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Prévia do material em texto

Métodos de Pesquisa 
em História
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr.Vanderlei Elias Nery
Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
O trabalho com diferentes métodos de pesquisa
5
• Introdução
• História Oral
• Questionários
• Textos escritos
• Obras de arte
• Teoria geral das representações
 · Discutir o trabalho com diferentes métodos de pesquisa. 
 · Destacaremos a História Oral como método e fonte de trabalho na pesquisa 
histórica, a produção de questionários, o trabalho com textos escritos e com 
imagens (obras de arte).
Nesta Unidade, analisaremos O trabalho com diferentes métodos de pesquisa, discutindo 
a História Oral, a elaboração de questionários, a análise de textos escritos e das obras de arte.
Faremos também algumas indicações de leitura interessantes para que você compreenda 
melhor o que procuramos apresentar no texto. Não deixe de fazer essas leituras. Certamente 
você irá achá-las bem interessantes!
Nesta Unidade: O trabalho com diferentes métodos de pesquisa, você deve estar atento: a 
História Oral como método e fonte de pesquisa, a importância da elaboração de questionários 
para a realização das entrevistas, a análise de textos escritos e a utilização das obras de arte 
como fonte histórica.
É importante, também, que você participe dos fóruns propostos e se prepare para as 
avaliações planejadas. 
Nesta Unidade, haverá um fórum de discussão e três questões de múltipla escolha na 
Atividade de Sistematização. Ao realizá-las, você poderá avaliar seus conhecimentos e se 
preparar para a avaliação presencial que ocorrerá no final do semestre.
O trabalho com diferentes métodos 
de pesquisa
6
Unidade: O trabalho com diferentes métodos de pesquisa
Contextualização
Iniciamos os estudos relativos à Disciplina Metodologia da Pesquisa em História, na Unidade 
6, tratando do tema O trabalho com diferentes métodos de pesquisa.
Esta Unidade está subdividida em 4 itens:
1 História Oral
2 Questionários
3 Textos escritos
4 Obras de arte
Buscamos explicitar os vários métodos de trabalho com fontes.
Analisaremos a importância da História Oral como método e fonte de trabalho para a 
pesquisa histórica. 
Detalharemos, também, a produção e o trabalho com questionários, com os textos escritos 
e com as imagens (obras de arte).
7
Introdução
Nesta Unidade, estudaremos a importância do trabalho do historiador com diferentes 
métodos de pesquisa e fontes. Estudaremos a História Oral como método e fonte de pesquisa, 
assim como a importância dos questionários, dos textos escritos e das obras de arte para o 
pesquisador da área de história.
História Oral
No início do século XX, os historiadores ligados à chamada Escola dos Annales, fizeram a 
crítica da história positivista, que aceitava apenas os documentos oficiais como fonte histórica. 
A partir daí, praticamente toda a produção humana passou a ser aceita como documento 
para a pesquisa histórica. No final desse século avançaram as discussões em relação à utilização 
da História Oral como fonte histórica; porém, como demonstra José Carlos Sebe Bom Meihy, 
“seus termos não” estão
[...] suficientemente estabelecidos. Nesta linha, um dos desafios que 
se apresentam aos historiadores oralistas reside na especificação 
dos conceitos. Afinal, a que se refere quando evocamos a História 
Oral? Para responder a esta questão faz-se importante, primeiro 
contemplar a História Oral em seus fundamentos históricos para, 
depois, (re)conceituá-la, extraindo-a da aventura diletante 
(MEIHY, 1994, p.52).
O historiador que utiliza a oralidade como fonte de pesquisa deve fazer a devida distinção 
“das formas amadorísticas de captação de entrevistas”, pois ele deve estabelecer uma clara 
“distinção entre História Oral e Oralidade”.
Essas distinções são fundamentais, pois, “Ainda que elementar para os iniciados, a 
consciência de que a palavra oral obedece a um código – o da fala – que ao se transformar em 
documento fatalmente exige a passagem para outro estado – a escrita – não é muitas vezes 
assumida” (MEIHY, 1994, p.52).
A História Oral é considerada metodologia, técnica e 
disciplina.
8
Unidade: O trabalho com diferentes métodos de pesquisa
Para o autor, a História Oral não deve ser confundida com simples gravações de entrevistas, 
pois “implica a elaboração do testemunho e, em outra etapa, a sua análise. O primeiro estágio 
implica objetividade, o segundo admite graduações dependendo mais de quem interpreta” 
(MEIHY, 1994, p.53).
Fonte: iStock/Getty Images
Outro fator importante para o trabalho com a História Oral é a qualificação técnica que o 
historiador deve ter para tratar do assunto, pois História Oral não é apenas “uma conversa 
mediada pelo gravado”. Ela é
[...] um método complexo e arrola particularidades que vão desde 
a organização de um projeto até o compromisso de publicação 
do texto devolvido à comunidade imediata que o gerou e a seu 
contexto mais amplo. É exatamente na importância delegada à 
elaboração do texto como documento que a História Oral difere 
de outros trabalhos ligados a entrevistas 
(MEIHY, 1994, p.55).
O autor, a partir de vários estudos sobre História Oral, define três ramos que devem ser 
observados pelos historiadores, são eles: História Oral de Vida, História Oral Temática e 
Tradição Oral. 
Para ele, o registro da experiência pessoal de vida é o objeto da História Oral de Vida. 
Ela se fundamenta em “entrevistas livres, isto é, sem questionários ou perguntas diretamente 
indutivas” e tem como base a “experiência vivencial de alguém”. Neste sentido, “cada pessoa 
deve ser tratada como um caso específico” (MEIHY, 1994, p.56).
Um fator constante da História Oral é
A noção de tempo histórico individual e seu enquadramento no 
contexto. Fala-se, portanto, nesta circunstância, da provação 
existencial do indivíduo como um todo. As informações sobre 
detalhes ou parcela da vida do depoente têm relativa importância, 
da mesma forma a exatidão dos dados 
(MEIHY, 1994, p.56).
9
José Carlos Sebe Bom Meihy lembra que a distinção entre História Oral de Vida e História 
(simplesmente) de Vida está na metodologia empregada pelo Historiador Oralista, como 
apontado anteriormente.
O segundo ramo é a História Oral Temática, que “está mais vinculada ao testemunho e 
à abordagem sobre algum assunto específico”. Para Meihy (1994, p.57), a diferença entre 
História Oral Temática e História Oral de vida, está na abordagem, já que a primeira “aborda 
questões externas, objetivas, factuais, temáticas, enfim”, contrastando com a segunda, “que 
cuida mais livremente de impressões, subjetividades”.
A terceira variante da História Oral é a Tradição Oral. Este ramo está mais atento “às 
transmissões do arcaico, percebe o indivíduo enquanto veículo da transmissão de mitos e 
tradições antigas que na maioria das vezes transcende o depoente”. 
Segundo Meihy, este ramo da História Oral é o “que mais se aproxima dos trabalhos de 
memória; contudo, não se deve confundir História Oral com Memória” (MEIHY, 1994, p.57).
A diferença, fundamental, entre História Oral e Memória Coletiva, está nas
[...] formas de captação dos relatos e a vinculação do historiador com 
a colônia enfocada. Vansina propõe como essencial a observação e o 
convívio com o grupo e, assim, não se arrolam apenas os depoimentos 
como base do trabalho. Quanto aos vínculos com o grupo analisado, 
Vansina implica a presença de outsiders como autores, enquanto a 
Memória Coletiva tem resultados melhores quando feita por insiders, 
gerados e treinados dentro do próprio grupo 
(MEIHY, 1994, p.58).
Sobre essa diferenciação, é importante ressaltar que a História Oral está mais vinculada a 
dar voz aos “excluídos” da historiografia oficial, “daqueles que para se exprimirem necessitam 
dos outros para assim promover sua existência enquanto participantes do processo histórico”. 
Por isso a importância do outsider, o de fora. 
Já no caso da Memória Coletiva, destaca-se a importância do insider, ode dentro, “que atua no 
sentido de apresentar as soluções de sobrevivência para o próprio grupo” (MEIHY, 1994, p. 59).
Vídeo: Assista: https://www.youtube.com/watch?v=A_KUt8Uz7AI.
Como lembra Maihy (1994, p.59), os documentos da Memória Histórica são os 
convencionais, “os escritos, aqueles guardados do passado que constantemente povoam os 
arquivos e frequentam obras impressas que também são fontes”. 
Por outro lado, os documentos tralhados pela História Oral são testemunhos de pessoas 
que participaram, seja como atores ou testemunhas de determinado evento.
https://www.youtube.com/watch?v=A_KUt8Uz7AI
10
Unidade: O trabalho com diferentes métodos de pesquisa
Segundo Alberti:
[...] a história oral apenas pode ser empregada em pesquisas sobre 
temas contemporâneos, ocorridos em um passado não muito 
remoto, isto é, que a memória dos seres humanos alcance, para 
que se possa entrevistar pessoas que dele participaram, seja como 
atores, seja como testemunhas. É claro que, com o passar do 
tempo, as entrevistas assim produzidas poderão servir de fontes 
de consulta para pesquisas sobre temas não contemporâneos 
(ALBERTI, 1989, apud, MATOS & SENNA, 2011, p.96).
Nesta linha de raciocínio, Júlia Silveira Matos e Adriana Kivanski de Senna, destacam que 
a História Oral pode ser entendida como um método de pesquisa. Para as autoras:
[...] as fontes orais revelam as intenções dos feitos, suas crenças, 
mentalidades, imaginário e pensamentos referentes às experiências 
vividas. A fonte oral pode não ser um dado preciso, mas possui 
dados que, às vezes, um documento escrito não possui. Ela se 
impõe como primordial para compreensão e estudo do tempo 
presente, pois só através dela podemos conhecer os sonhos, 
anseios, crenças e lembranças do passado de pessoas anônimas, 
simples, sem nenhum status político ou econômico, mas que 
viveram os acontecimentos de sua época 
(MATOS; SENNA, 2011, p.101).
As autoras demonstram também, que se num primeiro momento a História Oral só pode 
ser utilizada para pesquisar temas contemporâneos, num segundo momento poderá ser 
fonte de pesquisas do passado, pois com o passar do tempo serão constituídos “arquivos 
especializados em fontes orais, os quais guardarão as fitas, filmagens e transcrições das 
testemunhas” (MATOS; SENNA, 2011, p.102).
É importante ressaltar que, assim como na análise de documentos escritos, a fonte oral 
deve ser confrontada com documentos escritos, mas não apenas como uma complementação 
destes, mas sim como mecanismo de complementaridade, “uma vez que ambos os 
documentos produzem informações sobre as transformações das sociedades humanas” 
(MATOS; SENNA, 2011, p.103).
11
Questionários
Os critérios utilizados para formular boas perguntas e obter boas 
respostas são muito importantes na elaboração de uma pesquisa 
com fontes orais. Após a escolha da forma de entrevista e do perfil 
do grupo de candidatos a serem estudados, realiza-se a avaliação 
das respostas, verificando a validade das mesmas, de uma das 
três maneiras seguintes, conforme aponta LODI (1977: 19): 
comparando-a com uma fonte externa; comparando-a com a de 
outro entrevistado; observando as dúvidas, incertezas e hesitações 
demonstradas pelo entrevistado 
(MATOS; SENNA, 2011, p.103).
Fonte: iStock/Getty Images
Segundo Matos e Senna, existem três tipos de entrevistas, a dirigida, que “prende a 
testemunha num questionário preestabelecido”; a não dirigida, que por não ter um questionário 
preestabelecido, “pode fazer com que a testemunha se afaste do tema”; e a semi-dirigida que, 
segundo as autoras é a mais indicada, por “ser um meio termo entre a fala única da testemunha 
e o interrogatório direto” (MATOS; SENNA, 2011, p.104).
Para pensar
Qual tipo de entrevista você considera mais apropriado para o 
pesquisador que trabalha com História Oral?
12
Unidade: O trabalho com diferentes métodos de pesquisa
Para as autoras, quando as entrevistas são gravadas, o pesquisador deve observar 
algumas regras:
• A transcrição deve ser feita pelo próprio entrevistador, o quanto antes; 
• As passagens pouco audíveis devem ser colocadas entre colchetes; 
• As dúvidas, os silêncios, assinaladas por reticências; 
• As pessoas citadas, designadas por iniciais (se necessário); 
• As palavras em negrito serão as de forte entonação; 
• Anotações como risos devem ser grifadas; 
• Subtítulos para facilitar a leitura; 
• Os erros flagrantes deverão ser corrigidos: datas, nomes próprios etc. 
(MATOS & SENNA, 2011, p.104-5).
Matos e Senna lembram que ao realizar o trabalho de transcrição, o historiador presta serviço 
a outros pesquisadores, pois “as entrevistas poderão servir de fonte” para futuras pesquisas. 
Segundo as autoras, é importante guardar as gravações originais, “pois é o documento original 
que se deve consultar” (MATOS; SENNA, 2011, p.105).
13
Textos escritos
Os documentos escritos podem ser classificados em dois campos: a documentação de 
arquivo e a documentação bibliográfica e hemerográfica (ARÓSTEGUI, 2006).
Glossário: Hemerográfica: Catálogo de jornais e outras publicações periódicas.
Fonte: Disponível em iStock/Getty Images
Segundo Julio Aróstegui, hoje não é mais aceita a distinção tradicional entre “fontes de tipo 
documental e outras bibliográficas. Do ponto de vista da construção do discurso histórico, isso 
tem pouca relevância” (ARÓSTEGUI, 2006, p.520).
Para o autor, o pesquisador da área de História deve dominar as técnicas de análise 
documental, porque a leitura de um documento não é nada fácil:
Um pesquisador não pode simplesmente ler um documento para 
captar seu sentido superficial, mas sua leitura deve estar orientada, 
e de fato o está, para a busca de coisas concretas. Porque a leitura 
da informação é sempre “hipotética”, está orientada por perguntas. 
Algo diferente disso significaria praticamente a impossibilidade de 
superar o nível da “descrição” 
(ARÓSTEGUI, 2006, p.521).
Segundo Aróstegui (2006, p.521) para que a leitura do documento fuja da simples descrição, 
é necessário que esta leitura seja dirigida por um projeto preestabelecido, pois o historiador 
deve realizar “uma análise externa e interna de um documento, da forma e do conteúdo. Uma 
análise contextual e outra substancial”.
Para qualquer análise historiográfica, como também em outras áreas da pesquisa científica, 
é importante que haja “um correto e suficiente apoio bibliográfico”. 
Para a definição de um projeto de pesquisa, é necessário levantar o estado da arte, até onde 
for possível, do campo temático a ser trabalhado:
14
Unidade: O trabalho com diferentes métodos de pesquisa
A bibliografia existente sobre um tema não só é a primeira 
e fundamental fonte de informação, cuja consulta pode ter, 
justamente, o resultado de descobrirmos que um determinado tema 
ou não foi tratado de forma suficiente, senão que a bibliografia 
existente e a que vai sendo produzida é sempre um controle 
imprescindível para o próprio processo de pesquisa 
(ARÓSTEGUI, 2006, p.522).
A documentação escrita, que hoje em dia provém de várias publicações, são fontes 
fundamentais para a pesquisa histórica, sem esquecer, é claro, das fontes “visuais ou 
iconográficas, sonoras, informáticas, etc., que no futuro chegarão a adquirir provavelmente 
maior importância do que os textos escritos que hoje respondem pela maior parte das 
manifestações culturais” (ARÓSTEGUI, 2006, p.523).
15
Obras de arte
Para discutir a relação da história com as obras de arte, devemos voltar ao passado e lembrar 
que as imagens estão presentes desde a chamada pré-história, com as pinturas rupestres, que 
representavam a vida daqueles homens e mulheres. 
Na Antiguidade, além das pinturas, temos também as representações feitas por meio das 
esculturas, estátuas e, também, na arquitetura. 
Isso significa dizer que, diante dos usos públicos da História, a 
imagem é um componente de grande destaque, mesmo que nem 
sempre seja valorizada como fonte de pesquisa pelos próprios 
profissionais daHistória. A imagem condensa a visão comum que 
se tem do passado 
(KNAUSS, 2006, p.98).
Fonte: wikiart.org
Mesmo após a invenção da escrita, as imagens continuaram sendo fonte de pesquisa 
histórica, pois uma não exclui a outra, como afirma Paulo:
Isso equivale a dizer que a história da imagem se confunde com 
um capítulo da história da escrita e que seu distanciamento pode 
significar um prejuízo para o entendimento de ambas. Reconhecer 
isso implica admitir que imagem e escrita sempre conviveram 
(KNAUSS, 2006, p.99).
A pesquisa com imagens é importante, pois no passado a escrita e a leitura eram 
privilégio de poucos e, portanto, os documentos escritos expressam a visão que estes 
grupos têm da sociedade. 
16
Unidade: O trabalho com diferentes métodos de pesquisa
Já as imagens possuem um registro mais abrangente, permitindo ao historiador dar voz às 
camadas dominadas da sociedade. Isto é válido também para atualidade, pois
[...] em nossos dias, a leitura e a escrita, ainda que muito difundidas, 
não abarcam do mesmo modo todos os grupos da sociedade 
contemporânea. Assim como há grupos que se estabelecem 
mais a partir da expressão oral e visual, há grupos sociais que se 
reconhecem mais na expressão escrita. Mas mesmo nestes casos, 
o grande alcance da escrita não foi capaz, ainda, de alcançar todas 
as possibilidades de expressão humana 
(KNAUSS, 2006, p.99).
Para pensar
Você concorda com a afirmação de que a utilização das imagens como 
fonte documental continua sendo importante na atualidade?
O autor destaca, ainda, que mesmo nas sociedades que têm pleno domínio da escrita, as 
imagens contribuem para a revelação da forma de vida tanto das classes trabalhadoras como 
das classes dominantes.
Assim como na ausência de depoimentos escritos, a expressão 
de camadas das classes trabalhadoras dos tempos atuais pode 
ser reconhecida por fotografias cotidianas, a vida das elites pode 
ganhar outros enfoques a partir de álbuns de fotos de família 
que podem ser contrastados com diários íntimos, por exemplo. 
Portanto, a imagem pode ser caracterizada como expressão da 
diversidade social, exibindo a pluralidade humana 
(KNAUSS, 2006, p.99).
As afirmações acima são suficientes para demonstrar a importância de o pesquisador da 
área de História utilizar as imagens como fonte documental, pois como afirma Paulo Knauss:
[...] desprezar as imagens como fontes da História pode conduzir 
a deixar de lado não apenas um registro abundante, e mais antigo 
do que a escrita, como pode significar também não reconhecer 
as várias dimensões da experiência social e a multiplicidade dos 
grupos sociais e seus modos de vida 
(KNAUSS, 2006, p.99-100).
Na modernidade renascentista a valorização do documento escrito foi acompanhada da 
mesma valorização da imagem como documento histórico. Porém, a partir do século XIX, 
com a consagração da história científica:
[...] definiu-se o uso das fontes escritas como padrão geral de 
avaliação das práticas de investigação histórica. Tal abordagem 
da história da História despreza, por exemplo, a influência e a 
abrangência do movimento dos antiquários e sua abertura para 
a diversidade das fontes da história. Certamente, pode-se dizer 
que há nisso a vontade de afirmar uma visão linear da história da 
História que tende a uma leitura evolucionista do conhecimento e 
que procura desconhecer os muitos usos do passado nas sociedades 
de todos os tempos e a diversidade de formas de pensar a História 
(KNAUSS, 2006, p.101-2).
17
Essa visão cientificista da história adotou o documento escrito como fonte verdadeira da 
história, como prova dos fatos, desprezando as imagens como fonte documental.
A historiografia contemporânea impôs uma severa crítica à visão cientificista da história, 
resgatando a imagem como fonte de representação social e cultural.
Foi no início dos anos 80 que o estudo da cultura se tornou central 
para as ciências humanas e conduziu a uma revisão do estatuto do 
social. Nesse contexto, o lado subjetivo das relações sociais ganhou 
espaço e consolidou uma tendência que passou a sublinhar como 
a cultura — o sistema de representações — instigava as forças 
sociais de um modo geral, não sendo mero reflexo de movimentos 
da política ou da economia. A virada cultural destacou os vínculos 
entre conhecimento e poder, o que serve, igualmente, para 
demarcar o estudo das imagens. A cultura visual seria, portanto, 
um desdobramento de um movimento geral de interrogação 
também sobre a cultura em termos abrangentes 
(KNAUSS, 2006, p.107).
Os críticos contemporâneos ressaltam a importância da arte, do visual como fonte histórica, 
mas destacam que, assim como os demais documentos, sejam escritos ou orais, são também 
construção social.
Como demonstra Artur Freitas, para que seja possível inserir a imagem “num sistema dinâmico 
de relações sociais”, é preciso tratá-la como uma ‘coisa’ indiferenciada que simplesmente se 
compra, se vende, se troca, se aloca, um ‘acontecimento’ cujas particularidades semióticas são 
por definição negligenciadas”. 
Para o autor, essa é:
[...] um momento metodológico, uma etapa necessária de pesquisa 
na qual a imagem, agora em suspensão semiótica, é descrita 
como um artefato que, entre as balizas temporais do tempo de sua 
produção e o tempo presente, demarcou uma trajetória material e 
simbólica efetiva 
(FREITAS, 2004, p.12-3).
18
Unidade: O trabalho com diferentes métodos de pesquisa
Teoria geral das representações
Nessa perspectiva, a imagem é entendida como uma prática social, que “se constrói 
curiosamente na precisa continuação da historicidade da forma plástica” (FREITAS, 2004, p.13).
Artur Freitas (2004, p.16) ressalta a importância da utilização da imagem como fonte 
documental e crítica a utilização delas apenas para ilustrar um conhecimento já produzido 
a partir da análise de outras fontes. Para o autor, analisar “os significados de uma pintura 
apenas com base nas intenções do artista, no discurso do crítico ou no seu valor de mercado, 
ou ainda quando interpretamos (...) uma fotografia unicamente pela capacidade que ela 
parece ter de ‘revelar’ flagrantes da história social”, é um erro fundamental que deve ser 
evitado pelo historiador. 
Para ele, essa é uma forma de utilização da imagem apenas como ilustração “é o problema 
da interpretação circular das imagens”. Para o autor a saída desse impasse é “o isolamento 
metodológico da imagem - algo semelhante ao que propõe Rodrigo Naves quando reitera, a 
partir de Argan, a necessidade de ‘que as análises partam dos trabalhos de arte e observem 
neles a especificidade dos nexos propostos’” (FREITAS, 2004, p.16).
Os conhecimentos históricos e artísticos são interdependentes e, por isso, “podem beneficiar-
se mutuamente”. 
Concordando com Baxandall, Artur Freitas afirma “que não é apenas o ambiente 
sociocultural que pode aguçar nossa experiência de uma imagem artística, mas, revertendo a 
equação, que as próprias formas e os estilos visuais também ‘podem apurar a percepção que 
ternos da sociedade’” (FREITAS, 2004, p.17-8).
19
Material Complementar
Vídeos:
Assista aos seguintes vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=rl8CDDXFmTE;
https://www.youtube.com/watch?v=QvPyJ-OjsuM;
https://www.youtube.com/watch?v=vn7CFF3bKNo.
Artigos:
Para complementar os conhecimentos adquiridos nesta Unidade, leia os textos 
disponibilizados nos links a seguir:
A consolidação do moderno na história da arte do Paraná :anos 50 e 60
http://www.revistas2.uepg.br/index.php/rhr/article/viewFile/2179/1659
Fontes visuais, cultura visual, História visual. Balanço provisório, propostas cautelares
http://www.uel.br/pessoal/jneto/gradua/historia/recdida/fontesvisuaisPessJNeto.pdf
História do tempo presente: desafios
http://cpdoc.fgv.br/producao_intelectual/arq/517.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=rl8CDDXFmTE
https://www.youtube.com/watch?v=QvPyJ-OjsuM
https://www.youtube.com/watch?v=vn7CFF3bKNo
http://www.revistas2.uepg.br/index.php/rhr/article/viewFile/2179/1659http://www.uel.br/pessoal/jneto/gradua/historia/recdida/fontesvisuaisPessJNeto.pdf
http://cpdoc.fgv.br/producao_intelectual/arq/517.pdf
20
Unidade: O trabalho com diferentes métodos de pesquisa
Referências
ARÓSTEGUI, Julio. A pesquisa histórica: teoria e método. Bauru: EDUSC, 2006.
FREITAS, Artur. História e imagem artística: por uma abordagem tríplice. Estudos 
Históricos, Rio de Janeiro, nº 34, jul-dez, 2004, p. 3·21.
KNAUSS, Paulo. O desafio de fazer história com imagens: arte e cultura visual. 
ArtCultura, Uberlândia, v. 8, n. 12, p. 97-115, jan.-jun. 2006.
MATOS, Júlia Silviera; SENNA, Adriana Kivanski de. História Oral como fonte: problemas 
e métodos. Historiae, Rio Grande, 2 (1), p. 95-108, 2011.
MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Definindo História Oral e Memória. Cadernos CERU, nº 
5, série 2, São Paulo, 1994.
21
Anotações

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