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Gabriela Carvalho Atenção ao idoso- particularidades da anamnese geriátrica A história clínica de um paciente idoso pode parecer mais difícil que a de um paciente jovem, mas se forem seguidas regras básicas, as dificuldades serão minimizadas. A confiabilidade é fator importante, não devemos esquecer que o paciente é o idoso a quem devemos dedicar toda a atenção. Quando for necessário, checar as informações. Nos casos de suspeita de déficit cognitivo, deve se ter o cuidado de obter as informações do acompanhante sem que o idoso se sinta excluído. → déficit cognitivo: avaliar informações do acompanhante sem excluir idoso Os pacientes idosos na maioria das vezes são portadores de múltiplos problemas, desta forma muitas vezes obter uma queixa principal é difícil. A queixa relatada pelos familiares pode não coincidir com a queixa do paciente. É importante valorizar as duas informações para uma melhor investigação do quadro. → pct com múltiplas queixas, valorizar a queixa do paciente e a queixa da família (paciente com múltiplas doenças, muitas crônicas e danos funcionais) Em todas as situações deve ser realizada a investigação completa, pois muitas vezes o paciente já se acostumou com um problema e, se não for perguntado sobre ele, não o relata. Desta forma, o interrogatório complementar (IOA) assume vital importância na anamnese de um idoso, podendo ser antecipado na anamnese. → IOA (investigação por órgãos e aparelhos – investigar sintomas por diversos aparelhos e sistemas) pode ser antecipado A história de quedas e de uso de medicamentos (detalhada) também assume lugar de importância, bem como o suporte social que o paciente possui, pois interferirá na conduta a ser definida. A avaliação do grau de autonomia e independência também é item imprescindível. O ambiente deve ser confortável, iluminado, silencioso e adaptado para o idoso (corrimão, piso antiderrapante, barras, cadeiras adaptadas etc.). O tempo a ser utilizado na anamnese não deve ser curto demais, pois geralmente há uma complexidade no quadro e nem tão longo que possa causar desconforto e fadiga para o paciente. Desta forma, pode ser interessante dividir a anamnese em duas consultas. → para que o tempo não seja tão longo e nem tão curto Deve-se falar com voz clara, baixa tonalidade, não gritar, olhar para o paciente, usar gesticulação para ajudar, mudar a frase caso o paciente não entenda a pergunta, observar as atitudes, presença de choro, agitação, tiques ou movimentos anormais. → linguagem clara e simples para facilitar o entendimento (pcts com problema auditivo escutam melhor quando se fala com a voz grave) A anamnese deve ser conduzida com cuidado, pois muitas vezes o paciente divaga em informações desnecessárias e não informa o que é importante. → não se demorar em informações não importantes A anamnese é a base para o atendimento de um paciente, e sua realização adequada facilita o diagnóstico e o tratamento, reduzindo a necessidade de exames complementares e custo do Avaliação geriátrica Gabriela Carvalho atendimento principalmente na população idosa. Muitas vezes o paciente tem receio em relação a gastos e cirurgias Roteiro A anamnese clássica com seus diversos componentes deve servir de guia, mas adaptações deverão ser feitas para privilegiar informações que são fundamentais para a avaliação do idoso. No roteiro clássico a seguir serão feitos comentários do que deve ser priorizado em cada item: Importante: Observar já antes de entrar na sala(observar a caminhada do paciente, se há algum cuidador). Questionar se o paciente quer entrar sozinho na consulta. O paciente é o foco principal. Se apresentar para idoso ● Identificação: na identificação é importante avaliar como o idoso gosta de ser chamado. Muitas vezes nos deparamos com indivíduo que tem um nome, mas gostam de ser chamados por outro ou por um apelido. O médico deve perguntar sobre este apelido e se pode tratá-lo desta forma. - Se aposentado, há quanto tempo; quais ocupações exerceu, por quanto tempo - Se viúvo ou divorciado, há quanto tempo ● Queixa principal: como foi dito a queixa principal perde um pouco a importância, mas deve ser sempre avaliada. IOA pode ser antecipado, por exemplo se não houver queixa específica (Máximo 3 queixas principais) ● História da doença atual: neste item é importante que a história seja coerente, evitando-se informações diversas que deverão ser colocadas no interrogatório sintomatológico ou complementar. Especificar quem é a fonte da história ● Doenças preexistentes e medicamentos em uso: neste item devemos especificar as doenças que o indivíduo possui das doenças que aconteceram no passado. → separar doenças passadas das atuais No item medicamentos, devemos esmiuçar esta informação e, se necessário solicitar ao paciente que traga as caixas dos remédios. Questionar sobre uso de chás e suplementos vitamínicos que também podem causar toxicidade em doses altas. Devido à grande prevalência de polifarmácia nesta população, muitas vezes o problema do paciente está no uso ou na prescrição irregular de medicamentos. → pedir que o pct traga os medicamentos e esmiuçar informação(nome, dosagem, frequência, duração do tratamento. Incluir vitaminas, fitoterápicos). Polifarmácia, uso irregular de medicamentos e toxicidade Gabriela Carvalho ● Interrogatório sintomatológico ou complementar(IOA): é importante pesquisar cada sistema, pois como foi dito o idoso muitas vezes não valoriza determinado sinal ou sintoma acreditando ser normal para a idade. Aqui é importante os itens sobre quedas, cognição, sono e humor que devem ser sempre investigados de maneira sistemática. → idoso pode ignorar sinais e sintomas achando que são normais. Se e ele negar sinais e sintomas devo antecipar ioa, ouvir idoso e ouvir a família depois. Perguntar sobre: -QUEDAS - quantidade no último ano ou últimos 6 meses, circunstância da queda, sintomas relacionados - SONO - Demora pra dormir? Acorda a noite? Motivo? Volta a dormir? Levanta disposto? Sonolência diurna? Roncos?... ● Antecedentes pessoais e familiares: muitas vezes o indivíduo não se recorda dos antecedentes familiares. Investigar a idade com a qual os pais faleceram e por qual causa. Questionar também os dados referentes aos filhos e netos assumem. → o idoso pode não lembrar dos antecedentes familiares, é bom perguntar/investigar ● Hábitos de vida e condições socioeconômicas e culturais do paciente: de importância fundamental nesse item é o suporte social, ou seja, que tipo de apoio aquele indivíduo terá durante e após seu tratamento pois a definição dele, dependerá deste suporte. As atividades que o indivíduo realiza ou realizava no seu domicílio, na sua comunidade auxiliam no diagnóstico sendo estas informações fundamentais. Deve-se especificar a carga tabágica, uso de álcool e drogas ilícitas; Quantas pessoas no domicílio, Chefia financeira. Há diversos modelos de roteiro, citaremos dois dos mais utilizados em nosso meio: Roteiro I ● Identificação ● Queixa principal ● História da doença atual ● Doenças pré-existentes e medicamentos em uso ● Interrogatório sintomatológico ou complementar ● Antecedentes pessoais e familiares ● Hábitos de vida e condições socioeconômicas e culturais do paciente Gabriela Carvalho Roteiro II ● Identificação ● Queixa principal ● História da doença atual ● Interrogatório sintomatológico ou complementar ● Doenças pré-existentes e medicamentos em uso ● Antecedentes pessoais e familiares ● Hábitos de vida ● Condições socioeconômicas e culturais Atenção ao idoso- avaliação cognitiva Avaliação de queixa de dificuldade de memória. I.Identificação do paciente resumida para avaliação cognitiva. No osce, devido à limitação do tempo para execução das tarefas, na identificação serão exigidas no check list as seguintes informações: - Nome completo, Idade, Estado Civil (se viuvou ou divorciado; há quanto tempo e como lidou com isso), Profissão (se aposentado; há quanto tempo e qual sua ocupação antes da aposentadoria; hoje em dia, realiza alguma atividade remunerada ou voluntaria?), Escolaridade ( estabelecer a escolaridade em anos com precisão). II. HDA- Investigação da queixa do esquecimento- perguntas básicas a serem realizadas: 1. Há quanto tempo? 2. A dificuldade de memória interfere no dia a dia (impacto funcional- AIVDs)? 3. Com que velocidade os sintomas progrediram ( Está piorando? Lentamente ou rapidamente?) Gabriela Carvalho 4. Instalação aguda ou insidiosa? 5. Há evidência de alteração em outras áreas? (Alterações neurológicas ou psiquiátricas) 6. A dificuldade de memória tem alguma relação com a introdução de um novo medicamento? 7. Há evidência de abuso de álcool ou depressão? 8. O acompanhante concorda com as queixas? III. Fazer a avaliação cognitiva- Deve-se introduzir cada a avaliação (Mini Exame do Estado Mental, Teste de Fluência Verbal, Teste do Relógio) da maneira adequada: 1- MEEM: “Preciso agora avaliar sua cognição ( exemplo: memória, linguagem, atenção). Faz parte da consulta geriátrica. Farei perguntas para o(a) senhor(a), as quais algumas são simples outras menos, se errar não há problema. Quando terminarmos, eu explicarei a minha impressão da avaliação. Se quiser que seu acompanhante fique durante a avaliação, ele não poderá interferir.” 2- TFV: “ Preciso fazer uma avaliação agora da sua capacidade de lembrar-se de nomes de animais. Preciso que fale o máximo de animais que vier a sua mente. Pode ser de qualquer classe, pode ser animal do mato, do rio, do mar, de quintal, de casa, do céu... Vale todo tipo de bicho. Quanto mais melhor. Pode começar…” 3- TR: “ Preciso avaliar sua capacidade de desenhar um relógio com um horário. Desenhe o mostrador de um relógio de parede, coloque os números, coloque os ponteiros, marcando o seguinte horário: 2:45.” IV. Fazer a avaliação do humor com Escala de Depressão do Idoso ( Yesavage). Deve-se introduzir a EDI adequadamente: 1. EDI- “ Faz parte da avaliação geriátrica, avaliar o humor ( as emoções e sentimentos em relação ao senhor (a) e a sua impressão da sua vida. Farei perguntas agora e preciso que o senhor (a) responda sim ou não. O senhor (a) terá que decidir sim ou não para cada pergunta. Se quiser explicar ou contar algo sobre as perguntas, poderemos conversar quando acabarmos.” V. Impressão diagnóstica: 1. Comprometimento Cognitivo Leve- O termo Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) é usado para descrever uma condição sindrômica de transição entre cognição normal e demência. É uma fase sintomática, podendo ser pré-demencial de várias condições neurológicas, como a doença de Alzheimer (DA). O diagnóstico é caracterizado pela presença de queixas subjetivas de declínio cognitivo (frequentemente perda de memória), associado à evidência objetiva de alterações cognitivas em avaliação neuropsicológica (normalmente em uma intensidade leve) e funcionalidade relativamente preservada, ou seja, não preenchendo critérios para demência. Usualmente a alteração de memória não interfere nas atividades da vida diária. Gabriela Carvalho 2. Síndrome Demencial- A síndrome demencial é caracterizada por declínio cognitivo adquirido, cuja intensidade é capaz de interferir nas atividades profissionais e sociais da vida diária do indivíduo. Segundo a definição do DSM IV, o déficit cognitivo deve compreender alteração de memória associado à alteração em pelo menos um outro domínio cognitivo, como praxia (capacidade de realizar atividades motoras), linguagem, funções executivas ou gnosia (capacidade de reconhecer ou identificar objetos). No Brasil, os exames necessários para investigação de síndrome demencial em faixa etária senil são hemograma, função renal (dosagem de eletrólitos, uréia e creatinina), hepática e tiroidiana, dosagem sérica de vitamina B12 e ácido fólico, sorologia para sífilis, glicemia de jejum e exame de neuroimagem (tomografia computadorizada de crânio ou ressonância magnética de encéfalo). A análise do líquido céfalo-raquidiano (LCR), sorologia para HIV e eletroencefalograma (EEG) são solicitados em casos de síndrome demencial em idade pré-senil ou com evolução atípica (por exemplo, demência rapidamente progressiva). Em casos em que o déficit cognitivo se instalou de forma aguda, devemos pensar primeiramente em delirium (situação clínica em que há agudamente um déficit global da atenção, geralmente causado por doenças clínicas) e realizar exames para afastar problemas clínicos como infecção urinária (ou outras infecções), desidratação, isquemia miocárdica, hipóxia, distúrbios hidroeletrolíticos ou outros problemas clínicos, pois geralmente a alteração cognitiva é revertida com o tratamento adequado. 3. Síndrome depressiva: O diagnóstico da pseudo-demência depressiva é o mais frequentemente confundido com diagnóstico da doença de Alzheimer (DA). Por isso, é importante entender as principais diferenças entre os sintomas destas duas síndromes: a) O início da depressão é agudo, ou seja, repentino. A DA tem início insidioso (demoramos a perceber, é traiçoeiro, enganoso). b) As pessoas deprimidas normalmente discutem abertamente seus problemas cognitivos. Os portadores de DA tendem a negar ou minimizar os problemas. c) Os déficits de memória dos pacientes com depressão, na maior parte das vezes, estão relacionados à falta de atenção e consequente armazenamento e organização das informações falhos. Os déficits de memória do paciente com DA está relacionado ao esquecimento rápido da informação. d) Em atividades de cognição, os pacientes deprimidos cometem erros por omissão. Nas mesmas atividades, os pacientes com DA cometem erros de incumbência. Ou seja, erros na tarefa propriamente dita. Por exemplo: somando vários números, o paciente depressivo não soma todos os números, mas “acerta” a conta dos números que efetivamente somou. O paciente com DA soma errado todos os números. e) Apraxia, anomia ou agnosia são comuns à DA, mas muito raros à depressão. O diagnóstico correto garante o tratamento adequado para cada doença. Tratando acertadamente a depressão, os sintomas cognitivos desaparecem. Isto é, a pseudo-demência é curada e o paciente volta a ter funções cognitivas normais. Gabriela Carvalho Miniexame do estado mental Detalhes importantes: - Examina: Orientação Temporal Orientação Espacial Memória a Curto Prazo + Evocação (puxar das lembranças o que é pedido) Cálculo Praxia Habilidade de Linguagem Função Viso-espacial - Pode ser usado como teste de rastreio para perda cognitiva. - A escolaridade é o maior viés. Difícil de notar demências leves em pessoas de alta escolaridade - NÃO DIAGNOSTICA O IDOSO COM DEMÊNCIA! - Considerar correto 1 hora a mais ou a menos! - Lembrar de apontar para o chão (no local específico) e fazer o círculo (no local genérico) - Quando for nomear os 3 objetos para ele “guardar na mente”, pode repetir essas palavras até 5 vezes! - Lembre de pedir para ele repetir o nome dos 3 objetos! - Na parte do cálculo lembre de: Pedir para ele “fazer os cálculos de cabeça e evitar usar as mãos” Continue a substração (com os valores normais) caso ele erre. Caso ele não saiba contar, tente usar dinheiro! (contextualize uma situação). Se ele, de jeito nenhum, sabe fazer cálculos peça que ele soletre MUNDO de trás para frente! - No comando verbal de 3 estágios, quando o paciente começar a ação, se ele perguntar o que fazer, falar para ele fazer do jeito que lembra- Se o paciente escrever frases prontas, como Deus te abençoe, solicite que ele escreva outra frase, com começo meio e fim. Pode até dizer que ele escreva uma frase contando alguma coisa que ele fez pra alguém, ou uma mensagem pra alguém querido - A cópia do desenho deve conter: Dois pentágonos, com dois pontos de interseção, formando um quadrilátero entre os dois Antes de iniciar as perguntas do MEEM, sugerimos que vocês expliquem o procedimento da seguinte forma: Gabriela Carvalho “Preciso agora avaliar sua cognição ( exemplo: memória, linguagem, atenção). Faz parte da consulta geriátrica. Farei perguntas para o(a) senhor(a), as quais algumas são simples outras menos, se errar não há problema. Quando terminarmos, eu explicarei a minha impressão da avaliação. Se quiser que seu acompanhante fique durante a avaliação, ele não poderá interferir.” Orientação Pergunte qual a data de hoje (dia, mês e ano). Se omitir partes, peça-lhe que complete. Pergunte qual o dia da semana. Pergunte que horas são, aproximadamente (considere correta uma aproximação de 1 hora para mais ou para menos). Pergunte: “Onde nós estamos?”. Gesticule com o indicador apontando para o chão para que entenda que você pergunta sobre o local específico (consultório). Supondo que responda “no consultório” ou “sala de atendimento”, pergunte: “Este consultório onde estamos está dentro de que lugar?”, use então o indicador para fazer um círculo, para que entenda que você deseja saber o nome do prédio, ou do hospital ou da instituição em que estão. Continue: “em qual bairro estamos?”, mas se ele não souber, pode usar como opção o nome da rua ou ponto de referência do local. Memória Imediata ( Registro) Fale: “Preste atenção. Vaso, carro, tijolo; repita”. Diga o nome de 3 objetos não relacionados quanto à fonética e semântica (vaso, carro, tijolo), claramente e devagar, cerca de 1 segundo para cada palavra. Depois de dizer as 3 palavras, peça ao paciente que as repita. A pontuação é baseada na primeira repetição. Repita as 3 palavras até o paciente ser capaz de repeti-las, ou até completar 6 tentativas (incluindo a inicial). Anote o número de tentativas, se superior a 1. Avise ao paciente que ele deve memorizar, porque você perguntará novamente. Atenção e Cálculo Introduza o cálculo, pedindo que ele tente fazer contas de cabeça. Pergunte: “Quanto é 100 menos 7? E 93 menos 7?”. E assim sucessivamente, até completar 5 subtrações. Se errar, aguarde um momento sem dizer nada, esperando correção espontânea. Se tal não ocorrer, fale o nome correto, sem constrangê-lo sobre o erro e continue a subtração a partir do resultado correto. Continue os cálculos até o fim, pois a interferência deve ser sempre igual. Se houver resistência do paciente, tente contextualizar com situações do cotidiano como compra numa feira. Evocação ( Memória recente) Pergunte: “Quais foram as palavras que eu pedi que você repetisse há pouco?”. Gabriela Carvalho Linguagem Nomeação Mostre-lhe um relógio e pergunte o que é. Repita com uma caneta. Repetição Peça-lhe que repita depois de você: “Nem aqui, nem ali, nem lá.” Permita apenas uma tentativa. Praxia- Comando em 3 estágios Coloque uma folha de papel sobre a mesa e dê a ordem uma única vez: “Pegue este papel com a sua mão direita, dobre-o ao meio e coloque-o no chão.” Dê um ponto para cada parte executada. Leitura Numa folha de papel em branco, escreva: “Feche os olhos.” Diga: “Eu vou lhe dar uma ordem por escrito. Leia e faça exatamente o que está escrito.” Se apenas ler, peça-lhe novamente que faça o que está escrito. Caso apenas leia, sem obedecer a ordem, considere incorreto. Escrita Dê-lhe uma folha de papel em branco e peça-lhe que escreva uma frase completa com começo, meio e fim, ou um pensamento, ou o que tenha ocorrido ontem ou hoje. Não dite a frase. Considere-a correta se tiver o sujeito, predicado e sentido lógico. Erros gramaticais não são considerados. Se o (a) paciente escrever frase pronta, jargão religioso como “Deus te abençõe”, você deve pedir para ele escrever outra frase, sugerindo que ele escreva uma frase começando com “eu” ou que escreva uma mensagem para alguém da família. Gabriela Carvalho Construção Gráfica Desenho Numa folha de papel em branco, desenhe 2 pentágonos interseccionados, com dois pontos de interseção entre si os quais formam um quadrilátero. Peça ao paciente que o copie exatamente como estão desenhados. Todos os 10 ângulos e a intersecção devem ser desenhados. MINIAVALIAÇÃO DO ESTADO MENTAL Nome:_________________________________________________________________ Idade:______ _____Escolaridade:____________________Avaliador:_____________________ PONTOS ESCORES DATA ORIENTAÇÃO: 1- Responder qual: Ano 01 1 Mês 01 0 Dia do mês 01 0 Dia da semana 01 0 Hora aproximada 01 0 2- Localização: Local específico (consultório, setor) 01 1 Local genérico (edifício, clínica etc.) 01 0 Bairro ou rua próxima 01 0 Cidade 01 1 Estado 01 1 REGISTRO: 3- Nomear três objetos e pedir para o paciente repetir (carro, vaso, tijolo) (Obs: Se algum erro ensinar até aprender no máx até 6 x). 03 1 ATENÇÃO E CÁLCULO: Gabriela Carvalho 4- Série dos sete. Subtrair de 100 sete até cinco respostas. Alternativa: soletrar MUNDO na ordem inversa. 05 1+1+0+1+0 MEMÓRIA RECENTE: 5- Repetir os três nomes da questão 3 03 1 LINGUAGEM: 6- Mostre o relógio e caneta: nomear. 02 2 7- Repetir: “nem aqui, nem ali, nem lá”. 01 1 8- Comando verbal de três estágios: “Pegue este papel com a mão direita. dobre-o ao meio e coloque-o no chão”. 03 2 9- Ler e obedecer a seguinte ordem: “Feche os olhos”. 01 1 10- Escrever uma frase completa. 01 1 CONSTRUÇÃO GRÁFICA 11- Copiar o desenho. 01 0 TOTAL 30 Interpretação ➢ Pontuação mínima de acordo com a escolaridade (Brucki et al, 2003) ● Analfabetos: 20 pontos ● 1-4 anos de estudo: 25 pontos ● 5-8 anos de estudo: 26 pontos ● 9-11anos de estudo: 28 pontos ● Superior a 11 anos de estudo: 29 pontos. Pontuação menor: Déficit cognitivo. Gabriela Carvalho Teste de Fluência Verbal- TFV Detalhes: - Lembrar que o feminino e o masculino, caso só mude o sufixo, só pontua um, por exemplo: GatO e GatA - Não deve ser mencionado que ele só tem 1 minuto! - Ao longo da avaliação sempre foque no teste, caso ele queira contar algo sobre algum dos animais peça que seja depois da avaliação. - Sempre estimule o paciente com frases do tipo: “diga mais”, “tente puxar mais algum da memória!” e dentre outras... - Sempre anote o nome de cada animal no papel! O TFV avalia: Memória Semântica Linguagem Função Executiva Capacidade de Organizar Pensamentos Evocação! Teste de Fluência Verbal Antes de iniciar os procedimentos, sugerimos que você diga: “Você deve dizer todos os nomes de animais de que se lembrar... Qualquer animal vale: Pode ser de qualquer classe, pode ser animal do mato, do rio, do mar, de quintal, de casa, do céu... Vale todo tipo de bicho. Quanto mais nomes você falar, melhor. Pode começar… Pode começar”. Enquanto o paciente estiver falando os nomes de animais, você deve escrever de forma atenciosa para não perder nenhum animal. Enquanto escreve, estimule o paciente a continuar falando o máximo que elepuder. Mantenha o cronômetro em sua mão de forma discreta para avisar para o paciente o momento de ele parar de falar. Quando acabar o tempo, você explica ao paciente que irá enumerar os animais. Dependendo do meio cultural, os insetos não são considerados como animais, e sim como “bichos”. (Considere “boi” e “vaca” como dois animais, mas “gato” e “gata” como um só, porque as palavras têm o mesmo radical. Se disser “passarinho, cobra e lagarto” conte como três animais; se disser “passarinho, canário e peixe”, conte como dois. Gabriela Carvalho Ou seja: a classe vale como nome se não houver outros nomes da mesma classe). Anote o número de animais lembrados no período de 1 minuto. Não se recomenda falar para o paciente que ele tem tempo de um minuto para diminuir o estresse psicológico. Pontuação:______pontos Interpretação: ≥ 8 anos de escolaridade: mínimo de 13 animais. < 8 anos de escolaridade: mínimo de 9 animais. Teste do Relógio O “ Clock Drawing Test” é uma avaliação clínica rápida, simples para avaliação de função executiva (abstração, planejamento), atenção, memória, capacidade viso espacial. Dê-lhe uma folha de papel em branco e diga-lhe: “Desenhe o mostrador de um relógio com todos os números. Coloque os ponteiros marcando 2h45min.” As instruções podem ser repetidas ou explicadas, mas nenhuma ajuda deve ser oferecida (guarde o desenho com a ficha). A sugestão do horário de 2 horas e 45 minutos é baseada no objetivo de avaliar a capacidade do paciente colocar os ponteiros em dois quadrantes distintos, onde em um ele coloca o número absoluto e em outro ele coloca o número utilizando abstração (raciocínio de que o valor de minutos nos ponteiros é representado pelo valor multiplicado por 5. Neste horário, também é possível fazer uma análise mais rigorosa da percepção do paciente que o ponteiro das horas estará mais próximo do 3 em virtude de que falta um quarto de horas para mudar o ponteiro para o número 3. Avaliação: 10 - 6: relógio e número estão corretos. 10 - hora certa 9 - leve distúrbio nos ponteiros (p. ex.: ponteiro das horas sobre o 2) 8 - distúrbios mais intensos nos ponteiros (p. ex.: anotando 2h20min) 7 - ponteiros completamente errados. 6 - uso inapropriado (p. ex.: uso de código digital ou de círculos envolvendo números). Gabriela Carvalho Avaliação: 5 - 1: desenhos do relógio e dos números incorretos. 5 - números em ordem inversa, ou concentrados em alguma parte do relógio. 4 - números faltando ou situados fora dos limites do relógio. 3 - números e relógio não mais conectados. Ausência de ponteiros. 2 - alguma evidência de ter entendido as instruções, mas o desenho apresenta vaga semelhança com um relógio. 1 - não tentou ou não conseguiu representar um relógio. OBS: SE PCT DESENHAR SO UM LADO DO RELOGIO PODE HAVER HEMINEGLIGENCIA. SEMPRE PONTUAR PARA BAIXO, SE PCT DESENHAR RELOGIO COMO DIGITAL E OS NUMEROS JUNTOS, PONTUA 5, POIS ELE DESENHOU NUMEROS CONCENTRADOS Exemplos de desenhos e pontuação Interpretação Normas atualmente disponíveis sugerem que escores de 9- 10 representem um funcionamento normal Um escore de 6 para borderline prejudicado. Escores de 5 ou menos são raros em indivíduos com funcionamento normal . Gabriela Carvalho Escala de Depressão do Idoso Trata-se de um questionário de 15 perguntas com respostas objetivas (SIM ou NÃO) a respeito de como a pessoa tem se sentido na última semana. A escala não substitui a entrevista específica de avaliação especializada. Antes de iniciar as perguntas da Escala de Depressão Geriátrica ou Escala de Depressão do Idoso/escala de Yesavage, sugerimos que você diga: “ Faz parte da avaliação geriátrica, avaliar o humor ( as emoções e sentimentos em relação ao senhor (a) e a sua impressão da sua vida. Farei perguntas agora e preciso que o senhor (a) responda sim ou não. O senhor (a) terá que decidir sim ou não para cada pergunta. Se quiser explicar ou contar algo sobre as perguntas, poderemos conversar quando acabarmos.” Perguntas SIM NÃO 1. Em geral, você está satisfeito com sua vida? 0 1 2. Você abandonou várias de suas atividades ou interesses? 1 0 3. Você sente que sua vida está vazia? 1 0 4. Você se sente aborrecido(a) com freqüência? 1 0 5. Você está de bom humor durante a maior parte do tempo? 0 1 6. Você teme que algo de ruim aconteça com você? 1 0 7. Você se sente feliz durante a maior parte do tempo? 0 1 8. Você se sente desamparado(a) com freqüência? 1 0 9. Você prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? 1 0 10. Você acha que apresenta mais problemas com a memória do que antes? 1 0 11. Atualmente, você acha maravilhoso estar vivo(a)? 0 1 12. Você considera inútil a forma em que se encontra agora? 1 0 13. Você se sente cheio de energia? 0 1 14. Você considera sem esperança a situação em que se encontra? 1 0 15. Você considera que a maioria das pessoas está melhor do que você? 1 0 Interpretação: ➢ Abreviada: ● Maior ou igual a 5 pontos : sugestiva de depressão Somar os pontos obtidos nas 15 questões e, conforme resultado considerar o idoso com quadro psicológico normal ou indicativo de depressão. ➢ Detalhes: Cuidado com respostas ambíguas: “tem dias que sim outros não” Não parafrasear as perguntas m" , " {ao Gabriela Carvalho Fatores de risco para depressão no idoso: ● Doenças neurodegenerativas, doenças crônicas, deficiências físicas e eventos estressantes da vida, como o luto e a ausência de cuidados familiares. Diagnóstico de depressão: ● Ocorrência de cinco ou mais determinados sintomas, com comprometimento funcional, durante o período mínimo de duas semanas, sendo pelo menos um dos sintomas humor deprimido ou perda de interesse/prazer. ● Os demais sintomas são: perda ou ganho de peso; insônia ou excesso de sono; agitação ou retardo psicomotor; fadiga ou perda de energia; sentimento de inutilidade ou culpa excessiva; comprometimento cognitivo por declínio atencional; pensamento de morte recorrente ou ideias suicidas. Depressão no idoso: Observou-se que 76,6% dos idosos afirmaram que na última consulta o médico não perguntou se eles se sentiam tristes ou deprimidos, evidenciando que a depressão nos idosos é pouco investigada em ambientes clínicos, sugerindo que os médicos sejam alertados sobre isso e recebam treinamento adequado para o monitoramento de depressão nesse grupo etário. Há um consenso substancial sobre grandes categorias de fatores de risco para depressão no idoso, que incluem doenças neurodegenerativas, doenças crônicas, deficiências físicas e eventos estressantes da vida, como o luto e a ausência de cuidados familiares. O diagnóstico de depressão é clínico através de entrevista baseada em protocolos psiquiátricos de síndromes que definem um determinado transtorno mental. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, sigla em inglês para Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders). Publicado pela Associação Americana de Psiquiatria (APA, na sigla em inglês), a chamada bíblia da psiquiatria está em sua quinta edição. O DSM-5 foi produzido por centenas de experts internacionais ao longo de um processo que durou 12 anos. A atualização envolveu diversos grupos da área da saúde, tanto profissionais práticos quanto oriundos da academia. Ao todo, mais de mil pessoas participaram do projeto, entre médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, consultores, epidemiologistas, estatísticos e neurocientistas. Ao completar cinco anos, em 2018, o DSM-5 segue como principal referência mundial no assunto, indispensável para profissionais e estudantes da área de saúde mental. O diagnóstico de depressão é feito no caso de ocorrência de cinco ou mais determinados sintomas, com comprometimentofuncional, durante o período mínimo de duas semanas, sendo pelo menos um dos sintomas humor deprimido ou perda de interesse/prazer. Os demais sintomas são: perda ou ganho de peso; insônia ou excesso de sono; agitação ou retardo psicomotor; fadiga ou perda de energia; sentimento de inutilidade ou culpa excessiva; comprometimento cognitivo por declínio atencional; pensamento de morte recorrente ou ideias suicidas. Demência e depressão estão inter-relacionados, visto que a depressão pode, muitas vezes, levar a quadros clínicos diagnosticados como síndromes demenciais, e os casos de demência geralmente cursam com sintomas de depressão. Relativamente ao comprometimento nas atividades de vida diária tristeza anedonia → idoso tem apresentações atípicas → dor , tontura , sono , perda de peso Gabriela Carvalho (AVDs), verifica-se uma tendência crescente na proporção de deprimidos à medida que os idosos se tornam mais dependentes fisicamente. Avaliação Funcional do Idoso I. Avaliação das Atividades básicas de vida diária (ABVDs ou AVDs básicas). As atividades básicas de vida diária são aquelas que se referem ao autocuidado, ou seja, capacidade para alimentar-se, tomar banho, ter continência (fecal e urinária), locomover-se, vestir-se e usar banheiro. Existem várias escalahttps://studio.youtube.com/video/lObCChet0As/edits que realizam esta avaliação. Não há escalas validadas para o nosso meio. Utilizaremos duas escalas: a escala de Katz e a escala de Barthel. A escolha destas escalas deve-se à ampla literatura sobre elas e a praticidade na sua aplicação. A implicação social do comprometimento das ABVDs é a necessidade de cuidador, exceto se o comprometimento for apenas de na continência ou se o comprometimento for motor e tratado devidamente com adaptações ambientais e órteses. I.A. Escala/ Índice de Katz Esta escala avalia o desempenho do indivíduo em seis tarefas básicas de vida diária (banho, vestuário, higiene, transferência, continência e alimentação). Atividades básicas da vida Instruções Para cada área de funcionamento listada abaixo, assinale a descrição que se aplica (a palavra “ajuda” significa supervisão, orientação ou auxílio pessoal). I – independente; D – dependente 1 - Tomar banho (leito, banheira ou chuveiro). ( ) não recebe ajuda (entra e sai da banheira sozinho, se este for o modo habitual de tomar banho). (I) ( ) recebe ajuda para lavar apenas uma parte do corpo (como, por exemplo, as costas ou uma perna). (I) Gabriela Carvalho ( ) recebe ajuda para lavar mais de uma parte do corpo, ou não toma banho sozinho. ( D ) 2 - Vestir-se Pega roupas nos armários e gavetas, inclusive peças íntimas e manuseia fechos (inclusive os de órteses e próteses, quando forem utilizadas). ( ) pega as roupas e veste-se completamente, sem ajuda. ( I ) ( ) pega as roupas e veste-se sem ajuda, exceto para amarrar os sapatos. ( I ) ( ) recebe ajuda para pegar as roupas ou vestir-se, ou permanece parcial ou completamente sem roupa( D ) 3 - Uso do vaso sanitário Ida ao banheiro ou local equivalente para evacuar e urinar; higiene íntima e arrumação das roupas. ( ) vai ao banheiro ou local equivalente, limpa-se e ajeita as roupas sem ajuda (pode usar objetos para apoio como bengala, andador ou cadeira de rodas pode usar comadre ou urinol à noite, esvaziando- o de manhã ( I ) ( ) recebe ajuda para ir ao banheiro ou local equivalente, ou para limpar-se, ou para ajeitar as roupas após evacuação ou micção, ou para usar a comadre ou urinol à noite.( D ) ( ) não vai ao banheiro ou equivalente para eliminações fisiológicas. ( D ) 4 - Transferência ( ) deita-se e sai da cama, senta-se e levanta-se da cadeira sem ajuda (pode estar usando objeto para apoio, como bengala ou andador ) ( I ) ( ) deita-se e sai da cama e/ou senta-se e levanta-se da cadeira com ajuda. ( D ) ( ) não sai da cama. ( D ) 5 - Continência ( ) controla inteiramente a micção e a evacuação. ( I ) ( ) tem “acidentes” ocasionais. ( D ) Gabriela Carvalho ( ) necessita de ajuda para manter o controle da micção e evacuação; usa catéter ou é incontinente( D ) 6 - Alimentação ( ) alimenta-se sem ajuda. ( I ) ( ) alimenta-se sozinho, mas recebe ajuda para cortar carne ou passar manteiga no pão.(I) ( ) recebe ajuda para alimentar-se, ou é alimentado parcialmente ou completamente pelo uso de catéteres ou fluidos intravenosos. ( D ) Nota: independência significa a realização de todas as atividades citadas sem supervisão, orientação ou assistência pessoal ativa, exceto nos casos especificamente descritos acima. Esta avaliação é baseada no real desempenho e não na habilidade. Um paciente que se recusa a executar uma função é considerado como não tendo executado, mesmo que se julgue ser ele capaz. Resultado da avaliação:__________________________________________________ Observações:________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ Interpretação (quanto maior, pior) 0 - INDEPENDENTE EM TODAS AS SEIS FUNÇÕES 1 - INDEPENDENTE EM CINCO FUNÇÕES E DEPENDENTE EM UMA FUNÇÃO 2 - INDEPENDENTE EM QUATRO FUNÇÕES E DEPENDENTE EM DUAS FUNÇÕES 3 - INDEPENDENTE EM 3 FUNÇÕES E DEPENDENTE EM TRÊS FUNÇÕES 4 - INDEPENDENTE EM DUAS FUNÇÕES E DEPENDENTE EM QUATRO FUNÇÕES 5 - INDEPENDENTE EM UMA FUNÇÃO DE DEPENDENTE EM 5 FUNÇÕES 6- DEPENDENTE EM TODAS AS FUNÇÕES Gabriela Carvalho IB. Escala / Índice de Barthel Esta escala mede o grau de assistência exigido em 10 atividades (alimentação, banho, higiene pessoal, vestir-se, controle dos esfíncteres, transferências cadeira e cama, deambulação e subir escadas). Escala que foi originalmente criada para avaliação de pacientes internado por Acidente Vascular Cerebral, mas utilizado em outros problemas de saúde. Instruções: pergunte ao informante as questões referentes as atividades realizadas pelo indivíduo, depois some os pontos obtidos. ESCALA DE BARTHEL (Mahoney & Barthel, 1965) Interpretação do Barthel ● Menor que 20 pontos: dependência total ● 20 a 35 pontos: dependência grave ● 40 a 55 pontos: dependência moderada ● 60 a 95 pontos: dependência leve ● 100 pontos: independente Pontuação abaixo de 70: necessita de de supervisão ou assistência na maioria das atividades-----------> cuidador ● Quanto maior a pontuação melhor ○ Escore máximo:100 ● O Barthel consegue oferecer uma visão melhor de como está a deambulação do que o KATZ → cuidador? Gabriela Carvalho PONTUAÇÃO ATIVIDADE ALIMENTAÇÃO 10 pontos INDEPENDENTE - Capaz de usar qualquer talher. Come em tempo razoável. 5 pontos AJUDA - Necessita de ajuda para cortar, passar manteiga, etc. 0 pontos DEPENDENTE BANHO 5 pontos INDEPENDENTE - Lava-se por completo sem ajuda. Entra e sai da banheira. 0 pontos DEPENDENTE VESTUÁRIO 10 pontos INDEPENDENTE - Veste-se, despe-se e arruma a roupa sem ajuda. Amarra os sapatos. 5 pontos AJUDA - Necessita de ajuda, mas realiza pelo menos metade das tarefas em tempo razoável. 0 pontos DEPENDENTE HIGIENE PESSOAL 5 pontos INDEPENDENTE - Lava o rosto, as mãos, escova os dentes. Barbeia-se e usa sem problemas a tomada 0 pontos DEPE DEPENDENTE EVACUAÇÕES 10 pontos CONTINENTE - Não apresenta episódios de incontinência. Coloca sozinho enemas e supositórios. 5 pontos INCONTINENTE OCASIONAL - Episódios ocasionais de incontinência ou necessita de ajuda para a aplicação de enemas ou supositórios. 0 pontos INCONTINENTE MICÇÃO 10 pontos CONTINENTE - Não apresenta episódios de incontinência. Quando faz uso de sondas ou de outro dispositivo, tomas suas próprias providências. 5 pontos INCONTINENTE OCASIONAL - Episódios ocasionais de incontinência ou necessitade ajuda para o uso de sonda ou outro dispositivo 0 pontos INCONTINENTE USO DO VASO SANITÁRIO 10 pontos INDEPENDENTE - Usa o vaso ou o urinol. Senta-se e levanta-se sem ajuda, mesmo que use barras de apoio. Limpa-se e veste-se sem ajuda 5 pontos AJUDA - Necessita de ajuda para manter o equilíbrio, limpar-se e vestir-se. 0 pontos DEPENDENTE PASSAGEM CADEIRA-CAMA 15 pontos INDEPENDENTE - Não necessita de ajuda. Se utiliza cadeira de rodas, faz tudo isso sozinho. 10 pontos AJUDA MÍNIMA - Necessita de pequena ajuda ou supervisão 5 pontos GRANDE AJUDA - É capaz de sentar-se, mas necessita de ajuda total para a mudança para a cama 0 pontos DEPENDENTE DEAMBULAÇÃO 15 pontos IDEPENDENTE - Pode caminhar pelo menos 50 metros, mesmo com bengalas, muletas, prótese ou andador 10 pontos AJUDA - Pode caminhar pelo menos 50 metros, mas necessita de ajuda ou supervisão 5 pontos INDEPENDENTE EM CADEIRAS DE RODAS - Movimenta-se na sua cadeira de rodas por pelo menos 50 metros Gabriela Carvalho Marcar com um “X” se o paciente é independente, necessita de ajuda ou é dependente e somar os pontos. ESCORE: < 20 – Dependência total, 20 a 35 – Dependência grave; 40 a 55 – Dependência moderada; 60 a 95 - Dependência leve, 100 – Independente. * Condições ambientais interferem no Índice de Barthel. Requisitos ambientais especiais devem acompanhar o IB de cada paciente, ex: barra para segurar no banheiro, rampa ao invés de degraus, cadeira de rodas e cômodos no mesmo nível. Índice de Barthel igual a 100 não significa que paciente pode viver sozinho. Ele pode não ser capaz de fazer comida ou manter a casa. Significa que não precisa de cuidados assistentes. O índice deve ser usado para reportar o que o paciente faz e não o que o paciente deveria fazer. Paciente inconstante é nota zero, mesmo se estiver continente. II. Avaliação das Atividades instrumentais de vida diária (AIVDs ) As atividades instrumentais de vida diária são aquelas que são necessárias para uma vida independente e ativa na comunidade, atividades rotineiras do dia a dia que necessitam do uso de recursos do meio ambiente. Estão relacionadas as atividades mais complexas como arrumar a casa, telefonar, controlar seus remédios, suas finanças. De acordo com a capacidade para realizar essas atividade, é possível determinar se o indivíduo pode viver sozinho. Existem várias escalas que realizam esta avaliação. Utilizaremos duas escalas: a escala de Lawton e a de Pfeffer. A implicação social do comprometimento de AIVDs é a necessidade de que o paciente tenha uma acompanhante domiciliar. Haverá riscos e impossibilidade provável de morar sozinho. IIA. Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs) de Lawton Instruções: pergunte ao paciente as questões referentes as atividades realizadas pelo indivíduo, depois some os pontos obtidos. 1. O(a) Sr.(a) consegue usar o telefone ? 0 pontos DEPENDENTE ESCADAS 10 pontos INDEPENDENTE - É capaz de subir ou descer escadas sem ajuda ou supervisão, mesmo com muletas ou bengalas. 5 pontos AJUDA - Necessita de ajuda física ou de supervisão. 0 pontos DEPENDENTE TOTAL DE PONTOS não pode morar sozinho ( acompanhante =/ cuidador) Gabriela Carvalho sem ajuda (3) com ajuda parcial (2) não consegue (1) 2. O(a) Sr.(a) consegue ir a locais distantes, usando algum transporte, sem necessidade de planejamentos especiais? sem ajuda (3) com ajuda parcial (2) não consegue (1) 3. O(a) Sr.(a) consegue fazer compras? sem ajuda (3) com ajuda parcial (2) não consegue (1) 4.O(a) Sr.(a) consegue preparar suas próprias refeições? sem ajuda (3) com ajuda parcial (2) não consegue (1) 5.O(a) Sr.(a) consegue arrumar a casa? sem ajuda (3) com ajuda parcial (2) não consegue (1) 6.O(a) Sr.(a) consegue fazer os trabalhos manuais domésticos, como pequenos reparos? sem ajuda (3) com ajuda parcial (2) Se trocar lâmpada, consertar descarga . . - Gabriela Carvalho não consegue (1) 7.O(a) Sr.(a) consegue lavar e passar sua roupa? sem ajuda (3) com ajuda parcial (2) não consegue (1) 8.O(a) Sr.(a) consegue tomar seus remédios na dose certa e horário correto? sem ajuda (3) com ajuda parcial (2) não consegue (1) 9.O(a) Sr.(a) consegue cuidar de suas finanças? sem ajuda (3) com ajuda parcial (2) não consegue (1) Interpretação Para cada questão: ● 3 - independência ● 2 - capacidade com ajuda ● 1 - dependência A pontuação máxima é de 27 pontos, e o escore tem um significado apenas para o paciente individual, servindo como base para comparação evolutiva. As questões 4 a 7 podem ter variações conforme o sexo, podendo ser adaptadas para atividades como subir escadas ou cuidar do jardim. IIB. Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs) de Pfeffer Muito bom para avaliar a função cognitiva ● Excelente para o diagnóstico de demência µ min é 9 (gosta de montar coisas ? faz atividade com madeira?)✗ troca quando o pet - Marienano - criação de bicho fala que fazer comida .. .- mecânica écoisa de mulher/ sóa mulher dele que for. . . Gabriela Carvalho ● Possui perguntas específicas para cognição ➢ Deve ser aplicado no cuidador/pessoa que convive com o idoso Questionário de Pfeffer para Atividades Funcionais (1982). Esta escala tem grande importância no diagnóstico e acompanhamento das demências. É muito utilizada para avaliar se o déficit cognitivo interfere na funcionalidade. Originalmente criado para ser aplicado para o cuidador responder. Mostre ao informante as opções e leia as perguntas. Anote a pontuação como se segue Sim é capaz 0 Nunca o fez, mas poderia fazer agora 0 Com alguma dificuldade, mas faz 1 Nunca fez e teria dificuldade agora 1 Necessita de ajuda 2 Não é capaz 3 Perguntas Pontuação 1- Ele (a) é capaz de cuidar do seu próprio dinheiro? 2- Ele (a) é capaz de fazer as compra sozinho ( por exemplo de comida e roupa? 3-Ele (a) é capaz de esquentar água para café ou chá e apagar o fogo? 4-Ele (a) é capaz de preparar comida? 5- Ele (a) é capaz de manter-se a par dos acontecimentos e do que se passa na vizinhança? 6-Ele (a) é capaz de prestar atenção, entender e discutir um programa de radio, televisão ou um artigo do jornal? 7- Ele (a) é capaz de lembrar de compromissos e acontecimentos familiares? 8- Ele (a) é capaz de cuidar de seus próprios medicamentos? Gabriela Carvalho 9- Ele (a)é capaz de andar pela vizinhança e encontrar o caminho de volta para casa? 10- Ele (a) é capaz de cumprimentar seus amigos adequadamente? 11- Ele (a) é capaz de ficar sozinho(a) em casa sem problemas? Total de pontos Interpretação: Menor do que 6: normal Maior ou igual a 6: comprometido Implicação Social do Pfeffer e do Lawton ● Idosos com comprometimentos nas AIVDS uma das opções é a institucionalização ● A outra opção seria um acompanhante ○ NÃO PODE MORAR SOZINHO! Obs: cuidador é para autocuidado Gabriela Carvalho III. Avaliação do equilíbrio e marcha IIIA. Escala de Avaliação do Equilíbrio e da Marcha de Tinetti Equlíbrio O paciente deve estar sentado em uma cadeira sem braços, e as seguintes manobras são testadas 1. Equilíbrio sentado Escorrega Equilibrado 0 1 2. Levantando Incapaz Usa os braços Sem os braços 0 1 2 3. Tentativas de levantar Incapaz Mais de uma tentativa Única tentativa 0 1 2 4. Assim que levanta (primeiros 5 segundos) Desequilibrado Estável, mas usa suporteEstável sem suporte 0 1 2 5. Equilíbrio em pé Desequilibrado Suporte ou base de sustentação > 12 cm Sem suporte e base estreita 0 1 2 6. Teste dos 3 tempos (examinador empurra levemente o esterno do paciente, que deve ficar de pés juntos) Começa a cair Agarra ou balança (braços) Equilibrado 0 1 2 7. Olhos fechados (mesma posição do item 6) Desequilibrado, instável Equlibrado 0 1 8. Girando 360° Passos descontínuos Passos contínuos Instável (desequilíbrios) 0 1 0 Gabriela Carvalho Estável (equilibrado) 1 9. Sentando Inseguro (erra distância, cai na cadeira) Usa os braços ou movimentação abrupta Seguro, movimentação suave 0 1 2 Escore do Equilíbrio /16 Marcha Paciente de pé caminha pelo corredor ou pela sala com passo normal, depois volta a passos rápidos, mas com segurança (usando o suporte habitual, tal como bengala ou andador) 10. Início da marcha Hesitação ou várias tentativas para iniciar Sem hesitação 0 1 11. Comprimento e altura dos passos a) Pé direito Não ultrapassa o pé esquerdo Ultrapassa o pé esquerdo Não sai completamente do chão Sai completamente do chão b) Pé esquerdo Não ultrapassa o pé direito Ultrapassa o pé direito Não sai completamente do chão Sai completamente do chão 0 1 0 1 0 1 0 1 12. Simetria dos passos Passos diferentes Passos semelhantes 0 1 13. Continuidade dos passos Paradas ou passos descontínuos Passos contínuos 0 1 14. Direção Desvio nítido Desvio leve ou moderado ou uso de apoio Linha reta sem apoio (bengala ou andador) 0 1 2 15. Tronco Balanço grave ou uso de apoio 0 13 → dificuldade pl Iniciar a marcha Gabriela Carvalho Flexão dos joelhos ou dorso, ou abertura dos braços enquanto anda Sem flexão, balanço, não usa os braços e nem apoio 1 2 16. Distância dos tornozelos Tornozelos separados Tornozelos quase se tocam enquanto anda 0 1 Escore da marcha /12 Escore total / 28 Interpretação: Quanto menor o escore, maior o problema. Escore menor que 19 indicarisco 5 vezes maior de quedas. IIIB. “Get up and go test e Timed get up and go” GUG e TGUG “GUG” Neste teste o paciente é solicitado a levantar-se de uma cadeira alta de encosto reto e com descanso para os braços, deambular três metros, retornar e assentar-se novamente. O objetivo é avaliar o equilíbrio assentado, transferências de assentado para a posição de pé, estabilidade na deambulação e mudanças do curso da marcha sem utilizar estratégias compensatórias. Interpretação: 1=normal; 2= anormalidade leve; 3= anormalidade média; 4= anormalidade moderada; 5= anormalidade grave. Pacientes com pontuação acima de 3 apresentam risco aumentado de quedas. “TGUG” O GUG passou a ser mensurado pelo tempo necessário para o indivíduo realizar as tarefas propostas. Interpretação: Menor ou igual a 10 segundos: paciente independente, sem alterações no equilíbrio; Gabriela Carvalho Entre 11 e 20 segundos: pacientes com independência em transferências básicas, necessário avalar melhor o risco de quedas com outras escalas, como a escala de Tinetti; Entre 20 e 30 segundos: alto risco de quedas. Maior ou igual a 30 segundos: dependentes em muitas atividades de vida diária e na habilidade mobilidade. Recomendado pela American e British Geriatric Society na avaliação risco de quedas. Método mais utilizado: Cadeira com apoio para braços, altura ± 43 cm, caminhar 3 m e retornar em ritmo próprio. IV. Avaliação do suporte familiar e social Um suporte social e familiar inadequado contribui de forma negativa para para as condições clínicas e estado funcional do idoso. O APGAR da família e dos amigos não foram desenvolvidos esepcificamente para idosos, mas são utlizados com o objetivo de avaliar a satisfação do indivíduo com a família e os amigos. São realizadas 5 perguntas e deve apenas ser substituída a palavra família por amigos. Escores totais menores que 3 demonstram relacionamneto com familiar/amigos inadequado. Escores :2 = sempre ;1 = algumas vezes ;0= nunca ESCORE TOTAL Apgar da família INTERPRETAÇÃO 7-10 BOA FUNCIONALIDADE FAMILIAR 5-6 MODERADA DISFUNÇÃO FAMILIAR 0-4 ELEVADA DISFUNÇÃO FAMILIAR Avaliação Nutricional do Idoso Passos ● Avaliação Antropométrica ● Exames laboratoriais ● Avaliação do Gasto energético diário ● Inquéritos dietéticos - MAN (mini avaliação nutricional) ● Avaliação da composição corporal - Densitometria e Bioimpedância valia desnutrição e risco nutricional Gabriela Carvalho A avaliação do estado nutricional do idoso é considerada complexa em razão das alterações fisiológicas, inerentes ao processo de envelhecimento, assim como a presença de doenças, a utilização de múltiplos medicamentos e os fatores relacionados com a situação socioeconômica e familiar. O índice de massa corporal (IMC), desenvolvido por Lambert Quételet no fim do século 19, é obtido pela razão do peso (kg) pela altura (m) ao quadrado (kg/m2). Apesar de ter limitações para uso na população idosa, devido às alterações na composição corporal com o processo de envelhecimento, é muito utilizado para avaliação da composição corporal de idosos. Não há consenso sobre quais os pontos de corte ideais para esta população, se os parâmetros definidos pela Organização Mundial da Saúde ou os valores definidos por Lipschitz (1994): baixo peso ≤ 22 kg/m2, eutrofia 22 a 27 kg/m2 e obesidade ≥ 27 kg/m2. Estes têm sido os valores mais aceitos para população idosa. Para a avaliação do estado nutricional, utilizam-se indicadores antropométricos, dietéticos, bioquímicos e físicos que traduzem alterações do estado nutricional de um indivíduo, inexistindo um único indicador que reflita essa condição. A avaliação nutricional torna possível a determinação do estado nutricional do indivíduo e deve ser realizada de maneira padronizada e criteriosa, possibilitando precisão, especificidade, sensibilidade às modificações, facilidade de aplicação e reprodutibilidade. O estado nutricional reflete o grau em que as necessidades fisiológicas de nutrientes estão sendo alcançadas, a fim de que mantenham a composição corporal e a função adequada do organismo. Pela facilidade de aplicação e por apresentarem ótima correlação com a composição corpórea dos indivíduos, as medidas antropométricas recomendadas na avaliação do estado nutricional de idosos são: peso, estatura, circunferência da cintura, circunferência da panturrilha, circunferência do braço e força de preensão manual. As medidas de peso e de circunferência da cintura e do braço predizem tanto a massa muscular como o tecido adiposo. A circunferência da panturrilha associa-se positivamente à quantidade de massa muscular. Nos últimos dez anos, o uso da força de preensão manual tem sido discutido como um instrumento adequado nas avaliações do estado nutricional de idosos como um bom preditor de força total do corpo. Circunferência da panturrilha é a medida mais sensível e mais utilizada para avaliação da massa muscular em idosos (normal ≥ 31 cm). A medida da circunferência do braço (CB) avalia gordura subcutânea e musculatura. Miniavaliação nutricional A miniavaliação nutricional (MAN) é um método de avaliação desenvolvido e validado para a população idosa e recomendado pela Associação Internacional de Geriatria e Gerontologia (IAGG) e pela Academia Internacional de Nutrição e Envelhecimento (IANA). Consiste em um questionário dividido em quatro domínios: avaliação antropométrica (IMC, circunferência do braço, circunferênciada panturrilha e perda de peso); avaliação global (perguntas relacionadas com o modo de vida, medicação, mobilidade e problemas psicológicos); avaliação dietética (perguntas relativas ao número de refeições, ingestão de alimentos e líquidos e autonomia na alimentação); e autoavaliação (a autopercepção da saúde e da condição nutricional). A soma dos escores da MAN permite classificar os idosos em: ■Desnutridos: MAN < 17 38711 37¥ 375+37,5-1 ④ Gabriela Carvalho ■Risco de desnutrição: MAN entre 17 e 23,5 ■Adequado estado nutricional: MAN ≥ 24 A sensibilidade desta escala é de 96%, a especificidade de 98% e o valor prognóstico para desnutrição de 97%, considerando o estado clínico como referência. A utilização conjunta dessas medidas permite um bom monitoramento do estado nutricional e maior efetividade na intervenção. Mensuração do peso e altura, e cálculo do índice de massa corporal (IMC); Determinação do peso ideal; Estimativa da altura para homens e mulheres utilizando a altura do joelho; Estimativa do peso utilizando a altura do joelho, circunferência da panturrilha, circunferência do braço e dobra subcutânea subescapular; Cálculo da estimativa da perda de peso; Mensuração da circunferência do quadril e da cintura, cálculo da relação cintura/quadril; Mensuração das circunferências da panturrilha e braço; Mensuração das dobras triciptal e subescapular; Realização da Mini-Avaliação Nutricional (MAN). CHECK LIST DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DO IDOSO - Lavar as mãos. PESO→ ✶ Uso de uma balança calibrada e validada. ✶ O paciente deve estar descalço, usando o mínimo de roupas possíveis. ✶ Posicionar o paciente no centro da balança com os braços estendidos ao longo do corpo sem tocar a balança. ✶ Posição ereta de frente para a balança, sem apoiar na parede ou em outra pessoa. ✶ Retirar acessórios como carteira, chaves, celulares, moedas, cintos. ✶ ALTURA→ Gabriela Carvalho ✶ Retirar presilha ou chapéu, de costas para estadiômetro, postura com olhar para horizonte. ✶ Assegurar-se que o piso esteja firme e nivelado. ✶ Paciente descalço ou de meias. ✶ Posição ereta, olhar para frente, sem flexionar ou estender a cabeça (sem adornos). ✶ Calcanhares juntos, e com os calcanhares, nádegas e ombros pressionados contra o estadiômetro. ✶ Os braços devem estar para baixo, ao lado do corpo, com as palmas das mãos voltadas para dentro. ✶ Abaixar o medidor do estadiômetro até repousar no topo da cabeça. ✶ Leitura deve ser feita o mais próximo de 0,5cm. ✶ ALTURA DO JOELHO→ ✶ Utilizar o estadiômetro infantil. ✶ Fazer com que o paciente dobre o joelho e o tornozelo da perna esquerda a um ângulo de 90°, enquanto fica deitado em decúbito dorsal. ✶ Paciente descalço ou de meias. ✶ Colocar a lâmina fixa do calibrador corrediço sob o calcanhar do pé alinhado com o osso do tornozelo, e a lâmina móvel do calibrador na superfície anterior da coxa, cerca de 3cm acima da patela. ✶ Assegurar que a haste do calibrador está alinhada e paralela com a perna e sobre o maléolo lateral do calcanhar. ✶ Aplicar pressão para comprimir o tecido. ✶ Registrar a medição com aproximação de 0,1cm. ✶ Fazer duas medições, uma imediatamente a outra. Devem concordar em 0,5cm. Usar a média dessas duas medições. ✶ CIRCUFERÊNCIA DA CINTURA→ ✶ Paciente sem calçados. ✶ Utilizar a fita métrica para calcular o ponto médio. Gabriela Carvalho ✶ Localizar a crista ilíaca e a última costela na linha axilar média Deve ser feita no ponto médio entre a crista ilíaca e a última costela, com o examinador ao lado do paciente ✶ Marcar o ponto médio bilateralmente. ✶ Passar a fita na circuferência nos dois pontos marcados, sendo no momento da expiração, com o paciente com os braços estendidos ao lado do corpo. ✶ CIRCUFERÊNCIA DO QUADRIL→ ✶ Paciente sem calçados. ✶ Medida na área de maior protuberância do quadril. ✶ Não comprimir a pele na medição. ✶ Fita métrica inelástica colocada horizontalmente. ✶ Pedir ao paciente para aproximar os pés, deixado-os dispostos paralelamente. ✶ O examinador deve ficar ao lado do paciente. ✶ Retirar objetos dos bolsos. ✶ CIRCUFERÊNCIA DO BRAÇO→ ✶ Deve ser feita no braço esquerdo com fita métrica inelástica. ✶ A medida deve ser no ponto médio entre o acrômio da escápula e o olécrano da ulna. ✶ O ponto médio é obtido com o braço fletido a 90° e o valor da CB é obtido com o braço relaxado ao longo do corpo, tendo o cuidado de não comprimir as partes moles. ✶ Faz-se três medições, e a média aritimética é o resultado da medida ✶ CIRCUFERÊNCIA DA PANTURRILHA→. ✶ O paciente deve estar sentado com a perna pendendo relaxadamente. Plantas dos pés no chão. ✶ A medida deve ser realizada na perna esquerda. ✶ Usar fita métrica inelástica. Gabriela Carvalho ✶ Passar a fita na parte mais protuberante da panturrilha. ✶ Fazer medições adicionais acima e abaixo desse ponto para assegurar que a primeira medida era a maior ✶ DOBRA CUTÂNEA TRICIPITAL→. ✶ O ponto médio entre o acrômio da escápula e o olécrano da ulna é obtido com o braço fletido a 90°. ✶ Deve ser realizada no braço esquerdo sobre o músculo tríceps, no ponto médio. ✶ O braço deve estar relaxado e paralelo ao tronco. ✶ O adipômetro deve estar posicionado paralelamente ao piso. ✶ Manter a dobra cutânea pinçada durante aferição ✶ Realizar três medidas e calcular a média aritimética das três medidas ✶ Não soltar a dobra cutânea enquanto não terminar as leituras ✶ Abrir as hastes do adipômetro antes de removê-lo do local da medição, e fechá-lo lentamente para evitar danos ou perda da calibragem ✶ DOBRA CUTÂNEA SUBESCAPULAR→. ✶ O paciente deverá flexionar o braço esquerdo atrás das costas de modo a formar um ângulo de 90° na parte posterior do corpo. ✶ Após demarcar o ponto anatômico o paciente deverá ficar com os braços distendidos ao longo do corpo. ✶ Com os dedos polegar e indicador da mão esquerda, o examinador deverá destacar a dobra cutânea e coletar a medida em direção diagonal à escápula. ✶ A medida é realizada em um ponto lateral logo abaixo do ângulo inferior da escápula esquerda. ✶ Para determinar a medida, o adipômetro deverá pressionar a dobra por 2 a 3 segundos. ✶ Deverão ser realizadas três medidas, sendo o resultado final calculado a partir da média aritimética das medidas obtidas. Imc do idoso é diferente do adulto Subnutrição mata mais rápido do que o sobrepeso Indicador de massa magra → grande perda de peso involuntária = + risco de mortalidade doenças / sepçç ) e → Involuntária ( alimentação inadequada, hipermetabolismo , síndrome da má absorção) menor /igual a 18 = subnutrição internado → consome energia ambuia . → perde vontade de comer 9 Da perda de peso - rnao há relação com VWC → Geralmente tem causa subjacente ( câncer .... ) → há relação com IMC Inflamatória YMC baixo Savcopeniar perda do músculo e dasua qualidade → perda muscular -1 Fraqueza Gabriela Carvalho Critérios Diagnósticos de Sarcopenia Em 2010, o European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP) publicou definição de sarcopenia e que foi amplamente utilizada em todo o mundo e promoveu avanços na identificação e cuidado de pessoas em risco ou com sarcopenia. No início de 2018, o Grupo se reuniu novamente (EWGSOP2) para determinar uma atualização da definição de sarcopenia baseada nas evidências científicas acumuladas desde então. Nestes 10 anos, os pesquisadores identificaram uma forte relação entre a sarcopenia e desfechos clínicos negativos. Além disso, as evidências também mostram que estratégias de tratamento podem ajudar na prevenção ou retardar seu desenvolvimento. 1. A sarcopenia inicialmente era associada somente em indivíduos idosos, porém atualmente reconheceque o desenvolvimento da sarcopenia inicia-se antes do envelhecimento. O fenótipo da sarcopenia tem muitas causas que contribuem além do envelhecimento. Essas percepções têm implicações para intervenções que previnem ou retardam o desenvolvimento da sarcopenia. 2. A sarcopenia é agora considerada uma doença muscular (insuficiência muscular), na qual a baixa força muscular é o determinante principal para disparar o gatilho da investigação diagnóstica, ultrapassando a baixa massa muscular. Seguramente esta mudança facilitará a identificação imediata da sarcopenia na prática. 3. A sarcopenia está associada à baixa quantidade e qualidade muscular, mas esses parâmetros são agora usados principalmente em pesquisa e não na prática clínica. A massa muscular e a qualidade muscular são tecnicamente difíceis de medir com precisão, pois dependem de ferramentas diagnósticos mais complexas e de alto custo. 4. A sarcopenia foi negligenciada e subtratada na prática regular. Isso se deve à complexidade de determinar quais variáveis medir, como medi-las, quais pontos de corte considerar, qual o melhor tratamento, bem como avaliar os efeitos das intervenções terapêuticas. Desta forma, o EWGSOP2 visa fornecer uma justificativa clara e mais prática para a seleção de medidas diagnósticas e pontos de corte relevantes. Para avaliar a evidência de sarcopenia, o EWGSOP recomenda o uso de força de preensão ou o Teste de levantar da cadeira com pontos de corte específicos para cada teste. Para confirmar a sarcopenia por detecção de baixa quantidade e qualidade muscular, aconselha-se DXA (Densitometria óssea) e a BIA (bioimpedância elétrica) na prática clínica e DXA, BIA, TC (Tomografia computadorizada) ou RM (Ressonância magnética) em estudos de pesquisa. A gravidade pode ser avaliada por medidas de desempenho; Velocidade de marcha, Short Physical Performance Battery (SPPB), Timed get up and go (TUG) e teste de caminhada de 400 m podem ser usados. O EWGSOP2 recomenda o uso do questionário SARC-F como forma de triar pacientes com sinais característicos de sarcopenia. Pode ser prontamente usado na comunidade e em ambientes hospitalares pelo seu baixo custo e ampla aplicabilidade. O SARC-F apresenta de baixa a moderada sensibilidade e alta especificidade para prever baixa força muscular. Componente Pergunta Pontuação Resposta Força Quanta dificuldade tem para levantar ou carregar 4,5kg? Nenhuma = 0 Alguma = 1 Muita ou não consegue S → yfriar pet com sinais de sarcopenla = 2 Gabriela Carvalho = 2 99. NR Auxílio para caminhar Quanta dificuldade tem para andar por um quarto? Nenhuma = 0 Alguma = 1 Muita, usa equipamento ou não consegue = 2 99. NR Levantar de uma cadeira Quanta dificuldade tem para levantar de uma cadeira ou cama? Nenhuma = 0 Alguma = 1 Muita ou não consegue = 2 99. NR Subir escadas Quanta dificuldade tem para subir 10 degraus de escada? Nenhuma = 0 Alguma = 1 Muita ou não consegue = 2 99. NR Quedas Quantas vezes caiu no último ano? Nenhuma = 0 1-3 quedas = 1 4 ou mais quedas = 2 99. NR TOTAL: (pontuam para sarcopenia os idosos com > 4. A definição atual da sarcopenia pelo EWGSOP2 é: Sarcopenia= Baixa força muscular + baixa quantidade ou qualidade muscular Sarcopenia grave= Baixa força muscular + baixa quantidade ou qualidade A força de preensão palmar não é simplesmente um meio de medir a força da mão ou mesmo limitada à avaliação do membro superior. Ela apresenta diversas aplicações clínicas, sendo utilizada, por exemplo, como um indicador da força total do corpo. (1) Paciente deve estar sentado em uma cadeira com pernas, encosto e apoio de braços fixos. Usar a mesma cadeira para todas as medições. n Gabriela Carvalho (2) Peça que repouse seus antebraços nos braços da cadeira com o punho logo após a extremidade do braço da cadeira, em posição neutra, com polegar voltado para cima e pés apoiados no chão. (3) Demonstre como usar o dinamômetro de Jamar e que, ao apertá-lo com maior firmeza e força, obterá maior pontuação. (4) Iniciar com a mão direita. (5) Posicione a mão de modo que o polegar fique de um lado da alça e os outros quatro dedos do outro lado. O instrumento deve estar confortavelmente acomodado na mão. Se necessário, ajuste a posição da alça. (6) O examinador deve apoiar a base do dinamômetro na palma da sua mão enquanto o paciente o segura. O objetivo disso é sustentar o peso do dinamômetro para anular o efeito da gravidade no pico de força, mas deve-se ter cuidado para não restringir o movimento. (7) Incentive o paciente a apertar o mais forte e enquanto possível, ou até que a agulha pare de subir. Assim que a agulha parar de subir, o paciente pode ser orientado a parar de apertar. (8) Leia a força medida em quilogramas no visor analógico e registre no formulário o valor inteiro mais próximo na unidade quilograma. (9) Repita a medição com a mão esquerda. (10) Fazer intervalo de 1 minuto entre as aferições. (11) Faça mais duas medições para cada mão alternando os lados para um total de três aferições em cada lado. (12) A maior das seis medidas de força será usada para fins de análise estatística, de modo que, para cada paciente, deverá ser obtida a melhor pontuação possível. (13) Registre também a mão dominante, ou seja, direita, esquerda ou ambidestro (pessoas que pode escrever naturalmente com ambas as mãos). Força de membros inferiores- Teste de Sentar e Levantar da Cadeira – 5 Repetições. Material: Um cronômetro, cadeira com encosto e sem braços, com altura de assento de, aproximadamente, 43 cm. Por razões de segurança, se possível, a cadeira será colocada contra uma parede, evitando movimentação durante o teste. Procedimento: Os indivíduos ficarão sentados com os pés apoiados no solo, as costas apoiadas no encosto e os braços cruzados na altura do peitoral. Os idosos serão instruídos a levantar-se cinco vezes até alcançar a posição em pé ereta e então retornar a postura sentada, encostando as costas no encosto, em cada repetição. Será cronometrado o tempo (s) total para realizar o teste. Será iniciado o cronômetro quando o indivíduo começar o movimento de flexão do tronco, retirando as costas do encosto. O fim do teste será determinado no momento em que as costas encostaram completamente no encosto da cadeira, como na posição inicial do teste. Gabriela Carvalho Teste de velocidade de marcha de 4m- O teste é realizado em uma superfície plana com 8,0 metros livre, marcada por fita preta em intervalos de 2 metros, 4,0 metros e 2 metros. O participante será instruído a caminhar no seu ritmo habitual usando seus calçados habituais. Iniciar o cronômetro quando o paciente ultrapassar a marca do início de 4 metros e finalizar quando alcançar a marca do f im dos quatro metros, porém o paciente deve andar 0s 6 metros, 2 metros antes e 2 metros depois da marca do trecho de 4 metros para reduzir o viés de aceleração e desaceleração. Densitometria por dupla emissão de raios-X (DEXA) - O exame é realizado com o indivíduo deitado em decúbito dorsal sobre uma mesa, onde a fonte e o detector são passados através do corpo com uma velocidade relativamente lenta de 1cm/s. A duração do escaneamento é de aproximadamente 5 minutos e o tempo total do exame de 15 minutos, considerando as instruções iniciais, o escaneamento do corpo todo e a emissão do resultado. Os sujeitos são orientados a estarem vestidos com roupas livres de objetos metálicos, bem como retirarem acessórios de metal presente no corpo (brincos, piercing, anel, entre outros) que poderão interferir no exame. TIMED GET UP AND GO Neste teste o paciente é solicitado a levantar-se de uma cadeira de 45 cm de encosto reto e com descanso para os braços, deambular três metros, retornar e assentar-se novamente. Solicitar ao paciente que tente se levantar sem o apoio dos braços. Acompanhar o pacientedurante a marcha e cronometrar o tempo. Orientar ao paciente para deambular com sua velocidade de marcha usual. Pode sugerir que ele ande como se estivesse indo para uma loja para comprar algo. Menor ou igual a 10 segundos: paciente independente, sem alterações no equilíbrio; Entre 11 e 20 segundos: pacientes com independência em transferências básicas, necessário avalar melhor o risco de quedas com outras escalas, como a escala de Tinetti; Entre 20 e 30 segundos: alto risco de quedas. Maior ou igual a 30 segundos: dependentes em muitas atividades de vida diária e na habilidade mobilidade. acompanhar paciente ! / µ Talar que ele deve andar como no seu cotidiano
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