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Morfofuncional | UC XIV | SP2 Infecção viral 60% das doenças que acometem os humanos são de origem viral Importância médica de se estudar infecções virais: surtos e epidemias, infecções congênitas, câncer (HPV) e infecções fatais ● Características dos vírus 1. Agentes filtráveis A bactéria fica retida nos filtros, mas o vírus passa 2. Parasita intracelular obrigatório 3. Reprodução; a partir da duplicação do material genético em nossas células 4. Material genético- DNA OU RNA 5. Metabolismo viral- é realizado dentro das nossas células ● Estrutura viral Envelope: membrana envolvendo o capsídeo; não está em todos, é derivado das nossas próprias células Glicoproteínas: essenciais para a ligação da partícula viral com célula hospedeira; proteína estrutural Capsídeo tem função de proteger o ácido nucléico do vírus Capsídeo é formado por capsômero- várias proteínas unidas formando esse envoltório Transcriptase reversa é uma proteína não estrutural que está associada com a replicação viral Replicação ou biossíntese viral 1. Adsorção Ligação específica de uma proteína viral com a proteína da superfície celular (receptores) Pode impedir a infectividade: danos aos sítios de ligação ou anticorpos 2. Penetração - endocitose - fusão de membranas - translocação- acontece mais em vírus não envelopados 3. Desnudamento Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 1 Morfofuncional | UC XIV | SP2 Pode ocorrer de 3 formas diferentes: - capsídeo se desintegra, liberando o ácido nucléico viral no citoplasma - transporte para o núcleo: capsídeo é levado para junto da membrana nuclear através de interação com elementos do citoesqueleto (microtúbulos) - o capsídeo se desintegra apenas parcialmente, em alguns vírus, permitindo a passagem no mRNA e metabólitos, como é o caso do rotavírus 4. Síntese de novos componentes e replicação Temos replicação do material genético do vírus, e a transcrição do DNA, com tradução, formando proteínas virais, que podem ser estruturais e não estruturais 5. Montagem e maturação As proteínas estruturais se colocam ao redor do genoma para a formação desse novo vírus 6. Liberação Alguns vírus são liberados com envelopes e outros não- o envelope é adquirido a partir das nossas células por brotamento, em alguns casos essa liberação pode causar morte da celular; Pode ocorrer um processo de maturação fora da célula, a maioria já está apta a infectar, mas alguns precisam de mais tempo para maturar ● Tropismo É determinada por (1) expressão de receptores para o vírus nas células do hospedeiro (2) presença de fatores de transcrição celulares que reconhecem sequências virais amplificadas e promotoras na célula (3) barreiras anatômicas (4) temperatura, pH e defesas locais do hospedeiro ● Mecanismo de lesão viral → Efeito citopático: o dano celular causado pela presença do vírus, que podem causar injúria diretamente por esse efeito citopático → Respostas imunes: a partir do sistema imune ativado, podemos ter dano celular → Transformação: presença de câncer associado aos vírus Os vírus podem causar: infecções agudas transitórias (ex: influenza), infecções crônicas produtivas (ex: HBV), infecções crônicas latente (ex: varicela zoster), infecções transformantes (ex: HPV) ● Infecções agudas- transitórias Temos uma infecção transitória aguda, e o sistema imune age eficazmente; pode ou não desenvolver a imunidade ex: sarampo, caxumba e rubéola → Sarampo Agente causal: Measles morbillivirus Único hospedeiro é o homem Transmissão: 4-5 dias antes e até 4 dias após exantema, por gotículas respiratórias/aerossóis manchas de koplik- patognomônico Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 2 Morfofuncional | UC XIV | SP2 Sintomas associados: febre, tosse, coriza e conjuntivite manchas de koplik (sintoma específico) exantema maculopapular (sintoma específico) → Vírus de RNA que apresenta capsídeo, possui proteínas estruturais e não estruturais, envelopado, e na superfície do envelope temos proteína H → Temos ligação de proteínas H com os receptores cd46 que está presente nas células nucleadas e SLAM que se liga nas células imunológicas (leucócitos) → Temos entrada da partícula viral, acometendo sistema respiratória, migra pros linfonodos locais, atinge corrente sanguínea, que é quando temos situação de viremia, o vírus vai para vários tecidos, sistema urinário, GI, etc; → 13º dia acomete pele e temos o surgimento do exantema; as manchas de koplik surgem antes do exantema → em pessoa simunosuprimidos, pode causar crupe, pneumonia, diarreia com enteropatia perdedora de proteína, ceratite com cicatrização e cegueira, encefalite, exantemas hemorrágicos (sarampo negro) manchas de koplik são uns dos primeiros sinais; necrose, exsudato neutrofílico e neovascularização também é patognomônico; células gigantes do sarampo dentro dos alvéolos, multinucleadas; temos inclusões intranucleares eosinofílicas vítreas → sarampo é uma doença de notificação compulsória → Caxumba Agente etiológico: Mumps rubulavirus Família: Paramixovírus Gênero: Rubulavirus Causa um edema autolimitado e doloroso unilateral ou bilateral (mais comum), das glândulas parótidas ou de outras glândulas salivares- Parotidite por caxumba Duração: pelo menos 2 dias para caracterizar a doença Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 3 Morfofuncional | UC XIV | SP2 Devido ao testículo ser firmemente contido pela túnica albugínea, o edema parenquimatoso pode comprometer o suprimento sanguíneo e causar áreas de infarto; Esterilidade → causada por cicatrizes e atrofia do testículo após resolução da infecção viral → Rubéola Está associada com arbovírus, mas não é replicado em artrópodes, é replicado em homem Família: Togaviridae Gênero: Rubivirus Espécie: Rubellavirus RNA; capsídeo e envelopado (espículas glicoproteicas EI e e2) Transmissão: gotículas e secreção naso ou orofaringe; a rubéola congênita é transmitida pela via transplacentária Período de incubação: aproximadamente 14 dias Diferentemente da rubéola pós-natal, a rubéola congênita tem consequências devastadoras para o desenvolvimento do embrião ou feto, pois quando a mãe sofre infecção primária, o vírus atravessa a placenta e pode causar a síndrome da rubéola congênita. Como ocorre a síndrome da rubéola? O sistema respiratório superior é acometido, onde acontece replicação, nas células epiteliais inicialmente; acomete linfonodos locais após essa primeira replicação local; o vírus atinge corrente sanguínea, e a partir daí chega até a epiderme e causa exantema; nos casos de gestantes, pode atravessar a barreira placentária Rubéola pós-natal → geralmente é branda - erupção cutânea (exantema) - linfoadenopatia - febre baixa - conjuntivite - faringite - artralgia - Síndrome da rubéola congênita: infecção materna primária; virus atravessa a barreira, e pode infectar o embrião ou feto; pode acontecer abortos, nascimento prematuro, malformações; muitas crianças podem nascer normal, porém podem apresentar defeitos tardios se for o caso de uma reinfecção materna, o bebe não será atingido por não acontecer a viremia materna; a infecção fica localizada e não acomete corrente sanguínea, logo não acomete o feto ou embrião A rubéola é uma doença que apresenta papel importante na saúde pública, principalmente em relação às manifestações da SRC, como surdez e comprometimentos cardíacos e oculares. Existe ainda pouco conhecimento sobre os mecanismo de teratogênese e a relação da rubéola com doenças autoimunes e seu mecanismo de persistÊncia em nível molecular Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 4 Morfofuncional | UC XIV | SP2 ● Infecções latentes crônicas Característica geral do herpesvírus DNA, capsídeo icosaédrico apresenta proteína amorfa, denominada tegumento; apresenta envelope glicoproteico - Subgrupos de herpesvírus grupo alfa: acomete principalmente epiderme grupo beta: acomete principalmente linfonodos grupo gama: transformantes → Latência viral - Após a replicação primária no local da infecção, os vírus penetram nas terminações nervosas e são transportados pelos axôniospara os neurônios do gânglio sensorial - quando o vírus está no estado de latência, não são detectadas partículas virais; MAS ele não está 100% silencioso, temos RNA denominados LAT (transcritos associados à latência) que podem ser encontrados em níveis elevados nas células e estão relacionados com inibição da apoptose celular - as reativações do vírus podem ser controlados pelo nossos sistema imune e aí não tenho manifestação clínica da doença se houver uma falha no sistema imune a reinfecção vai ser restabelecida; se as células conseguirem conter, não vai ter manifestação da doença → Reativação Trauma (ex: procedimentos cirúrgicos) na região inervada por gânglio infectado estímulos sistêmicos: estresse emocional (muito comum), hipertermia, menstruação, desequilíbrio hormonal, exposição a UV- luz solar; outras infecções (resfriados, HIV), administração de imunossupressores Paciente sente dor, queimação, coceira, formigamento, com duração de cerca 6 horas antes da erupção das vesículas (borda dos lábios ou região genital) Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 5 Morfofuncional | UC XIV | SP2 → Varicela-zoster Vírus varicella-zoster: HHV-3 causa uma infecção primária que é a varicela, catapora; a infecção fica em um estado latente, pode se manifestar após +/- os 50 anos, a varicela-zoster após alguma fragilidade imunológica transmissão: 24-48 horas antes das erupções e 3-7 dias após início do exantema temos formação da pápula → bolha → ela se rompe → úlcera → ela cicatriza → crosta Transmitido por secreções respiratórias ou pelo contato direto com líquido de vesículas de um indivíduo infectado incubação: 10 - 21 dias → herpes zóster Herpes zoster pode causar infecção de queratinócitos, que pode causar radiculoneurite (dor), acontece após a reativação, é mais comum em pessoas imunossuprimidas → teste de tzanck: método de esfregaço, é utilizado para diagnóstico de infecção herpética cutânea simples e herpes-zoster pela coleta do material das vesículas Células gigantes multinucleadas são sinais de herpes simples ou infecção por herpes zoster Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 6 Morfofuncional | UC XIV | SP2 → Citomegalovírus (HHV-5) Temos alta prevalência; a doença não é grave em imunocompetentes, é importante em pacientes imunocomprometidos e causador de diversos agravos mórbidos nos períodos pré e pós-natal gênero: citomegalovírus espécie: herpesvírus humano 5 DNA; envelopado, tegumento transmissão: transplacentária, neonatal, saliva, contato sexual, iatrogênica (transfusões sanguíneas) período de incubação: 4 a 12 semanas → citomegalovírus tem a capacidade de permanecer latente no hospedeiro, disseminar-se célula a célula → a transmissão acontece por meio de contato com fluidos, a replicação acontece no epitélio de entrada, infecta leucócitos do sangue periférico, e se dissemina para diversos locais → em indivíduos saudáveis, normalmente, terão infecção e não apresentarão sintomas, quando apresenta sintomas, eles são leves: mononucleose com febre, mialgia, adenopatia e esplenomegalia → em indivíduos imunossuprimidos, podemos ter: retinite, enterocolite, esofagite ou gastrite, pneumonite, hepatite, entre outras as crianças infectadas pela via transplacentária podem apresentar: retardo no crescimento intrauterino icterícia hepatoesplenomegalia anemia sangramento devido a trombocitopenia encefalite Em casos mais fatais, microcefalia e pode apresentar focos de calcificação ● Infecções crônicas produtivas Em algumas infecções, o sistema imune é incapaz de eliminar o vírus, e a replicação viral continuada leva à viremia persistente. A alta taxa de mutação de vírus como o HIV e o HBV pode permitir que estes escapem do controle do sistema imune → Hepatite B Família: Hepadnaviridae Gênero: Orthohepadnavirus Apresenta envelope viral; DNA circular parcialmente duplicado; proteínas de superfície viral HBsAg - se mantém elevado em infecções crônicas HBeAg Transmissão: sangue e outros líquidos/secreções corporais contaminados Período de incubação: 45 - 180 dias (média 60- 90 dias) O vírus não induz infecção citolítica, o dano aos hepatócitos é causado pela resposta inflamatória e pela ação dos linfócitos T citotóxicos (CTL) temos morte dos hepatócitos; as células estreladas presente no fígado vão produzir fibras de colágeno, a partir disso temos um injúria persistente, uma infecção crônica acontecendo, e essas células estreladas mantém a produção de fibras de colágeno, temos o depósito continuo de fibras de colágeno; temos um tecido fibroso que pode evoluir para cirrose Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 7 Morfofuncional | UC XIV | SP2 Carcinoma hepatocelular o vírus da hepatite B tem relação com cirrose e câncer de fígado, porém é uma área ainda em estudo, existem hipóteses como temos excessiva proliferação celular que ocorre no fígado na tentativa de reposição das células que estão sendo continuamente destruídas pela resposta imunológica → manifestações clínicas: febre, cansaço, náusea, vômito, dor abdominal, tontura, colúria, acolia fecal, icterícia ● Infecções transformantes EBV, HPV, HBV, HTLV-1 → Epstein-Barr (EBV ou HHV-4) É um vírus muito comum, afeta 90% da população, que ocorre pela transferência oral de saliva, é conhecida como mononucleose infecciosa transmissão: através da saliva, objetos contaminados (escova de dentes, louça) ou através de transfusões sanguíneas incubação: 30-50 dias células alvo → linfócitos B temos a infecção de células epiteliais da orofaringe; os linfócitos B do epitélio tonsilar são acometidos; acontece uma produção contínua de partículas virais, e infecções de novas celular B; as células B de memória infectada é liberada para o sangue periférico no hemograma, pode aparecer linfócitos atípicos, é raro aparecer no hemograma (somente se torna específico para MI uma semana após a infecção) Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 8 Morfofuncional | UC XIV | SP2 → À esquerda da imagem, temos linfócito típico, e o resto é atípico; é importante não confundir com mastócitos!!! → Há linfocitose leucocitose, decorrente na presença dos linfócitos atípicos manifestações clínicas: assintomático febre fadiga dor de garganta linfadenopatia mal-estar temos 10 genes que mantém a infecção latente em células linfóides temos associação do EBV com cânceres linfóides linfoma de Burkitt → mais frequente em crianças africanas carcinoma nasofaríngeo → mais frequente na china 15 a 30 casos por 100k; em outras parte do mundo é 1 pra 100k linfoma de hodgkins está presente em 50% dos tumores Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 9
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