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MEDICINA SOCIAL II REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE Porque se chama REDES? União de vários serviços para prestar atendimento a uma determinada população. RELATÓRIO DE DAWSON (1920 – Reino Unido) Bertrand Dawson: médico, trabalhou na I guerra, nos serviços de emergência. -O relatório, estabelece que: a saúde só pode ser assegurada mediante a uma combinação de esforços. -O relatório é resultado de um grande debate de mudanças que aconteceram após a I Guerra Mundial. -Pensava em organizações de sistemas regionalizados de saúde que atendesse às necessidades da população de forma eficaz. -Serviços acessíveis e com cuidados preventivos e curativos, no domicílio e nos centros de saúde vinculados aos hospitais. ALMA-ATA (1978) -Fortaleceu as premissas do relatório de Dawson. -Nos EUA: foco na atenção primária, para tentar superar a fragmentação. -Na Europa ocidental, alguns países estão adotando o modelo das RAS. -O Chile (América latina) é o país com maior experiência na área. -META: saúde para todos nos anos 2000. -No Brasil: • Minas Gerais: -Programa Viva Vida -Rede Hiperdia Minas: voltado para o cuidado com pacientes com diabetes e hipertensão arterial. • Espírito Santo: -Projeto integrar: saúde mental • Paraná -Programa Mãe Curitibana: rede cegonha ASPECTOS LEGAIS DAS RAS -As RAS são definidas segundo o anexo da Portaria GM N° 4.279/ 2010. -Decreto n° 1.508/2011 → regulamentou a lei n° 8.080/1990 -Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) - 2017 SITUAÇÃO DE SAÚDE NO BRASIL→ PROBLEMAS -O país possui mais de 100 milhões de habitantes e assumiu o desafio de possuir um sistema universal, público e gratuito de saúde. -Devido a isso, tem-se os serviços de saúde fragmentados, o que leva ao baixo desempenho dos serviços de saúde, acarretando: • Dificuldade de acesso • Serviços de baixa qualidade técnica • Uso ineficiente dos recursos • Incremento dos custos de produção • Baixa satisfação dos usuários • Financiamento insuficiente • Falta de recursos qualificados • Tripla carga de doenças • Envelhecimento populacional O QUE AINDA TEMOS HOJE E NÃO QUEREMOS MAIS? -Gestantes sem pré-natal -Sem vínculo para parto -Gestante e bebê peregrinam -Bebê sem acompanhamento -Pronto socorros cheios -Pacientes no chão -Ausência de regulação de leitos -Inexistência de classificação de risco adequada. -Modelo de Atenção aonde a atenção básica não é priorizada. -UBS em espaços inadequados -Ausência de estratégias para colocar ABS como ordenadora do cuidado. -Modelos de atenção que desconsideram ação intersetorial. -Ausência de serviços de saúde diferentes para diferentes necessidades. É POSSÍVEL MUDAR? É necessário a adoção de um Modelo de Atenção à saúde que: -O usuário seja o centro -Considere as necessidades de saúde da população -Tenha a atenção básica como ordenadora do cuidado -Possibilite a integralidade e continuidade do cuidado -Garante o acesso e a qualidade dos serviços -Respeite as condições adequadas de trabalho -Financiamento tripartite -Considere a regulação como facilitadora de acesso e garantidora de equidade. -Gestão comprometida com o alcance de resultados e combate a corrupção. SISTEMA DE SAÚDE TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA→ -População passa a viver mais tempo, aumentando a quantidade de idosos no país. TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA→ -Tripla carga de doenças Universal, igualitário, com acesso facilitado e com garantia de qualidade, Regulado para garantia de equidade, Com Classificação de risco para atender Primeiro a quem mais precisa, diverso Para atender os diferentes, resolutivo, Integrado, rápido, com atenção básica Sendo a ordenadora do cuidado, Intersetorial, usuário centrado, com Participação social, democrático, integral Com percursos claros para o usuário Atender suas necessidades de saúde. CONCEITO E ORGANIZAÇÃO DE → RAS -Buscam a integralidade -Atenção Básica como ordenadora do cuidado. -Acesso e qualidade -Planejamento e organização regional -Sustentabilidade e financiamento tripartite CARACTERÍSTICAS DAS RAS -Organizadas por critérios de eficiência -Integradas a partir da complementaridade -Objetivadas pela provisão de atenção contínua e integral -Construídas mediante o planejamento, e o financiamento tripartite -Voltadas para as necessidades populacionais REDES DE ATENÇÃO A SAÚDE -Possuem organização horizontal, havendo assim, a importância de todos os pontos de atenção. -Voltada para a atenção às condições crônicas e agudas. -Centro coordenador é a atenção básica, que é o primeiro contato, atenção contínua e integral. -A ideia de hierarquia entre os serviços passa a ser substituída por uma outra, em que todos os serviços possuem o mesmo nível de importância, respeitando as diferentes densidades tecnológicas e rompendo com as relações verticalizadas, havendo agora redes policêntricas horizontais. FUNDAMENTOS E TRIBUTOS DAS → REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE -Economia de escala: a concentração de serviços em determinado local racionaliza os custos e otimiza os resultados. -Suficiência e qualidade: recursos financeiros, humanos e tecnológicos, devem estar presentes em quantidade e qualidade suficientes. -Acesso: ausência de barreiras no momento em que o usuário “entra” no Portaria GM n° 4.279 de 30 de 2010: “arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado”. sistema e quando se faz necessária a continuidade da atenção. -Disponibilidade de recursos: recursos físicos, financeiros, humanos e tecnológicos. -Integração vertical: articulação de serviços de diferentes níveis de atenção. -Processos de substituição: por exemplo, a desospitalização pela atenção domiciliar. -Região de saúde ou abrangência: área geográfica de abrangência para a cobertura de uma determinada RAS. -Níveis de atenção (favorece a economia de escala): • Menor densidade atenção → primária a saúde • Densidade tecnológica intermediária atenção secundária à saúde→ • Maior densidade tecnológica → atenção terciária à saúde PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DE → RAS -Realizar diagnóstico/ análise situacional -Estabelecer prioridades baseadas em pactuações regionais -Montar grupo condutor representativo -Desenhar a rede: estabelecimento dos percursos dos usuários e função de cada ponto de atenção. -Contratualizar os pontos de atenção -Acompanhar a implantação da rede e seus resultados. REDES TEMÁTICAS DE ATENÇÃO À → SAÚDE -Redes priorizadas com pactuação tripartite: • Rede cegonha • Rede de Atenção às Urgências e Emergências • Rede de Atenção Psicossocial: priorizando o enfrentamento do álcool, crack e outras drogas. • Rede de atenção às doenças crônicas: iniciando pelo enfrentamento do câncer de mama e do câncer de colo de útero. • Rede de cuidados à pessoa com deficiência. REDE CEGONHA→ -Garantia do acolhimento com classificação de risco, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal -Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro -Garantia de boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento “Quanto mais escasso o recurso, mais ele deve ser concentrado; quanto mais disponível, mais deve ser disperso na rede de atenção à saúde” -Garantia da atenção à saúde das crianças de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade. -Garantia da ampliação do acesso ao planejamento reprodutivo. → REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS • Componentes e interfaces -Promoção e prevenção: academia saúde, motos, violência -Atenção básica: UBS -UPA e outros serviços com funcionamento 24 horas -SAMU 192 -Portas hospitalares de atenção às urgências -Enfermarias de retaguarda e unidades de cuidados intensivos -Inovações tecnológicas nas linhas de cuidados prioritárias (AVC, IAM, traumas) -Atenção domiciliar: Melhor em casa -Acolhimento com classificação de risco e resolutividade.REDE DE ATENÇÃO→ PSICOSSOCIAL • Diretrizes -Respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia, a liberdade e o exercício da cidadania. -Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde -Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar; -Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, diversificando as estratégias de cuidado com participação e controle social dos usuários e seus familiares. -Organização dos serviços em rede de atenção à saúde regionalizada, com estabelecimento de ações intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado; -Desenvolvimento da lógica do cuidado centrado nas necessidades das pessoas com transtornos mentais, incluídos os decorrentes de uso de substâncias psicoativas. REDE DE ATENÇÃO→ ÀS DOENÇAS CRÔNICAS • Eixo câncer • Eixo renocardiovascular • Eixo respiratórias • Eixo obesidade -A finalidade desta rede é realizar a atenção de forma integral, aos usuários com doenças crônicas, em todos os pontos de atenção, realizando ações de promoção, proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção da saúde. -Consideram-se doenças crônicas, aquelas que apresentam início gradual, com duração longa e incerta. RAS DE CUIDADO À PESSOA COM → DEFICIÊNCIA • Objetivos: -Ampliar o acesso e qualificar atendimento às pessoas com deficiência no SUS, com foco na organização de rede e na atenção integral à saúde, que contemple as áreas de deficiência auditiva, física, visual, intelectual e ostomias. -Ampliar a integração e articulação dos serviços de reabilitação com a rede de atenção básica e outros pontos. -Desenvolver ações de prevenção de deficiências na infância e vida adulta. • Componentes do novo modelo -CER: Centro especializado em reabilitação -Oficinas Ortopédicas: local e itinerante -Centros-dia -Serviços de atenção odontológica para pessoas com deficiência -Serviço de atenção domiciliar no âmbito do SUS -Atenção Hospitalar CONSOLIDAÇÃO DAS RAS→ • Melhoram os resultados sanitários nas condições crônicas • Diminuem as referências a especialistas e hospitais • Aumentam a eficiência dos sistemas de atenção à saúde • Produzem serviços mais custo/efetivos • Aumentam a satisfação das pessoas usuárias. REFERÊNCIAS
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