1ª linha estão na base da “pirâmide”, de modo que a atuação operacional especifica uma operação ou tarefa. O Processo de Administração É um processo dinâmico, dividido em quatro funções executadas de maneira inter- relacionada: Planejamento: Define os objetivos e desenvolve as estratégias/ações para serem alcançadas; Organização: Define o que vai ser feto, como dever ser feito e quem deve fazer; Direção: Lidera e motiva os membros da organização. Controle: Monitora o desempenho, a fim de garantir que cada objetivo seja alcançado; A Abrangência das Funções da Administração O tipo de organização também influencia o trabalho de um gestor em uma empresa, mas todos estabelecem objetivos e estratégias, estruturam suas organizações, equipes de trabalho e processos, lideram e motivam seus subordinados entre outros. O gestor de empresas tem como principal indicador de competitividade e desempenho da organização a maximização de lucros e, em empresas públicas e não lucrativas, respondem a objetivos mais difíceis de medir, como universalização, equidade de justiça. Em micro e/ou pequenas empresas, um gestor é mais generalista, de modo que combina muitas tarefas de um gestor de topo com tarefas rotineiras. De qualquer forma, independentemente do tamanho da organização, os gestores realizam as quatro funções da administração, variando o tempo que dedicam a cada uma e o seu conteúdo. As Áreas Funcionais da Organização As organizações estão normalmente divididas em áreas funcionais, que apresentam atividades e tarefas especializadas, resultantes do processo de divisão do trabalho. Abordam o Marketing e Comercial, a Produção e Operação, Recursos Humanos e Finanças. Área de Produção ou de Operações A principal razão de ser de uma organização é a produção de bens ou a prestação de serviços. Por este motivo, o sistema de operações de uma organização é o centro ou o “coração” de sua atividade, de modo que envolve: Planejamento do produto; Instalações; Processo produtivo; Organização do trabalho; Planejamento da produção; Administração de estoques; Controle; Compras. Área Comercial e de Marketing Essa área é responsável por diversas funções e atividades organizacionais, entre as quais estão: Pesquisa de mercado; Produto; Preço; Distribuição; Comunicação; Vendas. Área de Recursos Humanos A área de recursos humanos é responsável pelas seguintes funções: Implementação de políticas e procedimentos que regulem as relações da organização com seus membros; Planejamento dos recursos humanos; Recrutamento e seleção; Treinamento e desenvolvimento; Avaliação de desempenho; Remuneração e compensação; Melhoria das condições no local de trabalho. Área Financeira A área financeira é responsável pelas seguintes funções: Informação de gestão; Análise; Investimento; Financiamento; Distribuição de dividendos. A Administração no Brasil O Estilo Brasileiro de Administrar Concentração de poder é a “tendência” das organizações brasileiras para centralizar o poder e a autoridade no líder, em que as decisões são unilaterais e os liderados devem cumprir sem questionar, com uma elevada distância hierárquica entre os diferentes níveis organizacionais. No personalismo, é representado o lado pessoal da relação entre líder e liderado, o que reflete a tendência para cultivar a proximidade e o afeto nas relações interpessoais, onde a autoridade informal > autoridade formal. A postura de espectador reflete na passividade e na conformação dos liderados perante o líder. O liderado deve aguardar uma orientação e agir, sem questionar, como dito. Esse traço cultural é caracterizado pela aceitação passiva da realidade, pela pouca iniciativa e pela transferência de responsabilidade, onde a burocracia tem um peso significante. Aversão ao conflito é a “tendência” de evitar situações de conflito, normalmente como uma forma de lidar com a concentração de poder; sem pôr a perder as relações pessoais que falam mais alto. O conflito é abordado indiretamente e a competição é substituída por processo mais colaborativo, tendo fuga à discussão e a procura por soluções mediadas. O formalismo é um traço cultural que resulta da intolerância à incerteza e é caracterizado pela necessidade de construir e instituir práticas por meio de leis e regulamentos que impeçam desvios comportamentais. Como consequências têm o excessivo número de normas e regulamentos que inibem comportamentos e atrapalham a competitividade das empresas brasileiras. A lealdade às pessoas está relacionada ao líder, que faz a interligação entre os grupos, de modo que a coesão social é obtida com a lealdade pessoal, a informação e comunicação seguem os canais de lealdade e as relações pessoais preferíveis ao desempenho e à realização. O paternalismo é algo bem presente e muito sério. O líder produz o papel de “pai protetor”, a aceitação da desigualdadede poder e o preenchimento de cargos por confiança ou relações pessoais, com a distância hierárquica percebida como alta, torna-se comum. A impunidade leva a ano punição dos ineficientes ou transgressores, não premiação dos mais merecedores, a tolerância em relação aos que pertencem ao mesmo grupo social e a um clima organizacional de baixa motivação e permissividade. O Ambiente Organizacional Brasileiro: No Brasil, há uma elevada carga tributária, elevados custos de financiamento, uma burocracia ineficaz e a produtividade são reduzidos. É claro que isso não é regra. Umas das principais causas do fechamento das empresas brasileiras estão listadas a seguir: Falha na capital de giro (42%); Problemas financeiros (21%); Má localização (8%); Má gerencia (7%); Falta de clientes (25%); Dívidas de clientes (16%); Falta de mão de obra qualificada (5%); Falta de crédito bancário (14%); Importância da administração no Brasil é significativa, cerca 50% dos novos negócios falham nos dois primeiros anos de atividade e as principais razões dessa elevada mortalidade empresarial advém das falhas gerenciais. Os custos de uma administração ruim não se limitam a um desperdício de recursos financeiros e materiais, mas também acarretam elevados custos para a sociedade. Mas. Como dito que nem tudo é regra, são listados alguns fatores condicionantes do sucesso empresarial: Bom conhecimento do mercado em que atua (49%); Boa estratégia de vendas (48%); Criatividade do empresário (31%); Aproveitamento das oportunidades de negócio (29%); Capacidade de liderança (25%); Escolha de um bom administrador (31%); Uso do capital próprio (29%); Acesso a novas tecnologias (17%); Administração no Contexto Contemporâneo Os gestores precisam desenvolver uma visão global do mundo de negócios, de modo que necessitam entender diferentes modelos culturais para que as organizações sejam ser flexíveis e rápidas. As redes e o trabalho em equipe tendem a substituir a tradicional hierarquia rígida e a necessidade de uma força de trabalho mais qualificada reflete no foco na satisfação dos clientes, o que implica no crescimento da importância da ética nos negócios. Análise Giulia Esse tema me lembra de uma frase que escutei um tempo atrás: “Empreendedor não é necessariamente administrador. Você pode administrar e ser bom nisso, mas sem saber empreender nada vai adiantar para o crescimento de uma empresa.” Cada setor tem sua funcionalidade, saber organizar e administrar não está no “DNA” de muitas pessoas, a cultura pesa muito nesse aspecto, deve haver uma junção, uma interdisciplinaridade para que uma empresa tenha sucesso na sua administração com o empreender. Em relação ao Brasil, gosto muito da análise de Jessé Souza, que li uns anos atrás, sobre a visão do povo brasileiro que pode refletir na má administração. “Souza realizou pesquisas importantes na área de desigualdade econômica, contribuindo para o surgimento de um novo paradigma para os estudos econômicos e sociais referentes a essa área. Dessa forma, fica evidente, ao menos nos artigos publicados pelo autor na primeira década do século XXI, a centralidade da discussão a respeito da “desigualdade social” e o esforço de Jessé por autonomização do pensamento científico brasileiro para a produção de categorias, eixos de sentidos, significações e explicações que partissem das reais demandas experimentadas no cenário nacional. Em seus escritos, sempre críticos, Jessé dialoga com diversos pensadores, destaca-se entre ele o sociólogo francês Pierre Bourdieu, do qual Jessé toma de empréstimo a noção de habitus, além de tratar com interesse a discussão em torno das noções de estruturas estruturantes e estruturas estruturadas, centrais para boa parte do pensamento bourdieusiano. Também faz critica ao homem cordial de Holanda por pensar o brasileiro genericamente, sem distinção de classe. Holanda desenvolve em sua obra seu homem cordial à noção também desenvolvida por ele de patrimonialismo brasileiro. No Estado patrimonialista, a elite se juntaria para tirar proveitos privados daquilo que é público. Deste modo, para Jessé, Holanda esconde a atuação do homem cordial do mercado, exaltando este em detrimento do Estado, visto como o centro de toda a corrupção e exploração da elite pelo povo, escondendo, assim, os reais conflitos de classe no Brasil e a origem social dos privilégios individuais”. https://pt.wikipedia.org/wiki/Patrimonialismo https://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado AULA 02 A Evolução do Pensamento em Administração Do artesão à Revolução Industrial Da Antiguidade até meados do século XV, os produtos eram feitos por artesãos, em um sistema rotulado de produção artesanal. O artesão era responsável pela execução de todo o ciclo produtivo o bem e fazia uso intensivo de suas habilidades manuais. Com o aumento da demanda essa forma de interação com o mercado se tornou insuficiente, o crescimento, a ascensão da burguesia e o consequente declínio dos governos absolutistas na Europa, iniciam os ideais iluministas. Este movimento promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. As críticas do movimento ao Antigo Regime eram em vários aspectos como: Mercantilismo; Absolutismo monárquico; Poder da igreja e as verdades reveladas pela fé. Com base nos três pontos acima, podemos afirmar que o Iluminismo defendia: A liberdade econômica, ou seja, sem a intervenção do estado na economia; O Antropocentrismo, ou seja, o avanço da ciência e da razão; O predomínio da burguesia e seus ideais. Desenvolvimento da máquina a vapor por James Watt (1769) alavanca e viabiliza a construção de máquinas que podiam produzir de forma repetitiva, mais rápida e mais padronizada. Graças a essas máquinas, a produção de mercadorias aumentou muito. E os lucros dos burgueses donos de fábricas cresceram na proporção. Por isso, os empresários ingleses começaram a investir na instalação de indústria. O mundo novo do capitalismo, da cidade, da tecnologia e da mudança incessante triunfou. Se estabelece a lógica de divisão de trabalho e da especialização de recursos, como forma de se aumentar a produtividade nas cadeias produtivas. O aumento da produtividade e do volume de produção acarreta a busca por novos mercados e de maneiras de transportar mercadorias de forma mais eficiente, ou seja, melhorar o desempenho dos processos logísticos. As origens da Abordagem Clássica da Administração remontam as consequências geradas pela Revolução Industrial em dois fatos genéricos: O crescimento acelerado e desorganizado das empresas Ocasionou gradativa complexidade em sua administração e exigiu uma abordagem científica e mais apurada, com dimensões mais amplas surgem às condições iniciais de planejamento da produção, reduzindo a improvisação. A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações melhora o rendimento dos recursos e estimular à concorrência e à competição entre empresas, o que evita o desperdício e economizar mão-de-obra. Frederick W. Taylor É considerado "o pai" da Administração Científica, por propor a utilização de métodos científicos cartesianos na administração de empresas. Seu foco era a eficiência e a eficácia operacional na administração industrial e comercial, por meio da racionalização do trabalho operário. Frederick Taylor acreditava que oferecendo instruções sistemáticas e adequadas aos trabalhadores, ou seja, treinando-os, haveria possibilidade de fazê-los produzir mais e com melhor qualidade. Frederick achava que todo e qualquer trabalho necessita, preliminarmente, de um estudo para que seja determinada uma metodologia própria visando sempre ao seu máximo desenvolvimento. Em relação à produtividade e à participação dos recursos humanos, estabelecia acoparticipação entre o capital e o trabalho, cujo resultado refletirá em menores custos, salários mais elevados e, principalmente, em aumentos de níveis de produtividade. Preocupação em aumentar a eficiência da indústria por meio da racionalização do trabalho operário. Henri Fayol Henri Fayol foi um dos principais contribuintes para o desenvolvimento do conhecimento administrativo moderno. Uma das contribuições da teoria criada e divulgada por ele foi o desenvolvimento da abordagem conhecida como Gestão Administrativa ou processo administrativo, onde pela primeira vez falou-se em administração como disciplina e profissão, que por sua vez, poderia ser ensinada através de uma Teoria Geral da Administração. Outra contribuição da teoria de Fayol é a identificação das principais funções da Humanidade que são: Planejar, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar (POCCC ou POC³). Preocupação em aumentar a eficiência da empresa por meio de sua organização e da aplicação de princípios gerais da Administração em bases científicas. Escola da Administração Científica: O nome Administração Científica é devido à tentativa de aplicação dos métodos dessa ciência aos problemas da Administração, aumentando a eficiência industrial. Os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da Administração são: A observação e a mensuração. A preocupação original foi eliminar o fantasma do desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias e elevar o nível de produtividade por meio de métodos e técnicas de engenharia industrial. O princípio do planejamento é substituir no trabalho o critério individual do operário, a improvisação e o empirismo, que são métodos baseados em procedimentos científicos. O planejamento é uma responsabilidade da gerência e não do trabalhador. Este é responsável apenas pela execução da tarefa. O princípio do preparo é selecionar cientificamente os trabalhadores e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor. No passado, o próprio trabalhador escolhia o seu trabalho e a maneira de executá-lo e treinava a si mesmo como podia. A seleção de pessoal e o treinamento são incumbências da gerência. O princípio do controle é controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está sendo executado de acordo com as normas estabelecidas seguindo o plano previsto. O controle deve focalizar as exceções ou os desvios dos padrões. A gerência deve verificar as ocorrências que se afastam dos padrões para corrigi-las adequadamente. O princípio da execução é distribuir distintivamente as atribuições e as responsabilidades para que a execução do trabalho seja a mais disciplinada possível. Além desses princípios básicos, Taylor apontou outros princípios secundários, tais como: Estudo de tempos e movimentos – para eliminar movimentos inúteis e racionalizar o trabalho do operário e, com isso, estabelecer o método ideal de trabalho. Preocupação com a fadiga – movimentos mal planejados produzem cansaço e redução da eficiência do operário. Além desses princípios básicos, Taylor apontou outros princípios secundários, tais como: Padrão de produção – corresponde à eficiência igual a 100%. É o padrão normal de produção de um operário médio no seu trabalho. Plano de incentivo salarial – trata de remunerar o operário por peça produzida – conceito de homo economicus. Além desses princípios básicos, Taylor apontou outros princípios secundários, tais como: Supervisão funcional – a supervisão também deve ser especializada, de modo que cada operário se subordine a diversos supervisores, cada qual especializado em determinada área de atividade. Condições ambientais de trabalho – para reduzir a fadiga torna-se necessário cuidar dos aspectos físicos que envolvem o trabalho, como a iluminação, temperatura, baixo ruído. https://pt.wikipedia.org/wiki/Mercadoria https://pt.wikipedia.org/wiki/Lucro https://pt.wikipedia.org/wiki/Burguesia https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismo https://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Taylorismo https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_Cient%C3%ADfico https://pt.wikipedia.org/wiki/Ren%C3%A9_Descartes Teoria Clássica Iniciada por Henri Fayol – engenheiro francês que se preocupou com as funções da empresa, divisão do trabalho, especialização, bases da departamentalização e princípios gerais de administração. 14 Princípios de administração de Fayol Divisão do trabalho: a especialização promovida pela divisão do trabalho aumenta os resultados tornando os empregados mais eficientes; Autoridade: dá ao gerente o direito às ordens. Disciplina: os empregados devem obedecer e respeitar as regras que governam a organização. Unidade de comando: cada empregado deve se subordinar a apenas um superior. Unidade de direção: cada grupo de atividades organizacionais deve ter o mesmo objetivo e deve ser dirigido por um gerente por meio de um plano. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: os interesses de um empregado ou de um grupo não devem preceder aos interesses superiores da organização como um todo. Remuneração: os trabalhadores devem ser pagos com salários adequados. Centralização: refere-se ao grau no qual os subordinados estão envolvidos na tomada de decisões (deve ser centralizada na cúpula da empresa). Cadeia escalar: é a linha de autoridade que vai do topo da organização até o nível mais baixo. As comunicações devem seguir essa cadeia. Ordem: pessoas e materiais devem estar no lugar certo e no tempo certo. Equidade: o gerente deve ser atencioso e justo para com os seus subordinados. Estabilidade ou permanência pessoal: a rotatividade elevada de pessoal é ineficiente. Iniciativa: os empregados incumbidos de executar planos devem exercer esforço pessoal. Espírito de equipe: promover espírito de equipe cria harmonia e unidade na organização. Abordagem Humanística Teve sua origem na experiência de Hawthorne em Chicago, realizada entre 1927 e 1932, para avaliar a correlação entre a produtividade e a iluminação no local de trabalho. Acabou desvendando o fator humano e a organização informal por meio das seguintes conclusões: O trabalho é uma atividade tipicamente grupal – o nível de produção é influenciado pelas normas do grupo e não apenas pelos incentivos salariais da organização. O operário não reage como indivíduo isolado, mas como membro de um grupo e em estreita relação de camaradagem e integração com os colegas. A tarefa da administração é formar chefes capazes de compreender e comunicar, com elevado espírito democrático, e que sejam persuasivos e simpáticos. A pessoa humana é motivada essencialmente pela necessidade de “estar junto” com outras pessoas, de ser reconhecida pelos outros e receber adequada comunicação. Além da organização formal oficialmente estabelecida pela organização, existe também uma organização informal composta pelos grupos sociais que se constituem espontaneamente. Trouxe à tona as necessidades humanas básicas, bem como os grupos sociais informais criados a partir dos relacionamentos sociais entre as pessoas. Abordou pela primeira vez a organização como uma entidade social (composta de pessoas e buscando o equilíbrio interno) e econômica (com foco no lucro e buscando o equilíbrio externo), de modo que deu início com a preocupação do ser humano no trabalho. Define-se, também, o homem social como a motivação econômica é secundária na determinação do rendimento do trabalhador, para ela, as pessoas são motivadas pela necessidade de “reconhecimento”, de “aprovação social” e “participação”, nas atividades dos grupos sociais nas quais convivem. Abordagem Burocrática Surgiu graças aos trabalhos de Max Weber. As principais dimensões da burocracia eram: Divisão do trabalho: uma sistemática divisão do trabalho para permitir alto grau de especialização profissional e pessoas tecnicamente qualificadas – oscargos são fragmentados em tarefas simples, rotineiras e bem definidos. Hierarquia de autoridade: os cargos são arranjados, organizados e remunerados em uma hierarquia. Cada nível é supervisionado e controlado pelo nível superior. A autoridade é bem definida e estrutura-se sob forma de pirâmide, desde o topo até a base. Regulamentação: por meio de normas, regras e procedimentos formais e escritos – permitem a coordenação e asseguram uniformidade, eliminando decisões arbitrárias e regulando e controlando as ações dos empregados. Comunicações formalizadas: todas as comunicações são feitas através de meios escritos e documentados como comprovação. Impessoalidade: a ênfase é colocada nos cargos e não nas pessoas, para assegurar que regras e controles sejam aplicados uniformemente, evitando envolvimentos pessoais. Competência profissional: admissão e encarreiramento das pessoas são baseados na competência técnica e profissional mediante concursos ou provas de seleção. Críticas Internalização das regras e apego aos regulamentos por parte das pessoas; Excesso de formalismo e papelório; Resistência às mudanças devido ao caráter conservador da organização; Despersonalização do relacionamento entre as pessoas, que são tratadas como ocupantes de cargos; Categorização, ou seja, a hierarquia como base do processo decisório. Quem decide é o superior, enquanto o subordinado apenas obedece. Superconformidade às rotinas e aos procedimentos; Exibição de sinais de autoridade pela hierarquia para demonstrar poder; Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público. Abordagem Estruturalista Foi um movimento que permitiu integrar os conceitos das várias abordagens anteriormente enumeradas em um todo consistente. Exemplo: Organização formal e informal. Recompensas salariais e sociais. Níveis e diversidade de organizações. Interdependência das organizações com a sociedade. O todo organizacional é maior do que a soma das suas partes. O homem organizacional desempenha diferentes papéis em várias organizações e reflete uma personalidade cooperativa e coletivista. Abordagem Comportamental Foi um desdobramento mais recente da abordagem humanística, proporcionando novas proposições sobre a motivação humana e sobre os estilos de gestão e sistemas de administração. Mostra a organização como um sistema social cooperativo caracterizado por um processo decisório que envolve todas as pessoas e o comportamento organizacional envolve vários tipos de participantes – como acionistas ou proprietários, dirigente, clientes e fornecedores – que investem na organização na espera de diferentes tipos de retornos. Coexiste na organização um intenso conflito entre objetivos organizacionais e individuais de seus participantes. Homem administrativo não procura a melhor alternativa, o máximo absoluto, mas sim, aquela alternativa satisfatória, que se mostra suficiente frente às possibilidades da situação. Abordagem Sistêmica Surgiu com a Teoria de Sistemas e sua profunda influência na administração moderna. As organizações são vistas como sistemas sociais abertos e em intensa interação com seu meio ambiente, do qual recebem insumos que são processados e transformados em produtos e serviços que são retornados ao ambiente, há um processo contínuo de importação – processamento - exportação que se caracteriza por uma extensa cadeia de valor. As empresas passam a ser visualizadas segundo duas características sistêmicas: Totalidade: as organizações devem ser visualizadas globalmente – a visão do conjunto deve prevalecer sobre a visão analítica. Ou seja, a organização deve ser visualizada como um sistema. Exemplo: ver a floresta e não cada uma de suas árvores isoladamente. Propósito: toda organização – como todo sistema – tem um propósito ou um objetivo a alcançar. A visão do propósito mostra que é a função – e não a estrutura – que faz a organização. A importância do aparelho respiratório no organismo humano é determinada pela sua função e não pela sua estrutura. Homem funcional, o indivíduo comporta-se em um papel dentro das organizações, inter- relacionando-se com os demais indivíduos como um sistema aberto. Abordagem Contingencial Foi decorrência de pesquisas que demonstraram o forte impacto ambiental sobre o desempenho de organizações e empresas, sendo o ambiente dinâmico e mutável, logo, as empresas precisam se adaptar e ajustar-se às demandas ambientais para poderem sobreviver. As características ambientais das empresas bem-sucedidas são continuamente modeladas e remodeladas em função das características ambientais requeridas. Coexistem dois fenômenos antagônicos nas organizações: Diferenciação: na medida em que cada organização se defronta com vários ambientes específicos, ela tende a sofrer uma divisão interna do trabalho a fim de que cada unidade sua possa interagir exclusivamente com alguma das partes relevantes do seu ambiente. Assim, cada subsistema ou unidade da organização se especializa em trabalhar com um ambiente específico. Integração: é o oposto do conceito anterior. É o processo gerado por pressões internas da organização no sentido de alcançar unidade de esforços e coordenação entre os vários subsistemas. A organização precisa trabalhar como uma totalidade e os principais meios de integração são: sistemas formas de coordenação para assegurar a integração, relacionamento administração direto entre unidades, hierarquia administração. Não existe uma única maneira correta de fazer um trabalho, pois tudo é contingencial e situacional. Abordagem Complexa Surgiu recentemente com o advento da teoria do caos e da complexidade. , de modo que tudo é dinâmico e mutável e existe uma infinidade de atores que atuam simultaneamente definindo estratégias, operações, oferecendo produtos e serviços ao mercado e provocando um poderoso dinamismo que conduz à mudança, transformação e imprevisibilidade. Nesse cenário de incertezas, as organizações precisam definir estratégias capazes de gerar vantagens competitivas que garantam a sustentabilidade no longo prazo. Teoria do caos Salienta que tudo na natureza muda e evolui continuamente. Nada no universo é passivo ou estável. O equilíbrio é exceção, enquanto a mudança é regra. A realidade está sujeita a perturbações e ruídos que redundam em imprevisibilidade e incerteza. O caos é uma ordem mascarada de aleatoriedade. NA FÍSICA... A entropia é uma grandeza termodinâmica que mede o grau de liberdade molecular de um sistema e está associado ao seu número de configurações (ou microestados). A entropia também é geralmente associada à aleatoriedade, dispersão de matéria e energia, e "desordem" de um sistema termodinâmico. A entropia é a entidade física que rege a segunda lei da termodinâmica, a qual estabelece que a ela deve aumentar para processos espontâneos e em sistemas isolados. Para sistemas abertos, deve-se estabelecer que a entropia do universo (sistema e suas vizinhanças) deve aumentar até atingir um valor máximo no estado de equilíbrio. https://pt.wikipedia.org/wiki/Grandeza_f%C3%ADsica https://pt.wikipedia.org/wiki/Termodin%C3%A2mica https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema Aula 03 O Ambiente Organizacional Os Parâmetros da Ação Gerencial Quais são os fatores que realmente influenciam o desempenho de uma organização? O sucesso ou o fracasso organizacional dependem de uma boa administração ou são simples consequência de fatores ambientais favoráveis? Nas últimas décadas há a visão onipotente da administração como perspectiva que considera o gestor o principal responsável pelo desempenho da organização, desvalorizando o impacto do ambiente. Exemplo: Nike Brasil - resolveu substituir o administradorportuguês pelo argentino Christian Corsi, ex-presidente da filial mexicana da empresa. Motivo: resultados abaixo das expectativas. Visão simbólica da administração há a perspectiva que considera os atos do gestor limitados no desempenho da organização, por ele não ter controle sobre as forças ambientais que afetam a organização. Visão equalizadora da administração há a perspectiva que reconhece que o gerente opera condicionado pelas restrições impostas pelo ambiente; seu papel consiste em equilibrar as interações entre os ambientes externo e interno. Ação gerencial equalizadora sofre interferências e equilibra o ambiente interno e externo. O Ambiente Organizacional Conceito de análise ambiental: processo de monitoramento e reflexão estratégica que busca avaliar o impacto do ambiente na organização. Conceito de ambiente organizacional: conjunto de forças, tendências e instituições, tanto externas como internas a organização, que têm potencial para influenciar seu desempenho.Propósito da análise ambiental é avaliar o ambiente organizacional para que a administração possa reagir adequadamente e intensificar o sucesso da empresa. Nem todos os elementos do ambiente organizacional exercem a mesma influência na organização. Para isso, a análise ambiental distingue entre o ambiente externo e interno. Ambiente externo: contexto no qual as organizações existem e operam, sendo constituído pelos elementos que se encontram fora dos limites da organização. Ambiente interno: conjunto de elementos internos da organização que influenciam a sua adequação ao ambiente externo e, consequentemente, seu desempenho organizacional. O ambiente interno e a Cultura Organizacional Mesmo que os fatores do ambiente externo possam parecer iguais para organizações que fazem parte de um mesmo setor, a influência, potencial ou real, de cada um desses fatores depende da singularidade da organização. É o ambiente interno da organização que marca a singularidade organizacional, uma vez que se refere às características particulares de uma empresa. A cultura organizacional define-se como um conjunto de significados compartilhados pelos membros da organização, expressa e produzida via histórias, rituais, lendas, símbolos, linguagem e cerimônias. A partir da década de 1970 as diferenças no desempenho das empresas começaram a ser atribuídas à cultura. Existem culturas favoráveis e desfavoráveis ao bom desempenho, e caberia aos consultores organizacionais o uso de teorias antropológicas para diagnosticar as mazelas da empresa. A cultura organizacional serve de apoio à adaptação da organização ao ambiente externo e à integração eficaz dos processos internos. Culturas fortes e fracas Cultura organizacional forte: cultura na qual os valores essenciais da organização são intensamente acatados e amplamente compartilhados por todos os membros organizacionais. Cultura organizacional fraca: os valores da organização não são obedecidos ou não são compartilhados pelos membros organizacionais; logo, seu comportamento é pouco influenciado pela cultura. De maneira geral, os resultados das pesquisas sugerem que empresas com culturas fortes estão associadas a maiores níveis de desempenho organizacional. Poder e cultura organizacional: Elementos de transmissão da cultura organizacional: O Ambiente Organizacional Rituais = referem-se às atividades repetidas que expressam e reforçam os valores-chave da organização. Exemplo: cerimônias comemorativas, treinamento e integração de novos funcionários. Símbolos = podem ser objetos, ações ou eventos que transmitem significados aos membros da organização. Exemplo: uniforme Slogans = facilitam a incorporação de valores. Exemplo: “os clientes estão sempre em primeiro lugar”. Histórias = narrativas baseadas em eventos reais, que recuperam momentos fundamentais da vida da organização. Exemplo: sucessos estrondosos. Funções da Administração e cultura organizacional: a cultura organizacional pode condicionar o processo de tomada de decisão em todas as funções da administração. Conjunto amplo de fatores e tendências externas à organização que podem afetar seu desempenho, geralmente de forma indireta. O Ambiente Operacional Conjunto de forças, atores ou instituições diretamente relacionados com a esfera de atuação da organização que pode influenciar de forma positiva ou negativa seu desempenho. Cliente = reflete as características e o comportamento daqueles que compram produtos e serviços fornecidos pela organização. Concorrência = consiste em entender os concorrentes. Fornecedor = inclui todas as variáveis relacionadas aos que fornecem recursos para a organização. Ex.: a qualidade relativa dos materiais oferecidos. Instituições Financeiras = todas as empresas necessitam de capital de curto prazo, para financiar operações correntes, e de capital de longo prazo, para construir novas instalações ou comprar equipamentos. Meios de comunicação social = incluem a mídia, de massa ou especializada e são responsáveis pela comunicação e divulgação das ações da empresa para o público em geral e também pela publicidade dos produtos e serviços da organização. Grupos de interesse especiais = sindicatos, associações empresarias, associação de defesa do consumidor, Ongs e etc A Relação organização-ambiente O conhecimento das condicionantes ambientais de cada empresa é fundamental para seu sucesso e, em longo prazo, para sua sobrevivência. Duas dimensões importantes para aferir o grau de incerteza ambiental são o ritmo de mudança não planejada e a complexidade ambiental. Incerteza Ambiental Grau de incerteza ambiental: grau de desconhecimento dos fatores ambientais, determinado pela complexidade e ritmo de mudança desses fatores. Estratégias de gestão da relação com o ambiente organizacional O ambiente pode influenciar de forma diferenciada as organizações, mas a forma de lidar com o ambiente também depende dos gestores. Assim, as empresas podem adotar estratégias de: Monitoramento do ambiente Adaptação ao ambiente Reação ao ambiente O monitoramento do ambiente realiza-se com o objetivo de perceber os primeiros sinais de mudanças nos fatores que irão influenciar a empresa. As empresas fazem uso de redes informais, contatos com administradores de outras organizações, relatórios e estatísticas públicas por fontes oficiais, revistas de negócios, bancos de dados, entre outros. Podem também usar a inteligência competitiva para monitorar o ambiente externo. Para organizações de menor porte, o contato com empresas especializadas em produção de clippings e em consultorias pontuais para pesquisas de mercado é uma das formas alternativas de monitoramento ambiental. Clipping é o processo contínuo de monitoramento, análise e arquivamento de menções feitas na mídia a uma determinada marca, como empresa ou celebridade. As empresas que enfrentam alto grau de incerteza ambiental podem utilizar várias estratégias de adaptação ao ambiente, a saber: Transposição de fronteiras: refere-se ao desempenho de papéis organizacionais que têm como principal objetivo relacionar a empresa com os principais elementos do ambiente externo. Parcerias Inter organizacionais: colaborar com outras empresas como forma de transpor as fronteiras organizacionais Alguns exemplos de ações gerenciais com o objetivo de alterar o ambiente são: Ações de relações públicas: práticas promocionais e de propaganda. Ações legais: engajamento em batalhas legais privadas sobre questões de antitruste, de propaganda enganosa etc. Ações de responsabilidade socioambiental: compromissos voluntários com vários grupos de interesse. Alguns exemplos de ações gerenciais com o objetivo de alterar o ambiente são: Ações políticas: esforços para influenciar os representantes eleitos a criar um ambiente de negóciosmais favorável. Cooptação: prática que consiste na absorção de novos elementos na estrutura diretiva da organização. Coalizões e associações: parceria entre duas ou mais empresas com interesses similares para atuarem conjuntamente por algum período Análise de Stakeholders A análise de stakeholders é uma técnica gerencial que consiste em: Identificar os stakeholders da organização; Determinar a importância e o impacto de cada stakeholder para a organização; Determinar quais os stakeholders críticos para a organização; Desenvolver uma abordagem de acordo com a sua relevância e características específicas. Matriz de relações com stakeholders: O Ambiente Organizacional Parcerias e Alianças = Deve-se optar pelo desenvolvimento e acordos proativos entre a organização e o stakeholder para alcançar objetivos em comum. Gestão de stakeholder = a organização deve administrar diretamente sua relação com o stakeholder, com o desenvolvimento de ações específicas, como relações públicas. Monitoramento de fronteiras = a organização deve apenas monitorar pro ativamente sua relação com o stakeholder, para coletar e disseminar informação relevante. Monitoramento do ambiente = a organização deve limitar-se a acompanhar as principais tendências e forças do ambiente organizacional, sem desenvolver ações especificas em relação a esse stakeholder. Cultura Organizacional e Ambiente Externo O processo de administração é um contínuo ajustamento do ambiente interno e da cultura organizacional às tendências, oportunidades e ameaças do ambiente externo. Uma cultura organizacional forte por si só não garante o sucesso da empresa, a não ser que ela incentive uma adaptação saudável ao ambiente externo. Cultura organizacional adaptativa – Cultura caracterizada pela maior maleabilidade e flexibilidade frente às mudanças organizacionais, distinguindo-se pela capacidade de inovação e criatividade. AULA 04 A Tomada de Decisão em Administração Fundamentos da tomada de decisão Diariamente, os gestores tomam muitas decisões sobre os mais diversos assuntos, e a qualidade delas tem impacto muito significativo no desempenho da organização. Exemplo Decisões difíceis da Nokia: No final da década de 1990, com a segunda geração de telefonia celular (2G) e o surgimento de celulares digitais = bateu a líder mundial Motorola (que focou a produção em celulares analógicos). No entanto, uma sucessão de erros dos gestores da Nokia a fez “sumir” no mercado. Primeiro erro: insistência da Nokia no sistema operacional Symbian, enquanto o IOS da Apple e o Android da Google se mostravam superiores. Segundo erro: Problemas com a loja de aplicativos da Nokia – mistura de aplicativos com conteúdos diversos, como ringtones e wallpapers. Consequências: desvalorização da marca em 70%. É importante compreender que é o conjunto de decisões que permite à organização resolver os problemas, aproveitar as oportunidades e, com isso, alcançar seus objetivos. Os gestores têm de calcular e gerir os riscos e as probabilidades que acompanham suas decisões. A qualidade das decisões tomadas é uma medida da eficácia da gestão. Pior do que uma má decisão é a indecisão. Funções da administração e a tomada de decisões: O ambiente da tomada de decisão Os gestores têm de calcular e gerir os riscos e as probabilidades que acompanham suas decisões. Entretanto, por mais sofisticadas que sejam as ferramentas de apoio à tomada de decisão utilizada, a imprevisibilidade está quase sempre presente no processo decisório. Por esse motivo, cada situação de decisão deve ser organizada em uma escala que vai da completa certeza à completa incerteza, de acordo com a disponibilidade de informação sobre cada alternativa e seus resultados. Certeza: situação em que toda informação necessária para a tomada de decisão está disponível. O gestor conhece o objetivo a alcançar e tem informações precisas e confiáveis sobre os resultados e as consequências de cada alternativa possível. Exemplo: quando um gestor escolhe entre os dois tipos de investimento sem risco (como títulos de dívida pública e depósitos em poupança). Mesmo no caso sobre dois tipos de investimento sem risco existe uma probabilidade mínima de não se confirmarem os resultados previstos. Incerteza: situação na qual a informação sobre as alternativas e suas consequências é incompleta ou imprecisa. Risco: situação na qual não é possível prever com certeza os resultados associados a cada alternativa, mas há informação suficiente para estimar suas probabilidades de ocorrência. Essas probabilidades podem ser calculadas por meio de modelos matemáticos e estatísticos ou baseadas na experiência e nos conhecimentos dos gestores. Exemplo: um diretor de marketing experiente consegue estimar os resultados esperados de cada tipo de campanha publicitária ao lançar um produto. Exemplo 2: utilização de modelos probabilísticos por parte das empresas petrolíferas para decidir se devem ou não explorar determinado poço de petróleo. Tipos de decisão Decisões programadas: soluções para situações repetitivas e estruturadas determinadas por abordagens específicas para as quais a organização já desenvolveu mecanismos de atuação e controle. Exemplo: quando um lote de produtos não passa no controle de qualidade, o gestor sabe exatamente como proceder. Decisões não programadas: soluções específicas para resolver situações desestruturadas e pouco frequentes, para as quais a informação é incompleta e ambígua. Entretanto, as decisões programadas limitam a liberdade do gestor, uma vez que não dependem tanto do seus julgamentos, mas sim de mecanismos, que podem ser fragmentados em: Regras: normas explícitas sobre como o gestor deve proceder perante uma situação estruturada. Exemplo: atraso do trabalhador. Procedimentos: série de etapas sequenciais e inter-relacionadas que devem ser seguidas para responder a uma situação bem estruturada. Exemplo: manual de qualidade. Políticas: orientações genéricas sobre como proceder em situações recorrentes, mas menos estruturadas, ou seja, oferecem apenas parâmetros de atuação. Exemplo: uma empresa pode ter como política a satisfação do cliente em primeiro lugar Comparação entre decisões programadas e não programadas: Relação entre o ambiente de tomada de decisão, o nível organizacional e o tipo de decisão: O Processo Decisório O processo de tomada de decisão é constituído por seis etapas sequenciais: 1. Identificação da situação: quando há disparidade entre o estado atual e o estado desejado para a organização. Por ser uma oportunidade (superar metas estabelecidas) ou um problema (desempenho não satisfatório). É uma etapa crucial para a eficácia do processo decisório. 2. Análise e diagnóstico da situação: consiste no estabelecimento dos objetivos que se pretende alcançar e na análise das causas que estão na origem da situação (quando, onde, como, por que, quem, qual a urgência e etc.). 3. Desenvolvimento de alternativas: consiste na geração de cursos alternativos de ação que permitam responder às necessidades da situação e solucionar as causas subjacentes (muitas decisões falham pela falta de alternativas válidas). Duas técnicas utilizadas (quando temos que tomar decisões não programadas): i. Brainstorming: expressão espontânea e livre de críticas de novas ideias e alternativas aos problemas apresentados. ii. Conflito construtivo: criação de um clima que facilite a discussão aberta de assuntos, para que a diversidade de opiniões e de experiências possibilite um entendimento maior das questões. 4. Avaliação de alternativas: para selecionar a melhor alternativa, devemos avalia-las, começando coma identificação de seus impactos: i. Impacto financeiro: quais são os custos e benefícios financeiros associados a cada alternativa? Qual é o “valor atual” de cada alternativa? ii. Benefícios: quais são as vantagens que a implementação de cada alternativa vai trazer à organização (exemplo: aumento de qualidade, melhoria da produtividade)? iii. Ativos intangíveis: qual é o impacto de cada alternativa nos ativos intangíveis da organização (exemplo: reputação marca lealdade e satisfação de clientes e funcionários)? iv. Tempo: Quanto tempo demora a implementação de cada alternativa? Qual é a probabilidade de atrasos e adiamentos? v. Matriz de Prioridades – exemplo: suponha o caso do gestor que deve escolher um novo fornecedor para determinada matéria-prima. Ele tem três alternativas e identificou quatro critérios de análise: o preço, a qualidade, o prazo de entrega e a assistência pós-venda. vi. Árvore de decisão – técnica de análise que permite a visualização gráfica das alternativas, na qual cada uma delas é representada como o ramo de uma árvore. vii. Sistemas Especialistas – sistemas computadorizados de apoio à decisão, programados para simular a decisão de um especialista com 20 ou 30 anos de experiência profissional. 5. Seleção e implementação da melhor alternativa: a implementação consiste em um conjunto de ações que possibilitam a realização dos objetivos ou a resolução do problema. a maioria das decisões organizacionais, o sucesso de sua implementação depende da capacidade do gestor em comunicar de maneira eficaz a decisão aos envolvidos. Ele deve demonstrar compreensão, explicar as razões e declarar suas expectativas quanto a sua escolha. 6. Monitoramento e feedback: o monitoramento permite a coleta de informações e de feedback sobre a decisão, o que possibilitará avaliar se uma nova decisão ou alguma retificação serão necessárias. Racionalidade e intuição na tomada de decisão Modelo racional de tomada de decisão: refere-se ao processo no qual os gestores tomam decisões ótimas que maximizam os resultados (decisão ideal, independente de quem a toma). As premissas subjacentes ao modelo racional de tomada de decisão são: A situação, seja problema ou oportunidade, é bem definida e está corretamente formulada. As metas e os objetivos a alcançar são claros e conhecidos. Existe informação precisa, mensurável e confiável sobre todas as alternativas e os resultados potenciais. Todos os critérios e preferencias para avaliar as alternativas são perfeitamente identificados, permanecendo estáveis e constantes no tempo. O tomador de decisão é racional, usando a lógica para avaliar e ordenar as alternativas, escolhendo aquela que maximiza o alcance dos objetivos estabelecidos. Limitações à racionalidade no processo de tomada de decisão Apesar da pressuposta racionalidade existe limitações, contextuais e individuais, à capacidade de tomar decisões ótimas. Esses desvios são explicados pela teoria da racionalidade limitada, de Herbert Simon. Para Simon, na prática, o que acontece é que os gestores simplificam o modelo racional de tomada de decisão, uma vez que consideram as características essenciais do problema, mas não incluem toda as suas complexidades. Diante da imperfeição do processo decisório, os gestores procuram soluções aceitáveis e satisfatórias, em vez de buscar a decisão que maximize os resultados possíveis. Heurística da disponibilidade – tendência para basear os julgamentos em eventos ou informações que estão facilmente disponíveis em memória. Heurística da representatividade – tendência para basear os julgamentos em estereótipos previamente formados. Exemplo: um gestor tenderá a prever o desempenho de um subordinado com base em uma característica representativa, como as origens de sua formação. Armadilhas psicológicas na tomada de decisão O papel da intuição na tomada de decisão A intuição pode ser definida como o processo de interpretar e chegar a conclusões sobre uma situação, sem recorrer a um pensamento consciente. Quanto maior o nível organizacional ocupado pelo gestor, maior sua dependência da intuição. A intuição está associada à coragem e à confiança, é algo pessoal e intransferível. As decisões intuitivas são baseadas na reflexão constante, no hábito, na experiência adquirida, na percepção de oportunidades temporal e política, e não só no tratamento de determinados objetivos. Vários estudos têm comprovado que, de modo geral, a intuição produz bons resultados. Estilos de Tomada de Decisão Vantagens e desvantagens do trabalho em grupo:
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