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É definido como aumento de liquido no espaço pleural e resulta do aumento da taxa de formação do fluido pleural, redução da sua absorção ou, mais comumente, de ambos os processos. Pleura o Tumores o Tuberculose Vascular o Embolia pulmonar o Síndrome da veia cava superior o Obstrução de veia braquiocefálica o ICC Direita Pulmão o Lesão pulmonar aguda (BCP, SARA) o Edema de pulmão – ICC esquerda Extrapulmonar o Perfusão esofágica o Lesão de ducto torácico – quilotórax o Pseudocisto pancreático/pancreatite o Ascite A pleura é frequentemente acometida por doenças primarias ou secundárias, tanto benignas como malignas. Quase sempre comprometimento pleural vem acompanhado de aumento de liquido pleiral, o que constitui um derrame pleural. Este liquido pode ser um transudato (hidrotórax) ou exsudato; a distinção entre os dois é importante do ponto de vista clínico porque ajuda no diagnostico da doença de base. O transudato tem baixa densidade, pequena concentração de proteínas e ausência de células inflamatórias. O liquido acumula-se por distúrbios nos fatores hidrodinâmicos que regulam a formação e a absorção do liquido pleural, resultando no acumulo deste. Suas causas principais são: insuficiência cardíaca, cirrose hepática e distúrbios renais, como síndrome nefrótica. O exsudato caracteriza-se por densidade superior a 1.020, níveis de proteínas maiores que 2 g/dL e células inflamatórias. Na prática clínica, o exsudato é definido pela presença de pelo menos um destes elementos: o Relação de proteínas na pleural/soro > 0,5; o Relação DHL (desidrogenase lática) pleura/soro > 0,6; o Teor de DHL no líquido pleural > 2/3 do valor normal máximo da DHL sérica. O exsudato se forma por aumento da permeabilidade capilar sanguínea, por obstrução do fluxo linfático ou por diminuição da pressão no espaço pleural (como na obstrução brônquica como atelectasia). As causas podem ser tanto inflamatórias (pneumonias tuberculose, bronquiectasias) como neoplásicas (primárias da pleura ou metastáticas). Para ajudar no diagnostico etiológico, tanto o exame citológico do liquido pleural quanto a biopsia dão de grande valia. Causas dos Derrames Exsudativos Mecanismos de aumento de produção do LP o Aumento de permeabilidade (ex.: dengue) o Aumento na pressão da microvasculatura (ex.: ICC) o Redução da pressão intrapleural (ex.: atelectasias) o Redução da pressão oncótica do plasma (ex.: síndrome nefrótica) Alguns mecanismos de redução de absorção 28.09.2021 Aula 24 – Clínica Médica Derrame Pleural Fisiopatologia Principais Causas o Lesão por irradiação (ex.: radioterapia) o Infiltração linfática por câncer o Compressão mecânica dos linfáticos (tumores, granulomas, fibrose) o Redução da pressão intrapleural (ex.: atelectasias) Os sintomas típicos de um derrame pleural são: o Dor torácica do tipo pleutítica (ventilatório-dependente) o Dispneia o Tosse o Menos: soluços A intensidade dos sintomas está relacionada com a velocidade de formação do derrame e a extensão do processo inflamatório pleural. Sintomas inespecíficos podem estar presentes e correlacionam-se com a etiologia do derrame. Febre, perda ponderal, sinais e sintomas decorrentes de congestão sistêmica podem estar presentes. Aparelho respiratório: diminuição da expansão torácica, redução do frêmito toracovocal, macicez ou submacicez à percussão e diminuição do murmúrio vesicular restrito ao hemotórax acometido. Radiografia de tórax: a radiografia de tórax em incidência posteroanterior (PA) e perfil é fundamental na investigação inicial, sendo capaz de identificar derrames com volume de aproximadamente 200 mL. Os principais achados são: obliteração do seio costofrênio; hipotransparência nas bases com formação de uma parábola com concavidade voltada para cima (curva de Damoiseau). A radiografia de decúbito lateral com raios horizontais (incidência de Laurell) pode de auxiliar no diagnóstico de derrames com pequenos volumes, na indicação da toracocentese e na avaliação de complicações relacionadas ao derrame. Nesta incidência, pode-se notar alterações da imagem quando comparada a PA, correspondendo ao deslocamento do derrame. Aumento do derrame - oblitera o seio costofrênico: Sinal do Menisco. Estimativa do Volume o 75 mL – oblitera o seio costofrênico posterior; o 175 mL – apaga o seio costofrênico lateral; o 500 mL – apaga o contorno diafragmático; o 1000 mL – atinge o 4º arco costal anterior. Derrames maiores do que 1 cm no rx são puncionáveis. O derrame pode com o tempo se tornar loculado ou encapsulado, especialmente quando há processo inflamatório associo. Quadro Clínico Exames de Imagem Exames Físico Tomografia Computadorizada: possibilita melhor avaliação da pleura e do parênquima pulmonar, além de auxiliar no diagnóstico de derrame complicado (presença de espessamento e nodulações pleurais, além de septações e loculações). Consegue detectar derrames de menos de 10 mL. Principais utilidades: o Guiar procedimentos como punção; o Facilitar a medida da espessura pleural; o Diferenciar um empiema de um abscesso pulmonar; o Visualizar o parênquima atrás do derrame; o Determinar a localização exata e aspecto de massas pleurais. Ultrassonografia Serve como guia para toracocentese e biópsia, além de reduzir os riscos de complicações relacionadas a estes procedimentos. Possui elevada acurácia na avaliação de derrames complicados empiemas e espessamentos pleural. Empiema Consiste na presença de pus na cavidade pleural, com mais de 100.000 neutrófilos/mm2. Em geral, o volume acumulado é pequeno, porém mesmo assim existe o risco de se formarem aderências e lojas na cavidade pleural, muitas vezes dificultando a expansão dos pulmões. A grande maioria dos empiemas é secundário a infecção pulmonar. Entre outras causas, existem os empiemas pós- cirúrgicos e, mais raramente, por traumatismos, perfuração esofágica, pneumotórax espontâneo, abscesso subdiafragmatico ou hepatite. Na evolução do empiema, podem se formar aderências fibrosas que resultam em coleções locais chamadas empiema septado. Quando o processo inflamatório crônico é muito intenso, os fibroblastos jovens presentes podem ter aparência atípica e, em uma biópsia pleural, a reação provocada pelo empiema pode ser confundida com sarcoma. A presença de maturação celular nas camadas profundas da pleura demonstra o caráter reacional da lesão. Estágios do Derrame pleural (Empiemas) Há 3 fases: o Estágio 1 – exsudato com celularidade aumentada, mas sem aderências. Facilmente drenado. o Estágio 2 – liquido fibrinopurulento, com formação de aderências; o Estágios 3 – organizativo, com formação de áreas de espessamento. Estagio 2 e 3 podem requerer decorticação. Método para diferenciar transudatos de exsudatos. O líquido é exsudato se ao menos um dos seguintes estiver presente: o elação proteína pleural/sérica > 0,5 o relação DHL pleural/sérico > 0,6 o DHL pleural > 2⁄3 do limite superior do normal sérico pelo laboratório OBS: DHL = desidrogenase láctica (metabolismo da glicose). Segunda causa amais comum de derrames exsudativos. Principais tipos (~80%): o Pulmão; o Mama; o Ovário; o Linfoma. Pleura nodular, irregular ou espessada à TC pode sugerir tumor. Derrames novos – se é possível (derrames > 1 cm), sempre puncionar para toracocentese diagnóstica; Sempre enviar o líquido para o laboratório; Sempre fazer RX após a punção para afastar complicações do processo. Exames realizados habitualmente: o Contagem de células e diferencial o pH Critérios de Light Tumores Hemotórax É um derrame sanguinolento com hematócrito superior a 50% do periférico, devendo ser diferenciado de pleurite hemorrágica. Muitas vezesfatal, o hemotórax é quase sempre secundário a ruptura de aneurisma da aorta ou traumatismo torácico. Pleurite hemorrágica é um derrame hemorrágico, geralmente devido a neoplasias ou, mais raramente, a infecções. Causas: o Traumas o Acidentes de punção ou transecção de vaso o Embolia pulmonar o Sangramento de metástases o Complicação de anticoagulação o Rotura de aneurisma de aorta Quilotórax É definido pela presença de linfa no espaço pleural, o que dá um aspecto líquido. Este aspecto se deve à presença de gordura, no caso mais de 110 mg/dL de triglicerídeos no líquido pleural. Em geral, o quilotórax é confinado ao hemitórax esquerdo, mas pode ser bilateral. Causas mais frequentes são obstrução linfática por tumores do mediastino ou traumatismo no ducto torácico. Principais causas: o Traumático (tórax e pescoço) o Iatrogênico (cateterismo; pós-operatóro) o Neoplasias (linfoma, pulmão) o Infeccioso (linfadenite tuberculosa) o Outros (trombose venosa) o Congênito Conduta Inicial no DP Análise do Líquido Pleural o Proteína o DHL o Glicose A partir dai, caracteriza-se como exsudato ou transudato. Amilase Dosagem deve ser feita diante da suspeita de ruptura do esôfago, pancreatite, pseudocisto pancreático ou prenhez ectópica rota. Também pode estar elevada em casos associados a adenocardinomas. Suspeita de: o Pancreatite aguda o Pancreatite crônica o Ruptura esofágica o Tumores Adenosina Deaminase (ADA) Possui importância principalmente na investigação de tuberculose pleural. Valores superiores a 30-40 U (variações de acordo com a metodologia utilizada) apresentam sensibilidade maior de 95% para tuberculose, com especialidade de 80%. Outras doenças como neoplasia, derrame parapneumônico, artrite reumatoide e empiema também podem cursar com valores elevados de ADA. Cuidado com falsos negativos e positivos – correlacionar com o contexto clínico do paciente. OBS.: ADA é uma enzima que catalisa a conversão da adenosina à inosina, participando do processo de diferenciação e proliferação de linfócitos. Níveis elevados de ADA são indicadores indiretos de tubérculo meníngea, pericárdica, pleural e peritoneal. Citologia Oncótica Rendimento varia conforme o tipo histológico do tumor, com sensibilidade ente 40% e 87%. Triglicérides Pode superior o diagnostico de quilotórax quando apresenta valores maiores que 110 mg/dL. O tratamento do derrame pleural consiste no controle da etiologia de base. Eventualmente, medidas especificas podem ser adoradas. Em caso de derrame pleural trasnsudativo baseia-se, basicamente, no tratamento da síndrome edematogênica associada, como no caso da insuficiência cardíaca e cirrose hepática. Tratar a doença primaria varia conforme a etiologia: o Antibióticos para pneumonia; o Diuréticos para ICC; o Diálise para insuficiência renal; o Anti-inflamatórios para pleurite lúpica Drenagem de tórax Drenam-se apenas os pacientes sintomáticos; Pacientes assintomáticos com derrame em geral não precisam de drenagem. Exceções: o Toracocentese diagnóstica; o Hemotórax; o Empiema Opções Terapêuticas Toracostomia com inserção de dreno o Semi-rígido o Maleável o A posição do dreno é mais importante que seu calibre o Deve haver alguma melhora em 24hs. o Fibrinólise - Estreptoquinase - Uroquinase - DNAse o Video Assisted Thoracic Surgery (VATS) - Debridamento endoscópico - Posicionamento do dreno com auxilio da escopia. Outros Exames Tratamento o Toracotomia aberta - Longa duração - Pacientes sem condições de submeter-se a outros procedimentos o Decorticação - Precoce - Tardia - Manual de Clínica Médica do Diagnostico ao Tratamento – Sanar; - Sabiston Tratamento Cirúrgico; - Bogliolo Patologia; Referencias
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