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Prévia do material em texto

Métodos de Pesquisa 
em História
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Vanderlei Elias Nery
Revisão Textual:
Prof. Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni
Os passos da pesquisa histórica
5
• Elaboração de Projeto de Pesquisa Histórica
 · O objetivo da unidade é discutir a elaboração do projeto de pesquisa em História. 
Como se trata de pesquisa na área da História, é preciso lembrar que é fundamental 
que se tenha em mente a importância da relação entre pesquisador e o objeto 
pesquisado. É a partir dessa relação que partimos para a definição do tema e dos 
passos da pesquisa histórica.
Nesta unidade analisaremos os passos da pesquisa histórica, discutindo a elaboração do projeto 
de pesquisa em História.
 Faremos, também, algumas indicações de leituras interessantes para que você compreenda 
melhor o que procuramos apresentar no texto. Não deixe de fazer essas leituras. Com certeza você 
irá achá-las bem interessantes!
Os passos da pesquisa histórica, você deve estar atento à delimitação do tema, à relação entre 
pesquisador e objeto, às partes que compõem o projeto de pesquisa e à relação orientador-orientando.
Os passos da pesquisa histórica
6
Unidade: Os passos da pesquisa histórica
Contextualização
Iniciamos os estudos relativos à disciplina Métodos de Pesquisa em História, tratando do 
tema Os passos da pesquisa histórica.
Buscamos explicitar o desenvolvimento do projeto de pesquisa e as partes fundamentais 
para a sua elaboração.
A elaboração do projeto de pesquisa deve ter como fundamento a perspectiva em que a 
problemática deve surgir de uma relação íntima entre sujeito que pesquisa e o objeto pesquisado.
Partindo dessa concepção, é necessário buscar as várias formas de registro possíveis, sejam 
escritos, orais, etc. Entretanto, é fundamental que o pesquisador perceba que esses documentos 
não são “o real”, mas parte dele.
7
Elaboração de Projeto de Pesquisa Histórica
Aqueles que pesquisam na área das ciências humanas em geral e, em particular, na 
área de história devem reconhecer que a história “deve ser pensada [...] como experiência 
humana e como sua própria narração, interpretação e projeção” (KHOURY, PEIXOTO e 
VIEIRA, 2002, p. 29). As autoras lembram que o passado não se modifica, na verdade “O 
que se modifica é a investigação [...], de acordo com as problemáticas que o investigador se 
coloca no presente, que envolvem sua própria experiência de vida e as concepções das quais 
parte”. Independentemente de o historiador reconhecer, a subjetividade está presente em seu 
trabalho, “influindo na compreensão dos nexos e das relações sociais imbricadas nas formas 
de expressão da atividade humana” (Ibidem).
Definindo o tema
Segundo Khoury, Peixoto e Vieira (2002, p. 30), “Definir o tema é pensar o objeto e não 
apenas o assunto”. Para elas, os alunos de graduação, ao iniciarem uma pesquisa, buscam 
responder a inquietações criadas pelo próprio curso ou geradas por sua experiência de vida.
Segundo Ciro Flamarion Cardoso (s/d, p. 1),
O caminho que leva de um vago interesse a um tema bem formulado e delimitado 
de pesquisa pode ser longo. No início, o pesquisador poderá dizer coisas como: 
“interessa me a História das rebeliões de escravos”; “gostaria de estudar algo 
sobre a industrialização”; “não me satisfazem os trabalhos existentes sobre o 
caráter do Estado e sua atuação no período X”, etc. Partindo de tais impulsos 
ainda mal definidos, começará uma fase de leituras temáticas e também histórico-
metodológicas, de sondagens de documentação em arquivos e bibliotecas, de 
entrevistas com historiadores que trabalharam sobre assuntos semelhantes ou 
acerca do mesmo período, etc. Até que, finalmente, se torne possível afirmar 
sem ambiguidade qual é o tema a ser pesquisado, delimitando-o; 1) no tempo; 
2) no espaço; 3) como universo de análise (quer dizer, definindo “o que entra” e 
portanto, o que não entra no estudo que se empreenderá).
A partir da experiência em sala de aula, Khoury, Peixoto e Vieira (2002, p. 31) demonstram 
“que a postura teórica do aluno, a maneira como se percebe e se insere no social, se expressa 
não só no modo de trabalhar o tema mas também no fato de dirigir seu interesse de pesquisa 
para este ou aquele tema”. Os alunos buscam respostas para questões postas pelo curso e não 
respondidas ou, então, para “questões colocadas pela sua experiência de vida”.
Segundo as autoras, quando os alunos-pesquisadores partem de questões postas pelo curso, 
em geral, eles “partem de uma visão de história que identifica a produção do conhecimento com 
um real que lhe é externo, não a percebendo como construção”. Elas citam, como exemplo, 
as pesquisas em torno da Semana de Arte Moderna de 1922, como tantos outros temas 
já cristalizados. Nesses casos, os alunos-pesquisadores “buscam [...] uma maior quantidade 
de dados que completem um conhecimento histórico ‘objetivo’, ‘verdadeiro’, que já está à 
disposição” (KHOURY, PEIXOTO e VIEIRA, 2002, p. 31-32).
8
Unidade: Os passos da pesquisa histórica
Como nessa perspectiva não questionam as relações de poder que estão cristalizadas nos 
temas e marcos definidos, acabam por perpetuar as relações de poder também já cristalizadas.
Tais temas já trazem consigo uma relação de poder, uma carga de significados, 
que lhe foram atribuídos pelos atores no exercício de sua prática política. Trazem 
também um aval da própria historiografia que a endossa. Dessa forma tais temas 
são suportes de práticas concretas, com interesses concretos, detectáveis, mas 
que aparecem sob a chancela da objetividade, que escamoteia o lugar de onde a 
historiografia fala.
(KHOURY, PEIXOTO e VIEIRA, 2002, p. 32).
Falta, nessa perspectiva, o desvendamento das condições históricas dessa produção seja em 
relação ao poder que representa, ao discurso acadêmico ou à produção do discurso.
Segundo Koury, Peixoto e Vieira, quando os alunos-pesquisadores buscam responder a 
questões colocadas pela própria experiência de vida, como atividade profissional, militância, 
etc., em geral eles “correm o risco de dar um tratamento muito ascético a esse tema, 
esvaziando-o de seu conteúdo social e político” (KHOURY, PEIXOTO e VIEIRA, 2002, p. 33).
Para as autoras, isso decorre da preferência dada a bibliografias e reflexões teóricas em 
detrimento da análise de documentos (fontes) dos atores concretos. Essa forma de fazer história 
“traz implícita a valorização da teoria capaz de conduzir o conhecimento e capaz de garantir o 
padrão científico, a objetividade. Nesse caso, a historiografia é vista como o próprio real, ou 
expressão do real” (KHOURY, PEIXOTO e VIEIRA, 2002, p. 34).
Um exemplo que nos ajuda a entender a questão é a luta pela terra no Brasil na década de 
1960. Se buscarmos o entendimento apenas com base na bibliografia e nas reflexões teóricas 
disponíveis, não daremos voz aos sujeitos concretos: latifundiários, posseiros, movimentos 
sociais. Para que o pesquisador dê voz aos atores concretos, “a problemática deve surgir 
de uma relação íntima entre o sujeito que pesquisa e o objeto pesquisado e, através dele, 
como os sujeitos sociais que experimentaram a questão da terra” (KHOURY, PEIXOTO e 
VIEIRA, 2002, p. 34). Para tanto é necessário buscar as várias formas de registros possíveis, 
sejam escritos, orais, etc. Entretanto, é fundamental que o pesquisador perceba que esses 
documentos não são o real, mas parte dele, que foram
[...] produzidos segundo determinados interesses e valores. Por aí o pesquisador 
estará tentando perceber qual a problemática que estava em jogo, não impondo 
uma problematização a partir de critérios externos, percebendo a intersecção de 
vários tempos simultâneos na construção desse objeto ao qual estão ligados tanto 
aos sujeitos do presente – inclusive o pesquisador – quanto aos do passado.
(KHOURY, PEIXOTO e VIEIRA, 2002, p. 34).
A delimitação do tema, geralmente, é feita progressivamente. A pesquisa de vários registros 
produzidos por atores concretos possibilita ao pesquisadora delimitação mais apurada do 
tema, pois esses materiais lhe dão pistas reais do tema pesquisado. Essas “leituras” podem 
levar também à redefinição do tema. A experiência tem demonstrado que “o caminho da 
pesquisa conduz a uma redefinição do tema, no sentido mesmo da sua alteração” (KHOURY, 
PEIXOTO e VIEIRA, 2002, p. 36).
Para Ciro Flamarion Cardoso, é importante observar quatro critérios que são fundamentais 
para definição do tema: critério de relevância, de viabilidade, de originalidade e de interesse 
pessoal. O primeiro critério subdivide-se em dois: relevância social e científica. Citando Lucien 
9
Fevbre, o autor lembra
[...] que a História é ao mesmo tempo a ciência do passado e a ciência do presente: 
é a forma pela qual o historiador atua na sua época, na sua sociedade, e deve 
ajudar a explicar o social no presente (e, por isto, auxiliar a preparação do futuro). 
Assim, a escolha de temas de pesquisas históricas deve estar atenta às prioridades 
sociais do momento que se vive.
(CARDOSO, s/d, p. 1-2).
Em relação à relevância científica, o autor afirma que “a ciência histórica, como as demais, 
evolui e em cada etapa redefine os objetos, conceitos, prioridades e possibilidades”. Para ele, 
é preciso fugir das modas científicas, “é preciso saber responder seletivamente às pressões 
do meio acadêmico, descartando a tentação de aderir a modas que no fundo têm pouca 
consistência” (CARDOSO, s/d, p. 2).
Para Ciro Flamarion Cardoso, em relação ao critério de relevância, deve-se observar que 
não basta que um tema seja interessante e válido. O pesquisador precisa estar atento para 
a possibilidade de “pesquisá-lo com os recursos a que se tem acesso”. Segundo o autor “O 
critério de viabilidade se refere a: 1) recursos humanos; 2) financiamento e recursos materiais; 
3) tempo disponível para realizar o trabalho” (CARDOSO, s/d, p. 2).
O pesquisador deve ter em mente que a escolha do tema deve estar ajustada às condições 
para realização da pesquisa, portanto ele deve estar atento para não escolher temas que 
ultrapassem sua capacidade real para realização da pesquisa.
Outro critério importante apontado pelo autor é o de originalidade. Para ele, o pesquisador 
deve buscar temas ainda não estudados, preenchendo, assim, lacunas do conhecimento, ou 
pesquisar “temas já estudados: a) com documentação radicalmente renovada; b) partindo 
de enfoques teórico-metodológicos distintos; c) rebatendo teses anteriormente aceitas” 
(CARDOSO, s/d, p. 3).
Em relação ao critério de interesse pessoal, o autor lembra que temas que interessam ao 
pesquisador dão maior rendimento ao trabalho e devem ser explicitados no projeto de pesquisa.
Introdução
É o início do texto e deve conter o tema que será desenvolvido e o problema a ser analisado. 
É preciso especificar os objetivos e mencionar a organização do texto, em partes ou capítulos, 
demonstrando o que será abordado em cada parte ou capítulo. A introdução deve ser breve, 
um texto curto e enxuto que apresente o trabalho para o leitor e motive-o à leitura.
Justificativa
Na justificativa, deve ser demonstrado ao leitor por que o trabalho é importante, qual a 
relevância do problema ou da questão com a qual se está trabalhando.
10
Unidade: Os passos da pesquisa histórica
Problematização
O historiador deve sempre ter em mente que a história é experiência humana e que é marcada 
pela divisão de classe e de lutas, “vivida a partir de necessidades, interesses e antagonismos”. 
Portanto o pesquisador deve “situá-la como um campo de possibilidades em que várias propostas 
estão em jogo” (KHOURY, PEIXOTO e VIEIRA, 2002, p. 37).
Nessa perspectiva, é necessário colocar a problematização a partir dos agentes concretos, “do 
passado, a partir das questões que o presente coloca ao pesquisador” (KHOURY, PEIXOTO e 
VIEIRA, 2002, p. 37).
Segundo Khoury, Peixoto e Vieira (2002, p. 38),
A problematização é contínua, acompanhando o trabalho todo: é o movimento 
constante que vai do empírico à teoria e vice-versa, demandando a elaboração ou 
reelaboração de noções, conceitos, categorias de análise, porque tais elementos, 
por mais abstratos que sejam, surgem de engajamentos empíricos e do diálogo 
com as evidências.
Objetivos
Segundo Ciro Flamarion Cardoso, todo projeto deve enunciar os objetivos da pesquisa. Um 
projeto de pesquisa deve conter objetivos gerais e específicos. Para o autor, os objetivos podem ser:
1) científicos; 2) pedagógicos (uma dissertação de mestrado, por exemplo, é um 
exercício de pesquisa e visa à obtenção de um título acadêmico); 3) outros: o 
projeto de História pode ser parte de outro maior no qual intervêm sociólogos, 
antropólogos, geógrafos, etc., ou pode estar voltado para algum tipo de atuação 
posterior (embora isto ocorra raramente).
(CARDOSO, s,d, p. 3).
É importante ressaltar que os objetivos devem estar expostos de forma clara e breve e, segundo 
o PROCAM (2000, s,p.),
Os objetivos gerais estão relacionados aos resultados mais abrangentes para os 
quais o projeto pretende contribuir. Já os objetivos específicos devem definir 
exatamente o que você espera atingir até o final do trabalho. Obviamente os 
objetivos estão relacionados ao problema/questão que motivou a realização do 
seu trabalho. Os objetivos específicos podem incluir também os produtos que se 
espera gerar com a execução do trabalho. Ou ainda, a definição do “público-alvo” 
do projeto. Quanto maior a clareza sobre os objetivos específicos, mais fácil será 
a execução do trabalho.
11
Metodologia da Pesquisa
Segundo Cativo, (s,d, s,p.),
É o caminho traçado para atingir os objetivos do projeto. É a explicação minuciosa, 
detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do 
trabalho de pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado 
(questionário, entrevista etc.), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da 
divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de 
tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa.
Para o PROCAM (2000, s,p.), devemos
[...] elaborar um conjunto de procedimentos que, articulados numa sequência 
lógica, permitam atingir os objetivos preestabelecidos pelo projeto. É muito 
importante estar atento à coerência lógica dos procedimentos adotados e a sua 
relação com os objetivos do projeto. Se os seus objetivos específicos estiverem 
claramente definidos, será muito mais fácil elaborar a metodologia de seu projeto.
Para Ciro Flamarion Cardoso, a metodologia da pesquisa não deve ser
[...] uma exposição erudita acerca dos diversos métodos que serão 
empregados (incluindo as técnicas), e sim de uma especificação breve e muito 
concreta de como se pretende verificar as hipóteses que foram formuladas, 
partindo da documentação disponível; será preciso, sem dúvida, referir-se 
tanto a opções metodológicas amplas quanto a técnicas bem definidas, mas 
em forma breve e pertinente.
Cronograma e Referências
É o plano de trabalho, a demonstração de como serão executadas as atividades demonstradas 
na metodologia do projeto de pesquisa. É necessário apresentar as semanas, meses, ou seja, 
o tempo de desenvolvimento da pesquisa.
Para Ciro Flamarion Cardoso (s,d, p. 6), o cronograma de execução “Consiste na 
especificação do tempo que se pretende empregar em cada fase do processo de pesquisa 
posterior à elaboração do projeto. O melhor é elaborá-lo na forma de um quadro”.
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Unidade: Os passos da pesquisa histórica
O processo de Orientação
[...] para que o processo de orientação seja bem-sucedido, e o orientando 
seja estimulado, esclarecido e conduzido para o alcance dos objetivos 
da pesquisa, é recomendável que o orientador desenvolva competências 
nas dimensões: técnica, psicossocial e conceitual. Essas competências 
envolvem conhecimentos, habilidades e atitudes na condução do orientando 
ao processo de descobrimento da realidade, busca ou produção de 
conhecimento e capacitação para o desenvolvimento de pesquisas.
(EDITORIAL, 2007, p. 413).Fonte: Thinkstock/Getty Images
Gulassa demonstra que existem poucas pesquisas focadas 
na relação orientador-orientando. Para o autor, muitos alunos 
reclamam da falta de contato com os orientadores e acabam 
sentindo-se perdidos. Para que o processo de orientação seja 
construtivo, é necessário que “as funções de cada uma das 
partes” estejam bem definidas. “Caso contrário, cada um 
desempenhará sua função à sua maneira, baseando-se em 
experiências passadas ou em juízo de valores, tornando frágil 
uma relação em que sua qualidade pode ser determinante para 
o sucesso ou o fracasso do aluno” (GULASSA, 2013, p. 83).
Partindo da importância da relação orientador-orientando, o autor define quatro modalidades 
de orientação. São elas:
(1) enciclopédica: o orientador é visto como a luz e o saber, e o orientando, 
como depositário do conhecimento; (2) contemplativa: a relação não é 
importante e orientando é visto como um “aparelho receptivo passivo” de 
conhecimento; (3) de latência: há envolvimento ativo, simétrico e equivalente 
entre orientador e orientando, tornando-os coautores da pesquisa (o 
que, para Setúbal, pode ser prejudicial à autonomia do orientando); e (4) 
interativa: prioriza a relação entre ambos, mas de forma assimétrica – o 
orientando é mais ativo e faz a maior parte do trabalho.
(GULASSA, 2013, p. 84).
O autor defende a orientação interativa, pois, como demonstrado, é o orientando que 
realiza a maior parte do trabalho, porém em uma relação bem definida com o orientador.
13
Fonte: slideplayer.com.br
Gulassa (2013, p. 91), ressalta, ainda, que,
Para um processo de orientação bem-sucedido, é importante que normas gerais 
e responsabilidades sejam esclarecidas para todos os envolvidos. É aconselhável 
pelo menos um contrato verbal e desejável um por escrito. Assim, cada parte sabe 
o que deve fazer e o que esperar da outra, sem gerar burocracia e obstáculos para 
a viabilidade do trabalho. 
14
Unidade: Os passos da pesquisa histórica
Material Complementar
Vídeos:
“Ligado na Aula” Elaboração do Projeto de Pesquisa: https://youtu.be/XucmEDw3-3Y
Cantinho da História 47: metodologia - projeto científico: https://youtu.be/epbSyjRZju0
Como elaborar o Trabalho Final a partir do Projeto de Pesquisa: https://youtu.be/aS3CkobF7M8
Leituras:
http://www.gerenciamento.ufba.br/Disciplinas/Metodologia/ElaboracaoProjetodePesquisa.pdf
http://www.uff.br/labpsifundamental/arquivos/Consideracoes%20sobre%20a%20elaboracao%20de%20proje-
to%20de%20pesquisa%20em.pdf
http://200.17.83.38/portal/upload/com_arquivo/metodologia_da_pesquisa_e_elaboracao_de_dissertacao.pdf
https://youtu.be/XucmEDw3-3Y
https://youtu.be/epbSyjRZju0
https://youtu.be/aS3CkobF7M8
http://www.gerenciamento.ufba.br/Disciplinas/Metodologia/ElaboracaoProjetodePesquisa.pdf
http://www.uff.br/labpsifundamental/arquivos/Consideracoes sobre a elaboracao de projeto de pesquisa em.pdf
http://www.uff.br/labpsifundamental/arquivos/Consideracoes sobre a elaboracao de projeto de pesquisa em.pdf
http://200.17.83.38/portal/upload/com_arquivo/metodologia_da_pesquisa_e_elaboracao_de_dissertacao.pdf
15
Referências
CARDOSO, Ciro Flamarion. Como elaborar um projeto de pesquisa. UFF. Centro de 
Estudos Gerais. Instituto de Ciências Humanas. Área de História. Programa de Pós-Graduação 
em História. s,d. Disponível: http://www.historia.uff.br/stricto/files/CARDOSO_Ciro_
Como_elaborar_projeto_pesquisa.pdf, consultado em 18/03/2015.
CATIVO, Jorge. Como fazer a metodologia em um projeto? Biblioteconomia Digital. 
Disponível em: http://biblioteconomiadigital.blogspot.com.br/2010/07/como-fazer-
metodologia-em-um-projeto.html, consultado em 16/03/2015.
EDITORIAL. O papel do professor na orientação de trabalho científico. UFPR. 
Cogitare Enferm, Out/Dez; 2007, p. 413. Disponível em: http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.
php/cogitare/article/viewFile/10062/6917, consultado em 16/03/2015.
GULASSA, Daniel, et al. Considerações para o processo de orientação de monografia 
em psicodrama. Rev. bras. Psicodrama. vol. 12, nº 1, São Paulo: 2013. 
KHOURY, Yara Maria Aun, PEIXOTO, Maria do Rosário da Cunha & VIEIRA, Maria do Pilar 
de Araújo. A Pesquisa em História. 4ª ed. São Paulo: Ática, 2002.
PROCAM. Como elaborar um projeto de pesquisa. São Paulo: USP, 2000. Disponível 
em: http://prpg.usp.br/dcms/uploads/arquivos/procam/como%20elaborar%20seu%20
projeto.pdf, consultado em 16/03/2015.
SÁ-SILVA, Jackson Ronie, ALMEIDA, Cristóvão Domingos de & GUINDANI, Joel Felipe. 
Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História e 
Ciências Sociais, São Leopoldo, ano 1, nº 1, jul., 2009.
16
Unidade: Os passos da pesquisa histórica
Anotações

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