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QUÍMICA FARMACÊUTICA Aula 04 – Planejamento Racional de Fármacos Prof(a) Ms Maiza Longo Mussato BIBLIOGRAFIA • KOROLKOVAS; A., BURCKHALTER, J. H. Química Farmacêutica, editora Guanabara Koogan, 1989. • BARREIRO; E. J. FRAGA; C. A. M. Química Medicinal: As bases moleculares de ação dos fármacos, 3ª Ed, Artmed, 2015. BIBLIOGRAFIA • BARREIRO, E. J. Estratégia de simplificação molecular no planejamento racional de fármacos: a descoberta de novo agente cardioativo, Quím. Nova, v. 25, n. 06b, São Paulo: nov. – dez, 2002. • ARAUJO, C. R.;; FILHO, C. A. L;; SANTOS, V. L. A.; MAIA, G. L. A..; GONSALVES, A. A. Desenvolvimento de fármacos por hibridação molecular: uma aula prática de química medicinal usando comprimidos de paracetamol e sulfadiazina e a ferramenta virtual scifinder®, Quím. Nova, v. 38, N. 6, São Paulo: jul. 2015. História e objetivo da aula... • Compreender o reconhecimento entre a participação das biomoléculas como receptores (alvos biológicos) na atuação dos diversos fármacos. • Modelo histórico de 1902 Emil Hermann Fisher (1890) Modelo *chave-fechadura (fármaco Biorreceptor). • Não contempla todos os fármacos atuais (Fármacos estruturalmente inespecíficos). Interdisciplinaridade na descoberta de novos fármacos (BARREIRO, 2002) Composto-Protótipo BARREIRO & FRAGA (2015) • O composto protótipo é o primeiro derivado puro, identificado em uma série congênere de novas substancias, bioensaiadas em modelos animais padronizados relacionados a patologia a ser tratada. • Pode sofrer modificações estruturais de modo racional através do processo do bioisoterismo. Composto-Protótipo BARREIRO & FRAGA (2015) • Para definição de novos protótipos ou candidatos a fármacos alguns critérios são definidos, como: • Ação farmacológica pretendida do fármaco. • Alvo terapêutico definido (substrato enzimático ou o agonista natural do receptor eleito). • Mas como isso acontece? O paradigma do composto- protótipo • O mecanismo de ação farmacológica é conhecido como abordagem fisiológica. • Depende de fatores como: Do alvo terapêutico pretendido ou escolhido (enzimas ou demais receptores) BARREIRO & FRAGA (2015) O paradigma do composto-protótipo • Depende de fatores como: Da arquitetura molecular da nova molécula candidata a fármaco (Composto-protótipo) Do mecanismo de ação do fármaco (grupamento farmacofóricos) Escolha do melhor alvo terapêutico para o fármaco. Do conhecimento prévio das propriedades farmacodinâmicas e farmacocinéticas do candidato a fármaco (ADMET). BARREIRO & FRAGA (2015) Principais mecanismos de ação dos futuros fármacos • Novo fármaco: Padrão estrutural inicial Similaridade molecular em relação a estrutura do substrato natural (enzima ou receptor) • Inibição enzimática? (Reversível ou não) • Ativação enzimática? (Reversível ou não) • Antagonista do receptor? (Competitivo ou não?:) • Apresenta atividade farmacológica desejada? • Apresenta efeitos farmacológicos em modelos animais? BARREIRO & FRAGA (2015) Sempre haverá uma tampa (biorrepector) pra sua panela (bioligante)? • Nem sempre! Há a necessidade dependendo da biodisponibilidade do bioligantes podem ocorrer modificações moleculares após os testes nos bioensaios, mesmo quando estes bioligantes já foram definidos (chamada otimização molecular) na qual deve-se ajustar suas propriedades farmacocinéticas (PK) sem alterar suas características farmacodinâmicas (PD) que são essenciais à promoção da resposta terapêutica desejada e, portanto, ao seu futuro emprego terapêutico como fármaco. BARREIRO & FRAGA (2015) Modelagem molecular X Biorreceptores • Compreender a topografia molecular tridimensional é de suma importância para possibilitar a correlação com o biorreceptor e seu sítio de interação (região do fármaco de reconhecimento molecular) permitindo definir ou estimar através de desenhos as possíveis enzimas ou receptores desta interação (com ação inibitória, ativadores, antagonista ou agonista). BARREIRO & FRAGA (2015) Fármacos Bioligantes ** Revisão! • Bioligante Substâncias endógenas e/ou exógenas capazes de interagir por complementariedade estrutural com os biorreceptores. • A eficácia que o fármaco deve apresentar depende de suas propriedades farmacodinâmicas e farmacocinéticas, entre as quais reconhecimento molecular pelo ligante pelo biorreceptor, grupamentos farmacofóricos, afinidade com biorreceptor e ADMET. BARREIRO & FRAGA (2015) Simulação Atuação fármaco Inibição enzimática Docking molecular proteico BARREIRO & FRAGA (2015) https://makeagif.com/gif/mecanismos-y-farmacos-vih-c9aGvd PROTÓTIPO • Todos os fatores principais definidos (análogo ativo, grupamento farmacofóricose mecanismo de ação) e agora? • O possível fármaco é eficiente? Otimizar (modificar) a estrutura química para melhorar a eficiência pelos conceitos de bio-isosterismo, hibridação ou simplificação molecular do análogo-ativo (definições a seguir...) BARREIRO & FRAGA (2015) ALGUMAS DEFINIÇÕES... • FÁRMACOS ME-TOO? me-too" aquele que é estruturalmente muito similar a um fármaco conhecido, mas que apresenta pequenas diferenças farmacoterapêuticas. • BIO-ISOSTERISMO? modificações racionais de um composto protótipo de modo a melhorar a bio-absorção e eficiência. BARREIRO & FRAGA (2015) HIBRIDAÇÃO? Fundir moléculas • A hibridação molecular (HM) é uma estratégia clássica de conjugação de estruturas de compostos bioativos distintos em uma única molécula, sendo uma alternativa eficaz de arquitetar racionalmente estruturas moleculares de novos compostos protótipos. ARAÚJO et al (2015) SIMPLIFICAÇÃO MOLECULAR?? • É a modoficação molecular ou otimização de fármacos e/ou protótipos, permitindo a obtenção de novos análogos ativos de estruturas mais simples em relação ao protótipo. ARAÚJO et al (2015) Cuidados com ajustes moleculares! Preservar as propriedades farmacocinéticos Definir e preservar os grupamentos farmacofóricos e auxofóricos (GF e GA) Assegurar o reconhecimento molecular pelo biorreceptor. Assegurar a eficiência terapêutica (SAR). BARREIRO & FRAGA (2015) https://makeagif.com/gif/mecanismos-y-farmacos-vih-c9aGvd Desenho molecular de um Composto Protótipo (CP) Considerar os potenciais toxicofóricos de seus ligantes. Excluir grupamentos toxicofóricos que atingem o sistema hepático. Predominar reações de oxidação principalmente para hormônios esteroidais. BARREIRO & FRAGA (2015) Características essenciais aos CPs. • Coeficiente de partição lipídeo (octanol)-água (P e log P) ideais – 2- 5 para transporte ativo via biomembrana celular. • OBS O fármaco final deve apresentar log P entre 1-3. • pKa favorável a absorção via oral (manter estável no pH semelhante a este para bioabsorção ou ionizar pouco) • Estabilidade química e metabólica • Conhecimento definidos dos GF e GA. BARREIRO & FRAGA (2015) Revisão! pKa e log P https://lh3.googleusercontent.com/proxy/vJVNHzOWcWGc-d_IMl8mKfRvB- gXTUd7baT2zA6Mr4KPZOeMYDhojLvboeQtGFz96UB_CcwDk5-sRRwe0T-suXYerkRkPw Figura 03: As etapas hierárquicas da abordagem fisiológica para a descoberta racional de fármacos (adaptado) BARREIRO (2012) Figura 04.4: Resumo da Abordagem até um novo fármaco BARREIRO (2012) Grupos funcionais principais • Anéis aromáticos e Heteroclicos Presentes em 50% dos fármacos. BARREIRO & FRAGA (2015) Modificações congênitas sequenciais a partir de um análogo hidrolisado (-OH) ** Simplificado BARREIRO & FRAGA (2015) Modificações congênitas sequenciais a partir de um análogo hidrolisado (-OH) ** Simplificado BARREIRO & FRAGA (2015) Grupos funcionais principais • Anéis aromáticos e Heteroclicos Presentes em 50% dos fármacos. BARREIRO & FRAGA (2015) Exemplo: Cimetidina • Mecanismo de ação: Antagonista seletivo de receptores histaminérgicos subtipo 2 (H2) • Indicação: tratamento e prevenção da úlcera péptica (Inibição da secreção ácida estomacal).• Grupamento farmacofóricos: Anel imidazóico- Cianoguanidina BARREIRO & FRAGA (2015) Modificações estruturais na Cinetidina e elaboração do fármaco otimizado análogo Ranitidina, a Ranitidina tem 10x mais eficiência terapêutica que a cimetidina. GRUPAMENTOS FARMACOFÓRICOS E AUXOFÓRICOS • Grupo farmacofórico é o conjunto de características eletrônicas e estéticas que caracterizam um ou mais grupos funcionais ou subunidades estruturais, necessários ao melhor reconhecimento molecular pelo receptor e, portanto, para o efeito farmacológico desejado https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/grupo-auxoforico-e-grupo- toxicoforico/38841 GRUPAMENTOS FARMACOFÓRICOS E AUXOFÓRICOS • Segundo a IUPAC (União internacional de Química Pura e Aplicada), grupos auxofóricos são grupamentos funcionais capazes de apresentar sítios de interação que promovem o reconhecimento molecular do fármaco pelo biorreceptor. • Este grupo auxilia o reconhecimento do fármaco pelo receptor somando-se ao reconhecimento primário que é responsabilidade do grupo farmacofóricos. https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/grupo-auxoforico-e-grupo- toxicoforico/38841 EXEMPLO COMPOSTO PROTÓTIPO • Grupamento farmacofóricos – Aminopiperidina(Amida) apresenta atividade biológica. • Grupamentos auxofóricos (GA) benzil (a unidade benzilíca terminal) interage com os receptores D2 por meio de interações hidrofóbicas. • Conformação Rotâmero estável (Trans) BARREIRO & FRAGA (2015) REVISÃO Isomeria espacial-geométrica (Cis-trans) • Rotâmeros ou Estereoisômeros conformacionais diferem pela rotação de ligações simples, que são facilmente rotacionáveis. BARREIRO & FRAGA (2015) PONTOS FARMACOFÓRICOS • Assim, os grupamentos farmacofóricos e auxofóricos de um fármaco compreendem vários pontos farmacofóricos (BARREIRO & FRAGA, 2015). PONTOS FARMACOFÓRICOS • Segundo BARREIRO E FRAGA (2015) denomina-se pontos farmacofóricos todo e qualquer grupamento funcional presente em uma molécula bioativa que atue de forma específica ao nível de um biorreceptor (Canais iônicos, proteínas, enzimas, receptores de adesão/transmembrana....). FÁRMACOS INTELIGENTES Cimetidina e histamina • Fármaco: Cimetidina • Ação: Antagonista seletivo de receptores da histamina (agonista natural – protótipo) • Ação pretendida: Tratamento preventivo da úlcera grástrica BARREIRO & FRAGA (2015) FÁRMACOS INTELIGENTES Cimetidina e histamina • Fármaco: Cimetidina • Ação: Antagonista seletivo de receptores da histamina (agonista natural – protótipo) • Ação pretendida: Tratamento preventivo da úlcera grástrica BARREIRO & FRAGA (2015) HISTAMINA PROTÓTIPO Classificação: Autacoide imidazol-etilamina Apresenta tautomeria no imidazol (Influencia no reconhecimento molecular) BARREIRO & FRAGA (2015) REVISÃO TAUTOMERIA A isomeria dinâmica ou tautomeria é a existência simultânea de duas formas da mesma estrutura com formatos diferentes co-existinto em perfeito equilíbrio químico. FELTRE (2012) Histamina Cimetidina BARREIRO & FRAGA (2015) Histamina Cimetidina • MODIFICAÇÕES ESTRUTURAIS • Metilação (CH3) Grupamento metila em C5 Permanecer forma tautomérica (reconhecimento por receptores H2. • Função tioester (SH) Propriedades hidrofóbicas aquedadas (log P) impedimento da tautomeria do anel heterocíclico. • Função CianoGuanidina Aumentar a atividade do terminal e alta excreção renal (ADMET). BARREIRO & FRAGA (2015) • Os fármacos estruturalmente específicos exercem seu efeito biológico pela interação com uma estrutura química (bioligante), que apresenta na maior parte dos casos propriedades de enzima, proteína sinalizadora (bioreceptor), canal iônico ou ácido nucléico. Fármacos Estruturalmente Específicos (F.E.E) • Em resumo: depende da interação da micromolécula (fármaco) com a biomacromolécula (receptor ou biorreceptor). • Logo depende da estrutura química do fármaco que deve complementar o sítio de ligação da macromolécula (Correlacionada ao SAR). Fármacos Estruturalmente Específicos (F.E.E) Fármacos Estruturalmente Específicos (F.E.E) FÁRMACOS ESTRUTALMENTE INESPECÍFICOS (FEI) • Fármacos que dependem única e exclusivamente de suas propriedades físico-químicas, para promoverem o efeito biológico. • Propriedades: coeficiente de partição (P) e pKa (acidez), para promoverem o efeito farmacológico evidenciado, usado em maiores concentrações devido a baixa eficiência. BARREIRO & FRAGA (2015) FÁRMACOS ESTRUTALMENTE INESPECÍFICOS (FEI) • O efeito farmacológico provoca alterações de acordo com suas propriedades físico-químicas como: grau de ionização, solubilidade, tensão superficial, atividade termodinâmica, levando a mudanças em mecanismos importantes das funções celulares e desorganiza os processos metabólicos (Ex: Halotano- anestésico). BARREIRO & FRAGA (2015) CoMA? MAC? = Anestesia? http://rmmg.org/artigo/detalhes/812 Concentração alveolar mínima (CAM ou MAC) • A potência anestésica de um fármaco ou a concentração alveolar mínima (CAM) é um conceito usado para comparar forças, ou potências, de anestésicos inalatórios. É definida como a concentração de vapor nos pulmões que é necessária para prevenir o movimento (resposta motora) em 50% dos indivíduos em resposta a um estímulo cirúrgico (dor). FONTE: FONSECA et al (2010) - http://rmmg.org/artigo/detalhes/812 Concentração de manutenção da anestesia (CoMA) • A concentração de manutenção da anestesia em sistema fechado (CoMA) é aquela que mantém a anestesia em condições estáveis (variação de ± 20% da pressão arterial sistólica). FONTE: FONSECA et al (2010) http://rmmg.org/artigo/detalhes/812 CHEGA NÉ? DÚVIDAS? JÁ DEU! •Partiu almoço! •Partiu janta! #FUI!
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