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2 0 SILVA RECH, 2013 - Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais

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CENTRO DE DIAGNÓSTICO DE SANIDADE ANIMAL - CEDISA 
 Necropsia de suínos e 
coleta de amostras para 
exames laboratoriais 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marcia Cristina da Silva 
Médica Veterinária, D. Sc. em Patologia Veterinária 
Centro de Diagnóstico de Sanidade Animal – CEDISA 
marcia@cedisa.org.br 
 
Raquel Rubia Rech 
Médica Veterinária, D. Sc. em Patologia Veterinária 
Pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Concórdia, SC 
raquel.rech@embrapa.br 
 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
2 
 
Programação 
 
28/08/2013 
08h30min – Abertura 
08h40min – Orientações para colheita de sangue, secreção nasal, fluido 
oral, fezes e tonsilas para exames laboratoriais 
09h00min – Necropsia e coleta de material para exames laboratoriais 
10h30min – Intervalo 
10h45min – Descrição das lesões macroscópicas 
12h30min – Almoço 
13h30min – Visita ao CEDISA 
14h00min – Aula prática de necropsia, colheita, conservação, 
acondicionamento das amostras e descrição das lesões macroscópicas 
 
29/08/2013 
08h00min – Recepção e análise crítica das amostras coletadas na aula 
prática 
08h40min – Fundamentos das diferentes técnicas de diagnóstico 
laboratorial (biologia molecular, bacteriológico, virológico, sorológico, 
histopatológico e imuno-histoquímico) 
09h40min – Intervalo 
09h55min – Discussão de casos clínicos 
12h30min – Encerramento 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
3 
 
Necrospia de suínos e coleta de amostras para 
exames laboratoriais 
 
A técnica de necropsia deve ser consistentemente sistemática para que 
se crie o hábito e seja facilmente memorizada. O mais importante é o 
exame cuidadoso de todos os órgãos e a coleta adequada das amostras. 
Este procedimento deve ser diferenciado do termo conhecido como 
“coleta de material”. 
 
Para o sucesso na obtenção do diagnóstico é necessário seguir 5 etapas 
essenciais: 
 
 
 
1º 
• Preparar os materiais para necropsia, coleta, conservação e
transporte das amostras
2º
• Obter o histórico clínico
3º
• Selecionar os suínos para necropsia
4º
• Realizar a necropsia e colher amostras para exames laboratoriais
5º
• Escrever o laudo de necropsia
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
4 
 
 
 
Antes de iniciar a necropsia certifique-se que está com todos os 
instrumentos para a necropsia, assim como os materiais para a coleta, 
conservação e transporte das amostras para o laboratório, ou seja, o kit 
de necropsia. A seguir estão listados os itens que podem constar em 
um kit de necropsia: 
 
 
 
1º 
• Preparar os materiais para necropsia, coleta, conservação e 
transporte das amostras 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
5 
 
Antes de ir para as granjas, utilize uma checklist para verificar se tem 
todos os equipamentos (Fig. 1) para realizar a necropsia e a colheita de 
amostras para exames laboratoriais. 
 
 
 
 
 
 
 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
6 
 
 
 
A associação entre a queixa do produtor, a idade, os sinais clínicos, o 
número de animais afetados, a taxa de morbidade/mortalidade e o 
manejo sanitário da granja é essencial para a elaboração da suspeita 
clínica. As características do problema auxiliam na conclusão do 
diagnóstico e essas informações devem ser fornecidas para o 
laboratório. 
 
No histórico clínico deve constar: 
 
 
 
2º 
• Obter o histórico clínico
A queixa do produtor/responsável pela granja
Fase da produção em que está ocorrendo o problema
Idade
Sinais clínicos
Evolução clínica (aguda, subaguda, crônica)
Morbidade
Mortalidade
Medicação
Vacinação
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
7 
 
 
 
A seleção correta dos suínos é um dos passos mais importantes para o 
sucesso do diagnóstico. A anamnese e o exame clínico são essenciais 
para a escolha de suínos com sinais clínicos e/ou lesões representativas 
do problema da granja. Para aumentar as chances de diagnóstico, o 
ideal é que mais de um suíno seja necropsiado para a colheita de 
amostras para exames laboratorias. Para isso, alguns critérios devem 
ser seguidos: 
 
3º
• Seleção dos suínos para necropsia
•Escolha alguns suínos que apresentam sinais clínicos típicos do problema e
verifique a temperatura corporal retal. Destes, separe os suínos com febre
para realizar a necropsia.
•Evite colher amostras de suínos com lesões crônicas. Nas lesões crônicas o
agente etiológico geralmente não está mais presente ou está em
quantidade muito pequena. Nesses casos, os exames laboratoriais podem
não ser capazes de detectá-lo, impossibilitando o diagnóstico definitivo.
Identifique suínos na fase aguda da doença
•Os antibióticos interferem no isolamento bacteriano.
•Sem o isolamento bacteriano não é possivel obter o antibiograma.
Evite selecionar suínos medicados
•Diferencie suínos refugos de suínos com refugagem.
•Refugo = suíno que nasceu fraco, com peso abaixo do esperado, que desde
o início não apresentava bom desempenho.
•Refugagem = suíno que estava com bom desempenho e começou a
apresentar queda dos índices zootécnicos.
Evite selecionar suínos refugos
•A colheita de amostras de suínos encontrados mortos interfere no exame
bacteriológico devido à proliferação de bactérias post mortem e prejudica o
exame histopatológico devido à autólise.
Evite colher amostras de suínos que foram encontrados mortos
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
8 
 
O envio de amostras para exame laboratorial de suínos que não são 
representativos do problema implica em aumento dos custos, retorno à 
granja para realização de outras necropsias e colheita de amostras, 
atraso na obtenção do diagnóstico e das medidas para o controle do 
problema etc. 
 
Após a seleção dos suínos para necropsia, realize a eutanásia. A 
eutanásia deve ser realizada em local seguro, respeitando as normas de 
bem estar animal. A eutanásia por concussão cerebral deve ser evitada 
em suínos com suspeita de doença neurológica para não danificar o 
encéfalo. Após a eutanásia, realize a sangria seccionando a veia jugular 
externa e a artéria carótida. Para isso, rebata um dos membros 
torácicos. 
 
Após a eutanásia, escolha um local apropriado para realizar a necropsia. 
É recomendável que o local seja próximo a uma fonte de água limpa, de 
fácil remoção da carcaça e dos restos dos órgãos e de fácil limpeza e 
desinfecção. 
 
Evite que animais domésticos (ex. cães e gatos) fiquem no local da 
necropsia e tenham acesso às vísceras e restos da carcaça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
9 
 
 
 
Esse passo compreende a técnica de necropsia propriamente dita e a 
colheita de amostras para exames laboratoriais. A realização de uma 
técnica de necropsia sistemática consiste em examinar todos os órgãos, 
reconhecer o que é normal e o que é anormal, interpretar e descrever as 
alterações encontradas e, se possível, elaborar o diagnóstico 
macroscópico. 
 
A colheita de amostras adequada, assim como a conservação, 
acondicionamento e submissão correta para o laboratório é essencial 
para a confirmação da suspeita clínica e/ou determinação do 
diagnóstico definitivo. Se for necessário, entre em contato com o 
laboratório de diagnóstico e peça informações. 
 
Para ter sucesso na obtenção do diagnóstico, a colheita, conservação, 
acondicionamento e envio das amostras para o laboratório deve 
respeitar alguns critérios: 
 
 
4º
• Realizar a necropsia e colher amostras para exames 
laboratoriais
•Priorize a colheita de amostras para exames microbiológicos antes de
manipular os órgãos para evitar contaminação;
•Colha as amostras assepticamente. Utilize instrumentos (facas, pinças,
tesouras) limpos e desinfetados para colher cada amostra.Para isso, passe
álcool 92,8° GL nos instrumentos e flambe-os;
•Coloque os órgãos em sacos plásticos separados para evitar contaminação;
•Colha amostras de líquidos (articular, do saco pericárdico, das cavidades
torácica e abdominal), preferencialmente, com seringa e agulha;
•Refrigere (2-8°C) as amostras imediatamente após a colheita, acondicionando-
as em caixas isotérmicas com gelo reciclável;
•As amostras devem chegar ao laboratório sob refrigeração o mais breve
possível e no máximo 72 horas após a colheita;
•Amostras de casos suspeitos de doença de Glässer (Haemophilus parasuis)
devem chegar ao laboratório no máximo 24 horas após a colheita,
preferencialmente em meio de transporte Amies.
Amostras para exames bacteriológicos
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
•Colha as amostras assepticamente. Siga o mesmo procedimento utilizado
para a colheita de amostras paras exames bacteriológicos;
•Coloque os órgãos em sacos plásticos separados para evitar contaminação;
•Para investigar bactérias, as amostras colhidas devem ser mantidas sob
refrigeração (2-8°C) ou congelamento (-20°C);
•Para a quantificação de circovírus suíno tipo 2 (PCV2) envie 1 mL de sangue
total (refrigerado), plasma ou soro (refrigerado ou congelado);
•Para investigar o vírus influenza, congele os fragmentos de pulmão
imediatamente após a colheita. Para amostras de secreção nasal, utilize
suabes sintéticos (dracon ou rayon) com meio de transporte para vírus
(informe-se com o laboratório);
•Para a identificação de fímbrias e toxinas de Escherichia coli e para
tipificação de Actinobacillus pleuropneumoniae, a amostra utilizada é a
cepa isolada.
Amostras para exames de biologia molecular (PCR)
•Colha as amostras assepticamente, utilizado o mesmo procedimento para
a colheita de amostras para exames bacteriológicos e de biologia
molecular;
•Isolamanto de vírus influenza é realizado somente em laboratórios com
nível de segurança 3.
Amostras para exame virológico
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
11 
 
 
Amostras para exames histopatológico e imuno-histoquímico 
 
Conforme Não conforme 
• Use facas afiadas e uma superfície rígida para 
cortar os órgãos parenquimatosos (ex. baço, rim, 
fígado); 
• O corte de órgãos parenquimatosos com 
tesoura deixa as bordas irregulares e 
amassadas; 
• Utilize frascos de plástico rígido com tampa larga 
com excelente vedação; 
• Recipientes de vidro podem quebrar durante o 
transporte. Recipientes mal vedados podem 
causar vazamento de formol; 
• Conserve as amostras em formol tamponado a 
10%; 
• O uso de formol não tamponado produz 
artefatos que podem interferir na 
interpretação do exame imuno-histoquímico; 
• Mantenha as amostras em formol tamponado a 
10% em temperatura ambiente (21-23°C); 
 
• NÃO REFRIGERE as amostras em formol. O 
resfriamento do formol retarda a fixação, 
causando autólise. 
• Não transporte as amostras em formol com as 
amostras para exames microbiológicos e de 
PCR. Além de a refrigeração dificultar a fixação 
dos tecidos, o formol pode vazar e tornar as 
amostras impróprias para exames 
microbiológicos, já que o formol inativa os 
agentes infecciosos; 
• NÃO CONGELE as amostras para exame 
histopatológico. O congelamento produz 
cristais de gelo nos tecidos, tornando-os 
impróprios para exame histopatológico; 
• Colha fragmentos de órgãos parenquimatosos 
(ex. baço, fígado, rim) com no máximo 1 cm de 
espessura; 
• Fragmentos muito grandes não fixam 
completamente e autolisam, tornando-se 
impróprios para o exame; 
• Examine com cuidado a mucosa dos órgãos ocos 
(traqueia, intestino, útero); 
• Quando examinar órgãos ocos, não passe os 
dedos ou os instrumentos de necropsia na 
mucosa para não danificar o exame 
microscópico do epitélio; 
• Sempre remova as fezes antes de colocar os 
fragmentos de intestinos no formol; 
• As fezes impedem a penetração do formol, 
causando autólise do intestino; 
• Os órgãos colhidos para exame histopatológico e 
imuno-histoquímico podem ser colocados juntos 
no mesmo frasco com formol tamponado a 10%; 
• O formol inativa os agentes infecciosos, assim, 
não existe possibilidade de contaminação. 
Recomenda-se colher linfonodos ligados a uma 
estrutura adjacente para identificar a origem. 
• Para a fixação adequada dos tecidos deve-se 
respeitar a proporção de uma parte de tecido 
para 10 ou mais partes de formol; 
• Excesso de tecido e/ou pouco formol impede a 
fixação adequada e causa autólise; 
• Sempre coloque as amostras em frascos que já 
contêm formol; 
• Se colocar as amostras no frasco vazio, elas 
irão grudar no fundo e não haverá penetração 
do formol na parte que ficou grudada, 
causando autólise; 
• Fragmentos de pulmão que flutuam quando 
colocados no formol fixam, mesmo não estando 
completamente submersos; 
• O pulmão flutua porque tem ar. O formol 
penetra facilmente nos espaços com ar e fixa 
completamente o tecido. Assim, NÃO é 
necessário colocar algodão ou qualquer outro 
objeto no frasco com formol para submergir os 
fragmentos que flutuam; 
• As amostras para imuno-histoquímica são as 
mesmas para o exame histopatológico, portanto, 
não é preciso colher em duplicata; 
• A imuno-histoquímica é um exame 
complementar ao exame histopatológico de 
rotina e utiliza as mesmas amostras; 
• As amostras para exame imuno-histoquímico 
devem ficar preferencialmente no máximo 3 ou 4 
dias no formol. 
• A chance de detecção de deteminados agentes 
infecciosos pode diminuir quando as amostras 
ficam muito tempo no formol. 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
12 
 
Todas as amostras devem ser 
identificadas com caneta 
permanente e deve constar: nome 
do produtor ou granja, 
identificação do suíno (ex. mossa, baia), idade, tipo de amostra (ex. 
pulmão, suabe de pleura, líquido articular), data da necropsia e/ou 
coleta. 
 
 
A quarta etapa para o sucesso na obtenção do diagnóstico é a técnica de 
necropsia em si, que compreende uma sequência de procedimentos que 
visa o exame cuidadoso de todos os órgãos. Uma boa técnica de 
necropsia deve seguir 6 passos importantes. São eles: 
 
1. Exame externo da carcaça; 
2. Abertura da carcaça e visualização dos órgãos das cavidades 
torácica e abdominal; 
3. Exame e colheita dos órgãos da cavidade torácica; 
4. Exame e colheita dos órgãos da cavidade abdominal; 
5. Exame e colheita do sistema nervoso central (encéfalo e 
medula espinhal); 
6. Exame e colheita de músculos e ossos. 
 
A seguir a descrição do passo a passo da necropsia. 
 
 
 
 
 
 
João da Silva 
Mossa 180, 45 dias de vida 
Pulmão 
28/08/2013 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
13 
 
1º Passo: Exame externo da carcaça 
 
O exame externo do cadáver inclui a avaliação da condição corporal e o 
exame da pele, dos cascos, das mucosas visíveis e das articulações (Fig. 
2). 
 
 
 
Avalie a condição corporal: ótima, boa, ruim, caquexia. Vértebras e 
costelas salientes indicam condição corporal ruim. 
 
Examine a pele à procura de alterações na cor: branca (anemia), azul 
(cianose), vermelha (congestão e hemorragia), amarela (icterícia). 
Verifique se há crostas, alopecia, espessamento, pústulas, feridas etc. 
 
 
 
 
•Colha assepticamente fragmentos com lesão de cerca de 5 x 5 cm ou
maior.
Amostras de pele para exame bacteriológico
 
2 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
14 
 
 
 
 
Em leitões de maternidade examine o 
umbigo para observar se há cicatriz 
umbilical ou abscessos umbilicais 
(Fig. 3). 
 
 
 
 
Examine as mucosas visíveis. 
As mucosas oculares e oral 
devem ser rosadas (Fig. 4). As 
mucosas oculares podem estar 
pálidas (anemia), vermelhas 
(toxemia, septicemia ou trauma 
na região ocular) ou amarelas 
(icterícia). 
 
 
 
 
Examineos olhos para verificar o grau de hidratação. Olhos fundos nas 
órbitas indicam desidratação. Olhos salientes (protrusão) podem 
indicar trauma atrás do olho (traumatismo craniano) ou lesões que 
ocupam espaço (ex. abscessos retrobulbares). Pálpebras e conjuntivas 
oculares inchadas (edema) podem sugerir doença do edema. 
•Preferencialmente, colha fragmentos com lesão com uma porção de pele
íntegra adjacente. O tamanho do fragmento pode ser de 2 x 2 cm ou até 5 x
5 cm. Cuide para não raspar a pele com a faca para não danificar o epitélio.
Quando colher amostras de pele no frigorífico, evite colhê-lhas após a
escaldagem. A escaldagem produz artefatos que prejudicam o exame
histopatológico.
Amostras de pele para exame histopatológico
3 
4 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
15 
 
Examine o focinho (Fig. 5) em busca de secreção 
nasal, vesículas e úlceras. 
 
 
 
 
Examine os espaços interdigitais, coxins (Fig. 6) e cascos (Fig. 7) e 
procure por vesículas, erosões e desprendimento da pele com formação 
de úlceras. Essas lesões ocorrem em doenças importantes como a febre 
aftosa, a doença vesicular dos suínos, a estomatite vesicular e o 
exantema vesicular dos suínos. Quando essas lesões forem observadas 
deve-se entrar imediatamente em contato com o serviço veterinário 
oficial do seu Estado (www.agricultura.gov.br). 
 
 
 
 
Examine os ouvidos (Fig. 8) em busca de 
secreções. 
 
 
 
 
6 
7 6 
8 
5 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
16 
 
Examine a região perineal 
(Fig. 9) para verificar a se há 
restos de fezes aderidas 
(diarreia), prolapso de reto 
ou de útero, aumento de 
volume (hérnia perineal), 
alterações na genitália 
externa (secreções vulvares, aumento de volume (edema) na vulva, 
aumento de volume no escroto) e o aspecto da cauda. 
 
 
Examine as articulações dos membros torácicos e pélvicos. Observe se 
há aumento de volume. Abra as articulações. As superfícies articulares 
devem ser brancas, lisas e brilhantes. O líquido articular deve ser 
translúcido, límpido e levemente viscoso. Se o líquido sinovial estiver 
aumentado de volume, espesso, turvo ou flocular, colha amostras para 
exames bacteriológicos e PCR. Verifique quantas articulações estão 
afetadas para determinar se a inflamação é localizada ou generalizada. 
 
 
 
 
 
•Preferencialmente, colha amostras de líquido sinovial com seringa e
agulha estéreis antes de abrir a articulação (Fig. 10). Caso não seja
possível, abra a articulação e colha com suabe estéril (Fig. 11).
Amostras de líquido articular para exames bacteriológico e PCR
9 
11 10 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
17 
 
 
O exame externo do cadáver pode demonstrar alterações ósseas, como 
a cifose e escoliose (Fig. 12). Também pode mostrar distensão 
abdominal causada por torção de mesentério, produção de gás post 
mortem (autólise) e atresia anal. 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
18 
 
2º Passo: Abertura da carcaça e visualização dos órgãos 
das cavidades torácica e abdominal 
 
Antes de iniciar a abertura da carcaça, coloque o suíno em decúbito 
lateral direito. Com o cadáver em decúbito lateral direito não é preciso 
equilibrá-lo durante a desarticulação dos membros. Além disso, nessa 
posição o baço fica prontamente visível à abertura da cavidade 
abdominal (Fig. 22). Dessa maneira, lesões importantes no baço como 
esplenomegalia e infartos associados à circovirose, e infartos na 
salmonelose, são vistas de imediato, contribuindo para a colheita 
asséptica. Realizar a necropsia com o cadáver sempre na mesma 
posição permite adquirir uma memória visual da localização dos 
órgãos, que facilita a descrição macroscópica das lesões. 
 
Para abrir a carcaça e expor os órgãos internos, rebata os membros 
torácicos e pélvico esquerdos. Para isso, corte a pele, os músculos e o 
ligamento da articulação coxofemoral (Fig. 13). 
 
 
 
13 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
19 
 
Após desfazer a articulação coxofemoral, examine as superfícies 
articulares do acetábulo e da cabeça do fêmur (Fig. 14), que devem ser 
brancas, lisas e brilhantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A seguir, corte a pele da região do queixo (mento) e faça uma incisão 
linear até a região abdominal ventral (Fig. 15). 
 
 
Corte a pele de 
dentro para fora. Se a faca 
cortar primeiro os pelos e a pele, 
perderá rapidamente o fio. O 
uso de facas sem fio pode 
causar acidentes devido à maior 
força exercida para cortar os 
tecidos. 
 
14 
15 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
20 
 
Rebata a pele do tórax e do abdômen, expondo o tecido subcutâneo e a 
musculatura (Fig. 16). 
 
 
 
Toque o tecido subcutâneo com a palma da mão. Se a luva ficar um 
pouco aderida indica que o suíno estava desidratado. 
 
Apalpe o abdômen gentilmente à procura de fluído ou aumento de 
volume. 
 
Examine os linfonodos inguinais superficiais (Fig. 17, setas). A 
superfície natural dos linfonodos inguinais superficiais é levemente 
lobulada (inset Fig. 17) e a superfície de corte deve ser homogênea. A 
adminstração de ferro intramuscular confere cor marrom-escura ou 
laranja aos linfonodos da carcaça, e isso não deve ser confundido com 
hemorragia. Se os linfonodos estiverem aumentados de volume, 
amarelos (exsudato) ou vermelhos (hemorragia), colha-os para exames 
laboratoriais. 
 
 
 
16 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
21 
 
 
 
 
 
 
Para visualizar os órgãos da cavidade abdominal, localize o arco da 
última costela e corte os músculos abdominais (siga os tracejados da 
Fig. 18), fazendo uma janela ampla (Fig. 19). 
•Examine os linfonodos juntamente com os órgãos que eles drenam;
•Correlacione as alterações observadas nos linfonodos inguinais superficiais
com lesões na região e membros pélvicos;
•Examine os linfonodos da cavidade torácica (retrofaríngeos e mediastínicos)
junto com o pulmão;
•Examine os linfonodos mesentéricos junto com os intestinos.
Exame macroscópico dos linfonodos
•Todos os linfonodos são microscopicamente idênticos. Para auxiliar o
patologista na identificação da origem do linfonodo, colha uma estrutura
adjacente junto com o linfonodo. Os linfonodos inguinais superficiais
devem ser colhidos com a gordura que o circunda (inset Fig. 17).
Colheita de linfondos inguinais superficiais para exames histopatológico 
e imuno-histoquímico
17 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
•Se durante o exame dos órgãos abdominais in situ observar líquido na
cavidade ou fibrina sobre as serosas, colha amostras com seringa e
agulha ou suabes estéreis.
Colheita de líquido ou fibrina da cavidade abdominal para 
exames bacteriológico e PCR 
18 
19 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
23 
 
A seguir, localize o diafragma e insira a ponta da faca para verificar se 
há pressão negativa na cavidade torácica (Fig. 20). 
 
 
 
Para expor os órgãos da cavidade torácica é necessário remover as 
costelas como um bloco (plastrão). Inicialmente, corte as inserções do 
diafragma com a faca. Depois, corte as junções das costelas com o 
esterno (siga o tracejado inferior da Fig. 21). A seguir, faça um corte 
com a faca nos músculos do dorso, rente à coluna vertebral (siga o 
tracejado superior da Fig. 21). 
 
 
20 
21 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
24 
 
Levante o plastrão e force-o para trás, quebrando as costelas. Esse 
último passo pode ser facilitado com o uso do costótomo ou da serra 
para cortar as costelas, próximo às vértebras. 
 
Durante a exposição dos órgãos torácicose abdominais, observe 
atentamente todos os órgãos quanto à cor, posição e tamanho (Fig. 22). 
Procure por aderências e fluídos na superfície das cavidades torácica e 
abdominal. 
 
 
 
 
 
•Se durante a remoção do plastrão observar líquido na cavidade torácica
ou fibrina sobre a pleura, colha amostras com seringa e agulha ou suabes
estéreis antes de remover completamente o plastrão.
Colheita de líquido ou fibrina da cavidade torácica para 
exames bacteriológico e PCR
22 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
25 
 
3° Passo: Exame e colheita de órgãos da cavidade torácica 
 
Após a exposição dos órgãos, examine-os primeiramente in situ. Os 
órgãos examinados da cavidade torácica são: timo, esôfago, traqueia, 
pulmão, linfonodos traqueobrônquicos e mediastínicos, coração com o 
saco pericárdico e grandes vasos, e diafragma. 
 
Observe se há acúmulo de líquido ou aderências sobre as pleuras 
pulmonar (visceral) e costal (parietal) e no saco pericárdico. 
 
Examine os pulmões. A superfície pulmonar deve ser lisa e com a 
lobulação demarcada (Fig. 23). Os pulmões devem ser róseos e 
esponjosos. Áreas mais firmes e escuras podem indicar inflamação. 
Áreas com broncopneumonia são firmes e geralmente cranioventrais e 
bilaterais. Faça fatias no parênquima e examine a superfície de corte. 
Observe se há exsudato nos brônquios. 
 
 
 
A localização das lesões deve ser anotada de acordo com o(s) lobo(s) 
afetado(s). O esquema a seguir auxilia na identificação dos lobos 
pulmonares em caso de descrição de lesões (Fig. 24). 
23 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
26 
 
 
Divisão dos lobos pulmonares: CrD (lobo cranial direito), MeD (lobo médio direito), 
CaD (lobo caudal direito), I (lobo intermediário), CrE (lobo cranial esquerdo), MeE 
(lobo médio esquerdo), CaE (lobo caudal esquerdo). Ramo broncotraqueal (*). 
 
 
 
 
 
 
 
Examine a superfície do saco pericárdico, que deve ser lisa, translúcida 
e brilhante. Faça um corte com a tesoura no saco pericárdico e observe 
se há líquido ou aderências (Fig. 25). No interior do saco pericárdico é 
normal ter pequena quantidade de líquido translúcido. Se houver 
•Colha assepticamente fragmentos de pulmão de 10 x 10 cm ou maior,
preferencialmente com lesão;
•Amostras de casos suspeitos de pneumonia por influenza devem ser
congeladas imediatamente após a colheita.
Colheita de pulmão para exames bacteriológico, virológico e PCR
•Colha fragmentos com lesão, de cerca de 1 cm de espessura;
•Os fragmentos não devem ser amassados;
•Em casos suspeitos de influenza, colha amostras de pulmão com lesão,
próximas à traqueia;
•Não é necessário colocar algodão no frasco com formol.
Colheita de pulmão para exames histopatológico e imuno-histoquímico
24 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
27 
 
aumento do volume de líquido no saco pericárdico, avalie a cor e o 
aspecto (hidropericárdio, pericardite). Se houver aderências que se 
desfazem facilmente com a mão (fibrina), indica inflamação aguda. 
Aderências firmes que não se desfazem (fibrose) entre o saco 
pericárdico e o coração indicam inflamação crônica. 
 
 
 
Após o exame e a colheita de amostras do pulmão esquerdo e do saco 
pericárdico, remova todos os órgãos da cavidade torácica como um 
monobloco. 
 
O monobloco torácico inclui a língua, laringe, esôfago, traqueia, 
linfonodos traqueobronquiais e mediastínicos, pulmão e coração. Para 
iniciar a remoção do monobloco torácico, rebata a pele da região 
ventral da cabeça e do pescoço (Fig. 26). 
 
Nesse momento, examine as porções cervical (Fig. 26) e torácica do 
timo. O timo é bege claro, macio e lobulado. 
 
 
25 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
28 
 
 
 
 
Examine os linfonodos do pescoço (retrofaríngeos e mandibulares) 
(Fig 27). 
 
 
 
Especialmente em leitões jovens, os linfonodos da carcaça ficam 
inicialmente marrom-escuros (Fig. 27) e depois alaranjados, após a 
administração intramuscular de ferro dextrano. Esse pigmento deve ser 
diferenciado de hemorragia. 
26 
27 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
29 
 
A superfície de corte dos 
linfonodos deve ser macia e 
homogênea (parte superior da Fig. 
28). Diferencie os linfonodos de 
estruturas adjacentes como a 
glândula salivar que é lobulada 
(parte inferior da Fig. 28). 
 
 
 
 
 
A seguir, insira a faca entre a parte interna dos ramos da mandíbula e a 
língua e corte os músculos na sínfise da mandíbula. Siga os tracejados 
da Fig. 30. 
 
 
•Como todos os linfonodos são microscopicamente idênticos, colha os
linfonodos retrofaríngeos junto com uma porção da glândula salivar
parótida;
•Colha os linfonodos mandibulares ligado a uma porção da glândula salivar
submandibular.
Colheita de linfondos retrofaríngeos e mandibulares para 
exames histopatológico e imuno-histoquímico
28 
30 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
30 
 
Libere a ponta da língua entre os ramos da mandíbula e puxe-a para 
trás. Alguns músculos ainda podem estar presos na mandíbula e 
impedir a saída da língua. Corte-os. Assim que conseguir liberar a ponta 
da língua, puxe-a para trás. 
 
Corte as articulações do osso hioide, de cada lado da inserção da língua 
(Fig. 31), para liberar a língua e continuar a remoção do monobloco 
torácico. Os tecidos que circundam a traqueia e o esôfago vão sendo 
dissecados à medida que o conjunto com a língua é puxado ventral e 
caudalmente. 
 
 
 
 
Com a liberação da língua da cavidade oral, examine as tonsilas do 
palato mole (Fig. 32). As tonsilas são estruturas linfoides bilaterais 
ovaladas e achatadas e com múltiplas depressões (as criptas) (inset Fig. 
32). Abscessos nas tonsilas são comuns e considerados lesões 
incidentais. Geralmente estão associados à retenção de pelos, 
partículas de fibras vegetais ou corpos estranhos. 
 
31 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
31 
 
 
 
 
 
Para continuar a retirada do monobloco da cavidade torácica, puxe a 
língua, a traqueia e o esôfago caudalmente e corte onde o saco 
pericárdico fica aderido na porção ventral da cavidade torácica. 
 
Nesse momento, examine os lobos pulmonares do lado direito. Se for 
necessário, colha amostras de pulmão antes de remover o monobloco. 
 
O último passo para 
remover o monobloco 
torácico é a secção de três 
estruturas (aorta, esôfago 
e veia cava caudal) na 
altura do diafragma (Fig. 
33), que conectam os 
órgãos da cavidade 
torácica aos abdominais. 
32 
33 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
32 
 
Com o monobloco torácico fora da cavidade, coloque-o sobre uma 
superfície limpa para examinar os órgãos e colher amostras (Fig. 34). 
 
 
 
Examine a língua. Examina as faces dorsal e ventral da língua. Faça 
cortes transversais e examine a superfície de corte. 
 
Examine a mucosa do esôfago. Para isso abra o esôfago 
longitudinalmente. A mucosa deve ser lisa, brancacenta e brilhante. 
Depois, separe o esôfago do monobloco para examinar a traqueia e os 
linfonodos traqueobrônquicos e mediastínicos. 
 
Abra a traqueia (Fig. 35) e procure por exsudato na mucosa. Continue 
abrindo os ramos dos grandes brônquios até suas porções finais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
34 
35 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
33 
 
 
Examine os linfonodos traqueobrônquicos e mediastínicos, que 
devem ser pequenos e pouco salientes. 
 
Examine o coração. Analise o tamanho, a cor e a forma do coração e a 
superfície epicárdica. O epicárdio deve ser liso e brilhante. Observe a 
quantidade de gordura epicárdica. A quantidade dos depósitos de 
gordura corporal (epicárdica, perirrenal, mesentéricae subcutânea) é 
indicativa do estado nutricional. 
 
Gordura epicárdica marrom-clara e gelatinosa significa atrofia serosa 
da gordura e indica que houve consumo das reservas de gordura 
corporal. 
 
Separe o coração do monobloco torácico cortando os grandes vasos da 
base. O exame do coração deve incluir a visualização dos ventrículos e 
átrios direito e esquerdo, das quatro valvas (tricúspide, mitral, 
semilunares pulmonar e aórtica), da íntima dos grandes vasos e a 
avaliação do miocárdio. Segue uma forma simplificada de abertura do 
coração: 
 
1. Faça um corte transversal na 
metade do coração, logo abaixo 
do depósito de gordura 
epicárdica (Fig. 36). 
 
 
 
 
 
 
36 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
34 
 
2. Observe a espessura do 
ventrículo esquerdo em 
relação à do direito e o 
aspecto do miocárdio. O 
ideal é que o ventrículo 
esquerdo tenha o dobro da 
espessura do ventrículo 
direito (Fig. 37). 
 
 
3. Insira a faca no ventrículo 
direito e corte em direção à veia 
cava. Examine a valva 
tricúspide. Com a tesoura, corte 
a valva em direção à artéria 
pulmonar. Observe a valva 
semilunar pulmonar (Fig. 38). 
 
 
4. Insira a faca no ventrículo esquerdo e corte em direção às veias 
pulmonares. Observe a valva mitral. Corte a valva mitral (Fig. 
39). 
 
5. Observe a íntima da aorta, o orifício das coronárias e a valva 
semilunar aórtica (Fig. 40). 
 
 
 
 
 
 
37 
40 39 
38 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
•Material rugoro e friável, com aspecto de couve-flor, recobrindo as valvas
cardíacas indica endocardite vegetativa. Essa lesão geralmente está associa
à infecção por Streptococcus suis ou Erysipelothrix rhusiophatiae. Nesses
casos, envie o coração com as valvas para exame bacteriológico;
•Em casos suspeitos de aborto associado ao PCV2, envie o coração do feto
para PCR.
Colheita de coração para exames bacteriológico e PCR 
•Colha um fragmento do miocárdio de 1 cm de espessura, que contenha 
ventrículos direito e esquerdo e septo ventricular (tracejado da Fig. 41).
Colheita de coração para exame histopatológico e imuno-histoquímico
41 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
36 
 
4° Passo: Exame e colheita de órgãos da cavidade 
abdominal 
 
Os órgãos examinados da cavidade abdominal são: baço, estômago, 
intestinos delgado e grosso, pâncreas, fígado, vesícula biliar, rins, 
adrenais, bexiga e aparelho reprodutor da fêmea (útero e ovários) e do 
macho (glândulas sexuais acessórias). Nesse conjunto, examine os 
testículos e epidídimos. 
 
Observe todos os órgãos da cavidade abdominal quanto à cor, posição e 
tamanho (Fig. 42). Examine primeiramente os órgãos in situ. Amostras 
para exames microbiológicos e PCR devem ser colhidas de forma 
asséptica e preferencialmente antes da remoção dos órgãos da 
cavidade. Amostras para exames histopatológico e imuno-histoquímico 
são colhidas após a remoção dos órgãos da cavidade abdominal. 
 
 
 
 
 
Examine o baço. O baço deve ser relativamente plano, macio, maleável 
e com as margens finas. 
42 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
37 
 
Remova o baço junto com o omento que está inserido na borda do 
estômago (Fig. 43), e examine o omento. 
 
 
 
 
Coloque o baço em uma superfície limpa e rígida (Fig, 44) e faça fatias 
para examinar o parênquima. A superfície de corte deve ser uniforme e 
com leve aspecto reticular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
•Colha assepticamente um fragmento de aproximadamente um terço do
órgão (Fig.45), preferencialmente antes de removê-lo da cavidade.
Colheita de baço para exames bacteriológico e PCR
43 
44 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A seguir examine o fígado in situ. O fígado deve ser vermelho-escuro 
(cor de vinho) (Fig. 46). A superfície capsular deve ser lisa e brilhante e 
a lobulação bem demarcada. Se o suíno foi sangrado, o fígado estará 
pálido (inset Fig. 46) e isso não deve ser confundido com anemia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
•Colha pelo menos duas fatias de 1 cm de espessura (Fig. 45). Evite colher 
fragmentos das extremidades do órgão. 
Colheita de baço para exames histopatológico e imuno-histoquímico
45 
46 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
39 
 
Apalpe delicadamente o fígado pela superfície capsular e procure por 
nódulos, áreas friáveis, cistos ou outras lesões. Com o fígado na 
cavidade abdominal, colha amostras para exames bacteriológico e PCR. 
Após, remova o fígado da cavidade abdominal, coloque-o sobre uma 
superfície limpa e rígida e faça diversos cortes para examinar a 
consistência e o aspecto do parênquima. 
 
A consistência do fígado dos suínos é mais firme que a das outras 
espécies, porque os lóbulos hepáticos são demarcados por tecido 
fibroso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Depois, abra a vesícula biliar e observe o conteúdo e a parede. 
Vesícula biliar distendida indica que o suíno estava sem se alimentar há 
várias horas. 
 
A seguir examine os intestinos in situ. Examine atentamente a serosa e 
observe as placas de Peyer do jejuno e íleo (Fig. 48) e os agregados 
•Colha assepticamente um fragmento de 10 x 10 cm ou maior, antes de
removê-lo da cavidade abdominal. Cuide para não perfurar a vesícula
biliar.
Colheita de fígado para exames bacteriológico e PCR
•Colha pelo menos duas fatias de 2 x 1 cm (Fig. 47). Evite colher amostras 
das bordas do órgão. 
Colheita de fígado para exames histopatológico e imuno-histoquímico
47 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
40 
 
linfóides do intestino grosso (Fig. 49). Apalpe o intestino grosso para 
verificar a consistência das fezes. 
 
 
 
Examine os linfonodos mesentéricos junto com os intestinos. Para 
isso, localize primeiramente o íleo, na sua inserção com o ceco (Fig. 53). 
 
 Em leitões jovens, os linfonodos da carcaça ficam inicialmente marrom-
escuros e depois alaranjados, devido à administração intramuscular de 
ferro dextrano (Fig. 50). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
•Colha assepticamente uma porção dos linfonodos, preferencialmente sem
remover o mesentério adjacente.
Colheita de linfondos mesentéricos para exames bacteriológico e PCR
48 49 
50 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
41 
 
 
 
Após o exame e colheita dos linfonodos mesentéricos, colha amostras 
das diferentes porções de intestino delgado e grosso para exames 
laboratoriais. 
 
 
 
 
 
 
•Colha um fragmento de linfonodo mesentérico de 2 cm de comprimento,
ligado ao mesentério adjacente.
Colheita de linfonodos mesentéricos para exames histopatológico e 
imuno-histoquímico
•Colha porções de alças intestinais com conteúdo. Para isso, amarre com
barbante segmentos de cerca de 10 ou 15 cm de comprimento, de
duodeno (próximo ao pâncreas), jejuno e íleo (Fig. 51);
•Amarre uma porção do ceco (na sua extremidade cega). Depois, amarre as
alças do cólon (não é necessário separar as alças do cólon);
•Depois que todos os segmentos de intestino estiverem amarrados, retire-
os da cavidade abdominal, embale-os separadamente, identifique e
conserve-os sob refrigeração até a chegada ao laboratório.
Colheita de intestinos para exames bacteriológico e PCR
51 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
42 
 
Após a colheita de amostras para exames microbiológicos e PCR, os 
intestinos podem ser removidos da cavidade abdominal como um 
monobloco. Para isso, corte o duodeno próximo ao piloro, a inserção do 
mesentério logo abaixo do rim e na porção final do reto (Fig. 52). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coloque o monobloco 
de intestinos (Fig.53) 
em uma superfície 
limpa para examinar a 
mucosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
53 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
43 
 
Examine a mucosa dos intestinos. 
Abra algumas porções do duodeno, 
jejuno e íleo e examine a mucosa e 
as placas de Peyer (Fig. 54). 
Examine a mucosa do ceco, cólon e 
reto. 
 
 
Para exames histopatológico e imuno-histoquímico pode-se colher 
amostras de intestinos de duas maneiras: 
 
1. Fragmentos em forma de cilindro: corte segmentos de 3 a 4 cm de 
comprimento na forma de um cilindro (Fig. 51). Depois, faça um 
corte de 0,5 cm com a tesoura em cada extremidade do cilindro 
para facilitar a penetração do formol. Para remover as fezes, 
segure o fragmento por uma das extremidadas com a pinça e 
mergulhe-o em um recipiente com água ou no próprio frasco 
com formol tamponado a 10%. Faça movimentos leves para que 
as fezes saiam. Certifique-se que as fezes foram removidas, caso 
contrário, haverá autólise que prejudicará o exame 
histopatológico. 
 
2. Fragmentos em forma de fita: corte segmentos de cerca de 5 cm 
de comprimento (Fig. 51) de várias porções do intestino. 
Remova as fezes da superfície da mucosa mergulhando o 
fragmento em água ou formol tamponado a 10%, fazendo 
movimentos delicados até que as fezes se desprendam. Não 
jogue água diretamente na mucosa e não raspe a mucosa para 
remover as fezes. 
 
54 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
44 
 
 
 
 
A seguir, remova o estômago da cavidade abdominal. Examine a 
mucosa do estômago. Para isso, abra o estômago pela curvatura maior 
(Fig. 55). A região das glândulas fúndicas é normalmente vermelho-
acastanhada (Fig. 56), em comparação com as outras regiões da 
mucosa, que são brancacentas. Após a morte, o avermelhamento das 
glândulas fúndicas fica mais acentuado, principalmente se o estômago 
estiver repleto de alimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Examine os rins. Remova os rins da cavidade abdominal (Fig. 57). Faça 
um corte longitudinal em um dos rins no lado oposto da pelve renal e 
examine a relação córtex:medular (Fig. 58). Retire a cápsula com o 
auxílio da pinça. O outro rim pode ser cortado transversalmente, para 
obter uma fatia com a pelve inteira para exame histopatológico 
(tracejado da direita da Fig. 58). Remova as adrenais (Fig. 57) que 
•Colha dois ou três segmentos de duodeno, de jejuno e de íleo;
•Colha um ou dois segmentos de ceco e de cólon espiral;
•Não aperte ou passe os dedos ou os instrumentos de necropsia na serosa
ou na mucosa para não danificar o epitélio;
•Os intestinos autolisam muito rápido. Colha as amostras imediatamente
após a eutanásia;
•Evite colher amostras de intestinos de suínos encontrados mortos;
•Remova as fezes antes de colocar os fragmentos no formol para evitar a
autólise.
Colheita de intestinos para exames histopatológico e imuno-
histoquímico
55 56 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
45 
 
estão localizadas próximo ao polo cranial de cada rim. Faça cortes 
transversais e examine a relação córtex:medular 
 
 
 
 
 
 
 
Examine a bexiga. Abra a bexiga e 
avalie a cor (Fig. 59) e o odor da urina. 
Examine a mucosa. A parede da bexiga é 
normalmente espessa quando está vazia 
e fina quando está distendida por urina. 
 
 
 
 
•Colha assepticamente um fragmento de cerca da metade do rim, cortado
transversalmente (Fig. 58).
Colheita de rim para exames bacteriológico e PCR
•Colha uma fatia transversal com a pelve, de 1 cm de largura (tracejado da
direita da Fig.58) ou uma porção da metade cortada logitudinalmente
(tracejado da esquerda da Fig. 58)
Colheita de rim para exames histopatológico e imuno-histoquímico
57 58 
59 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
46 
 
Examine o sistema reprodutor 
da fêmea (Fig. 60). Remova o 
útero da cavidade abdominal e 
abra os cornos uterinos. Em 
fêmeas reprodutoras, examine 
os ovários e avalie se há corpos 
lúteos. Fêmeas ciclando 
apresentam corpos lúteos. Fêmeas pré-púberes, consideradas não 
cíclicas, apresentam apenas folículos em diversos estágios de 
desenvolvimento e ausência de corpos lúteos. 
 
 
Se o útero estiver gravídico, examine-o juntamente com a placenta e as 
outras membranas fetais (Fig.61). Retire os fetos e examine-os. Avalie 
se os fetos estão bem formados (Fig. 62) ou se há fetos mumificados 
(Fig. 63). Envie alguns fetos e mumificados inteiros sob refrigeração 
para o laboratório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
61 
62 
61 
63 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
47 
 
Examine o sistema reprodutor do macho (testículos e glândulas 
sexuais acessórias). As glândulas sexuais acessórias (vesículas 
seminais, glândulas bulbouretrais e próstata) são removidas junto com 
a bexiga. Nesse momento, remova os testículos e epidídimos do saco 
escrotal e seccione-os longitudinalmente para observar o parênquima 
(Fig. 64). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
48 
 
5° Passo: Exame e colheita do sistema nervoso central 
(encéfalo e medula espinhal) 
 
O exame do sistema nervoso central inclui o exame do encéfalo e da 
medula espinhal. A remoção do sistema nervoso central é laboriosa, 
mas é essencial em casos que cursam com sinais clínicos neurológicos. 
Em casos de morte súbita, o exame do encéfalo pode ser importante 
para a determinação do diagnóstico definitivo, especialmente quando 
não são observadas lesões macroscópicas nos demais órgãos que 
justifiquem a causa da morte. Em muitos casos, o exame macroscópico 
pode direcionar para a provável causa da morte, mesmo que não seja 
possível colher amostras para exames laboratoriais devido à autólise. 
 
Para remover o encéfalo, desarticule a cabeça do pescoço, acessando 
ventralmente a articulação atlanto-occipital e seccione a medula 
espinhal cervical (Fig. 65). 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
49 
 
Disseque a pele e remova e os músculos da cabeça. Para segurar a 
cabeça mais facilmente, mantenha a pele que recobre o focinho (Fig. 
66). A seguir, serre ou corte os ossos da cavidade craniana, com o 
auxílio da serra, machado ou alicate de corte, seguindo os três 
tracejados da Fig. 66. Corte o osso occipital seguindo os dois tracejados 
da Fig. 67. 
 
 
 
Após o corte das linhas demarcadas, force a calota craniana para trás e 
exponha o encéfalo envolto pela dura-máter (Fig. 68). 
 
 
 
 
66 67 
68 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
50 
 
A seguir, corte a dura-máter com a 
tesoura para observar a superfície do 
encéfalo recoberta pelas 
leptomeninges (Fig. 69). Certifique-se 
que cortou o tentório do cerebelo 
(porção da dura-máter que fica entre 
o encéfalo e o cerebelo). Se não cortar 
o tentório do cerebelo, quando for 
remover o encéfalo, o cerebelo será 
separado do restante do encéfalo. 
 
Examine as leptomeninges, que devem ser transparentes a olho nu 
(Fig. 69). Nesse momento, colha amostras com suabe estéril para exame 
bacteriológico. 
 
 
 
 
Após o exame das leptomeninges da porção superior do encéfalo, 
proceda a remoção do encéfalo. Para isso, dependendo do tamanho do 
suíno, pode-se fazer a remoção do encéfalo de duas maneiras: 
 
 Em leitões de poucas semanas de idade, pode-se retirar o 
encéfalo da cavidade craniana invertendo a posição da cabeça 
para baixo, de forma que o encéfalo fique pendurado apenas pelo 
bulbo olfatório e pelos nervos cranianos. Depois, com uma das 
mãos, segure o crânio invertido e corte com a tesoura as 
•Em casos suspeitos de meningite, antes de remover o encéfalo do crânio,
passe o suabe nas leptomeninges entre os hemisférios cerebrais;•Como o exsudato tende a se acumular em maior quantidade na porção
ventral do encéfalo, recomenda-se passar outro suabe na base do encéfalo
(tronco encefálico) ou entre o cerebelo e a ponte (na altura do IV
ventrículo), pois as chances de isolar a bactéria do exsudato são maiores.
Colheita de fibrina ou exsudato das leptomeninges com suabe para
exames bacteriológico e PCR
69 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
51 
 
inserções dos nervos cranianos no assoalho da cavidade e do 
bulbo olfatório, cranioventralmente ao lobo frontal. Dessa forma, 
o encéfalo cairá cuidadosamente sobre a palma da mão. Nesse 
momento, examine a face ventral do encéfalo. 
 
 Em leitões maiores, coloque a cabeça de lado sobre uma 
superfície limpa e seccione as inserções dos nervos cranianos e 
do bulbo olfatório. Enquanto isso coloque a outra mão próxima 
ao encéfalo para segurá-lo. 
 
Quando o encéfalo estiver fora da cavidade craniana, identifique as três 
grandes áreas anatômicas: telencéfalo ou hemisférios cerebrais (H), 
cerebelo (C) e tronco encefálico (T) (Fig. 70). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
•Coloque o encéfalo em uma superfície limpa e corte-o longitudinalmente
(entre os hemisférios cerebrais) (tracejado da Fig. 71) separando-o em
duas metades. Envie uma das metades (Fig. 72) sob refrigeração.
Colheita de encéfalo para exames bacteriológico, virológico e PCR
70 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
52 
 
 
 
 
 
 
 Com o encéfalo fora do crânio, é possível observar a localização do par 
de gânglios do nervo trigêmeo (T ou GT) ou de Gasser no assoalho da 
cavidade craniana, de cada lado da hipófise (H) (Fig. 73). 
 
 
A colheita do monobloco do gânglio do nervo trigêmeo + rete mirabile 
carotídea + hipófise (Fig. 74) pode ser feita com o bisturi ou com a 
ponta da faca. No aspecto ventral do monobloco pode-se observar a rete 
mirabile carotídea (R) (Fig. 75). 
 
 
 
 
 
•Se for possível, envie o encéfalo inteiro (Fig. 70) para exame
histopatológico em formol tamponado a 10%. Respeite a proporção de
uma parte de tecido para 10 ou mais partes de formol e o encéfalo inteiro
fixará adequadamente;
•Se não for possível enviar o encéfalo inteiro, corte-o longitudinalmente
(entre os hemisférios cerebrais) separando-o em duas metades. Envie uma
metades (Fig. 72) em formol tamponado a 10%;
•Evite fazer múltiplos cortes no encéfalo. Isso prejudica a identificação das
estruturas pelo patologista;
•Evite manipular o encéfalo excessivamente para não produzir artefatos
que interferem no exame histopatológico.
Colheita de encéfalo para exame histopatológico
71 72 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O gânglio do nervo trigêmeo é o local de latência do vírus da doença de 
Aujezky. 
 
O 5º passo da necropsia também inclui a remoção da medula espinhal. 
Para isso é necessário acessar o canal vertebral. Inicialmente, para 
facilitar o acesso, remova os músculos que circundam a porção dorsal 
da coluna vertebral. 
 
Após a remoção dos músculos adjacentes à coluna vertebral deve-se 
cortar a porção dorsal das vértebras para visualizar a medula espinhal. 
Para isso, corte (com machado ou alicate de corte) ou serre a parte 
•Envie um gânglio sob refrigeração.
Colheita de gânglio do nervo trigêmeo para exame virológico
•Envie um gânglio ligado à hipófise em formol tamponado a 10%.
Colheita de gânglio do nervo trigêmeo para exame histopatológico
73 
74 
75 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
54 
 
dorsal das vértebras para expor a medula espinhal recoberta pela durá-
máter. 
 
A seguir, seccione com a tesoura as raízes dos nervos cranianos para 
remover a medula espinhal, recoberta pela dura-máter, da coluna 
vertebral. Evite manipular excessivamente a medula espinhal para não 
produzir artefatos que interferem no exame histopatológico. 
 
 
 
•Se possível, envie a medula espinhal inteira e envolta pela dura-máter em
formol tamponado a 10%;
•Se não for possível enviá-la inteira, identifique os segmentos (cervical,
torácico, lombar e lombossacral) enviados para exame laboratorial. Para
isso, coloque cada segmento em um frasco separado e identifique.
Colheita de medula espinhal para exame histopatológico
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
55 
 
6° Passo: Exame e colheita de músculos e ossos 
 
Ainda na cabeça, após a remoção do encéfalo, examine os cornetos 
nasais. Para isso, trace uma linha imaginária ligando as comissuras 
labiais e serre o nariz (tracejado da Fig. 76). Os cornetos devem ser 
simétricos e não devem conter secreções. O septo nasal não deve ter 
desvios (Fig. 77). 
 
 
 
 
 
Antes de descartar a cabeça é possível examinar o músculo masseter. 
Faça uma fatia superficial e outra mais profunda no músculo masseter 
de cada lado e examine o aspecto da superfície de corte. 
 
 
 
•Serre uma fatia de aproximadamente 1 cm de espessura e coloque-a em
formol tamponado a 10%. Avise o laboratório que está enviando os ossos
do nariz com os cornetos. Nesses casos, será necessário descalcificar o osso
no laboratório.
•Outra maneira é colocar a tesoura dentro do nariz serrado, cortar um
fragmento de corneto e retirá-lo do nariz com a pinça. Como o espaço para
cortar os cornetos com a tesoura é estreito, cuide para não esmagá-lo e
prejudicar o exame histopatológico.
Colheita de cornetos nasais para exame histopatológico
76 77 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
56 
 
Examine as grandes massas musculares. Faça cortes nas grandes 
massas musculares da região lombar e pélvica e examine a superfície de 
corte. Músculos pálidos, com aspecto de carne cozida, pode ser uma 
alteração post mortem. 
 
 
 
 
Examine os ossos e a medula óssea. O exame dos ossos geralmente é 
realizado no momento em que o plastrão está sendo removido. Durante 
o corte das costelas é possível verificar a consistência do osso e a cor da 
medula óssea. Separe uma costela e force para quebrá-la. A costela não 
deve sofrer deformação. A medula óssea deve ser vermelha. 
 
 
 
Examine a coluna vertebral. Após a remoção da medula espinhal, 
serre a coluna vertebral longitudinalmente e examine as vértebras e os 
discos intervertebrais. 
 
•Se a necropsia foi realizada imediatamente após a morte e forem
observadas contrações musculares na carcaça (cotrações involuntárias post
mortem), corte fatias de músculos de 1 a 1,5 cm de espessura e deixe-as
por cerca de 5 a 10 minutos repousando sobre uma superfície limpa e
plana, em temperatura ambiente, antes de colocar em formol tamponado
a 10%. Isso evita que o músculo fixe contraído e interfira na interpretação
do exame histopatológico.
Colheita de músculos para exame histopatológico
•Corte um fragmento de costela da epífise, de cerca de 4 cm de
comprimento e coloque-o em formol tamponado a 10%;
•Corte outro fragmento de costela da epífise e remova parte do osso para
expor a medula óssea. Isso facilita a penetração do formol na medula
óssea.
Colheita de ossos e medula óssea para exame histopatológico
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
57 
 
Após o término da necropsia e da coleta das amostras para exames 
laboratoriais, remova a carcaça e os restos de órgãos do local e elimine-
os corretamente (enterre ou incinere). O local da necropsia, assim 
como os instrumentos de necropsia deverão ser limpos e desinfetados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
58 
 
 
O laudo de necropsia consiste na descrição das lesões macroscópicas. 
Para isso, ainda na granja, pode-se utilizar uma checklist para descrever 
as alterações observadas em cadaórgão, assim como anotar as 
amostras que foram coletadas. 
 
O hábito de fotografar as lesões de necropsia também auxilia na 
descrição, principalmente quando várias necropsias são realizadas no 
mesmo dia. 
 
O uso de uma checklist é útil para lembrar todos os detalhes observados 
na necropsia. Se o laboratório tiver uma ficha específica, preencha todas 
as informações solicitadas, assim como os exames laboratoriais 
necessários para o diagnóstico. Quando preencher a ficha do 
laboratório, inclua o histórico clínico completo, as suspeitas clínicas, a 
descrição das lesões macroscópicas e os possíveis diagnósticos 
diferenciais. 
 
No laudo de necropsia deve constar: 
1. Identificação: idade estimada, sexo, fase de produção, número de 
suínos necropsiados etc; 
 
2. Condição corporal (ótima, boa, ruim, caquético); 
 
3. Grau de autólise (leve, moderada, acentuada); 
 
4. Descrição dos achados externos (incluindo cor das mucosas); 
 
5. Descrição das alterações internas. Descreva primeiro as alterações 
mais importantes (lesões), que são aqueles que causaram a morte 
5º
• Escrever o laudo de necropsia
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
59 
 
ou a razão para a eutanásia. Depois descreva as alterações menos 
importantes (consideradas como lesões de pouco significado ou 
incidentais) e que não estão correlacionadas diretamente com a 
morte ou razão para eutanásia. Para mais informações, consulte o 
artigo aceito para publicação intitulado “Nem tudo que parece ser, 
é lesão: aspectos anatômicos, não lesões, artefatos, lesões de pouco 
significado clínico e alterações post mortem encontrados na 
necropsia de suínos domésticos e selvagens (Sus scrofa)”, Raquel R. 
Rech et al., que encontra-se anexado neste manual. 
 
Sempre faça a descrição da lesão e se estiver certo da 
interpretação macroscópica da lesão, coloque-a entre parênteses 
após a descrição. Ex: a gordura epicárdica estava substituída por 
material gelatinoso (interpretado como atrofia serosa da 
gordura); 
 
6. Observações: acrescente qualquer informação que achar 
pertinente para auxiliar no diagnóstico laboratorial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
60 
 
DESCRIÇÃO DAS LESÕES MACROSCÓPICAS 
 
A necropsia fornece informações importantes para comprovar o 
diagnóstico clínico ou ampliar a lista de diagnósticos diferenciais. A 
necropsia só é completa quando se descreve detalhadamente as 
alterações macroscópicas para auxiliar o pessoal do laboratório na 
interpretação dos resultados. Portanto, a necropsia não consiste apenas 
na coleta de amostras para o laboratório. 
 
A descrição macroscópica deve incluir todos os achados e lesões 
observados na necropsia. Os achados de necropsia são alterações 
menos importantes e/ou que não estão relacionadas com a causa da 
morte ou razão para a eutanásia. Já as lesões são aquelas relacionadas 
aos sinais clínicos ou à causa da morte do suíno. 
 
Se nenhuma lesão macroscópica for observada em um determinado 
órgão, deve-se informar “sem alterações macroscópicas”. Se não houver 
lesões no estômago e intestinos, deve-se descrever se existe conteúdo 
gástrico (ingesta) ou intestinal (digesta ou fezes), bem como o volume e 
o aspecto do conteúdo. No caso do útero, deve-se informar se estava 
gravídico, o número de fetos, a aparência dos fetos (viáveis, 
mumificados etc) e a idade gestacional estimada. 
 
A descrição das lesões macroscópicas utilizada neste manual é baseada 
na metodologia aplicada pelo Prof. Claudio Barros, professor de 
Patologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria. Essa 
metodologia utiliza 6 critérios para descrever as lesões: 
 
 
 
 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
61 
 
1. Localização 
2. Distribuição 
3. Cor 
4. Tamanho 
5. Forma 
6. Consistência 
 
Cada lesão deve ser descrita seguindo os 6 critérios: 
1. Localização: é o local onde está a lesão, que pode ser uma 
estrutura anatômica, um órgão, uma cavidade corporal. Ex. 
cavidade abdominal, saco pericárdico, lobo cardíaco direito do 
pulmão, córtex renal, pele, leptomeninges etc. 
 
2. Distribuição: usam-se alguns termos específicos para descrever 
a distribuição das lesões macroscópicas: 
 
a. Lesão focal é aquela que abrange apenas uma área de 
determinado órgão ou estrutura anatômica; 
b. Lesão multifocal é aquela que ocorre em mais de uma 
área em um determinado órgão ou estrutura anatômica; 
c. Lesão multifocal ou coalescente é aquela em que alguns 
focos da lesão estão unidos (coalescente); 
d. Lesão difusa é aquela que acomete todo o orgão ou 
estrutura anatômica. 
 
 
 
 
 
Focal Multifocal Multifocal ou 
coalescente 
 
Difusa 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
62 
 
3. Cor: as cores frequentemente observadas na necropsia podem 
ser relacionadas com determinados processos patogênicos e 
auxiliam o médico veterinário no entendimento do processo que 
desenvolveu a lesão. As cores observadas na necropsia são: 
 
 
 
 
 
 
 
•observado principalmente em processos que envolvem problemas
circulatórios.
•Ex.: congestão (Fig. 78, torção de mesentério que inicialmente causa
congestão dos vasos sanguíneos do mesentério, culminando em perda do
fluxo sanguíneo e necrose).
•Ex. hemorragia (Fig. 79, Pneumonia necro-hemorrágica causada por
Actinobacillus pleuropneumoniae).
Vermelho
•observado frequentemente em processos inflamatórios agudos,
principalmente os que cursam com exsudação de fibrina. Na doença de
Glässer ocorre polisserosite (Fig. 80), poliartrite e meningite fibrinosas,
causada por Haemophilus parasuis.
•doenças que cursam com desordens do pigmento bilirrubina também
conferem cor amarela (icterícia) aos órgãos, geralmente associada à
doenças hemolíticas ou hepáticas.
Amarelo
78 79 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
63 
 
 
 
 
 
•mucosas oculares brancas ou pálidas indica anemia. Quando áreas brancas
são vistas em um órgão, corresponde a perda do fluxo sanguíneo daquela
área e indica infarto;
•a cor branca também é associada a processos inflamatórios crônicos, por
exemplo, fibrose (Fig. 81, aderências fibrosas entre as pleuras visceral e
parietal, correspondendo à pleurite fibrosante). Na fase aguda da
inflamação, a fibrina (amarela) mais tarde é substituída por fibrose (branca)
e indica lesão crônica;
•Músculos brancos pode indicar necrose;
•Músculos pálidos, com aspecto de carne cozida, pode ser uma alteração
post mortem;
Branco
80 
81 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
64 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
•a cor preta das fezes de suínos pode estar associada à úlceras gástricas (Fig.
82). Nesses casos, o sangue da mucosa ulcerada sofre digestão e torna-se
preto. Fezes pretas (Fig. 83) indicam presença de sangue digerido (melena)
e é um sinal importante que indicae úlcera gástrica;
•a cor preta também pode estar associada à pseudomelanose que é uma
alteração post mortem. A pseudomelanose é vista como áreas enegrecidas,
acinzentadas, esverdeadas ou azuladas, causadas pela decomposição do
sangue pela ação de bactérias, com formação de sulfeto de hidrogênio.
Pode ser observada na parede do abdômen e na superfície de órgãos que
ficam em contato com o intestino, como o fígado, baço e rim (Fig. 84).
Preto
•é vista nos estágios avançados de autólise (Fig. 85). A proliferação de
bactérias post mortem produz pigmento verde que tinge, principalmente, a
pele do abdômen. Os órgãos em contato com a vesícula biliar também
ficam tingidos de verde após a morte. Isso ocorre porque o epitélio da
vesícula biliar autolisa muito rápido e causa impregnação do pigmento
biliar nos tecidos vizinhos.
Verde
82 83 
84 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exameslaboratoriais 
 
65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
•o conteúdo de cistos é translúcido (Fig. 86, cistos renais). O edema é
translúcido (Fig. 87, edema no mesocólon).
Translúcido
•é observada nos linfonodos de leitões após a administração intramuscular
de ferro. Logo após a administração do ferro, os linfonodos ficam marrom-
escuros e mais tarde ficam laranja (Fig. 88). O pigmento férrico é filtrado
pelos linfonodos de toda a carcaça. Não confundir com hemorragia.
Laranja
85 
86 87 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Tamanho: as alterações de tamanho (aumento ou diminuição) 
dos órgãos, assim como o volume de líquidos cavitários devem 
ser descritos baseados em 3 categorias: leve, moderada e 
acentuada. Por exemplo, na circovirose (PCV2), os linfonodos 
mesentéricos podem estar acentuadamente aumentados de 
volume (Fig. 89). Ainda, é possível descrever o aumento de 
tamanho dos órgãos utilizando medidas exponenciais. Por 
exemplo, os linfonodos mesentéricos estão o triplo do tamanho 
normal. O tamanho das lesões pode ser medido utilizando-se 
uma régua ou o palmo da mão ou do polegar como referência. 
 
 
 
 
 
 
88 
89 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
67 
 
5. Forma: quanto à forma, as lesões podem ser descritas como 
deprimidas, elevadas, geométricas, lineares, circulares etc. 
Endocardite vegetante produz lesões elevadas nas valvas 
cardíacas (Fig. 90). Lesões geométricas são observadas na 
erisipela (Fig. 91). Úlceras gástricas são lesões deprimidas (Fig. 
92) 
 
 
 
 
 
 
 
6. Consistência: a consistência das lesões pode ser classificada de 
três formas: 
a. Macia: consistência do 
lobo da orelha. A maioria 
das lesões tem 
consistência macia. Ex. 
abscessos (Fig. 93). 
Cortesia Noah´s Arkive 90 91 
92 
93 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
68 
 
Nessa classificação também estão incluídas as lesões 
friáveis (que desmancham ao toque). 
 
b. Firme: consistência da ponta do nariz. Inflamações no 
pulmão geralmente são firmes, pois os espaços aéreos são 
preenchidos por células inflamatórias que conferem 
consitência firme ao parênquima (Fig. 94, 
broncopneumonia cranioventral associada ao 
Mycoplasma hyopneumoniae). 
 
 
 
 
 
 
 
 
c. Dura: consistência da testa. Em suínos, lesões duras 
podem estar associadas à calcificação de tecidos 
necróticos, como na infecção por micobactérias (Fig. 95). 
Nesses casos, a consistência ao corte da faca é semalhante 
à de grãos de areia. 
 
 
 
 
 
 
Cortesia Dr. Nuno Santos 
94 
95 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
69 
 
A seguir um exemplo de descrição macroscópica (Figs. 96 e 97): 
 
 
 
 
 
 
 
 
96 
97 
 Necropsia de suínos e coleta de amostras para exames laboratoriais 
 
70 
 
Pulmão: múltiplos lóbulos vermelho-escuros, firmes e deprimidos, 
distribuídos pelos lobos cranial (principalmente), cardíado e 
diafragmático esquerdos. Na superfície de corte há brônquios com 
secreção mucopurulenta. 
 
Diagnóstico morfológico: pneumonia broncointersticial cranioventral 
multifocal ou coalescente moderada 
 
Suspeita macroscópica: pneumonia pelo vírus influenza A 
 
Diagnósticos complementares/diferenciais: investigar pneumonia por 
Mycoplasma hyopneumoniae e bactérias piogênicas secundárias 
 
Para mais informações, consultar o artigo intitulado “Orientações para o 
diagnóstico de influenza em suínos”, Schaefer et al. publicado na revista 
Pesquisa Veterinária Brasileira, 33(1):61-73, 2013, que encontra-se 
anexado neste manual.

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