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Rodrigo Rennó INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO A ciência da Administração envolve o estudo do que fazer para que as instituições possam atingir seus objetivos. Administração (Sobral e Alketa): processo de coordenação do trabalho dos membros da organização e de alocação dos recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos de uma forma eficaz e eficiente. Ambiente organizacional Processo organizacional O processo administrativo é dinâmico, cíclico e interativo, pois todas as funções estão entrelaçadas, e para conseguir atingir os resultados desejados precisamos desempenhá-las bem. C a ra c te rí st ic a s d a a d m in is tr aç ã o É um processo dinâmico porque sempre surgem novos conhecimentos administrativos. É um processo social porque depende de pessoas. É ativa, criativa, complexa, abrangente e interativa. É uma atividade inexata, intangível, mas perfeitamente avaliável. Ambiente Geral (macroambiente ou contextual) Envolve condições e fatores externos que influenciam de maneira difusa (indireta) as estratégias e consequências das ações governamentais. Ex.: tecnologia, política, economia, variáveis sociais, demográficas e ecológicas. Ambiente Operacional (imediato, setorial ou de tarefa) Abrange o ambiente mais próximo e imediato de cada organização. Influenciam diretamente na organização. Ex.: consumidores, clientes, usuários, fornecedores, concorrentes, grupos reguladores e parceiros estratégicos. Ambiente interno Envolvem os fatores que estão dentro da organização. Ex.: trabalhadores, administradores, cultura organizacional, estrutura organizacional e instalações físicas. Planejamento Direção Controle Organização F u n ç õ e s d o p ro c e s so a d m in is tr at iv o Planejamento Planejar envolve a solução de problemas e a tomada de decisões quanto às alternativas futuras. Processo de estabelecer objetivos e o curso de ação adequado para alcançar esses objetivos. Organização Visa estabelecer os meios e recursos necessários para possibilitar a realização do planejamento e reflete como a empresa tenta cumprir os planos. Processo relacionado com a atribuição de tarefas e alocação dos recursos necessários nas equipes e nos departamentos. Direção Processo que envolve o uso da influência para ativar e motivar as pessoas a alcançarem os objetivos organizacionais. Abrange: influenciação, comunicação, orientação, motivação e liderança. Controle Processo que representa o acompanhamento, a monitoração e a avaliação do desempenho organizacional para verificar se tudo está acontecendo de acordo com o planejado, organizado e dirigido. Níveis organizacionais O nível organizacional, ou hierárquico, é um bom indicador do enfoque do trabalho de um administrador em uma organização. Os administradores são classificados em três níveis hierárquicos: estratégico, tático e operacional. Nível Estratégico: é o mais alto da hierarquia, no qual os gestores da alta cúpula (presidentes, diretores etc.) decidem os temas que afetam a organização de modo global. Decisões de longo prazo. As tendências mais importantes na regulação governamental, o comportamento dos concorrentes, a mudança nos costumes dos consumidores, o clima e a cultura organizacional, bem como as estratégias e políticas da organização são alguns dos temas trabalhados por estes administradores. Nível Tático: estão incluídos os gerentes ou chefes de divisão. Nessa posição o administrador é responsável por uma área da organização (gerência de recursos humanos, gerência financeira, divisão de produtos infantis etc.) e tem a função de implementar as estratégias e políticas decididas no nível acima. Sua preocupação normalmente é com o médio prazo. Nível Operacional: os administradores estão focados no curto prazo e em tarefas específicas, como a produção de bens e serviços. Entre seus ocupantes podemos encontrar supervisores e chefes de equipe. Eles devem seguir as regras e diretrizes estabelecidas no nível tático, motivando seus funcionários da “linha de frente” para que façam seu trabalho de maneira eficiente. Papeis dos administradores O estudo foi feito por Mintzberg em um famoso trabalho que mostrou como seriam realmente as atividades e os papéis representados por gestores no seu dia a dia. Para ele, os administradores recebem autoridade formal quando assumem seus cargos. E esses cargos por sua vez lhes dariam status. Essa posição de autoridade e status os forçaria a criar e manter relações interpessoais com subordinados, clientes, superiores, entre diversos públicos dentro e fora da organização. Por sua vez, esses relacionamentos interpessoais lhes dariam diversas informações que seriam importantes no processo de tomada de decisão, parte essencial do trabalho de cada administrador. Portanto, cada administrador desempenharia diversos papéis na organização, que poderiam ser classificados ou agrupados em três categorias: interpessoais, informacionais e decisórios. Nível Estratégico • Administradores de topo • Atuação estratégica, abrangendo toda a organização. Nível Tático • Gerentes • Atuação tática, com foco em uma unidade ou área funcional. Nível Operacional • Supervisores de 1ª Linha • Atuação operacional, específica de uma operação ou tarefa. P a p é is In te rp es so a is Símbolo Representação simbólica do grupo ou da organização, atuando como uma referência. Representação da organização em cerimônias e solenidades. Líder Direção das atividades dos subordinados, levando-os à realização dos objetivos. Atividades que envolvam as relações com os subordinados (persuasão, motivação, orientação etc.). Elemento de ligação Desenvolvimento de uma teia de relações que permita o intercâmbio de informações. Manutenção de redes de contatos com o exterior; acompanhamento da correspondência; construção de coalizões e alianças. Habilidades administrativas de Katz Durante a década de 1970, o pesquisador Robert L. Katz revelou que os administradores precisam de três habilidades essenciais para desempenhar bem seu papel: técnicas, humanas e conceituais. Apesar de todos os administradores utilizarem e necessitarem dessas habilidades, elas seriam mais ou menos importantes para os administradores de acordo com sua posição na hierarquia da organização. Administradores do nível operacional utilizariam mais as habilidades técnicas, pois estão trabalhando em atividades e processos específicos (um analista financeiro deve saber montar uma planilha e operar uma calculadora financeira, por exemplo). Administradores no nível tático (ou gerencial) necessitariam ter mais as habilidades humanas muito bem desenvolvidas, pois devem motivar e liderar seus subordinados em busca dos objetivos organizacionais. Administradores do nível estratégico necessitariam ter mais desenvolvidas as habilidades conceituais, pois estão normalmente envolvidos com problemas mais complexos e que dependem de diversas variáveis em seu trabalho. P a p é is D e c is ó ri o s Empreendedor Identificação de oportunidades que potencializem o desenvolvimento da organização. Reuniões de brainstorming com os subordinados. Solucionador de Conflitos Resolução de conflitos ou de problemas. Ações corretivas em disputas ou crises; resolução de conflitos. Administrador de recursos Alocação dos recursos em função dos objetivos e necessidades. Atividades que envolvam o orçamento e a programação do trabalho. Negociador Representação da organização ou grupo nas principais negociações. Negociação (sindicatos, fornecedores, clientes ou instituições financeiras). P a p é is In fo rm a ci o n a is Monitor Coleta e análise da informação sobre a organização e seu ambiente. Leitura de periódicose de relatórios; manutenção de contatos pessoais; participação em eventos e conferências. Disseminador Partilha de informação com os subordinados por meio de redes de comunicação interna. Reuniões formais ou informais com o grupo; telefonemas e e-mails informativos. Porta-voz Transmissão para o exterior das estratégias, políticas, atividades e resultados da organização. Comunicados de imprensa; entrevistas à mídia; participação em reuniões... Habilidades Técnicas Necessárias para executar uma tarefa. São relacionadas com a capacidade de utilizar uma ferramenta, ter conhecimentos especializados em uma indústria e executar um procedimento, por exemplo. Habilidades Humanas Relacionadas com a capacidade do gestor de se relacionar e cooperar com outras pessoas. Quando necessitamos motivas, comunicar e liderar outras pessoas, esta habilidade é fundamental. Habilidades Conceituais Relacionadas com a capacidade de pensar, montar conceitos e analisar situações abstratas e complexas. EVOLUÇÃO DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS Administração Científica O estudo da Administração como uma ciência começou com as grandes mudanças trazidas pela Revolução Industrial e com a crescente urbanização da sociedade moderna. A introdução da máquina a vapor e, posteriormente, do motor a combustão levou ao processo produtivo conhecido como “produção em massa”. Com esse novo processo, a produtividade cresceu. No entanto, existia um problema: os trabalhadores eram pouco capacitados. O trabalho era desgastante, braçal, e os desperdícios eram grandes, com pouca eficiência. Um engenheiro, Frederick Taylor, começou a analisar essa situação e a introduzir maior racionalidade e eficiência nas relações industriais. Seu livro, Princípios da administração científica, de 1911, foi um marco no estudo da Administração. Ele percebeu que havia uma grande falta de uniformidade nas formas de trabalho e nos métodos adotados. Cada setor utilizava uma maneira de fazer o trabalho e os supervisores não estudavam os melhores meios para realizar as tarefas. A solução, de acordo com Taylor, seria estudar todos os movimentos executados pelos empregados, com o tempo que levava cada tarefa, de modo a determinar a “melhor maneira” (the one best way) de realizar cada atividade, o que ficou conhecido como o estudo de tempos e movimentos. Taylor estava preocupado com a produção interna da empresa, seu funcionamento, e não com seus aspectos externos. Taylor percebeu que os funcionários, como recebiam um valor fixo por hora de trabalho, não se esforçavam. A ideia de Taylor passou a ser de pagar por produtividade – ou por peça produzida. Homo economicus: a ideia de que a principal motivação de uma pessoa no trabalho seria a remuneração. Após os estudos dos tempos e movimentos, todos os empregados eram ensinados a trabalhar da mesma forma – padronização – e passavam a receber por produtividade. O objetivo da administração científica era, portanto, a melhoria da eficiência e da produtividade. Princípios básicos de Taylor: Desenvolvimento de um método. Seleção e o desenvolvimento do trabalhador. Associação do método de seleção e treinamento do trabalhador. Cooperação entre supervisores e trabalhadores. Divisão do trabalho: cada trabalhador seria responsável apenas por uma pequena etapa do trabalho global. Em vez de montar um carro inteiro, um funcionário deveria instalar os faróis, por exemplo. Críticas à administração científica: Mecanicismo: conceito de que a organização funcionaria como uma “máquina” e seus funcionários seriam “engrenagens”, que deveriam operar com o máximo da eficiência. Superespecialização do trabalhador: se as tarefas mais simples eram mais fáceis de se treinar e padronizadas, também tornavam o trabalho extremamente chato. Visão microscópica do homem: foco no trabalho manual e na ideia de que o homem se motivava por influência dos incentivos materiais. Abordagem de sistema fechado: Taylor não se preocupou com o ambiente externo – o mercado de trabalho, os concorrentes, os fornecedores etc. sua visão é voltada para dentro da empresa somente. Exploração dos empregados: apesar de Taylor propor um relacionamento “ganha-ganha” entre patrões e empregados, na prática a aplicação dos preceitos da Administração Científica levou a uma maior exploração dos empregados. Teoria Clássica A teoria clássica de Henry Fayol é outra das teorias administrativas (com a administração científica e a teoria da burocracia) classificada dentro do que se chama a abordagem clássica ou a Escola Clássica. Assim, a teoria clássica não é o mesmo que Escola Clássica de Administração, que também abrange outras teorias. O contexto dessa teoria clássica foi o mesmo da industrialização e das mudanças nas relações de trabalho. Contudo, o foco foi outro. Se Taylor estava A dm in is tr aç ão C ie nt íf ic a Revolução Industrial Taylor Estudo de Tempos e Movimentos - Tarefas. Padronização da "melhor maneira" Divisão do trabalho, especialização. Pagamento por produtividade - Homo Economicus. Sistema Fechado. mais preocupado com a execução das tarefas, Fayol estava focado na estrutura organizacional. Fayol tinha uma visão mais ampla do trabalho de “administrar” uma organização. O objetivo dele era aumentar a eficiência das empresas mediante uma melhor forma de administrá-las. Por meio dos estudos da departamentalização, via os departamentos como partes da estrutura da organização. Para Fayol, cada administrador, não importando sua posição hierárquica, deveria saber utilizar cada uma dessas funções administrativas em suas atividades. Ou seja, desde o presidente até um gerente subalterno. 14 princípios gerais da administração: Divisão do trabalho. Autoridade e responsabilidade. Disciplina. Unidade de comando. Unidade de direção. Subordinação dos interesses individuais aos gerais. Remuneração do pessoal. Centralização. Cadeia escalar. Ordem. Equidade. Estabilidade do pessoal. Iniciativa. Espírito de equipe. A teoria clássica também tinha uma abordagem de sistema fechado, pois não focava nos fatores externos da organização. Burocracia A teoria da burocracia criada por Max Weber tinha o objetivo de uma administração mais ajustada aos novos desafios do Estado moderno e das grandes empresas, a fim de combater o desperdício, a ineficiência e a corrupção. A base dessa teoria seria a implementação de uma gestão mais racional e impessoal, visando ao aumento consistente da produção. Características da burocracia: Formalidade Impessoalidade Profissionalização Dimensões da burocracia (AMBONI, 2011): Normas e regulamentos. Divisão do trabalho. Hierarquia da autoridade. Relações impessoais. Especialização da administração. Formalismo das comunicações. Rotinas e procedimentos. Profissionalização do participante. Previsibilidade do funcionamento. Competência técnica. Disfunções da burocracia: Perda da noção global. Lentidão na comunicação e processo decisório. Formalização excessiva. Preocupação com as regras e não com os resultados. Rigidez e falta de inovação. Dica para a prova: a teoria da burocracia é um ideal. Seus problemas não fazem parte do “modelo”. Só se lembrem dos defeitos da burocracia quando a banca falar de suas disfunções. Funções das empresas (Fayol) • Técnica • Comercial • Financeira • Segurança • Contábil • Administrativa F u n ç õ e s d o a d m in is tr ad o r (F ay ol ): P O 3C Prever Organizar Comandar Coordenar Controlar T eo ria C lá ss ic a Revolução Industrial Fayol Estrutura organizacional Departamentalização Pagamento por produtividade - Homo Economicus. Sistema Fechado. Teoria das relações humanas Na década de 1930, as preocupações voltaram-se para os fatores humanos quelevariam a um melhor desempenho e resultado das organizações. A crise da Bolsa de Nova York gerou uma depressão mundial, com reflexos no mercado de trabalho e nas relações entre os empregadores (capital) e os empregados (trabalho). A percepção geral era a de que a Escola Clássica não tinha gerado os resultados esperados pela sociedade. A teoria das relações humanas buscou o aumento da produtividade por meio de uma atenção especial às pessoas. A noção básica era a de que os gestores deveriam entender melhor seus funcionários e adaptar as organizações aos seus empregados. O principal autor desse movimento foi Elton Mayo. Esse professor de Harvard desenvolveu uma pesquisa que se tornou símbolo dessa teoria: A experiência de Hawthorne, que se referia a uma fábrica da empresa Western Electric, objeto de um estudo a respeito do impacto da iluminação sobre o desempenho. Pela pesquisa, observou-se com surpresa que qualquer alteração (seja para aumentar a luminosidade ou diminuí-la) gerava um aumento no desempenho humano. Elton Mayo verificou que o que gerava motivação não era a iluminação, e sim a atenção dos pesquisadores. Aqueles funcionários estavam se sentindo importantes, valorizados, pois participantes de uma pesquisa de uma universidade conhecida. Tinham a percepção de que seu trabalho estava sendo considerado pela empresa e o maior esforço era uma consequência disso. Homem social: aquele condicionado pela interação entre os grupos e impactado diretamente pelas relações entre os colegas de trabalho, o ambiente de trabalho e as chefias. Características da teoria das relações humanas: A integração social afeta a produtividade. O comportamento é determinado pelas regras do grupo. As organizações são formadas por grupos informais e formais. A supervisão mais cooperativa aumenta a produtividade. A autoridade do gerente deve se basear em competências sociais. Teoria Neoclássica O conceito da teoria neoclássica foi introduzido no Brasil por Chiavenato. De acordo com ele, essa teoria englobaria uma série de autores que surgiram após a Segunda Guerra Mundial, buscando reagir contra a importância dada naquela época às ciências do comportamento. Para os neoclássicos, as teorias só têm valor quando podem ser operacionalizadas na prática. Assim, os estudos relacionados com a teoria neoclássica têm um foco nos aspectos práticos da Administração, pelo pragmatismo e pela busca de resultados concretos. A teoria neoclássica retoma vários dos princípios da teoria clássica, com uma visão mais moderna e aplicada à crescente complexidade organizacional, dando uma configuração mais ampla e flexível. A teoria neoclássica fez uma “releitura” dessas funções do administrador e propôs novas funções, hoje conhecidas como o processo administrativo: PODC (Planejar; Organizar; Dirigir; Controlar). Características da teoria neoclássica: Ênfase na prática da administração. Reafirmação dos postulados clássicos. Ênfase nos princípios gerais da administração. Ênfase nos objetivos e nos resultados. Ecletismo nos conceitos. Conceito importante para os autores neoclássicos é o da eficiência e o da eficácia. A eficácia indica se a organização alcançou os objetivos e resultados desejados (fez a coisa certa, o que deveria ser feito). A eficiência, por seu turno, indica se ela utilizou seus recursos da melhor maneira possível (fez do modo certo). Teoria Estruturalista A teoria estruturalista surgiu como uma crítica às demais teorias anteriores. O estruturalismo buscou não rejeitar as descobertas anteriores, e sim sintetizá-las em uma só abordagem. O estudo da administração não poderia ficar restrito às pessoas (como a teoria das relações humanas postulava) ou restrito às tarefas (como a administração científica enfatizava). O conceito principal do estruturalismo buscou uma visão mais ampla da organização, considerando todos os fatores dentro de uma só estrutura. A teoria, assim, estaria integrando todas as teorias anteriores em apenas uma abordagem. Essa foi a Planejamento Função que determina antecipadamente quais os objetivos a serem atingidos e como se deve fazer para alcançá- los. Organização Função de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos incumbidos de sua administração e estabelecer suas atribuições e as relações entre eles. Direção Função relacionada com a ação, com a atuação sobre os recursos humanos da empresa. Suas atividades envolvem a motivação, a liderança e a coordenação dos esforços dos trabalhadores. Controle Função que busca assegurar se a atividade controlada está alcançando os resultados ou objetivos desejados. primeira abordagem que trouxe o conceito de sistema aberto como o “modo de operação” das organizações, buscando reduzir as limitações das outras teorias. De acordo com Gouldner, existiriam dois modelos de organizações: o modelo racional e o modelo natural de organização. Muitos autores classificam a teoria estruturalista com a ideia do homem organizacional. Essa noção deriva da percepção de que naqueles tempos o indivíduo teria múltiplos papéis na sociedade, conforme o tipo de organização em que estivesse se relacionando. Teoria dos Sistemas A teoria dos sistemas é uma abordagem moderna, derivada dos estudos da Biologia, muito utilizada atualmente nas empresas e no setor público. Seu precursor foi o biólogo Ludwig von Bertalanffy. A teoria propõe-se a analisar as organizações sob a perspectiva do ambiente, das interações entre os sistemas (ou órgãos, empresas etc.) e os conceitos de subsistemas (sistemas dentro de outros sistemas). A teoria dos sistemas engloba a noção de que as organizações são sistemas abertos, que estão em uma constante relação com o meio ambiente externo e que são impactadas positiva ou negativamente por ele. Características da teoria dos sistemas: Organizações são sistemas abertos. Organizações são sistemas “vivos”. Organizações são sistemas complexos com partes inter-relacionadas e subsistemas. Interdependência entre os sistemas e subsistemas. Organização está em constante interação com meio ambiente. Teoria Contingencial A teoria contingencial, ou teoria das contingências, quebrou um paradigma. Para ela, não existe uma melhor maneira de administrar, uma solução universal que possa ser utilizada por organizações de diversos tamanhos e áreas de atuação. Assim, não devemos buscar uma solução única para os problemas organizacionais. Cada situação pede uma resposta diferente. Tudo depende. Portanto, tudo é relativo. Principais contingências que devem ser analisadas: Tamanho. Tarefas. Tecnologia. Ambiente externo e interno. A teoria considera que há uma relação funcional entre a organização (o sistema) e o ambiente. Variáveis dependentes: ocorrem dentro da organização. Variáveis independentes: ocorrem fora da organização. Um bom gestor deve adaptar-se às mudanças conjunturais e conseguir aproveitar as oportunidades oferecidas pelo ambiente. Críticas à teoria da contingência: Relativismo exagerado. Contingências são muitas e dificultam a tomada de decisão. PLANEJAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES Planejamento: é um processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura desejada, de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor concentração de esforços e recursos pela empresa. O planejamento é o processo utilizado pelas organizações para buscar reduzir as incertezas e aumentar a possibilidade de que a instituição tenha sucesso. O planejamento é um dos mais importantes processos na administração. Sem ele, nenhuma empresa ou organização consegue desenvolver-se. O planejamento está inserido nos quatro principais processos administrativos (os outros são: organização, direção e controle). De certa forma, é o processo de planejamento que influencia os demais processos. É pormeio do planejamento, por exemplo, que definimos aonde a organização quer chegar, em que prazo e como faremos para atingir esses objetivos. O planejamento serve para que um gestor busque reduzir as incertezas na gestão de uma empresa. O planejamento auxilia o gestor no direcionamento dos esforços e recursos onde eles são mais necessários. O constante aprendizado que o processo de planejamento gera, em que os gestores passam a conhecer melhor a instituição, seu ambiente e as forças externas. Principais vantagens do planejamento: Dá um “norte” para a empresa. Ajuda a focar os esforços. Define os parâmetros de controle. Ajuda na motivação e no comprometimento. Ajuda no auto conhecimento da empresa. Fases do planejamento (não existe consenso na doutrina): Modelo Racional Visão "para dentro", foca nas operações internas. Sistema fechado. Modelo Natural Preocupação com o meio externo também. Sistema aberto. Definição dos objetivos. Determinar situação atual. Desenvolver premissas sobre o futuro. Analisar e escolher entre as alternativas. Implementar o plano e avaliar os resultados. Planejamento Estratégico Deve dar as diretrizes que permitirão aos seus membros tomar as decisões apropriadas na alocação de pessoas e recursos de modo que os objetivos estratégicos sejam alcançados. As principais etapas do planejamento estratégico são: a definição da missão, valores, negócio e visão de futuro da organização; o diagnóstico estratégico; a formulação da estratégia; a execução, a avaliação e o controle de todo o processo. Os valores e os princípios norteadores da atuação da organização, como ela se vê no futuro e qual é sua situação atual para que possamos construir uma estratégia para alcançar sua visão de futuro. Estratégia: é o modo como executaremos o planejado. É a alternativa de atuação que facilitará o alcance dos objetivos estratégicos. Principais características do planejamento estratégico: O planejamento estratégico está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente mutável. O planejamento estratégico é orientado para o futuro. O planejamento estratégico é compreensivo. O planejamento estratégico é um processo de construção de consenso. O planejamento estratégico é uma forma de aprendizagem organizacional. Missão e visão, valores e negócio Missão: é, basicamente, o motivo pelo qual essa instituição foi criada. Define e explicita qual sua razão de ser. A missão tem um objetivo: comunicar aos públicos internos e externos quais as intenções daquela empresa relativamente à sociedade. A missão é uma declaração de intenções, apresentando para a sociedade e seus trabalhadores qual será sua contribuição para o bem da coletividade, ou seja, qual sua “razão de ser”. Negócio: está relacionado com as atividades principais da empresa naquele momento específico, seu âmbito de atuação. Ao contrário da missão, o negócio é mais focado em um contexto específico. Futuramente, o negócio da empresa poderia ser outro, mas a missão mantém-se a mesma. Visão: a visão de futuro indica como a organização se vê em um futuro de longo prazo. Toda organização deve saber aonde quer chegar, ou seja, qual é seu “destino desejado”. A visão indica para os demais membros da organização quais os objetivos “últimos”, os “macro-objetivos”. Valores: indicam as características e o comportamento que desejamos criar, preservar ou N ív e is d o P la n e ja m en to Nível Estratégico Envolve os diretores e dirigentes máximos da organização. O foco é, portanto, no “quadro global”, com as principais questões que podem gerar oportunidades ou ameaças para essas organizações. Os objetivos não são detalhados, específicos, e sim gerais e abrangentes. Foco no longo prazo. Nível Tático Compreenderia a gerência média da organização. Deve receber do nível estratégico as diretrizes e os objetivos estratégicos. Cada gerente deve, em sua área, cumprir o que já foi definido pela cúpula estratégica da empresa. Voltado para o médio prazo. É um desdobramento do planejamento estratégico. Nível Operacional Relacionado com os supervisores e com os executores diretos das tarefas, ou seja, com o pessoal que “mete a mão na massa”. Está preocupado em como executar suas atividades dentro do esperado: no prazo, dentro do custo orçado e com a qualidade necessária. O planejamento operacional decide “o que fazer” e “como fazer”. Seus objetivos são bem detalhados e estão voltados para o curto prazo. adquirir na instituição. São um conjunto de padrões e normas que devem orientar a postura de todos os membros da empresa. Os valores servem como uma fonte de inspiração e norteamento para os empregados e parceiros da organização. Análise SWOT Um dos passos fundamentais do planejamento estratégico é “situarmos” a organização perante seu ambiente interno e externo. Muitos autores chamam essa etapa de diagnóstico estratégico. Este nome SWOT é simplesmente a soma de siglas dos termos em inglês: “Strengths” (forças), “Weakness” (fraquezas), “Opportunities” (oportunidades) e “Threats” (ameaças). Essa ferramenta nada mais é do que uma análise tanto do ambiente interno quanto do ambiente externo de uma instituição. O objetivo é sabermos como ela está em comparação com seus concorrentes e desafios. A análise interna busca perceber quais os pontos fortes e pontos fracos da organização em comparação com seus pares. O ambiente interno envolve aspectos “controláveis”, ao contrário dos aspectos externos. A análise externa envolve ameaças e oportunidades. As ameaças são coisas negativas que podem ocorrer, enquanto as oportunidades são fatores positivos que podem ajudar a organização. Por isso são considerados fatores “não controláveis”. Eles não podem ser alterados por alguma ação do gestor. Matriz GUT Matriz GUT: é uma ferramenta que os gestores utilizam para poderem priorizar problemas. Muitas vezes, temos diversos problemas ou oportunidades para lidar ao mesmo tempo e devemos fazer uma lista dos assuntos que devem ser tratados antes dos demais. 5W2H 5W2H: ferramenta que ajuda o gestor na construção de um plano de ação. Ela facilita a definição das tarefas e dos responsáveis por cada uma delas. Essa ferramenta auxilia os gestores na definição, na execução e no controle das atividades da organização. Objetivos, metas e planos Objetivo: é um estado (ou situação) desejado. Ou seja, é aonde queremos “chegar”. O objetivo seja mensurável e específico. É possível de ser medido e que reflita uma situação específica. Meta: é um desdobramento de um objetivo. Com ela, podemos controlar e avaliar melhor a execução de um planejamento. Devemos “quebrar” esse objetivo em diversas metas intermediárias. O somatório dessas metas nos levará então a atingir o nosso objetivo. Plano: ações necessárias para que ele atinja seus objetivos. Escolas do Planejamento De acordo com Mintzberg, existem dez escolas do planejamento estratégico, ou seja, maneiras diferentes de descrever o processo de formação da estratégia. As escolas podem ser classificadas em três grupos: Prescritiva: preocupam-se em detalhar como o processo de formação da estratégia deve ser feito, em vez de se importar como essas estratégias são realmente formadas. Escolas: Design; Planejamento; Posicionamento Descritiva: se preocupam com o processo de formulação da estratégia como ele realmente ocorre. Escolas: Empreendedora; Cognitiva; Aprendizado; Poder; Cultural; Ambiental. Configuração: as organizações tendem a manter uma configuração estável de certas C rit ér io s da m at riz G U T Gravidade Urgência Tendência 5W What O que será feito? Why Por que será feito? Where Onde será feito? When Quando será feito? Who Quem fará? 2H How Comoserá feito? How much Quanto vai custar? características: tipo de estrutura, atuação em um contexto e estratégias coerentes. Balanced Scorecard (BSC) Balanced Scorecard: é uma das principais ferramentas de gestão da estratégia das organizações públicas. Balanced Scorecard é um mecanismo para a implementação da estratégia, não para sua formulação. O BSC deve incorporar uma série de relacionamentos de causa e efeito e uma mistura de indicadores de desempenho e os vetores que levam a esses desempenhos. Na gestão estratégica competitiva, o alinhamento e controle estratégicos são suportados pela ferramenta balanced scorecard (BSC), pela qual se elaboram medidas financeiras e não financeiras que possibilitam o desdobramento das estratégias a serem implementadas. Perspectivas do BSC: Perspectiva financeira; Perspectiva dos clientes; Perspectiva de processos internos; Perspectiva do aprendizado e do crescimento. Empresas inovadoras estão usando o balanced scorecard como um sistema de gestão estratégica, para gerenciar sua estratégia no longo prazo. Eles estão utilizando o scorecard para realizar estes processos críticos: Clarificar e traduzir a visão e a estratégia; Comunicar e ligar os objetivos estratégicos às medidas; Planejar, estipular metas e alinhar as iniciativas estratégicas; Aumentar o feedback estratégico e o aprendizado. Mapa estratégico: são ferramentas que auxiliam na comunicação e visualização das estratégias gerenciadas pelo Balanced Scorecard. Por meio deles, conseguimos “resumir” graficamente a missão, a visão, os principais objetivos estratégicos e os indicadores envolvidos. O mapa estratégico é a representação visual da história da estratégia de uma organização. O mapa estratégico assume o papel de facilitar a comunicação da estratégia. Planejamento Estratégico Situacional (PES) PES: Modelo que busca trazer uma alternativa de planejamento que venha a ser mais adequado ao contexto de planejamento governamental. Ao contrário do planejamento “tradicional”, que busca atuar diante de um cenário projetado, o método PES sabe que existem diversos cenários futuros possíveis. PES é uma alternativa de planejamento que insere um caráter político (e não só técnico) no modelo que o planejamento tradicional não teria. Onde o planejamento tradicional acreditaria poder controlar a realidade, o Planejamento Estratégico Situacional apenas tenta influir na realidade. Seria um método mais flexível, portanto. O planejador deve, no PES, considerar que o planejamento deve incluir uma avaliação do poder dos diversos atores sociais que interagem simultaneamente, cada um buscando seus interesses. Existem três dimensões interdependentes entre si que permitem verificar a possibilidade de sucesso de um governo: o projeto de governo, a governabilidade e a capacidade de governo. Projeto de governo: refere-se à existência de projetos e ao conteúdo da proposta de governo. Governabilidade: corresponde ao grau de controle que o governo possui das circunstâncias externas, que têm poder de afetar os resultados do projeto; capacidade de articular e de mobilizar alianças e parcerias. Capacidade de governo: corresponde à capacidade pessoal e institucional de governo; à capacidade de formular projetos, políticas e normas legais, pelas condições técnicas e administrativas. O PES tem como característica ser modular, podendo (e devendo) ser alterado sempre que os cenários estratégicos mudarem. Outra diferença entre o PES e o planejamento tradicional é que o primeiro pensa em “momentos” e não em “etapas”. Momento Explicativo (o que é): fase da identificação, seleção e priorização dos problemas estratégicos, bem como o debate sobre as causas, sintomas e efeitos. Momento Normativo (o que deve ser): hora de definir as propostas do plano para enfrentar o problema. Momento Estratégico (o que pode ser): fase do desenho da estratégia, com uma análise da viabilidade política do plano e das estratégias. Momento Tático-operacional (fazer): momento do fazer, da ação, de finalmente agir sobre a realidade concreta. Um aspecto que devemos ter sempre em mente é que o PES sugere que o planejamento deve ser contínuo e que os momentos não ocorrem necessariamente de modo linear e sequencial. O PES não separa as funções de planejamento das funções de execução. ESTRATÉGIA Estratégia competitiva são ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição defensável numa indústria, para enfrentar com sucesso as forças competitivas e assim obter um retorno maior sobre o investimento (PORTER, 1996). Estratégia: um plano (plan), um padrão (pattern), uma posição (position), uma perspectiva (perspective) ou um pretexto ou estratagema (ploy) (MINTZBERG, 2005). 5 Ps da Estratégia Descrição Plano Uma direção, um guia ou curso de ação para o futuro, um caminho para ir de um ponto a outro. Padrão É a consistência de comportamento com o passar do tempo. Posição É um posicionamento de mercado. Perspectiva A maneira como a organização realiza as coisas. Pretexto (Estratagema) Uma manobra específica pensada para vencer um oponente ou competidor. Por meio de seus movimentos, seria uma forma de iludir o concorrente quanto ao curso da ação a ser tomado. Estratégias Deliberadas e Emergentes Pretendida ou intencional: Estratégia inicial pretendida, que depois seguirá para ser implementada (ou não) pelos gestores da organização. Não realizada: Estratégia não implementada por algum erro na formulação ou grande mudança ambiental. Deliberada: Estratégia definida pela organização para ser implementada, transformada em plano de ação. Emergente: Estratégia gerada durante a execução da estratégia deliberada, adaptações necessárias. Não era a intenção da organização na formulação da estratégia pretendida. Realizada: O que realmente foi executado. É o somatório da estratégia deliberada com a estratégia emergente. Condições para a Estratégia Antes que possamos determinar a estratégia de uma organização, devemos estabelecer sua missão – sua razão de ser – e sua visão de futuro. Com a missão e a visão de futuro determinadas, devemos executar o diagnóstico estratégico. O diagnóstico estratégico, normalmente, é feito por meio da ferramenta SWOT ou FOFA (que vem de: forças, fraquezas, ameaças e oportunidades). Somente após a definição do diagnóstico estratégico é que teremos informações suficientes para escolher ou formular uma estratégia coerente com nossos objetivos (missão e visão) e com nossas capacidades (determinadas pelo diagnóstico estratégico – SWOT). Transformação da Estratégia Estratégia como Posicionamento A estratégia relaciona-se aos conceitos de adaptação e posicionamento. Ou seja, a corrente sugere que as organizações devem se adaptar ao ambiente para poderem conquistar vantagens competitivas e uma posição dominante em seus mercados. Essa corrente defende a análise do ambiente, tendo como ferramenta principal a análise SWOT. A vantagem competitiva surge fundamentalmente do valor que uma empresa consegue criar para seus compradores e que ultrapassa o custo de fabricação pela empresa. O valor é aquilo que os compradores estão dispostos a pagar, e o valor superior provém da oferta de preços mais baixos do que os da concorrência por benefícios equivalentes ou do financiamento de benefícios singulares que mais do que compensam um preço mais alto (PORTER, 1986). Modelo de 5 forças de Porter: Ameaça de Novos Entrantes. Poder de Negociação dos Clientes. Poder de Negociação dos Fornecedores. Ameaça de Produtos substitutos. Rivalidade entre Concorrentes. Fase Pioneira Quando a organização é criada, a estratégia da organização está alinhada (em princípio) ao seu ambiente interno e externo. Fase de Crescimento A empresa que consegue passar por essemomento e crescer continuamente deve ter uma estratégia minimamente adequada ao triângulo estratégico, que englobaria: propósito, ambiente externo e capacitação. Fase de Maturidade Os seus membros tenderiam a fazer as coisas “que sempre deram certo”, sem analisar se a sua estratégia ainda está alinhada ao ambiente. Para que a empresa continue tendo sucesso, ela precisa estar continuamente atenta a esse ambiente e fazer a sua readequação estratégica. Estratégias genéricas de Porter: Liderança em custos: nessa estratégia, a empresa busca ser a mais eficiente na produção de produtos e serviços em seu mercado, de modo que tenha vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes. Diferenciação: vantagens competitivas tendo produtos com características únicas na percepção de seus clientes, que a possibilite cobrar um preço mais alto sem perder sua clientela. Foco ou Enfoque: ou estratégia de nicho. A empresa foca seus esforços em um pequeno mercado (seja geográfico, produto ou clientela) de modo a conseguir uma vantagem específica naquele mercado, que não tenha como alcançar em todo o mercado Matriz Ansoff: é uma ferramenta que auxilia o gestor na avaliação das oportunidades de crescimento de uma determinada unidade de negócio em um mercado específico. Também é chamada de “produto versus mercado”. Por meio da ferramenta, comparamos os dados de mercado (novos e existentes) e os dados dos produtos (novos e existentes) e podemos criar quatro “estratégias possíveis”. Estratégias possíveis: Penetração de mercado. Desenvolvimento de mercado. Desenvolvimento de produtos. Diversificação. Matriz BCG: ferramenta importante na classificação de unidades de negócios ou produtos de acordo com sua participação de mercado e o crescimento do mercado. Também chamada de “matriz portifólio”. Classificação dos produtos ou serviços: Estrela: produto de alto crescimento e alta participação no mercado. Vaca leiteira: é difícil um produto se manter muito tempo como estrela. Normalmente, depois de algum tempo o seu crescimento cai, mesmo que ele continue com uma participação de mercado grande. Ele passa a ser uma vaca leiteira. Pontos de interrogação: aqueles de alto crescimento de mercado. Abacaxi: produtos com baixa participação no mercado e baixo crescimento. Matriz GE/McKinsey: é considerada uma evolução da Matriz BCG, sendo mais complexa. A atratividade de mercado substitui o conceito de “crescimento de mercado” como elemento para avaliar os fatores externos do mercado. A força competitiva substitui a “participação relativa de mercado” e representa os fatores internos, como a força da marca e a lealdade dos clientes. Estratégias de Miles e Snow: Defensiva: preocupa-se com a defesa e a estabilidade. Ofensiva (exploradora: busca ativamente novas e inovadoras oportunidades de produtos e mercados. Analítica: estratégia dual e híbrida. A empresa usa a estratégia defensiva e ofensiva procurando minimizar os risco e maximizar a oportunidade de lucro. Reativa: a organização reage intempestivamente ao ambiente. É um comportamento inconsistente e instável, residual. Estratégia como Movimento A ideia predominante é a de que as posições estratégicas estão em constante ataque do mercado e que a melhor alternativa é sempre se “movimentar”, ou seja, nunca se acomodar. Um ambiente dinâmico torna a defesa de uma posição estratégica algo extremamente difícil. O objetivo da estratégia deixa de ser a adequação estratégica ao ambiente externo para se tornar a eterna renovação e inovação, buscando sempre o “movimento” estratégico. Podemos resumir essa ideia como: o “ataque é a melhor defesa”, a estratégia para se manter competitivo. Tipos de Estratégia E st ra té gi a de S o b re v iv ên ci a Adotada quando a empresa está enfrentando muitas ameaças e tem muitas fraquezas. Redução de Custos Desinvestimento E st ra té gi a de M a n u te n ç ã o Adotada quando existirem muitas ameaças no ambiente, mas também existem forças internas que possibilitam à empresa enfrentar essas ameaças. Estratégia de estabilidade. Estratégia de especialização. Estratégia de nicho. E st ra té gi a de C re s c im e n to s Adotada quando a empresa vislumbra muitas oportunidades em seu ambiente, apesar de contar ainda com muitos pontos fracos, ela pode optar por uma estratégia de crescimento. Estratégia de inovação. Estratégia de internacionalização. Estratégia de joint venture. Estratégia de expansão direta. Matriz de relação entre análise SWOT e os tipos de estratégia: Planejamento da Estratégia Planejamento estratégico: é um processo que consiste no conjunto de decisões e ações que visam proporcionar uma adequação competitivamente superior entre a organização e seu ambiente, de forma a permitir que a organização alcance seus objetivos (apud SOBRAL; PECI, 2008). Administração estratégica: é um conceito mais abrangente do que um simples planejamento estratégico. Os principais modelos separam essa gestão em três fases: Planejamento estratégico: monta um diagnóstico da situação da organização e das oportunidades e ameaças que a cercam. Execução (ou implementação) estratégica: os planos são cumpridos e as atividades e os processos da empresa seguem o que foi definido na etapa de formulação. Controle estratégico: o gestor deve monitorar o desempenho da organização e avaliar se o que foi planejado está sendo “cumprido”. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Estrutura organizacional: é o modo como uma empresa ou órgão público divide o trabalho e as responsabilidades, além da maneira como coordena todos os esforços realizados. Seria, portanto, o arranjo de todos os elementos de uma instituição. Aspectos tratados na estrutura organizacional: Autoridade. Responsabilidade. Comunicação. Decisão. Divisão do Trabalho ou Especialização Especialização do trabalho: é o grau em que as tarefas são divididas e padronizadas para que possam ser aprendidas e realizadas de forma relativamente rápida por um único indivíduo em dada organização (SOBRAL; PECI, 2008). Com a divisão de tarefas, as pessoas podem focar somente em algumas atividades. Fazendo isso, o profissional consegue se especializar naquelas atividades, estudar como pode executá-las melhor. No entanto, a especialização também pode ser um fator negativo, quando feita em excesso. Se o foco do trabalhador é muito pequeno (uma tarefa somente, por exemplo) a motivação pode cair, e com isso o desempenho sair prejudicado. O trabalho ficaria muito repetitivo e pouco estimulante. Níveis Organizacionais Nível organizacional ou hierárquico: é um bom indicador de como é o enfoque do trabalho de um administrador em uma organização. E st ra té gi a de D e s e n v o lv im en to Adotada quando existem muitas oportunidades e forças internas dentro da organização, a estratégia almejada é a de desenvolvimento. Desenvolvimento. Diversificação. Nível Estratégico É o mais alto da hierarquia, em que os gestores da alta cúpula (presidentes, diretores etc.) decidem os temas que afetam a organização de modo global. Nível Tático Estão incluídos os gerentes ou chefes de divisão. Nessa posição, o administrador é responsável por uma área da organização (Gerência de Recursos Humanos, Gerência financeira, Divisão de produtos infantis etc.) e tem a função de implementar em sua área as estratégias e políticas decididas no nível acima. Nível Operacional Os administradores estão focados no curto prazo e em tarefas específicas, como a produção de bens e serviços. Dentre seus ocupantes podemos encontrar supervisores e chefes de equipe. Organograma Organograma: forma gráfica de descrever uma estrutura organizacional. No organograma, podemos claramente visualizaros cargos mais importantes (mais altos na hierarquia) e as relações de subordinação entre eles. Estruturas formais e informais Toda organização é composta de uma estrutura formal e uma informal. Estrutura formal: é a “estrutura oficial” de uma instituição. É aquela que vemos em seu organograma, nos seus sites institucionais na Internet. Conseguimos identificar os departamentos, os cargos, a definição das linhas de autoridade e de comunicação entre os departamentos e cargos envolvidos. Estrutura informal: não está aparente em nenhum gráfico da empresa, em nenhum relatório. Ela é formada pelos diversos relacionamentos “não oficiais” existentes na organização. Engloba, assim, todos os relacionamentos naturais e espontâneos que existem na empresa. Lembre-se de que esses relacionamentos não são ligados aos cargos oficialmente ocupados pelas pessoas. Cadeia de Comando Cadeia de comando: mostra, basicamente, quem “manda em quem”. Ou seja, descreve as linhas de autoridade, desde a cúpula da empresa até o seu nível mais baixo. A cadeia de comando mostra, portanto, a relação de subordinação dentro da estrutura e como funciona a hierarquia funcional. Características da cadeia de comando: Linha contínua de autoridade que liga todos os membros da empresa. Mostra quem se subordina a quem. Baseada na unidade de comando e no princípio escalar. Amplitude de Controle Amplitude de controle: é um conceito relacionado com o tamanho da equipe que cada chefe deve controlar e monitorar. A amplitude mostra a dispersão dos cargos e membros dentro da estrutura. Uma estrutura com muitos subordinados por chefe ficará com um aspecto achatado. Já uma estrutura com poucos subordinados ficará com um aspecto de um funil, que chamamos de estrutura aguda. Características da amplitude de controle: Significa o número de funcionários que cada chefe controla. Quanto maior a amplitude de controle, maior é o número de pessoas para cada gestor. Estruturas agudas provocam custo maior, mas as pessoas recebem maior atenção de seu chefe e têm menos autonomia. Centralização e Descentralização A centralização e a descentralização (seu efeito contrário) são conceitos relacionados com o poder de tomada de decisão. Se em uma organização o chefe toma quase todas as decisões, ela é centralizada. A descentralização acontece quando a autoridade para tomar decisões está espalhada por toda a organização. Centralização Descentralização V an ta g en s Decisões mais consistentes com os objetivos da organização. Maior uniformidade de procedimentos, políticas e decisões. Aproveitamento da maior preparação e competência dos administradores do topo. Redução dos riscos de erro por parte dos subordinados em virtude da falta de informação ou capacidade. Maior facilidade na avaliação e no controle do desempenho da organização. Maior agilidade, rapidez e flexibilidade na tomada de decisões. Decisões mais adaptadas às condições locais. Maior interesse e motivação por parte dos subordinados. Maior disponibilidade de tempo dos administradores de topo para outras funções. Promove gerentes autônomos, motivados e responsáveis por seu desempenho. Maior facilidade na avaliação e controle do desempenho de unidades e gerentes. D es va n ta g en s Decisões distanciadas dos fatos locais e das circunstâncias. Administradores têm pouco contato com as pessoas e situações envolvidas. Os subordinados dependem dos superiores hierárquicos para tomar decisões. Aumenta a desmotivação e a insatisfação dos membros em posições inferiores. Desestimula a criatividade e a inovação. Maior demora na implementação das decisões e maior custo operacional. Perda de uniformidade nas decisões. Tendência para o desperdício e a duplicação de recursos. Canais de comunicação mais dispersos pela organização. Maior dificuldade de localizar os responsáveis por decisões erradas. Insuficiente aproveitamento dos especialistas. Dificuldade de controle e avaliação do desempenho da organização. Posições de Linha e Staff Esses conceitos são ligados às atividades principais ou às de suporte (ou assessoria) de uma organização. Assim, as funções de linha estariam relacionadas com as atividades-fim da empresa e as funções de staff, às atividades-meio da organização. Uma posição de linha teria comando direto sobre os seus funcionários. O pessoal na posição de staff, portanto, teria um “papel” apenas consultivo, ou seja, eles poderiam apenas aconselhar e sugerir aos funcionários envolvidos diretamente com a tarefa. Modelos Organizacionais Os modelos são classificados como mecanicistas e orgânicos. Modelo Mecanicista: é facilmente identificável nas atuais burocracias. Essas empresas são caracterizadas por uma rigidez, uma formalidade e controle “pesado” sobre seus integrantes. Esse modelo foi dominante na época da industrialização, pois as novas indústrias da época necessitavam de um processo produtivo estável e facilmente controlável. Diversas organizações operam atualmente dentro desse modelo mecanicista, como montadoras de automóveis (indústrias que produzem em linha), restaurantes de fast-food (que não deixam de fazer refeições “em linha”, como um hambúrguer) e as forças armadas. Modelo Orgânico: veio dos estudos ligados aos funcionários e sua importância dentro da organização. Com a noção de que os empregados eram pessoas complexas e que necessitavam mais do que pagamento para se sentirem motivadas. O modelo orgânico relaciona-se com uma visão das organizações como se fossem organismos vivos. A Teoria dos Sistemas foi a base de muitos desses conceitos adaptados ao contexto organizacional. A ideia de que as organizações, como as pessoas, são seres em constante contato com o meio ambiente (fornecedores, clientes, governos etc.) mudou a forma de analisar uma empresa. As empresas passaram a ser vistas como sistemas abertos, ou seja, em interação constante com outras organizações. Departamentalização Departamento: é um “pedaço” da organização. É um setor que está focado em um aspecto de seu funcionamento. O departamento é uma unidade de trabalho que concentra um conjunto de tarefas. Departamentalização: é um modo encontrado para alocarmos pessoas, tarefas e atividades em unidades, com o objetivo de melhorar a coordenação de esforços. Departamentalização Funcional: as pessoas são agrupadas de acordo com a semelhança das atividades, das habilidades e dos recursos disponíveis para as funções ou especialidades das empresas. é a mais conhecida e utilizada forma nas organizações, sejam elas públicas ou privadas. Nos órgãos públicos, é quase uma “unanimidade” Não é a mais adequada para instituições que operam em ambientes dinâmicos e instáveis. Departamentalização por Produto: os departamentos são divididos por tipo de produto ou serviço. As organizações que funcionam com esse tipo de departamentalização são compostas, por exemplo, em “gerência de lubrificantes”, “gerência de produtos industriais” etc. Esse sistema é escolhido pelas instituições quando os produtos e serviços oferecidos são muito diferentes uns dos outros e demandam uma atuação muito específica. Essa divisão possibilita aos gestores focar nos fatores específicos de seus clientes e nas demandas geradas por eles, em vez de seguir E le m e n to s d a O rg a n iz a çã o Centralização e Descentralização. Amplitude de controle. Departamentalização. Formalização. Cadeia de Comando. Especialização. Posição de Linha Atividades-fim. Envolvido com o poder de decisão. Posição de Staff Atividades-meio. Envolvido com o papel consultivo. uma determinação comum para todos os seus “públicos”. Departamentalização por Cliente: enfatiza-se o cliente. Quando a organização detém clientescom necessidades muito específicas, esse modelo pode ser escolhido. Uma divisão muito comum é entre clientes pessoa física (indivíduos) e clientes pessoa jurídica (empresas). Departamentalização Geográfica: empresas estão presentes em diversos países ou Estados. A gestão da empresa, nesses casos, pode ser maximizada com uma departamentalização geográfica (ou territorial). Essa decisão normalmente é tomada quando as distâncias são muito grandes ou quando as diferenças culturais e de hábitos de consumo tornam uma gestão centralizada difícil. Outro fator que pode indicar a departamentalização seria uma diferença grande no acesso aos mercados consumidores, aos profissionais capacitados, bem como aos recursos e matérias-primas. Nas organizações assim divididas os gestores são especializados nos hábitos e nas demandas de cada região. Departamentalização por Processo: organizações que escolhem esse tipo, os departamentos são agrupados em torno dos seus processos-chave. A empresa dividiria suas equipes de acordo com os processos principais demandados pelo seu negócio. Os funcionários encarregados de cada processo estariam localizados nos setores responsáveis por este Esse tipo de departamentalização é utilizado nos níveis mais baixos da hierarquia, relacionados com as áreas de produção e logística. Assim, a tecnologia passa a ser o foco desse modelo. Departamentalização por Projetos: pode ser feita em empresas que focam suas atividades em alguns projetos de grande porte e com longa duração. Não deixa de ser um tipo de departamentalização temporário, pois cada projeto tem um prazo para ser finalizado. Esse fato acaba gerando um temor na equipe, que não sabe como ficarão seus empregos com o encerramento do projeto. A enorme concentração de diferentes recursos em uma atividade complexa e que exige pontos definidos de início e término, com datas e prazos determinados. Determinantes da Estrutura Organizacional Os fatores como estratégia, tamanho, tecnologia, legislação, pessoas, recursos e as explicações situacionais oriundas dos ambientes interno e externo têm influência direta no delineamento da estrutura organizacional. O desenho organizacional representa a definição da estrutura organizacional mais adequada ao ambiente, à estratégia, à tecnologia, às pessoas, às atividades e ao tamanho da organização. Desenho Estrutural das Organizações As estruturas descrevem os grupos de indivíduos de acordo com sua posição na instituição, as linhas de comunicação, as cadeias de comando e as diversas ligações entre chefes e subordinados, em vista de melhor coordenar as atividades. Desenho estrutural: é o resultado de várias decisões a respeito dos aspectos de autoridade, da comunicação interna e da departamentalização na organização. Estrutura Linear: é baseado nas organizações militares antigas e apresenta como característica principal a unidade de comando. Ou seja, nessa estrutura a autoridade estaria localizada em torno de um chefe. Estrutura Funcional: é o tipo de estrutura mais utilizado na atualidade. Ela é baseada no conceito de especialização. Sua aplicabilidade é muito intuitiva, pois é dividida de acordo com as tarefas e as funções organizacionais, como finanças, marketing, recursos humanos etc. Estrutura Divisional: a empresa desmembra sua estrutura em divisões, agregando os recursos e pessoas de acordo com os produtos, clientes e/ou mercados considerados importantes. Não é fácil de ser gerenciada quando a organização fica muito grande, com presença em diversos mercados e países distintos. Estrutura Matricial: são um modelo híbrido, que conjuga duas estruturas em uma só. Normalmente, é um somatório de uma estrutura funcional com outra estrutura horizontal, temporária, focada em projetos. Ela é chamada de matricial porque seu aspecto é parecido com o de uma matriz. Sua criação foi uma tentativa de conciliar em uma estrutura rígida e hierárquica a flexibilidade de uma estrutura temporária. Nesse tipo de estrutura, os profissionais estão associados geralmente a um departamento funcional (Marketing, Finanças, Tecnologia etc.) e são alocados a alguns projetos, sempre que estes necessitarem de alguém com seu perfil. Portanto, a lógica da estrutura matricial é a da autoridade dual. São dois chefes (ou mais) por funcionário, por isso o termo “dual”. Assim, nessa estrutura não existe aquele princípio da unidade de comando. Não há unidade de comando na estrutura matricial. Normalmente, esse tipo de estrutura é utilizado por organizações envolvidas com projetos que “pedem” equipes com profissionais que apresentam especialidades distintas e possam agregar diferentes qualidades mais agilmente. Estrutura em Rede: surgiram como uma necessidade de que as organizações fossem mais flexíveis e adaptáveis às mudanças no ambiente. Logo, se uma empresa necessita de um novo design para seu novo produto, contrata um escritório de design. O mesmo ocorre quando essa empresa precisa distribuir seu produto em um novo mercado – contrata uma empresa especializada em distribuição. Assim, a empresa pode “focar” no que melhor sabe fazer e “mudar de rumo” sempre que necessário. De acordo com esse pensamento, surgiram as “organizações em rede” ou as “redes organizacionais”. Um conceito interessante que devemos entender quando pensamos em estruturas em rede é o da interdependência. Nessas redes, ninguém pode, ou consegue, alcançar seu objetivo sozinho. Cada “nó” da rede é fundamental para que os objetivos comuns sejam atingidos. A estrutura em rede substitui a hierarquia, o comando, pela parceria entre os diversos entes. A estrutura fica mais flexível e competitiva perante seus competidores. Organização Virtual: é um tipo de estrutura em rede em que a instituição utiliza as novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) para interligar seus diversos membros e colaboradores, sem que exista, necessariamente, uma estrutura física para reunir essas pessoas. Assim, uma organização virtual costuma envolver pessoas que estão distantes umas das outras e que colaboram por meio de ferramentas eletrônicas, como a videoconferência, o correio eletrônico (e-mail), entre outras existentes atualmente. Organização sem Fronteiras: é um tipo de organização em rede, semelhante à organização virtual. Esse tipo de organização busca eliminar a cadeia de comando, com uma amplitude de controle maior e coordenar o trabalho mediante diversos grupos e equipes de pessoas que trabalham de forma autônoma, empoderadas. MOTIVAÇÃO De acordo com Daft (2005), a motivação é relativa às forças internas ou externas que fazem uma pessoa se entusiasmar e persistir na busca de um objetivo! Como a motivação afeta a produtividade, a organização deve canalizá-la para os objetivos organizacionais. Dessa forma, Robbins e Coulter (1998) dizem que, no ambiente organizacional, a motivação é a vontade de exercer altos níveis de esforço para alcançar os objetivos organizacionais. De outra forma, a motivação vem de dentro de cada um, mas os estímulos e incentivos externos também afetam o nível motivacional. Motivação e Desempenho Robbins (2004) diz que o desempenho depende não só da motivação, mas também das habilidades das pessoas e da oportunidade que elas têm (ou não) de poder utilizá-las e motivação na prática. T ip os d e M ot iv aç ão Motivaçãoes internas ou intrínsecas Necessidasdes e motivos da própria pessoa, fatores psicológicos. Motivações externas ou extrínsecas Geradas por métodos de reforço e punições. Ciclo Motivacional O ciclo motivacional começa em um estado de equilíbrio, seguido por causar um estímulo ou incentivo que gera uma necessidade e produz no indivíduo um estado de tensão, desconforto. Estado de equilíbrio: o organismo está tranquilo e em estado de equilíbrio. Necessidadeque surge (impulso): as necessidades e carências surgem, derrubam o equilíbrio e provocam um estado de tensão e desconforto na pessoa, por exemplo, a fome. Estado de tensão e desequilíbrio: a pessoa desencadeia um processo que busca reduzir ou eliminar essa tensão por meio de um comportamento orientado para a satisfação da necessidade (impulso). Comportamento focado na satisfação da necessidade: a satisfação elimina ou reduz a necessidade ou carência. Se a pessoa come, a fome está satisfeita e a pessoa fica tranquila. Satisfação da necessidade: e por algum obstáculo, barreira ou impedimento a satisfação não é alcançada, ocorrem frustração, conflito ou estresse e o estado de tensão permanece ou pode até aumentar. Teorias do Processo e Teorias de Conteúdo As teorias de motivação podem ser divididas entre teorias de conteúdo e teorias de processo. Teorias de conteúdo se concentram nas razões que levam uma pessoa a ficar motivada (seria o QUE motiva alguém). Teorias de processo concentram-se no modo como o comportamento é motivado (seria o COMO essa motivação ocorre). Teoria das necess idades de Maslow De acordo com Maslow, o comportamento do ser humano é motivado por diversos estímulos internos ou por necessidades. Essas necessidades são diversas e ele as classificou em uma hierarquia, desde as mais básicas, como as fisiológicas e de segurança, até as de nível superior (estima e autorrealização). O ponto-chave dessa teoria é exatamente a hierarquia dessas necessidades. A teoria diz que as necessidades devem ser satisfeitas em uma ordem, ou seja, é necessário suprir as necessidades fisiológicas (as mais básicas) antes de existir um trabalho de atendimento das necessidades de estima. O gestor que busca implantar um programa de motivação, deve analisar em que estado se encontra seu funcionário e passar a trabalhar sempre o nível hierárquico de necessidades atual, ou o primeiro nível de necessidades acima do atual, ou seja, do que se encontra no momento sendo atendido. Motivação Habilidade Oportunidade Desempenho Teorias de Processo Teoria da equidade - Adams Teoria da expectativa - Vroom Teoria do estabelecimento de objetivos Teoria da avaliação cognitiva Teorias de Conteúdo Teoria dos dois fatores - Herzberg Teoria ERC - Alderfer Hierarquia das necessidades - Maslow Necessidades adquiridas - McClelland Teoria X e Y - McGregor Necessidades Fora do trabalho No trabalho Autorrealização Educação; crescimento pessoal; passatempos; religião. Trabalho desafiante; diversidade; autonomia; crescimento pessoal; participação nas decisões. Estima Aprovação da família, dos amigos; reconhecimento da comunidade. Reconhecimento; responsabilidade; orgulho; promoções. Sociais Família; amigos; grupos sociais; comunidade. Amizade dos colegas; interação com o cliente; chefia amigável; camaradagem. Segurança Autonomia; liberdade; proteção contra a violência; abrigo. Trabalho seguro; permanência no emprego; proteção. Fisiológicas Comida; água; sono e repouso; sexo. Remuneração e benefícios; horário de trabalho; intervalos de descanso; conforto físico. Teoria X e Y de McGregor McGregor trouxe a ideia de que existem duas “maneiras” de ver as pessoas. Essas visões seriam contrárias, ou seja, antagônicas. Uma seria mais positiva e moderna (a teoria Y, baseada na confiança nos indivíduos) e a outra negativa e antiquada (teoria X, baseada na desconfiança). Teoria X: as pessoas seriam naturalmente preguiçosas, pouco ambiciosas e sem iniciativa própria. A ideia é a de que o ser humano não gosta de trabalhar e fará o menor esforço possível. Teoria Y: seria mais embasada na confiança nas pessoas! Nessa situação, o gestor acredita que seus funcionários são ambiciosos, gostam de trabalhar, têm capacidade de decidir e iniciativa. Teoria Z de William Ouchi: é uma derivação da teoria X e Y. OuChi confrontou o estilo do trabalhador japonês com o trabalhador americano, fazendo uma comparação entre os estilos Z (o japonês) e os estilos X e Y de McGregor. O trabalhador japonês teria uma visão mais de longo prazo, pois seu sucesso estaria alinhado com os interesses da empresa. Teoria dos dois fatores de Herzberg A teoria basicamente diz que os fatores que levam à satisfação são diferentes dos que produzem a insatisfação, portanto o nome da teoria: dois fatores. Fatores Motivacionais ou intrínsecos: influenciam a satisfação. Estão relacionados com as necessidades do mais alto nível, como o reconhecimento das pessoas, o conteúdo do trabalho, a possibilidade de crescimento profissional e de aprendizagem e o exercício da responsabilidade. Crescimento pessoal. Conteúdo do trabalho. Exercício da responsabilidade. Reconhecimento. Realização. Fatores Higiênicos ou extrínsecos: influenciam a insatisfação, ou seja, podem gerar insatisfação se forem negativos, mas não causam satisfação se forem positivos. Salários Relacionamentos pessoais. Condições de trabalho. Supervisores. Segurança. Políticas da empresa. O salário não é fator motivacional! A relação interpessoal também não é motivadora! Ou seja, nem dinheiro nem pessoas motivam os funcionários. Teoria do Reforço Essa teoria afirma que o reforço condiciona o comportamento. Ou seja, que os indivíduos podem ser manipulados a se comportarem de certa maneira, de acordo com os estímulos aplicados a eles (CHIAVENATO, 2010). Assim, se queremos que os funcionários sempre cheguem cedo, deveremos instituir um prêmio de assiduidade. Se quisermos que os vendedores atinjam as metas, deveremos pagar um bônus aos que conseguirem. Essa teoria, como já devem estar pensando, é uma das mais utilizadas no meio organizacional. Essa teoria é muito criticada pelo seu aspecto “manipulador” das pessoas. Apesar disso, seu impacto não é renegado. Só não se acredita mais que Teoria X Pessoas não gostam de trabalhar. Pessoas devem ser ameaçadas e forçadas a atingir os resultados. Pessoas preferem não assumir responsabilidades, têm pouco ambição e buscam segurança. Teoria Y Maioria das pessoas não desgosta do trabalho. Pessoas são capazes de se autocontrolar e dirigir. Pessoas buscam desafios e assumir responsabilidades. Pessoas são, em sua maioria, criativas e ambiciosas. • vão da não satisfação a satisfação.Fatores motivadores • vão da insatisfação a não insatisfação.Fatores higiênicos o reforço seja o único fator que gera maior motivação e, por consequência, melhor desempenho. Características da teoria do reforço: Buscar entender como as consequências dos comportamentos anteriores influenciam as ações futuras. A relação entre o comportamento e suas consequências segue uma ideia de aprendizagem cíclica. O reforço é uma tentativa de causa a repetição ou inibição de um comportamento. Estratégias da teoria do reforço: Reforço positivo. Reforço negativo. Punição. Extinção. Teoria ERC de Alderfer É uma adaptação da teoria da hierarquia das necessidades de Maslow. Alderfer buscou adequar os estudos de Maslow para que a sua teoria pudesse refletir os dados empíricos (os dados das pesquisas). A primeira diferença entre as duas teorias é o fato de que Alderfer “condensou” os níveis hierárquicos. Para ele, são apenas três os níveis de necessidades: de existência, de relacionamento e de crescimento. A segunda diferença entre as teorias está no fato de que, para Alderfer, não existe uma hierarquia tão rígida entre os níveis de necessidades quanto Maslow acreditava. Primeiro nível - existência - engloba os primeiros níveis de Maslow (fisiológico e segurança). Segundo nível - relacionamento - abrange o nível social de Maslow e alguns fatores externos do nível de estima. Terceiro nível - crescimento - compreende os componentes internos de estima e o nívelde autorrealização de Maslow. Teoria da Expectância de Vroom A teoria da expectância (ou expectativa) diz que a motivação é um produto das expectativas das pessoas com relação às habilidades de atingir os resultados e o valor que elas dão às recompensas. Ou seja, o indivíduo primeiro analisa se a meta que a empresa estipulou é possível de ser atingida com seus próprios esforços. Se a meta for inalcançável, ou não depender do seu trabalho, não vai gerar motivação. Vroom levou em consideração as diferenças pessoais, pois cada indivíduo tem uma habilidade específica e desejos e necessidades diferentes. Teoria das necess idades adquir idas de McClel land De acordo com McClelland, a motivação é relacionada com a satisfação de certas necessidades adquiridas dos indivíduos. Essas necessidades seriam geradas por meio da própria experiência das pessoas, de sua vivência. De acordo com o autor, pessoas com uma alta necessidade de realização deveriam trabalhar com tarefas em que não necessitassem do trabalho dos outros (ou seja, em tarefas em que pudessem “mostrar serviço” sozinhas). Além disso, são mais bem aproveitadas em áreas em que as tarefas são difíceis o bastante para motivá-las, mas não tanto que as façam perceber que o sucesso depende da “sorte” ou da ajuda de outros. Logo, essas pessoas não costumam ser boas gerentes. Teoria da equidade Essa teoria afirma que a equidade, ou seja, a percepção de que o que ganhamos está em linha com o que oferecemos em troca (e com relação aos outros), é um aspecto motivador. Assim, a noção de que essa relação é justa teria um impacto significativo na motivação. Possibilidades de ação perante uma iniquidade: Mudanças nas entregas. F a to re s da te or ia d a ex pe ct ân ci a Valência Valor ou peso que a pessoa dá às recompensas obtidas. Expectativa Probabilidade de a ação levar ao resultado desejado. Instrumentalidade Percepção de que a obtenção de um resultado está associado a uma recompensa. Necessidade de afiliação Relativa ao desejo de ter bons relacionamentos e amizades. Necessidade de poder Ligada ao controle, à influência de outras pessoas, bem como aos destinos da organização. Necessidade de realização Ligada aos desejos de sucesso, de fazer bem algum trabalho, de se difernciar dos outros. Mudanças nos resultados. Distorção na sua percepção. Distorção na percepção dos outros. Mudança no referente. Sair do “jogo”. Teoria do estabelecimento de objetivos (autoeficácia) A teoria do estabelecimento dos objetivos foi criada por Locke e desenvolvida por Bandura, que em seus estudos provou que o estabelecimento de vários objetivos próximos (e mais fáceis de atingir) é mais eficaz do que criar objetivos distantes (e mais difíceis). A teoria da autoeficácia prevê que o nível de confiança do indivíduo em suas habilidades é um forte motivador e regulador de seus comportamentos. Bandura defende que o indivíduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa, faz maior esforço para realizá-la, tem maior motivação para concluí-la e persevera mais tempo na sua realização do que o indivíduo com baixa autoeficácia. Portanto, essa teoria está baseada nos fatores internos da motivação, sendo um contraponto, por exemplo, a teoria do reforço de Skinner, que desconsidera as condições internas do indivíduo e enfatiza apenas o que lhe acontece quando realiza uma ação. Teoria da aval iação cognitiva Essa teoria indica que a introdução de recompensas externas (como um salário) como pagamento para tarefas anteriormente gratificantes apenas pelo seu conteúdo (ou seja, uma atividade que você gostava de fazer por si só) tenderia a reduzir a motivação intrínseca para realizar a tarefa (DURAN, 2016). A teoria está baseada na teoria da autodeterminação, que indica que as pessoas são guiadas por uma necessidade de autonomia. Desse modo, de acordo com essa teoria, os funcionários devem participar ativamente dos processos de avaliação do desempenho. Motivação e Contrato Piscológico Contrato psicológico: é considerado um vínculo que liga os empregados às organizações. Esse “contrato” é derivado de um conjunto de expectativas das partes relacionadas com as necessidades tanto dos empregados quanto das empresas. Fatores positivos: aumento do empenho, satisfação no trabalho, comportamentos de cidadania organizacional e intenção de continuar na empresa. Resultados negativos: diminuição do empenho e aumento do absenteísmo Classificação de MacNeil: Contratos Transacionais: são aqueles que apresentam termos de troca bem definidos, normalmente termos monetários, específicos e com tempo de duração definido, assim como contratos entre os donos de equipamentos caros e complexos (ex.: aquecedores e refreadores de ambientes) e as companhias que vendem estes equipamentos. Contratos Relacionais: Seus termos são mais abstratos, tendem a não apresentar fácil monetarização e costumam dizer respeito à relação entre o indivíduo e a organização. Empowerment Empowerment: ou empoderamento, é o processo de fortalecimento do papel das pessoas e equipes dentro de uma organização. O empowerment é, assim, um instrumento de liberação das “forças“ criativas dos trabalhadores. O empowerment está diretamente relacionado com a delegação e a descentralização de poder dentro da empresa. Entretanto, o empowerment não funciona em todas as organizações, nem em todos os setores. Para que os funcionários possam receber as autoridades e responsabilidades maiores, é necessário um esforço de capacitação e treinamento. Comprometimento Comprometimento: é o que faz uma pessoa se identificar e se envolver com uma instituição. Quanto mais comprometido um indivíduo, mais propício ele estará para utilizar suas habilidades para ajudar a organização a atingir seus objetivos, a fim de permanecer na organização e aceitar os valores dela. Tipos de comprometimento: Afetivo: colaboradores que mantêm um vínculo sentimental e emocional com a empresa em que atuam. Instrumental: colaboradores que dão importância ao salário e aos benefícios recebidos, ou que entendem que os custos de um desligamento seriam maiores do que se permanecer nela. Normativo: colaboradores que permanecem em determinada empresa porque se sentem obrigados a estar dentro dela, seja por causa de um “débito” com a organização ou para retribuir um favor por algum benefício recebido. Sociológico: trata-se de uma relação de chefia e subordinação em que os colaboradores, normalmente com pouca qualificação e conhecimentos sobre seus direitos trabalhistas, aceitam a dominação imposta pela empresa como algo normal ou natural. Afiliativo: é estabelecido pela sensação de identificação e pertencimento do colaborador com a empresa. LIDERANÇA A liderança é exercida como uma influência interpessoal em uma dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. O conceito de liderança é relacionado com a utilização do poder para influenciar o comportamento de outras pessoas. A liderança não é um papel executado exclusivamente pelos chefes ou gerentes, o que muitas vezes ocorre, mas não sempre. Naturalmente, a capacidade de liderar uma equipe é um dos aspectos que leva alguém a ser promovido a um cargo de chefia. Chefe Líder Administra. Inova. É uma cópia. É original. Mantém. Desenvolve. Focaliza o sistema. Focaliza as pessoas. Baseia-se no controle. Inspira confiança. Visão de curto prazo. Perspectiva de longo prazo. Pergunta como e quando. Pergunta o quê e por quê. Olhos na base da empresa. Olhos no horizonte. Imita. É original. Aceita o status quo Desafia o status quo. É um bom soldado. É sua própria pessoa. Faz as coisas de maneira certa. Faz as coisas certas. Tipos e Fontes de Poder Poder: pode ser
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