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Ação Civil Pública - modelo

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EXMº SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA CAPITAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO
CONSELHO SECCIONAL DE PERNAMBUCO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, serviço público independente dotado de personalidade jurídica, regulamentado pela Lei nº 8.906/94, inscrito no CNPJ sob o nº ..., com sede em ..., endereço eletrônico ..., representado por ..., por meio do seu advogado infra-assinado, conforme procuração em anexo, com endereço profissional em..., que informa para os fins do art. 77, V, do CPC com fundamento no art. 44, I, da Lei nº 8.906/94 e na Lei nº 7.347/85, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor AÇÃO CIVIL PÚBLICA em face da Presidência da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (ALEPE), do Deputado Estadual Guilherme Uchoa e do Deputado Estadual Eriberto Medeiros, aduzindo para tanto o que se segue. 
I- FATOS
A parte autora tomou conhecimento de que depois de exercer a Presidência da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco - ALEPE - por quatro biênios consecutivos, o Deputado Estadual Guilherme Uchoa (PDT) apresentou candidatura para buscar mais uma recondução ao cargo no início deste ano. De modo similar, o Deputado Eriberto Medeiros (PTC) se candidatou a 4.º Secretário da ALEPE depois de exercer duas vezes seguidas o mesmo cargo.
Ocorre que, suas candidaturas forma homologadas pela Presidência da Mesa Diretora, e posteriormente elas foram sujeitas ao Plenário da Casa, onde obtiveram maioria absoluta dos votos.
Dessa forma, sabe-se que não há compatibilidade dessas sucessivas reeleições ao princípio democrático adotado por nossa ordem jurídica, o que justifica o ajuizamento da presente Ação Civil Pública.
II- PRELIMINARMENTE
II.1-	LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA
	A Lei nº 7.347/85 incluiu como legitimados à propositura da ação civil pública: “autarquia, sociedade de economia mista ou por associação” (art. 5º, IV). 
O Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei 8.906/93 - EOAB) determina no artigo 44, inciso I, o dever de “defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas”.
Esse mesmo Estatuto, em seu art. 57, outorga ao Conselho Seccional “o exercício das competências, vedações e funções atribuídas ao Conselho Federal, no que couber e no âmbito de sua competência material e territorial”.
A Lei nº. 7.347/1985, em seu art. 5º, adotou fórmula ampla de legitimação, tendo em vista a defesa dos direitos coletivos, difusos e individuais homogêneos, franqueando tal legitimidade a qualquer associação civil, que inclua entre suas finalidades a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, ao patrimônio histórico, artístico, estético, turístico e paisagístico, bem assim de outros direitos difusos e coletivos.
É bem verdade que a OAB é definida em lei como serviço público (não estatal) sem vínculo funcional ou hierárquico com a Administração Pública. Nesse sentido, confira-se no Supremo Tribunal Federal julgamento da ADI 3.026-DF, Relator Ministro Eros Grau.
Além disso, são legitimados passivos, a Presidência da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (ALEPE), o Deputado Estadual Guilherme Uchoa e o Deputado Estadual Eriberto Medeiros, pois todas são pessoas jurídicas de direito público e pessoas naturais, beneficiárias diretas ou indiretas da lesão ao direito de todos, e deverão figurar no polo passivo da ação em um verdadeiro litisconsórcio passivo em razão da aplicação analógica do disposto nos art. 1º e 6º da Lei nº 4.717/65
III- DOS FUNDAMENTOS JURIDICOS
A ação civil pública é uma ação coletiva, de procedimento comum, que visa defender interesses metaindividuais, sendo regida pela Lei nº 7.347/85, e segundo a doutrina majoritária aplica-se, por analogia, dispositivos da Lei nº 4.717/65. 
Nos moldes do art. 1º da Lei nº 7.347/85 temos o cabimento da ACP:
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:
l - ao meio ambiente;
ll - ao consumidor;
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. 
V - por infração da ordem econômica; 
VI - à ordem urbanística. 
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos.
VIII – ao patrimônio público e social. 
Com efeito, no presente caso, com dito, a propositura da ação civil pública se justifica diante do fato de que as reeleições estão incompatíveis com o princípio democrático de direito adotado por nossa ordem jurídica, o que pode gerar prejuízos de interesse difuso e coletivo de abrangência local.
Isso porque, no que tange a realidade apresentada pelo Deputado Estadual Guilherme Uchoa, que depois de exercer a Presidência da Mesa Diretora da ALEPE, por quatro biênios consecutivos, apresentou candidatura para buscar mais uma recondução ao cargo no início deste ano, é entendido pelo STF que o artigo 57, parágrafo 4º, da Constituição Federal, que veda a recondução na eleição imediatamente subsequente, seria de reprodução obrigatória pelos estados.
Nesse ponto, vale destacar que o Supremo Tribunal Federal aplicou entendimento constitucional para permitir apenas uma reeleição ou recondução sucessiva nas presidências e demais cargos das Mesa Diretoras das Assembleias Legislativas dos Estados do Espírito Santo, do Tocantins e de Sergipe. A decisão foi tomada no julgamento de quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade. O que permite ser considerado o mesmo entendimento na presente.
Tal entendimento possui fundamento no sentido de que, na avaliação de Gilmar Mendes, o limite à reeleição se refere ao mesmo cargo da mesa diretora, e não aos casos em que o parlamentar concorre a cargo distinto daquele que ocupou no biênio anterior.
Segundo ele, a vedação da recondução a qualquer cargo da mesa poderia implicar dificuldades relevantes ao funcionamento regular da Casa Legislativa, inclusive sob o ângulo do princípio democrático, especialmente nas assembleias menores. Como exemplo, citou a possibilidade de que o impedimento de deputados do campo majoritário em razão da proibição resultasse na formação da mesa por parlamentares da minoria que, em circunstâncias normais, não a comporiam. O ministro destacou a necessidade de aplicar ao novo entendimento o princípio da anualidade eleitoral, constante do art. 16º da CRFB/88 e balizas para assegurar os princípios da segurança jurídica e da confiança legítima. Por esse motivo, fixou três teses.
Passado esse ponto, sabendo que compõe a Mesa da ALEPE o Presidente, o 1º e 2º Vice-Presidente, o 1º ao 4º Secretário e os seus suplentes, no que tange a realidade do segundo caso, a reeleição do Deputado Eriberto Medeiros ao cargo do 4º Secretário, depois de exercer duas vezes seguidas o mesmo cargo, é perceptível a mesma incompatibilidade.
Isso porque, também de acordo com o §9º do Regimento Interno da ALEPE “será de dois anos o mandato dos membros da Mesa Diretora, vedada a recondução para o terceiro mandato consecutivo para o mesmo cargo, mesmo que de uma legislatura para a outra.”
Assim sendo, por terem sido homologadas pela Presidência da Mesa Diretora, e posteriormente sujeitas ao Plenário da Casa, onde obtiveram maioria absoluta dos votos, as respectivas candidaturas afrontam o regime democrático de direito, consistindo em flagrante violação aos direitos difusos quanto aos direitos e garantias fundamentais asseguradas a todos com relação aos direitos políticos e aos princípios constitucionais.
IV- TUTELA DE URGÊNCIA
O art. 7º da Lei 7.347/85 preconiza a possibilidade de conceder tutela de urgência na Ação Civil Pública. Faz-se necessário cumular tal dispositivo ao art. 300 do CPC, sendo, portanto, imprescindível a demonstração dos requisitos para a concessão da medida cautelar.A probabilidade do direito decorre de toda a argumentação e documentos carreados à presente ação civil, que comprovam a manifesta situação.
Já o risco de dano ao resultado útil do processo está no cenário de que a continuidade das candidaturas apresenta grave risco aos direitos políticos assegurados a todos os cidadãos.
V- DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer-se:
a) A concessão da tutela de a fim de que seja suspenso e anuladas as candidaturas;
b) que seja processada a presente Ação Civil Pública e que seja julgado procedente o pedido formulado para confirmar a tutela.
c) a citação dos réus nos endereços indicados na inicial;
d) a intimação do Ministério Público;
e) a produção de todos os meios de prova em direito admitidas e a juntada de documentos;
Em cumprimento ao art. 319, VII do CPC, a autora opta pela realização de audiência de conciliação ou de mediação.
Valor da causa nos termos do art. 319 do CPC
Termos em que pede deferimento
Recife, 28 de setembro de 2021
Advogada 
Oab nº ...

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