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Arte, Cultura e Estética - Arte Bidimensional

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FMU – FIAM/FAAM 
Comunicação Social - Jornalismo 
 
 
 
 
 
 
Felipe da Costa Rico 
 RA:6636590 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arte Bidimensional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
Abril – 2020 
 
Felipe da Costa Rico – Arte, Cultura e Estética 
1. ARTE BIDIMENSIONAL 
A composição bidimensional é feita em um plano que apresenta apenas duas 
dimensões: comprimento e largura. Nas artes, tal característica se apresenta em 
linguagens como a fotografia e a pintura, porque elas não apresentam 
profundidade física. Não é possível, por exemplo, dar uma volta em torno nessas 
representações artísticas e ver outras perspectivas, sempre haverá o mesmo 
plano. Situação diferente encontrada, neste caso, em linguagens artísticas que 
apresentam uma terceira dimensão, o volume, o que concretiza a profundidade, 
caracterizando uma arte tridimensional, como é possível observar em esculturas. 
A estátua da Vênus de Milo, obra atribuída 
a Alexandre de Antioquia, e atualmente 
pertencente ao acervo do Museu do Louvre, em 
Paris, exemplifica a presença do volume e 
como se é possível observar a obra em 
diferentes perspectivas, caracterizando o 
conceito de tridimensional ao ser possível 
circular e observar a obra de diferentes de 
pontos. Ao se observar a mesma obra por 
diferentes ângulos, a profundidade se torna 
concreta, se diferenciando de uma arte 
bidimensional, presente sempre em um mesmo plano. 
Com isso, durante muito tempo, 
principalmente no período Medieval, as obras 
possuíam, em sua 
grande maioria, caráter 
religioso, se tornando 
objetos de adoração. O 
tema e o assunto eram 
fornecidos, e os artistas 
eram responsáveis pela 
execução. A pintura era 
limitada ao plano bidimensional, sem contraste entre luz e 
sombra, com figuras estáticas e sem percepção de 
profundidade. Era comum o emprego da cor dourada ao fundo, pelo tema 
Felipe da Costa Rico – Arte, Cultura e Estética 
celestial, ou apenas era desenhado uma paisagem esquemática. Tais recursos 
não traziam realismo, expondo que as obras não tinham relação com o mundo 
real. Esse realismo era “banido” pela superioridade sobrenatural. (ARGAN, 
2003). 
 
2. TÉCNICAS TRIDIMENSIONAIS DO ESPAÇO BIDIMENSIONAL 
 
Entretanto, a limitação do plano não impediu que muitos artistas buscassem 
atribuir profundidade em suas pinturas. Através de técnicas artísticas, eles 
conseguiram simular isso, criando ilusões para “enganar” a visão e o cérebro de 
quem observa a obra, projetando a profundidade. 
A profundidade do plano bidimensional é desenvolvida e disseminada a 
partir do Renascimento, movimento artístico iniciado na Itália, no século XIV, e 
que logo se espalhou por toda a Europa. Em busca de romper com os padrões 
artísticos da Idade Média, o movimento buscava por uma “renascença” da arte, 
da ciência e do saber (GOMBRICH, 1985). Desse modo, com o intuito de trazer 
mais realismo para as obras, uma das características do movimento, os artistas 
utilizam fórmulas e cálculos matemáticos aplicados nos esboços dos desenhos 
para desenvolverem técnicas de criação que auxiliassem na busca pela 
profundidade. 
Em “A lamentação de 
Cristo”, série de pinturas do 
renascentista Giotto para a 
Capela del Arena, em Pádua, na 
Itália, há uma das primeiras 
tentativas de tentar reproduzir a 
ilusão de profundidade. O pintor 
italiano diminui o tamanho de 
alguns anjos, na parte superior 
da pintura, para indicar que eles 
estão mais distantes de quem 
observa a obra. 
 
Felipe da Costa Rico – Arte, Cultura e Estética 
Concomitantemente, o jovem pintor italiano Masaccio 
adaptava técnicas de construções arquitetônicas em seus 
desenhos. Em “A Trindade”, afresco desenhado na 
Basílica de Florença, na Itália, o artista determina a direção 
de linhas para um único ponto central, com a intenção de 
separar o mundo religioso do mundo mortal. 
 As pesquisas feitas de forma isolada pelos artistas 
seriam concentras na produção literária do arquiteto e 
filósofo Leon Battista Alberti, que escreveu tratados a 
respeito de pintura, escultura e arquitetura, tratando do 
processo operacional, concepção de projeto e estrutura da 
forma. Alberti defendida o auxílio da matemática na melhoria da natureza, o que 
facilitava o uso da perspectiva. Em sua obra literária “Da pintura”, Alberti divide 
o tema em três partes: a 
"Circunscrição", que localiza os 
elementos no espaço e, 
portanto, o utiliza a perspectiva 
para este fim; a "Composição" 
para que as figuras 
apresentem relações entre si; e 
a "Recepção da Luz", em que 
as cores indicam as 
características das superfícies (ALBERTI, 1989). 
No entanto, seria na região de Flandres que a técnica seria pesquisada e 
experimentada a fundo. Terra dos artistas flamengos, ficou marcada na História 
da Arte por introduzir a técnica de tinta a óleo na pintura, que permitia cores mais 
vivas por meio da degradação delas em várias camadas, além de forte presença 
da luminosidade. Não obstante, os artistas iniciaram a pesquisa sobre a 
perspectiva linear, a qual seria utilizada para ilusionar a profundidade no plano 
bidimensional. 
 
 
 
 
Felipe da Costa Rico – Arte, Cultura e Estética 
Conforme já mencionado, os renascentistas buscavam trazer mais realismo 
para as obras, recuperando características da arte greco-romana. Em sua obra 
“Poética”, o filósofo grego Aristóteles conceitua a definição de “mimese”, de 
etimologia “imitação”. Em alusão ao Teatro, quando um ator representa um papel 
de um personagem diferente de si, adotando características físicas e 
representando condições emocionais para um retrato fiel, as artes visuais 
buscam, por meio da representação artística, retratar e imitar a realidade. 
Assim, os artistas flamengos desenvolvem a perspectiva linear, baseando-
se em fundamentos matemáticos a partir da percepção visual humana, com o 
intuito de “imitar” a realidade ao trazer profundidade nos planos bidimensionais. 
Nesse contexto, há dois princípios fundamentais para essas características se 
concretizarem: 
A linha do horizonte, que é uma linha imaginária que serve como referência 
visual para a produção da pintura. Ela é construída a partir do ponto de vista do 
observador, definindo a composição em perspectiva, isto é, se será mais alto ou 
mais baixo, reto ou inclinado. 
 
 
 
E o ponto de fuga, que é um espaço no horizonte do plano que serve como 
referência para fazer as linhas do desenho. As linhas são desenhadas de forma 
paralela, e o ponto de fuga indica a direção delas, podendo se aproximarem ou 
se afastarem. Aliado à linha do horizonte, há a ilusão de profundidade. 
 
 
 
Felipe da Costa Rico – Arte, Cultura e Estética 
3. ANÁLISE DAS OBRAS 
 
A partir desses conceitos, os artistas conseguiram reproduzir a ilusão de três 
dimensões em um plano bidimensional. Em “Entregas das chaves a São Pedro”, 
afresco localizado na 
Capela Sistina, o pintor 
italiano Pietro Perugino 
deixa o prédio, localizado 
no centro da tela, quase do 
mesmo tamanho de São 
Pedro, que está ao centro. 
A arte aqui representa o 
que é real para os olhos 
humanos: aquilo que está longe é pequeno, e o que está perto é grande. 
Em “A Escola 
de Atenas”, afresco 
de Rafael Sanzio, o 
pintor utiliza a 
mesma técnica, 
deixando quem 
está mais perto de 
tamanho maior a 
quem está mais 
longe, mas sua 
obra apresenta 
mais distribuição 
de pessoas e elementos arquitetônicos, demonstrando uma evolução quanto a 
produção anterior. 
 
 
 
 
 
 
Felipe da Costa Rico – Arte, Cultura e Estética 
Em “A virgem e o menino”, Leonardo da Vinci utiliza o contraste de claro e 
escuro para trazer a dimensão de 
profundidade. Sua “Madonna” está 
em um cômodo sem luz ambiente, 
com as cores de sua roupa 
destacando queela está “a frente” da 
escuridão do local. As janelas, ao 
fundo, trazem a luz do ambiente 
externo, destacando a paisagem de 
forma distante. Elas completam o 
contraste, evidenciado a parte de 
“dentro” e a parte de “fora” que 
caracterizam a profundidade. 
 
 
 
Em “The Matchmaker”, o pintor holandês Gerrit van Honthorst explora o 
contraste entre luz e sombra para trazer a tridimensionalidade. Chamado de 
perspectiva tonal, 
quando tem a intenção 
de trazer a perspectiva 
de um objeto específico 
na imagem. A técnica 
exige um conhecimento 
do efeito da luz nas 
superfícies, conforme 
visto na sombra da mão 
do homem, no centro, 
no objeto segurado pela mulher em evidência na luz, o que auxilia na ilusão de 
profundidade. 
 
 
 
Felipe da Costa Rico – Arte, Cultura e Estética 
Em “Diana com 
suas companheiras”, 
o pintor Jacob Van 
Loo concentra o 
ponto de fuga na 
parte esquerda. Isso 
dá a sensação de 
profundidade ao 
traçar a visão da 
direita para esquerda 
na imagem. A 
iluminação também 
auxilia neste ponto, uma vez que a pintura vai escurecendo também da direta 
para esquerda, indicando que as pessoas mais distantes do ponto de fuga são 
as que estão mais perto do observador. 
Já em “Lamentação”, de Sandro 
Botticelli, a perspectiva vem ao 
observar a pintura de cima para 
baixo. O pintor desenha uma pessoa 
em frente a outra, bem como 
colocadas em pé e agachadas. O 
contraste entre cores quentes e frias, 
nas roupas de cada um, auxilia no 
contorno de cada pessoa. As 
“lamentações” em torno do corpo de 
Jesus Cristo explicam as posições de 
cada indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
 
Felipe da Costa Rico – Arte, Cultura e Estética 
Em “Ecce Homo”, o pintor holandês Hieronymus Bosch utiliza mais de um 
ponto de fuga. A 
perspectiva não vem 
somente pelo visual da 
cidade ao fundo, como 
também ao direcionar a 
visão da esquerda para 
direta e de maneira 
inclinada, uma vez que 
Jesus, de capa azul e mãos 
amarradas, está um nível 
acima da multidão na parte 
direita e inferior da obra. A 
própria posição inclinada e 
direção do olhar em 
diagonal de Cristo auxiliam 
na característica de 
tridimensionalidade da 
obra. 
De modo semelhante, o pintor flamengo Pieter Bruegel, em sua obra “Torre 
de Babel”, traz a perspectiva ao centralizar a construção arquitetônica no centro, 
quase tocando o céu, e 
diminuindo o tamanho 
da paisagem em volta 
para destacar a 
imponência da torre. A 
técnica de diagonal 
também está presente, 
dessa vez da direita 
para esquerda, 
quando retrata um 
grupo de pessoas em 
uma colina, que está acima da paisagem ao redor. 
 
Felipe da Costa Rico – Arte, Cultura e Estética 
4. CONCLUSÃO 
Diante das análises articuladas, foi possível perceber como os pintores 
utilizaram um conjunto de regras matemáticas, que foram aplicadas na produção 
artística, para desenvolver uma nova técnica de desenho e pintura. Por meio da 
união da linha de horizonte e do ponto de fuga, os artistas utilizavam a técnica 
recém descoberta para ilusionar a profundidade em desenhos e pinturas feitos 
em superfícies planas, refletindo características da tridimensionalidade em um 
plano finito de bidimensionalidade. 
Com isso, foi permitido aplicar o conceito de mimese aristotélico de forma 
mais aprofundada, aproximando as obras artísticas do real. Os artistas 
renascentistas alcançam, então, o seu objetivo de retratar aquilo que viam, de 
acordo com o ponto de vista da própria visão humana, trazendo liberdade para 
o artista e rompendo com conceitos difundindo durante a Idade Média. 
 
 
Felipe da Costa Rico – Arte, Cultura e Estética 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ALBERTI, Leon Battista. Da pintura. Campinas. UNICAMP, 1989. 
ARGAN, Giulio Carlo; KATINSZKY, Wilma De. História da arte italiana. São 
Paulo. Cosac&Naify, 2003. 
ARISTOTELES. Poética. 1. Ed. São Paulo. Editora 34, 2015. 
GOMBRICH, E. H. A história da arte. 4. ed. Rio de Janeiro. Zahar, 1985. 
OLIVEIRA, Rafael Mendes De; MOREIRA, Daniel de Carvalho. A Perspectiva 
na do Renascimento. Unesp. 2014. Disponivel em: 
<http://www.educacaografica.inf.br/wp-content/uploads/2014/05/14_A-
PERSPECTIVA-NA-ARTE_169_182.pdf> Acesso em 07MAR20. 
http://www.educacaografica.inf.br/wp-content/uploads/2014/05/14_A-PERSPECTIVA-NA-ARTE_169_182.pdf
http://www.educacaografica.inf.br/wp-content/uploads/2014/05/14_A-PERSPECTIVA-NA-ARTE_169_182.pdf

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