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Aferição de Pressão Arterial

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4° período Medicina 
Propedêutica
Pressão Arterial 
Introdução 
• A PA consiste na força do sangue contra as paredes 
das artérias. Ela é determinada por uma relação entre o 
Débito Cardíaco e a Resistência Vascular Periférica 
(PA=DCxRVP) e é essencial para a adequada perfusão 
dos tecidos. A pressão sistólica (PAS) é a estimativa da 
pressão na aorta no momento da sístole cardíaca 
(maior pressão no ciclo) e a diastólica (PAD) refere-se à 
pressão na mesma artéria durante a diástole (menor 
pressão). Usualmente, a pressão arterial média (PAM) é 
usada como parâmetro hemodinâmico, sobretudo na 
avaliação de pacientes graves em terapia intensiva, e 
seu valor é uma média ponderada da PAS e PAD: PAM 
= (PAS + 2 PAD)/3. 
• A PAS sofre influência direta do DC e seus valores 
estão mais relacionados às alterações na volemia e 
contratilidade cardíaca. No caso da PAD, como é 
dependente da RVP, seus valores se alteram quando há 
mudanças na resistência arteriolar (vasoconstrição ou 
vasodilatação). O controle adequado da PA é essencial 
para garantir perfusão tecidual suficiente e também 
evitar lesões de órgão-alvo relacionadas à hipertensão. 
Semiotécnica 
• Preparação do paciente 
• Diversos fatores podem alterar a PA e para garantir 
que a medição realizada no consultório de fato 
representa a PA usual daquele paciente é necessário 
controlar fatores externos. Nesse sentido, recomenda-
se que o paciente esteja nas seguintes condições: 
- Procedimento explicado; 
- Ambiente calmo; 
- Repouso de pelo menos 5 minutos; 
- Bexiga vazia; 
- Não falar ou usar celular durante medição; 
- Não ter ingerido álcool ou cafeína; 
- Não ter feito alimentação copiosa; 
- Não ter usado estimulantes ou medicações que 
possam alterar a PA; 
- Não tenham usado tabaco nos últimos 30 minutos; 
- Não tenham realizado atividades físicas nos últimos 60 
minutos. 
• Posicionamento do paciente 
• Preferencialmente sentado, com as pernas 
descruzadas, braço relaxado na altura do coração, 
palma da mão voltada para cima, roupas largas, dorso 
recostado na cadeira e pés apoiados no chão. 
• Equipamento 
• O equipamentos utilizados são o esfigmomanômetro 
e o estetoscópio. No caso do esfigmomanômetro, 
deve-se escolher manguito adequado para o paciente. 
O manguito deve cobrir pelo menos 40% da 
circunferência do braço e pelo menos 80% do 
comprimento. Manguitos maiores que o tamanho do 
braço subestimam a PA e menores do que o braço 
superestimam (tenha atenção especial em pacientes 
obesos. Estes tem a maior probabilidade de serem 
hipertensos mas na prática muitas vezes aumentos 
pequenos dos valores pressóricos podem estar 
falseados por um manguito de tamanho menor que o 
necessário para a anatomia do doente em questão). 
• Aferição da PA 
• Deve-se posicionar o manguito 2-3 cm acima da 
fossa cubital. Inicialmente estima-se a PAS pelo método 
palpatório, que consiste na palpação do pulso radial 
durante a insuflação do manguito de 10 em 10 mmHg. A 
pressão sistólica estimada (PSE) correspondente ao 
momento de desaparecimento do pulso. Nesta hora, 
deve-se insuflar um pouco mais o manguito (cerca de 
20-30mmHg) para então dar início ao método 
auscultatório. No método auscultatório, deve-se 
primeiramente localizar o pulso braquial por meio da 
palpação em região medial ao tendão do bíceps e 
colocar o estetoscópio nessa localização. Insufla-se o 
manguito até 30 mmHg acima da PSE pelo método 
palpatório e desinsufla-se lentamente (2 mmHg a cada 
batimento cardíaco) até o primeiro ruído auscultado (1º 
ruído de Korotkoff), que corresponde à PAS. Deve-se 
continuar a desinsuflação até o 5º ruído de Korotkoff, 
que é o desaparecimento do som e corresponde à 
PAD. É importante auscultar até o fim da desinsuflação 
para confirmar o desaparecimento completo dos sons. 
• Principais Erros 
- Deve-se dar a devida atenção à fase de preparo dos 
pacientes – sobretudo em provas práticas, a posição 
das pernas é motivo de muitos erros; 
- Importante sempre realizar método palpatório antes 
do auscultatório para se proteger do gap ou hiato 
auscultatório (explicação adiante); 
- A medição de PA não deve ser feita por cima da 
roupa do paciente ou com parte da vestimenta 
comprimindo o braço. Em pacientes com roupas 
compridas ou apertadas, o ideal é pedir que retirem a 
peça; 
- Durante o posicionamento do esfigmomanômetro, o 
ponto médio do manguito (parte insuflável) deve estar 
exatamente em cima do pulso braquial – muitas vezes 
marcações dos aparelhos estão incorretas. 
Achados e Correlações Clínicas 
• Ruídos de Korotkoff 
- Fase 1: primeira aparição dos ruídos, de forma clara e 
repetitiva, alto timbre (corresponde à PAS); 
- Fase 2: ruídos mais leves e longos (murmúrio 
intermitente); 
- Fase 3: ruídos tornam-se novamente firmes e alto; 
- Fase 4: ruídos abafados, pouco distintos e leves; 
- Fase 5: última ausculta dos ruídos, que desaparecem 
(corresponde à PAD). 
• OBS.: Hiato auscultatório – desaparecimento do 2º e 
3º ruídos, geralmente em pacientes idosos com artérias 
mais calcificadas. Pode subestimar a PAS, portanto é 
importante dar valor ao 1º ruído além de realizar o 
método palpatório para ter uma medição correta da 
PAS. 
 
• Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) 
• O diagnóstico de HAS segundo critérios da Sociedade 
Brasileira de Cardiologia deve-se ser feito por meio de 
duas medições de PA em consultório em ocasiões 
diferentes com valores de PAS ≥ 140 ou PAD ≥ 90. 
Pacientes são estratificados em estágios de acordo com 
os níveis tensionais: 
- Pré hipertensão – PAS 121 a 139 ou PAD 81 a 89; 
- Hipertensão estágio 1 – PAS 140 a 159 ou PAD 90 a 
99; 
- Hipertensão estágio 2 – PAS 160 a 179 ou PAD 100 a 
109; 
- Hipertensão estágio 3 – PAS ≥ 180 ou PAD ≥ 110. 
• OBS.: Hipertensão do Jaleco Branco – paciente possui 
PA falsamente elevada durante medições no consultório 
por conta de ansiedade e aumento do tônus simpático 
relacionado à presença do profissional de saúde. Nesses 
casos, recomenda-se Monitorização Ambulatorial de 
Pressão Arterial (MAPA) ou Monitorização Residencial 
de Pressão Arterial (MRPA). 
• Pressão Diferencial ou Pressão de Pulso 
• É a diferença entre PAS e PAD e seu valor normal 
corresponde a 30 a 60 mmHg. 
• PA convergente: < 30 mmHg. 
- Causas: hipovolemia, estenose aórtica, derrame 
pericárdico, pericardite constritiva, insuficiência cardíaca 
grave e choque pelo Dengue. 
• PA divergente: > 60 mmHg. 
- Causas: síndromes hipercinéticas (hipertireoidismo, 
fístula arteriovenosa, insuficiência aórtica) e fibrose senil 
dos grandes vasos. 
• Hipotensão Postural ou Ortostática 
• Redução maior do que 20 mmHg na PAS ou 10 
mmHg na PAD em pacientes que passam da posição 
supina para a ortostática após 3 a 5 minutos. 
- Principais causas são disautonomia (diabetes, Parkinson 
e Síndromes demenciais) e hipovolemia (desidratação, 
uso de anti-hipertensivos). 
 
 
 
Caso Clínico 
• D.L.O.A., sexo feminino, 40 anos, vai a consulta médica 
com desejo de medir sua pressão arterial (PA), pois 
acha que pode estar com hipertensão. Segundo ela, sua 
PA costumava ser 120x80, no entanto resolveu medir 
numa farmácia na semana anterior e o valor foi de 
150x90. Relata que ficou muito ansiosa com a 
possibilidade de ter que tomar remédios para o resto 
da vida e que por isso está fumando mais do que o 
normal (último cigarro logo antes de entrar no 
consultório). Ao exame, bom estado geral, 
normocorada, hidratada, taquicárdica (105 bpm) e PA 
146x92 mmHg no braço esquerdo em posição sentada. 
Os dados apresentados são suficientes para o 
diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica nessa 
paciente? Quais seriam as orientações iniciais para ela? 
• Diversos fatores podem falsear a PA durante o 
exame físico. Apesar de duas medições em consultório 
em ocasiões diferentes com valores de PAS ≥ 140 ou 
PAD ≥ 90 serem suficientes para diagnosticar HAS, 
essas devem ser feitas de maneiraadequada e a 
hipótese de Hipertensão do Jaleco Branco deve ser 
sempre pensada. Nesse caso, a paciente usou tabaco 
logo antes da consulta, o que pode falsear sua PA, e 
está bastante ansiosa com o diagnóstico, podendo 
indicar hipertensão do jaleco branco. Nesse caso, o 
melhor seria tranquilizá-la e utilizar métodos com MAPA 
e MRPA para fazer o diagnóstico correto.

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